A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REAL NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO
BRASILEIRO
E MISSÕES
TRASCULTURAIS
Por
PASTOR MISSIONÁRIO ANTERO KACZAN
ZAMOŚĆ
POLÔNIA
2012
Gostaria
de agradecer a Deus por ter me chamado para o ministério pastoral e
missionário, e por ter me ajudado
e capacitado a alcançar esta meta, pela graça
e amor de Jesus Cristo.
Esse
trabalho é dedicado a todos aqueles que trabalham com pessoas de um
modo geral, pastores, missionários,
obreiros de um modo geral, pois sabemos o quanto são especiais esses
ministérios, esses dons de Deus para os homens.
Muito
obrigado Senhor Jesus por todas as bênçãos
recebidas.
INTRODUÇÃO
Através
deste estudo pretendo realizar uma análise reflexiva sobre a
definição verdadeira da teologia realizando um paralelo com o que
está sendo apresentado como teologia nos dias de atuais e apresentar
os objetivos que a teologia bíblica deve defender, e sua relação
com o a obra missionária local e transcultural, pois há alguns anos
trabalhando nesta área por vários setores da nação brasileira e
no exterior (Missões
Trascultural),
tenho observado muitos conceitos e diferença de um lugar para o
outro, de uma denominação para outra, de uma igreja para outra
(dentro da mesma denominação), enfim irei abordar tais assuntos e
realizar este estudo que penso ser muito propício para os dias
atuais. A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REAL NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO
BRASILEIRO E MISSÕES
TRASCULTURAIS, devem
proporcionar ao leitor ferramentas para que o mesmo tenha a
oportunidade desenvolver pensamentos atuais sobre questões que
supostamente são tão defendidas em nossas cadeiras teológicas. A
Educação Teológica realmente não é este bicho de Sete Cabeças
que muitos pensam por aí. Mas, sua utilidade a vida diária cristã
é indispensável, porém, não como a mesma está sendo empregada na
atualidade. Como missionário que sou, penso ser impossível separar
a obra missionária da Educação Teológica e vice versa.
JUSTIFICATIVA
Atualmente
existem vários livros e principalmente artigos que discutem esse
assunto, porém a grande maioria aborda partes específicas em
relação ao vasto campo que o próprio tema sugere. Pretendo neste
trabalho alojar o máximo de variantes possíveis sem que o mesmo
perca sua unidade e propósito.
Entendo
que aquilo que conhecemos com fé evangélica no dias atuais tem
oferecida aos teólogos uma grande oportunidade de análise, e,
sabedor dessa importância, pretendo levantar alguns dos principais
tópicos que estão inseridos neste assunto. Responder questões
como: Qual a relação entre o campo missionário e a educação
teológica e o que se tem feito com e através delas? É de
fundamental importância.
Entender
que a teologia e o campo missionário possuem definições
específicas cada qual com suas implicações, por isso é inevitável
responder a questão: qual a importância de uma para a outra. Alguns
autores que escrevem artigos ou até mesmo livros que estão envoltos
por este assunto, o fazem pura simplesmente baseados em outros que
também tomaram a iniciativa de escrever. Poucos realmente conhecem e
dominam o assunto em todos os seus campos, entre eles, científicos,
filosóficos, religiosos ou empíricos.
Pretendo
através da soma destes fatores, alcançar o equilíbrio necessário
que penso dever existir quando se aborda tal tema. Somar os diversos
campos de pesquisa e como resultado, produzir uma posição firme,
racional e banhada de fé.
METODOLOGIA
Argumentos
bíblicos, pois, a Bíblia Sagrada nos fornece um amplo e curioso
material para análise sobre tal assunto, são a base, a pedra
angular deste estudo. Também utilizarei relatos de alguns
escritores, sejam eles livros ou artigos de revistas e sites, já que
a comunicação global tem nos propiciado a oportunidade de abranger
com facilidade uma diversificação intensa sobre qualquer área.
Quero também fazer valer, minhas experiências práticas no campo
missionário, pois, tenho experiências práticas com tribus
indígenas brasileira e paraguaias, uma
década atuo como missionari na Polonia, tambem em muitos países de
4 continetes. Com isto, pretendo confrontar algumas idéias com a
prática missionária do dia a dia. Sei que o assunto é extenso, por
isso me utilizo de uma bibliografia diversificada, mas não quero
limitá-lo em uma análise dentro das linhas brasileiras, mas tambem
em missões transculturais, através dos tópicos que estabeleci.
ESBOÇO
DE SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO.
2.
JUSTIFICATIVA
3.
METODOLOGIA
4.
A RELAÇÃO ENTRE O CAMPO MISSIONÁRIO E EDUACAÇÃO TEOLÓGICA
4.1.
O QUE SE ENTENDE POR EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
4.2.
O QUE SE ENTENDE POR CAMPO MISSIONÁRIO.
4.3.
A NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO PARA A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
4.4.
A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA O CAMPO MISSIONÁRIO.
5.
OBJETIVOS REAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA
5.1.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PELA HISTÓRIA.
5.2.
A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS BÁSICO DA TEOLOGIA BÍBLICA.
5.3.
O QUE A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA REALMENTE DEVE PROPORCIONAR A SEUS
APRENDIZES.
6.
REALIDADES ATUAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NO BRASIL
6.1
AS DISTORÇÕES E SUAS MOTIVAÇÕES.
6.2
O ALCANCE E DESEMPEMNHO DAS DISTORÇÕES.
6.3
O SEGREDO DO SUCESSO DAS DISTORÇÕES.
7.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA
PARA MISSÕES
TRANSCULTURAIS
7.1
7.1 O QUE É MISSÕES
TRANSCULTURAIS.
7.2
A IGREJA DE JESUS CRISTO NO BRASIL TEM FEITO MISSÇÕES
TRANSCULTURAIS.
7.3
COMO DEVE SER A VIDA DO MISSIONÁRIO.
7.4
QUEM DEVE SUSTENTAR E APOIAR O MISSIONÁRIO NO CAMPO.
8.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EMPREGADA POR JESUS
9.
CONCLUSÃO
10.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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4.
A RELAÇÃO ENTRE O CAMPO MISSIONÁRIO E EDUACAÇÃO TEOLÓGICA
4.1.
O QUE SE ENTENDE POR EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
Os
componentes básicos de uma boa Educação Teológica.
Tradicionalmente,
a educação teológica pôs o foco em três dimensões básicas da
preparação para o ministério cristão. Algumas escolas teológicas
têm enfatizado um ou duas das três, mas um esforço especial é
necessário para um bom equilíbrio entre todas elas, e um bom
equilíbrio é nossa pretensão. Essas áreas são essencialmente as
dimensões existenciais ou pessoais de nosso relacionamento com Deus
que nos tratam como indivíduos diante Dele, nossos fundamentos
bíblicos-teológicos para o ministério cristão, e os aspectos
práticos, ou o “como fazer” do ministério cristão. Mais
especificamente, existem dimensões pessoais, de princípios e
práticas na educação teológica, mas existe também o papel da
igreja local. Todas são essenciais para uma preparação para o
ministério bem cercada.
A
dimensão pessoal
Diferente
de qualquer outra profissão, é essencial que aqueles que estão se
preparando para o ministério cristão tenham um relacionamento
significativo com Deus. Os ministros devem ser homens e mulheres
íntegros que “praticam o que pregam”. Nosso trabalho não é
simplesmente um serviço para a humanidade, mais ainda, é um papel
de liderança no qual outros vêem Cristo em nós e sentem a presença
e o poder de Deus em, e através de um mensageiro da Palavra. Por
causa disso, é essencial que um ministro considere seu/sua caminhada
pessoal com Deus como central a tudo o que ele/ela faz. Em
levantamentos recentes, as igrejas também concordam que este é um
dos mais importantes aspectos da responsabilidade ministerial para um
servo de Cristo. Levantamentos publicados em informativos de
orientação clerical têm há muito mostrado a importância destas
três ênfases tradicionais na educação teológica, mas também
mostram como três diferentes grupos dentro da igreja enxergam o que
é mais importante. Há uma tendência entre os educadores em dizer
que a maior necessidade do ministro é por mais educação teológica.
Um conhecimento melhor da Bíblia e os fundamentos teológicos da
Igreja Cristã são os ingredientes mais importantes no sucesso
ministerial. Por outro lado, pastores têm freqüentemente concluído
que sua maior necessidade é por ajuda prática na administração
eclesiástica, crescimento da igreja, evangelismo, pregação ou
outras tantas sortes de “como fazer”. Os membros das congregações
(ou os leigos como freqüentemente os chamamos), diferentemente dos
outros dois, tendem a alistar a integridade pessoal do ministro e seu
caminhar com Deus como os traços mais importantes do ministério
cristão.
Acreditamos
que todas essas três áreas são essenciais para um ministério
produtivo, mas se a dimensão pessoal não estiver em primeiro lugar,
então tudo o mais que fizermos irá produzir pouco para o trabalho
de Cristo. Freqüentemente, ministros são despedidos das igrejas por
causa de assuntos de integridade. Se a congregação não perceber a
devoção do ministro por Deus, não irão segui-lo/a por muito
tempo. De formas similares, alguns ministros não passam tempo
adequado com suas famílias, e como resultado muitas famílias sofrem
por negligência. É essencial que um ministro tenha integridade,
comunhão regular com Deus, e seja capaz de cuidar de seu/sua família
e de si mesmo – e isso deve ser óbvio para as pessoas da igreja,
ou não irão seguir. Os cristãos não irão seguir normalmente uma
pessoa se não acreditarem que ele/ela caminha com Deus. Apesar do
programa de culto de capela da Acadia Divinity College refletir nossa
consideração por devoção pessoal a Cristo e por integridade
moral, formação espiritual é mais amplo do que isso, e é vital na
preparação para o ministério cristão. Acreditamos que formação
espiritual também é feita em cooperação significativa com a
igreja. Por esta razão, é essencial que os alunos estejam
ativamente envolvidos com a igreja enquanto se preparam para uma vida
de ministério cristão. Nestes termos, não escolhemos para cooperar
com a igreja através de indicações ou exames pesados, devido a uma
manhã de segunda, após termos encorajado os alunos a estarem
envolvidos na igreja no domingo. Aqueles que negligenciam este
aspecto da educação teológica não produzem seguidores devotos a
Cristo.
Fundamentos
bíblicos, teológicos e históricos
Também
é essencial que os ministros cristãos conhecem a fé “uma vez
entregue” à igreja. Sem um entendimento claro das tradições
bíblicas, teológicas e históricas da igreja, acreditamos que um
ministro não pode estar adequadamente pretendendo compartilhar o
Evangelho de Cristo, nem as implicações deste Evangelho para o povo
de Deus. A Bíblia é a fonte primária para se determinar o que é
ser um cristão e conhecer a vontade de Deus. Superficialidade nesta
área de preparação irá desmascarar a habilidade do ministro para
comunicar o Evangelho e sua relevância para esta geração. Sem essa
consciência, um pastor perde seu/sua identidade cristã, e tornar-se
difícil para a igreja distinguir ela mesma do mundo. A Bíblia
questiona os valores do mundo, mas com um conhecimento insuficiente
da Bíblia, o ministro mais promove o sistema de valores mundanos do
que os desafia quando estes se manifestam em seu/sua congregação ou
comunidade. Os ministros cristãos devem ser capazes de entender e
articular a mensagem da Bíblia bem como seu alicerce teológico e
histórico se eles querem ter um ministério cristão eficiente.
Consciência
prática e treinamento
O
modelo mais antigo de educação teológica – o modelo da
universidade que tem como paradigma a procura pelo conhecimento de
Deus – mudou consideravelmente nos anos recentes. Nos primeiros
estágios da educação teológica, os alunos recebiam principalmente
cursos de Bíblia, teologia e história com algumas (freqüentemente
muito poucas) matérias práticas. As coisas do tipo “como fazer”
eram freqüentemente, aprender como estudar a Bíblia, como pregar e
ensinar, bem como fazer casamentos, funeral, batizar, organizar,
liderar, etc, mas eles eram sempre insuficientemente enfatizadas.
Como resultado, os ministros freqüentemente sentiam uma falta de
entendimento em como funciona a igreja e que papel deveriam
desempenhar na mesma. Tantos modelos pobres de ministério surgiram
que levaram a falhas significativas no ministério. Em anos recentes,
como resultado de um número significativamente de ministros deixando
o ministério, muitos seminários mudaram muito do currículo
teológico, para incluir aspectos mais práticos do ministério. Por
exemplo, muitos que examinam o ministério de uma perspectiva
sociológica, observaram que os ministros geralmente não estão bem
treinados em liderança, administração, e projeto ou estrutura
organizacional da igreja. Observamos também as recentes mudanças
pelos quais as pessoas estão se comunicando e respondendo aos
tradicionais meios de comunicação. A importância do aprendizado de
habilidades nestas áreas não pode ser super-estimado. Os custos
pela falha em preparar adequadamente nessas áreas práticas do
ministério cristão são enormes. Como resultado das muitas mudanças
na sociedade de maneira geral e na construção da igreja, existem
muitas outras áreas muito importantes que pertencem ao currículo
teológico. Elas incluem liderança, evangelismo, discipulado,
administração de conflitos, entendimento de adoração e o lidar
com questões financeiras no ministério cristão.
O
papel essencial da Igreja
Finalmente,
como observamos acima, não há uma maneira para uma escola teológica
treinar adequadamente pessoas para o ministério cristão sem uma
contribuição significativa da igreja. Todos os seminários recebem
seus alunos de igrejas, mas também acreditamos que as igrejas também
devem abrir suas portas para a educação supervisionada dos
estudantes de teologia, isto é, treinar no ministério enquanto
estiverem estudando várias disciplinas na escola. Assim como médicos
precisam de treinamento prático no hospital e trabalhar diretamente
com pacientes enquanto estão recebendo sua educação formal, assim
também deve ser com o treinamento para o ministério. Os alunos
devem estar ligados à igreja todo o tempo durante sua preparação
para o ministério. Simplesmente os alunos não são bem preparados
para o ministério se houver pouca oportunidade para um ide
supervisionado e treinamento na igreja local, ou em alguma área do
ministério cristão, enquanto estão estudando no seminário. Por
esta razão, os pastores que supervisionam bem nossos alunos e lhes
dão tanto conselhos quanto oportunidades para o ministério com
direção, estão produzindo um recurso inestimável na preparação
de pessoas para o ministério cristão. Esses pastores-supervisores e
leigos maduros na igreja, que levam a sério seus papéis, e não
simplesmente procuram por ajuda adicional e barata em seus
ministérios, cumprem um papel essencial na preparação da próxima
geração de ministros para a igreja e seus vários ministérios.
4.2.
O QUE SE ENTENDE POR CAMPO MISSIONÁRIO.
CAMPOS
MISSIONÁRIOS
O
campo para missões está sempre aberto. Afinal o mundo precisa
conhecer o Cristo que veio a terra para salvar a humanidade. Para
quem está interessado em missões queremos passar alguns
ensinamentos importantes:
As
missões nasceram primeiramente no coração de Deus, e Ele é o
grande gerenciador dessa obra ousada e desafiadora. Em sua Palavra
encontramos a resposta sobre o plano de Deus para o mundo. Jesus
disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”
(Mateus 28, 19).
O
Espírito Santo foi dado para fazer dos cristãos testemunhas
eficientes no mundo todo. Sendo assim, qualquer um pode ser usado por
Deus para levar as Boas Novas, fazendo missões urbanas, nacionais ou
mundiais.
MISSÕES
URBANAS
O
primeiro campo missionário deve ser o local onde a igreja está
localizada. Antes de atravessar o mundo, a igreja precisa atravessar
a rua, ou deve fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mas não deve
esquecer que na cidade há um farto campo para missões. Crianças,
jovens, estudantes, adultos e idosos.
Existem
missões que trabalham com grupos específicos: drogados,
prostitutas, homossexuais, universitários ou profissionais liberais,
por exemplo. Mas toda a cidade deve comover a equipe de missões.
Este comover, quer dizer que o missionário deve sentir compaixão
pelas almas perdidas.
É
importante conhecer a cidade e seus problemas, tanto geograficamente
com espiritualmente. Algumas cidades tem conotação religiosa,
outras conotação esportiva e outras financeira. Quem nela habita
conhece-a melhor, cabe a igreja aproveitar as oportunidades de
grandes eventos, grandes aglomerações e realizar a tarefa de
evangelização urbana.
MISSÕES
NACIONAIS
O
crescimento do evangelho geralmente se dá de maneira desigual dentro
de um determinado território. Motivos históricos, culturais e até
espirituais estão por trás desse fato. A verdade é que basta olhar
o nosso país como exemplo e encontramos regiões onde o evangelho
predomina de maneira incontestável, com uma densidade demográfica
de evangélicos espantosa. Em outros lugares, no entanto, há um
número pequeno, e é aí que devemos investir com maior amor nas
missões.
A
máxima de que o nativo é o melhor evangelista para os nativos é
uma verdade. Ninguém entende melhor um povo do que alguém do
próprio povo. Ninguém melhor para entender um marroquino do que
outro marroquino. Ninguém mais apto para evangelizar africanos do
que os africanos.
Um
mapa religioso com estatísticas confiáveis é um instrumento
essencial para qualquer grupo missionário. Quais regiões são mais
carentes? Quais cidades, estados, regiões possuem o menor numero de
crentes? Como chegar a esses lugares? O que fazer? A quem enviar?
De
certo modo, nunca se deve alegar que outros já estão trabalhando. A
demanda é grande, e se diversos grupos se concentrarem em uma mesma
área e trabalharem juntos, sem proselitismo, sem placa de igreja, a
tarefa se tornará mais fácil e será levada ao sucesso bem mais
rápido.
MISSÕES
MUNDIAIS
O
campo é o mundo, já disso o próprio Senhor. Foi difícil para a
igreja evangélica quebrar seus limites geográficos e assumir a
responsabilidade mundial. Hoje, mais do que nunca, ela tem procurado
cumprir essa tarefa. Talvez não na velocidade necessária nem na
intensidade demandada, mas a evangelização mundial tem sido levada
a efeito por muitas igrejas, denominações e agencias missionárias.
A
chamada “janela 10/40”, que já tem sido reavaliada de muitas
formas, denota claramente que a igreja está consciente do desafio de
evangelização mundial. O mundo comunista sofreu um duro golpe e
teve de abrir suas fronteiras. Alguns baluartes ainda se sustentam
contra o evangelho e são motivos de constante intercessão e
preocupação das igrejas. O mundo islâmico talvez seja o principal
deles.
Independentemente
de qual seja os desafios, a própria globalização tem de certo modo
facilitado a visualização e a aplicação de estratégias. Já não
é possível conviver com a abundância da Palavra de Deus, enquanto
a maior parte do mundo perece com carência dela. O fato de muitos
povos não terem sequer uma tradução das Escrituras Sagradas, tem
trazido sensação de incomodo nos corações missionários.
APOIO
AOS MISSIONARIOS
Colocar
um missionário em determinado campo já é um desafio. Sustentá-lo
ali é um desafio ainda maior. Pode ser traumático para um
missionário ou sua família estar em um local distante de sua
comunidade e familiares, sob pressões econômicas e espirituais para
as quais não estavam preparados. Mesmo os chamados “fazedores de
tendas”, isto é, profissionais que trabalham no país no qual
foram enviados para se manterem e ao mesmo tempo pregar o evangelho,
precisam de suporte continuo para desenvolver e concluir sua missão.
Esta
sustentação envolve pelo menos três pontos principais, com os
quais a agencia ou igreja precisa se preocupar:
Oração
–
alguém já disse que só missionários oram pelos missionários.
Talvez seja um exagero, mas a verdade é que nem todos conseguem
sentir o peso que é estar em terra estranha, com cultura diferente,
longe de familiares e entes queridos. Dificilmente o apoio de
intercessão acontecerá naturalmente, sem a interferência de alguém
que tenha a visão e conheça a necessidade do missionário. Dentro
dos cultos deve ser separado um tempo para batalhar em oração a
favor dos missionários. Muitas batalhas foram perdidas não pelas
condições culturais ou econômicas, mas principalmente pela falta
de intercessão.
Comunicação
– telefone, radio, e-mail e mesmo cartas, são formas de manter a
ligação entre a comunidade e o enviado. Em nossa era de alta
tecnologia é incoerente um missionário permanecer sem contato com
sua base.
Sustento
financeiro
-
Ao enviar um missionário para o campo, a igreja deve organizar-se
para um sustento financeiro permanente. Em alguns casos pode ser algo
básico, mas que lhe dê condições de realizar seu trabalho sem
desgastes desnecessários.
QUALIDADES
DO MISSIONARIO
Embora
seja difícil descrever quais devem ser as qualidades de um
missionário, alguns pontos precisam ser destacados. Claro que a
ausência de uma ou outra virtude pode ser compensada pelas demais.
Adaptabilidade
– pessoas com dificuldades de se adaptar a climas, culturas, modos
de vida diferentes não se sentirão bem caso tenham de ir a outros
povos. Se essas dificuldades tiverem efeitos físicos, torna-se ainda
mais complicado.
Coragem
– coragem é necessária em qualquer lugar e para qualquer pessoa,
não só para os que vão, mas também para os que ficam. A questão
é que o missionário está indo ao encontro do inusitado, do
diferente, do incomum. Não significa que todos os missionários
terão de enfrentar índios antropófagos, homens-bomba e cobras
cascavéis. Seu contexto porem é um ambiente desconhecido, e ele
precisa estar psicologicamente preparado para isso.
Empreendedorismo
- enquanto fora do campo muita coisa acontece naturalmente, dentro
dele muitos caminhos terão de ser abertos a força. Pioneirismo foi
à marca de muitos missionários. Tentar fazer as coisas acontecerem.
Usar meios até então não empregados, exigem uma grande dose de
criatividade e espírito empreendedor. Os missionários tiveram um
papel ativo na historia do mundo.
Submissão
– nem todos são chefes de missões. Embora saibamos que a
insubmissão não é um privilegio de missionário em campo, a
desobediência ao líder pode ser muito prejudicial, pois a vida de
pessoas podem estar em jogo. O grupo se torna uma família de certo
modo, e a ação de um terá sérios reflexos nos outros. Saber
obedecer é uma virtude que não pode ser dispensada.
Liderança
– saber liderar e ser liderado demonstra uma flexibilidade de
caráter especial. Sabe-se que só sabe liderar quem já foi
liderado. O missionário que aprendeu essa disciplina vai exercer o
controle sobre situações difíceis. Tanto companheiros de missão
como convertidos precisarão de uma voz de comendo firme para
conduzi-los.
Visão
– o missionário está abrindo caminhos. As oportunidades não
podem ser perdidas sem que haja serias conseqüência para o
trabalho. Ele precisa reconhecer o talento e a capacidade de cada
pessoa e empregá-los no lugar certo. Necessita enxergar um problema
que está se iniciando e cortar pela raiz.
Desprendimento
– amar pessoas e lugares por amor ao Senhor e ao seu Reino é uma
coisa, mas apegar-se de maneira a não conseguir deixá-los quando
for necessário é outra totalmente diferente. O missionário não
deve ser um insensível, mas deve ser alguém que tem amor suficiente
a Deus e a seu Reino para colocá-lo acima de qualquer coisa.
Vida
espiritual vigorosa
– os missionários terminam por adquirir um grande vigor
espiritual, pois as próprias circunstancias o exigem. Vida de oração
e consagração e de disciplina cristã mais desenvolvida é algo sem
a qual ele nada conseguirá.
“Sem
mim nada podereis fazer”, disse Jesus. E é no campo que esta
verdade se torna mais evidente.
4.3.
A NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO PARA A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
Missiologia
e Educação Teológica
Precisamos
sentir a necessidade do campo missionários, precisamos ter um campo
missionário e atuar assim vamos aplicar a edução teológica.
No
sentido de evangelização, todos são missionários (Atos 1:8). Em
outro sentido todos são chamados para missões transculturais é a
tarefa de todos na igreja (Ef. 1:18-23; 3:20).
No
sentido tradicional o missionário é descendente do apóstolo no
Novo Testamento: um enviado para o mundo ao fora (Atos 13:1-4). É
sobre o preparo dessa pessoa que estamos preocupados nesse estudo.
Deus é responsável pelo preparo dos Seus servos, e Ele utiliza
métodos informais, não-formais e formais ao longo da vida.
A
cultura - cada cultura tem sua contribuição na construção do
mosáico da Igreja de Cristo (cada um tem vantagens e desvantagens
culturais no desempenho de missões).
A
família (modelo, ensino, experiências que moldam a vida [testemunho
pessoal]).
As
escolas, seculares e teológicas (dão informações, mas mais
importante, formam modelos de discipulado e aprendizado).
A
igreja (modelo de comunidade, estilos de liderança e vida cristã;
meio de comunicação dos propósitos de Deus para o mundo; o
principal instrumento para o discipulado; e o alvo de missões).
Exemplos
bíblicos de preparo missionário - Paulo e Barnabé (profundamente
preparados no conhecimento teológico, na comunidade da igreja, na
comunicação transcultural).
Desde
que o preparo missionário é de Deus, devemos com cuidado e
humildade examinar como Ele quer faze-lo através de nós. Em nossas
escolas de preparo missionário não podemos fazer tudo, mas, sim,
fazer a nossa parte com zelo confome os padrões de Deus. Podemos
compartilhar princípios e ferramentas e "apontar o caminho".
Teologia
precisa de missões
Herman
Ridderbos escreveu 586 páginas sobre a teologia Paulina, e nunca
nehuma vez mencionou missões! (O teólogo não deve esquecer que a
missão cristã primitiva foi a progenitora da teologia.)
Base
bíblica - o centro da teologia e a razão da existência da Igreja é
missões.
No
A.T. Deus, que é digno do louvor das nações, demonstra o Seu amor
e Sua autoridade sobre elas:
Na
Criação (Gen. 3:15)
Na
Escolha de Abraão (Gen 12:1-3)
Na
Lei (Ex. 19:5-6)
No
reino (o Templo; os Salmos)
Nos
Profetas (Is. 42:6-12)
No
N.T. O propósito central de Deus se cumpre através da Igreja.
Jesus
veio como o Missionário por Excelência (Fl. 2:1-11). Jesus preparou
os Seus discípulos para alcançar as nações, culminando no dia em
que Ele deu-lhes a Grande Comissão (os Evangelhos).
A
obra do Espírito Santo é levar a Igreja a fazer missões (At 1:8).
O
livro de Atos é a história de como o Espírito Santo começou a
fazer missões na prática.
As
Epístolas em grande parte são escritas para as igrejas que foram o
resultado de missões, exortando-as a continuar vivendo para a glória
de Deus no mundo e trabalhando para a expansão da Sua Igreja (Rm.
16:25-6; 1 Cor. 9:19-27)).
O
Apocalipse é uma visão do resultado final - pessoas de todas as
tribos e nações diante do Trono de Deus, louvando-O e
engrandecendo-O.
Não
devemos deixar que os currículos tradicionais, ou a costumeira falta
de visão missionária, nos tire a perseverança em seguir as ênfases
bíblicas.
Enriquece
o estudo de teologia quando aplicado em outras culturas e religiões.
O princípio de educação que aprendizado não ocorreu se o aluno
não pode aplicá-lo em outros contextos.
Os
líderes eclesiásticas (os formandos das escolas de teologia)
precisam aprender a importância de missões.
Objetivos
e Métodos Didáticos
Que
a comunidade seja o corpo de Cristo em ação. Que haja amor e
respeito e compromisso à Palavra de Deus (exigências de
conhecimento e compromisso com a Bíblia demonstrado em atitudes
devocionais, estudos que leva a Bíblia a séria, capacidade de
demonstrar a ligação entre vida e prática e princípios bíblicos,
currículo com missiologia integrada com teologia constantmente [não
apenas usando "textos-provas"])
Que
o aluno seja motivado pelos grandes propósitos de Deus baseados nas
Escrituras e demonstrados através de toda a história (o aluno deve
ter fundamentos estacados nos estudos de teologia--bíblica,
sistemática e histórica. Só é adquirido isso em anos de
participação em igrejas que realmente ensinam toda a verdade da
Bíblia, e em escolas teológicas onde a Palavra é a ênfase
central.)
Que
o aluno aprenda mais do que meros fatos; que os valores, atitudes e
cosmovisão sejam desafiados e transformados. (Ele precisa livrar-se
o máximo possível do seu etnocentrismo, respeitar e amar outros, e
humildemente ajudar outros a crescerem.)
Que
haja desenvolvimento de caráter, com a comunidade e os líderes
acompanhando o aluno no seu crescimento espiritual, psicológico e
social (contato intenso entre líderes e candidatos, desenvovimento
de um "cuidar comunitario", atenção para problemas de
relacionamentos, falta de humildade, falta de consideração para com
o outro, falta de amor. Os líderes sendo modelos de acessibilidade,
identificação e humildade em ouvir, compreender os outros, com
coragem de corrigir e edificar com honestidade).
Que
o aluno possa aprender a fazer teologia, não apenas conhecê-la.
(Isto não é inventar teologia, mas descobrí-la e aplicá-la em uma
prática relevante.) Verdades de Deus e da vida cristã precisam
fazer parte da sua vida duma forma tão integral, que ele possa
traduzir estas verdades em outras linguagens e formas, sem ferir ou
sacrificar o que a Bíblia realmente está dizendo. (Missões
cristãs sem a Bíblia é incoerente, pois o ensino da Palavra deve
ser central àquilo que o missionário faz, e faz tão bem que o
aprendiz pode levar o ensinamento para outros!).
Que
haja verdadeira humildade e espírito de servo (tarefas de limpeza,
cozinha, etc., ajudando uns aos outros e a igreja local, fazem parte
da vida na comunidade).
Que
o aluno desenvolva sua capacidade de fazer uma contextualização
crítica, respeitando limites bíblicos, no meio de outras culturas
(teologia, estratégia, história e ciências sociais visando
aplicações e avaliações culturais e bíblicas).
Que
a prática e a teoria sejam integradas, a prática coerente com a
teologia. Que o aluno adquira ferramentos que o ajudarão
desenvolver fundamentos que o ajudarão resolver problemas em outros
contextos e sem a ajuda de respostas pré-fabricadas, mas baseadas no
entendimento profundo das Escrituras.
Que
a educação cristã missiológica seja mais crente! (Se o trabalho
missionário depende de oração, fé, o poder e a direção do
Espírito Santo, o conhecimento e ensino das Escrituras, o
discipulado, a implantação de igrejas, o serviço e a vida cristã,
então o treinamento missionário precisa de tudo isto também,
demonstrado na comunidade e na sala de aula!)
Estrutura:
Integração e cooperação entre igreja/escola
teológica/missiologia/agência missionária. Cada um contribui e
enriquece o outro em vez de cada um querer fazer tudo sozinho.
A
igreja é a base de tudo; os alunos estudam e os professores ensinam
na escola teológica (providenciando aquele fermento missionário
para a escola teológica, e a base teológica para os missionários),
a agência missionária e as igrejas ajudam com orientações
específicas sobre suas filosofias, campos e estratégias, e
providenciam oportunidades para estágios em outras culturas).
O
ensino formal, não-formal e informal são incluídos numa comunidade
de aulas, serviço, ministério, e vida em comunidade.
Para
ser bem sucedido precisa de líderes com experiência e vida aprovada
para estar intimamente ligadas à comunidade. Os alunos aceitos
também devem ter chamado missionário, estar com processos de
aceitação em andamento, serem aprovados pelas suas igrejas, e
demonstraram certo nível de conhecimento bíblico.
Sem
currículo copiado, mas feito levando em consideração o aluno, seus
dons, sua cultura com suas vantagens de desvantagens e o trabalho que
fará no campo missionário.
As
igrejas tem que ser intimamente involvidas no preparo de
missionários, pois são indispensáveis pelo processo de discipulado
ao longo dos anos. O missionário tem que ter o seu praxis de
implantação de igrejas baseado em modelos fortes de igrejas
neo-testamentários que demonstram amor, a importância da oração,
conceitos de poder espiritual e temporal, valores, como cumprir a
responsabilidade social sem distinção entre pobres e ricos uma
verdadeira comunidade heterogência com crianças, mulheres, velhos,
homens, pobres, e ricos aprendendo a se respeitar e viver em amor,
serviço, edificação e respeito mútuo, estilos de governo com
líderes-servos não dominadores, processos bíblicos de decisão,
edificação mútua, louvor e compromisso com Deus, obediência à
Palavra de Deus, alegria e serví-lO e como a igreja deve se
expandir (congregações novas) usando métodos bíblicos quanto
financas, discipulado, etc. Roberto Ferris diz: "A escola de
preparo missionário que submete à direção da sua igreja
constituinte, convidando a igreja a participar em formar curriculo,
serve como modelo alternativo. Formandos tem menos tendência de
pensar que são independentes das igrejas. Sua prontidão em se
colocar dentro da igreja emergente e submeter à sua direção,
providencia um modelo mais Bíblico para líderes nacionais."
(International Missionáry Training: A Global Perspective a ser
publicado pelo IMTP)
Estágios
e experiências práticas bem acompanhados e avaliados com auxílio
das igrejas e agências missionárias.
4.4.
A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA O CAMPO MISSIONÁRIO.
Missões
precisa de Teologia
O
mandato missionário vem da própria Bíblia. Não é uma idéia
humana. O missionário precisa entender isto no contexto de todos os
propósitos de Deus! Se não, é onda, moda, com motivos errados e
não para a glória de Deus. (O missionário sem entendimento do
propósito missionário de Deus terá dificuldade permanecer no campo
por muito tempo.)
Os
objetivos de missões dependem da teologia.
Pela
teologia entendemos o que é evangelização e missões (o que é o
Evangelho? Os próprios missionários são salvos? Entendem as
implicações de salvação em Cristo? Os povos realmente precisam
do Evangelho?).
Fazer
discípulos é levar pessoas de todas as nações a "guardar
tudo" que Jesus ensinou (Mt 28:19-20). Para tal, os
missionários precisam primeiro conhecer e guardar aquilo que Jesus
ensinou (que envolve o A.T. e N.T. - a Bíblia toda). É a Palavra
que dé o conteúdo e direção para aquilo que o missionário vai
fazer.
Os
Evangelhos; Atos; as Epístolas; o exemplo de Israel; o estudo da
glória de Deus; Deus e as nações, etc., são indispensáveis para
a tarefa principal de missões a implantação de igrejas autócotones
que refletem a imagem de Deus nas suas culturas e sociedades.
A
teologia é o conteudo na bagagem missionária (as malas que
transportam o conteúdo são antropologia missionária, comunicação
transcultural, etc.). É essencial que o missionário tem bons
ferramentos teológicos e hermeneûticos para poder fazer a Palavra
relevante e transformadora em outras culturas.
O
caráter do missionário e dos seus discípulos é moldado pela
teologia. Fé em que? Obediência a que e por quê? Somos
orientados pela Palavra o caráter de Deus e sua vontade para nossas
vidas (progressivo crescimento nas características cristãs:
humildade, amor, alegria no Senhor, confiança, submissão mútua,
maturidade, estabilidade, perseverança, flexibilidade, simpatia).
Teologia é a base da ação. Paulo sempre usa aquele poderoso
"pois" (como em Ef. 4:1, depois de explicar em profundidade
sobre a teologia da salvação, vida cristã, igreja, etc. em 1-3)
porque as regras da vida cristã tem razão somente por causa de quem
é Deus e o que Ele tem feito em nosso favor.
Nada
é mais prática do que uma boa teoria (James Pleudemann)! (Nossa
tendência como Americanos do Norte e do Sul é sermos pragmáticos e
ativistas em excesso.)
Conclusões:
Considerações Práticas
A
escola de treinamento missionário deve ficar nas proximidades de
uma(s) igreja(s) local(ais) que apresenta um bom modelo eclesiástica,
amor por missões, compreensão e compromisso com o treinamento e
discipulado de missionários e disposição de se involver com as
vidas e o desenvolver dos dons dos candidatos à missões. Paulo e
Barnabé ficaram um ano ensinando em Antioquia; a igreja local tem
que providenciar oportunidades para que os candidatos possam aprender
ensinar, sendo corrigidos, encorajados e apoiados nos seus passos de
crescimento.
Uma(s)
escola(s) teológica deve estar acessível para que os alunos sem
preparo teológico adequado podem aproveitar de matérias e
professores de valor. Se o seminário oferece matérias
missiológicos, então a escola deve aproveitar estas matérias, em
vez de dar separadamente. (Provavelmente alguns líderes da
comunidade são professores no seminário.)
No
programa da comunidade, haverá tempo para aulas formais (nos
seminários fora, de professores visitantes, e da própria
comunidade); oportunidades de por em prática aquilo aprendido em
experiências práticas de evangelização, plantação de igrejas
novas, e edificação pelo ensino nas igrejas involvidas no preparo;
períodos de trabalho manual e serviço prestado; e, muito
importante, horas cada semana de reflexão em grupo quando o
aprendizado, a prática, os problemas, os alvos e as idéias podem
ser discutidos num ambiente de amor, aceitação mútua e busca da
vontade de Deus.
Em
conclusão cito Robert Ferris:
„.
. . o conteúdo, ênfase e equilíbrio do currículo devem ser
submetidos a apuração das Escrituras. É essencial quando
programas são orientados pelos alvos a serem atingidos e são
inovativos. É egualmente importante, portanto, quando o conteúdo e
estratégia do treinmamento é tradicional. Em ambos os casos, o
exame cuidadoso da Bíblia nos tráz atona questões cruciais e
adverte quando falhas no programa. Que Deus nos ajude permanecer
fieis à letra e o espírito da Sua Palavra!
5.
OBJETIVOS REAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA
5.1.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PELA HISTÓRIA.
OS
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DE 1517 A 1979
Vamos
rever alguns aspectos da história da educação teológia
tmbém
no pentecostalismo,
marcada por grandes lutas, desafios e conquistas.
Tal
tarefa contribuirá para superarmos com algumas de nossas limitações
na relação entre pentecostalismo e história. A crítica de Freston
é pertinente, quando declara que:
O
pentecostalismo toma o nome do incidente que está na origem da
Igreja cristã, a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, e
se vê como um retorno às origens. Não é por acaso que as
histórias domésticas se concentram nas origens (épicas) da
denominação. Eventos posteriores se reduzem virtualmente à
expansão geográfica, ou seja, às origens em outras cidades. Não
há muita ideia de desenvolvimento, pois tudo já está contido no
evento paradigmático original. Assim, o pentecostalismo tem uma
relação difícil com a história. Esta é reduzida a apenas três
momentos – a Igreja primitiva, o momento da recuperação da visão
(quando nosso grupo começou) e hoje – e cada um desses momentos
repete o anterior e descobre nessa repetição a sua única
legitimidade.
A prova desta realidade se revela, por exemplo, na falta de ligação do pentecostalismo com a Reforma Protestante e com os demais eventos e movimentos que a mesma desencadeou.
Uma
das áreas que merece uma atenção especial nesse resgate histórico,
diz respeito ao desenvolvimento da educação teológica formal,
marcada por muita resistência em seus primórdios, e com alguns
focos ainda nos dias de hoje.
É importante nessa empreitada, analisar alguns fatores que contribuíram para que somente após 47 anos de fundação das Assembleias de Deus no Brasil, o primeiro Instituto Bíblico fosse criado, e mesmo assim, sem a aprovação da maior parte da liderança nacional da denominação.
Iniciarei
com uma exposição sobre a Reforma e a Educação Teológica, para
em seguida tratar sobre dois movimentos que surgiram após a Reforma,
o pietismo e o metodismo wesleyano, cujas ideias e características
encontram-se presentes no movimento pentecostal. Em seguida,
passaremos a descrever a mentalidade anti-intelectual e contrária à
educação teológica formal dos principais líderes do Segundo
Despertamento, período que precedeu o movimento pentecostal, e
também a postura dos pioneiros do pentecostalismo, Charles Parham e
William Seymour, sobre o tema em questão.
Será
feita também uma análise sobre os motivos da resistência dos
missionários suecos em relação à abertura de institutos bíblicos
vinculados a Assembleia de Deus no Brasil, e sobre a luta dos
missionários americanos contra esta decisão. Concluíremos,
apresentando os eventos que culminaram no reconhecimento e na
oficialização das primeiras instituições assembleianas de ensino
teológico formal.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REFORMA PROTESTANTE
A
educação teológica está diretamente associada com a Reforma
Protestante, quer em razão da formação acadêmica dos
reformadores, como também pelas ações que eles realizaram em pró
da mesma.
-
Martinho Lutero (1483-1546)
No
verão de 1507 Lutero começou seus estudos de teologia, estudando as
Sentenças de Pedro Lombardo com o auxílio de um comentário de
Gabriel Biel, o Collectaneum, e das Questiones de Guilherme de Occam
e de Pedro d’Ailly. Serviu-se da Glossa ordináriapara a
interpretação da Escritura Sagrada, que se tratava de uma
compilação de textos de pais da Igreja estabelecida no século XII.
Em março de 1509, tornou-se bacharel em Bíblia na Faculdade de
Wittenberg.
No
mesmo ano retornou para Erfurt, onde ministrava cursos acerca das
Sentenças de Pedro Lombardo, para no verão de 1511 retornar de
forma definitiva para Wittenberg, onde relutante iniciou seu
doutorado em teologia, obtendo esse grau em 1512, passando a comentar
a Bíblia para os estudantes da Faculdade de Teologia de Wittenberg.
Quando
viajava pela Saxônia Eleitoral e por Meissen, entre 22/10/1528 e
09/01/1529, Lutero resolveu escrever um Catecismo. Explicou a razão
de sua decisão da seguinte forma:
Meu
Deus, quanta miséria não vi! O homem comum simplesmente não sabe
nada da doutrina cristã, especialmente nas aldeias. E infelizmente,
muitos pastores são de todo incompetentes e incapazes para a obra do
ensino. Não obstante, todos pretendem o nome de cristãos, estão
batizados e fazem uso dos santos sacramentos. Não sabem nem o
Pai-nosso, nem o Credo, nem os Dez mandamentos [...].
Havia
em Lutero um claro interesse pelo estudo e pela formação teológica
dos ministros da Palavra.
-
João Calvino (1509-1564)
Seus
primeiros anos escolares foram no Colégio dos Capetos, em Noyon,
França, assim conhecido por causa do capuz usado pelos alunos. Nessa
escola Calvino tomaria as primeiras lições de latim e
preparar-se-ia para os estudos em níveis mais elevados na
Universidade, em Paris.
Em
Paris, foi aluno de Marthurin Cordier, mestre do latim e do francês,
elegante estilista e pedagogo. Do Colégio de La Marche, Calvino foi
para Montaigu, com o objetivo de atender aos desejos de seu pai, de
vê-lo seguir a carreira eclesiástica. Nesse mesmo colégio estudo
Erasmo de Roterdan. Em Montaigu ele se tornou versado na Teologia de
Tomás de Aquino, de Agostinho, de Jerônimo e outros grandes nomes
do passado.
Em
1528, aos 19 anos de idade, ao terminar o seu curso de Artes, Calvino
deixou o Colégio de Montaigu para iniciar os estudos de Direito em
Orleans e Bourges. Mesmo deixando Orleans sem completar o curso, por
voto unânime lhe é conferido o grau de doutor. Na ânsia de dominar
conhecimentos esotéricos e teorias fascinantes, lia até altas horas
da noite. De retorno para Paris, no colégio Real, dedica-se aos
estudos dos clássicos, amplia os seus conhecimentos de grego e
inicia o aprendizado do hebraico.
Entendendo
que “[...] as escolas teológicas [são] berçários de pastores”,
Calvino criou uma Academia em Genebra (5/6/1559), com cerca de 600
alunos, ampliando esse número para 900 em seu primeiro ano de
atividades. Quando Calvino morreu em 1564, havia 1.200 alunos nos
cursos superiores.
Alunos
estrangeiros vindos da França, Holanda, Inglaterra, da Alemanha, da
Itália e de outras cidades da Suíça por lá passaram. Genebra
transformou-se num grande centro acadêmico e missionário. Os
protestantes foragidos que lá se instalaram e estudaram, puderam,
posteriormente, levar para os seus países e cidades o Evangelho ali
aprendido.
Calvino,
apesar de fundador, não quis dirigir a Academia. Serviu nela como
professor de teologia (ibidem).
Fundamentada
numa concepção racionalista e metódica do Cristianismo, a Reforma
não demorou a sucumbir a uma teologia retórica após a morte de
Lutero e Calvino. O surgimento de uma teologia escolástica no século
XVII, mais inclinada à explicação racional dos dogmas do que aos
valores emotivos da religiosidade humana, é relatada por Gomes. Foi
contra essa intelectualização, que vários movimentos surgiram no
sentido de resgatar os valores experienciais, emocionais e piedosos
da fé.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO PIETISMO
O
pietismo foi um movimento de renovação que surgiu no século XVI a
XVIII, primeiramente entre os luteranos da Alemanha. Tinha como
proposta a complementação da Reforma protestante iniciada por
Martinho Lutero. Segundo os pietistas, a reforma doutrinária
iniciada por Lutero precisava ser complementada por uma reforma de
vida.
Os
luteranos foram responsáveis pela fundação das Universidades de
Marburg (1527), Königsberg (1544), Jena (1558) e Helmstedt (1575).
Segundo Olson, várias foram as questões levantadas pelos pietistas
em relação aos efeitos da Reforma, entre elas:
-
A ênfase de Lutero nos aspectos objetivos da obra de Deus,
ressaltando a justificação pela graça mediante a fé, o perdão e
a imputação da justiça de Cristo ao pecador;
-
Achavam que Lutero teria rejeitado a ideia da doutrina da conversão
pessoal como aspecto indispensável da iniciação cristã;
-
A ortodoxia luterana e seu enrijecimento geral das categorias
doutrinárias, mediante a sistematização racional e formulações
doutrinárias extremamente detalhistas, construídas e elaboradas a
partir da lógica aristotélica. A ortodoxia luterana era chamada
pelos pietistas de “ortodoxia morta”. Chegou-se a criar o
seguinte lema: “melhor uma heresia viva do que uma ortodoxia
morta”;
-
A aridez espiritual nos principais centros acadêmicos e
universidades luteranas;
-
A ênfase nos debates acadêmicos e discussões doutrinárias e
teológicas que em nada agregavam valor à fé cristã;
-
O desperdício de energia e tempo com críticas a outras formulações
doutrinárias e sistemas teológicos, promovendo um infrutífero
intelectualismo;
-
O crescimento de uma letargia espiritual, moral e teológica.
Os
Principais Nomes do Pietismo
Quatro
foram os principais idealizadores, organizadores e propagadores do
pietismo:
-
Johann Arndt (1555-1621).
O precursor do pietismo, que escreveu um livro de grande influência,
considerado por muitos historiadores como a “Bíblia” do
pietismo, intitulado: Quatro livros sobre o cristianismo verdadeiro.
-
Philipp Jakob Spener (1635-1705).
Considerado o patriarca do pietismo, escreveu a obra Pia desideria
(desejos piedosos), em 1675, que contém uma crítica contundente
sobre as condições existentes na igreja estatal luterana na
Alemanha de sua época.
-
Auguste Hermann Francke (1663-1727).
É considerado o gênio organizador do pietismo. Ajudou a fundar a
Universidade Pietista de Halle, criou várias instituições de
caridade, escolas para ricos e pobres, um orfanato, uma editora e um
centro
missionário.
Tornou-se o educador mais respeitado da Alemanha. Foi homem das
letras e das obras.
-
Nikolaus Ludwig Von Zinzendorf (1700-1760).
Foi considerado excêntrico, levando o pietismo ao extremo, ainda que
permanecesse dentro dos parâmetros da teologia ortodoxa luterana,
sem abri mão de criticá-la. Combateu veementemente a teologia
formal e sistemática. Colocou a experiência cristã e os
sentimentos piedosos no âmago do cristianismo autêntico e deixou a
teologia e doutrinas formais em segundo plano. O legado de Zinzendorf
se encontra em todos os seguimentos do cristianismo posterior que se
deleita em emoção e sentimentos espirituais.
Os
Principais Temas do Pietismo
Os
principais temas do pietismo foram:
-
A prática de um cristianismo interior e experimental. A vida piedosa
cristã é proveniente da experiência da conversão, e não de atos
sacramentais. Justificação (aspecto objetivo da salvação) e
regeneração (aspecto subjetivo da salvação) são verdades que se
complementam.
-
A prática de um cristianismo tolerante e irênico. As polêmicas em
torno das questões teológicas, a caça aos hereges da ortodoxia
luterana deveriam dar lugar a uma maior tolerância nas questões
teológicas e doutrinárias secundárias. Seguiam o lema: “Nas
coisas essenciais, unidade; nas coisas não essenciais, liberdade; em
todas as coisas, amor.” (Rupertus Meldenius – Peter Meiderlin,
1582-1651). Primavam por um cristianismo apaziguador. A ortopatia e a
ortopraxia precedem a ortodoxia, sem excluí-la.
-
A prática de um cristianismo visível. Diferente da ortodoxia morta
e do cristianismo nominal vinculado exclusivamente à filiação à
igreja, o verdadeiro cristianismo deveria ser manifesto nas atitudes
e condutas e dos crentes. Mudança de vida e não apenas de
mentalidade e entendimento deveria acontecer.
-
A prática de um cristianismo que ativo e realizador. Fazeres e não
apenas saberes deveriam nortear a vida cristã autêntica. Longe de
propagar o quietismo, ou seja, a alienação às questões deste
mundo, o pietismo promovia o engajamento, a militância, a presença
e influência da igreja em questões sociais e culturais.
Olson
afirma ainda que: “Os grupos de reavivamento, incluindo os
pentecostais e igrejas de santidade, como os nazarenos e as
Assembleias de Deus, podem ser vistos como extensões radicais do
pietismo cristão”. Ainda para Olson (ibidem): “O pietismo foi
mal-sucedido em disseminar o individualismo religioso, o
emocionalismo e o antiintelectualismo”.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO METODISMO WESLEYANO
O
metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão que
surgiu na Inglaterra do século XVIII que enfatizou a relação
íntima do indivíduo com Deus, iniciando-se com uma conversão
pessoal e seguindo uma vida de ética e moral cristã. O metodismo
foi liderado por John Wesley (1703-1791), ministro da Igreja
Anglicana, e seu irmão Carlos Wesley, considerado um dos maiores
expoentes da música sacra protestante.
Os
Antecedentes Históricos do Metodismo
Conforme
Noll, na Inglaterra do século XVIII imperava um controle rígido da
igreja estatal sobre as práticas eclesiásticas. Os batistas,
congregacionais e presbiterianos, oriundos do puritanismo, movimento
que tentou purificar a Igreja Anglicana dos “muitos trapos do
papado”, precisavam de autorizações especiais para a realização
de seus cultos.
Em
1730 João e Carlos Wesley, juntamente com outros amigos começaram a
reunir-se em Oxford para estudar juntos, organizando uma pequena
sociedade, que recebeu de seus críticos e observadores o nome de
“clube santo”, “devoradores de Bíblia” e “metodistas”:
Os
membros dessa sociedade se comprometiam a levar uma vida santa e
sóbria, a receber a comunhão uma vez por semana, a cumprir
fielmente suas devocionais particulares, a passar três horas
reunidos cada tarde, estudando as Escrituras e outros livros
religiosos, e a visitar os cárceres regularmente.
Os
críticos usaram o termo “metodistas” porque, segundo entendiam,
queriam encontrar e praticar um método de espiritualidade.
João
Wesley não se propôs a fundar uma nova Igreja ou denominação, mas
grupos de renovação na Igreja da Inglaterra (Igreja Anglicana).
Uma
das práticas revolucionárias de Wesley foi a pregação ao ar
livre. Em seu diário registrou que em 02/04/1733:
Às
quatro da tarde, eu me sujeitei a ser o mais desprezível e proclamei
nos caminhos as boas novas da salvação, falando de uma pequena
elevação numa área próxima da cidade a cerca de 3.000 pessoas
[...].
Em
24 de maio de 1738, uma experiência marcou profundamente a vida de
Wesley:
À
noite, fui de muita má vontade a uma sociedade na rua Aldersgate,
onde alguém lia o prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos.
Quando faltava um quarto para as nove, enquanto ele descrevia a
mudança que Deus opera no coração mediante a fé em Cristo, senti
em meu coração um ardor estranho. Senti que confiava em Cristo, e
somente nele, para minha salvação e me foi dada a certeza de que
ele havia resgatado os meus pecados, e me havia salvo da lei do
pecado e da morte.
Após
essa experiência, num período onde as estradas não ajudavam em
termos de boas condições, John Wesley percorreu cerca de 380 mil km
(a maior parte a cavalo), pregou cerca de 40.000 sermões (uma média
de mais de dois por dia).
A
Teologia de John Wesley
Collins,
um importante pesquisador e intérprete de Wesley, comentando o
perfil teológico do mesmo, afirma que ele não foi um teólogo
sistemático, alguém que tentou sintetizar todo conhecimento humano
e demonstrar, de forma minuciosa, a unidade desse conhecimento em
Cristo. Ao contrário, a teologia de Wesley era praticada em sermões,
liturgia, orações, credos, ocasionais obras, artigos de jornal e
cartas, tinha uma orientação firmemente soteriológica, em vez de
epistemológica. Ela era um teólogo prático, e não especulativo.
Olson,
entende que Wesley não intentou em escrever uma teologia sistemática
por acreditar que já havia compêndios suficientes de doutrinas e
especulações teológicas entre os protestantes. Pode-se perceber
nesta análise de Olson, que todas as vezes que a teologia partiu
para o nível das especulações infrutíferas, improdutivas e
áridas, sofreu resistência da parte daqueles que entendiam a
urgência e a necessidade de uma teologia que considerasse as
realizações no Reino de Deus, e não apenas as reflexões sobre o
Reino de Deus.
Wesley
contribuiu significativamente com a história da teologia
protestante, incluindo as Escrituras, a razão, a tradição e a
experiência (quadrilátero) como ferramentas essenciais para o
exercício da teologia. Além disso, difundiu a crença na perfeição
cristã ainda nesta vida ou no momento da morte, mediante uma
“segunda bênção” que promoveria um estado de santificação
plena. Sua teologia era arminiana, sendo mais uma forma de sinergismo
evangélico, ou seja, a salvação é obra da graça de Deus, mas
pode ser aceita ou rejeitada pelo livre arbítrio do homem.
Assim
como os pietistas, Wesley afirmava que a mera declaração verbal, a
adequação a um conjunto de doutrinas, não transforma ninguém de
imediato num cristão autêntico. É necessário vivenciar uma
experiência transformadora com Deus.
Para
Noll, as práticas do metodismo continuaram a moldar a vida e a
doutrina protestante, influenciando denominações inteiras, entre
elas as Assembleias de Deus.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS PRECUSSORES DO SEGUNDO
GRANDE DESPERTAMENTO
A
obra de revitalização promovida pelos irmãos Wesley deu origem ao
evangelicalismo moderno (NOLL, ibidem, 238). Entre os anos de 1800 e
1900, período onde se vivenciou o Segundo Grande Despertamento, e
que se desenvolveu o Movimento Holiness, a educação teológica
formal sofreu os seus mais sérios ataques dentro do protestantismo.
Os
principais nomes que sequenciaram o Grande Avivamento promovido pelo
metodismo wesleyano não conseguiram captar os ideias de John Wesley,
na busca por um cristianismo pensante. Nañez (2007, p. 166-184),
descreve a postura antiintelectual e antiteteológica que norteou os
pensamentos e discursos de quatro ícones deste período que
antecedeu o pentecostalismo clássico:
Peter
Cartwright (1785-1872)
Cartwright
desenvolveu seu ministério entre os anos de 1803-1871, e foi o maior
pregador de seu tempo. Ele pregou não menos de 25 mil vezes, e
dirigiu encontros em acampamentos por 52 anos para cerca de 10.000
pessoas por encontro. Durante o tempo em que esteve atuando, o
movimento metodista passou de 65.000 para dois milhões de
seguidores.
Em
relação à educação e formação teológica, foi um duro crítico.
Observemos algumas de suas posturas:
-
Censurou o treinamento teológico;
-
Repudiou os seminários;
-
Desprezou a aprendizagem nos livros;
-
Zombou dos pregadores que falavam o inglês correto;
-
Creditou o fracasso de algumas denominações ao treinamento
teológico erudito;
-
Criticou os pastores que pregavam lendo os sermões;
Mesmo
estando envolvido no movimento iniciado por Wesley, Cartwright
parecia não lembrar que um dos seus grandes referenciais foi aluno e
se formou na Universidade de Oxford.
Charles
Finney (1792-1875)
Entre
muitas de suas declarações contra a educação teológica formal,
Nañez cita que Finney:
-
Declarou várias vezes que não precisava de mais nada além da
Bíblia e de sua própria e pessoal filosofia;
-
Desprezou, assim como Cartwright o sermão escrito, do qual faziam
uso, dentre tantos, Lutero e Edwards, que escreviam e liam suas
mensagens do púlpito;
-
Detestou a maioria das obras literárias clássicas da época;
-
Admitiu que apesar de receber sua ordenação na igreja
presbiteriana, nunca leu a Confissão de Westminster;
-
Promoveu um estilo de pregação altamente emotiva, sem
comprometimento doutrinário e reflexivo.
Foi
Finney que introduziu o “apelo” nas pregações evangelísticas.
O
resultado deste tipo de postura e pregação foi descrito
posteriormente por Finney, como algo que produziu nas massas uma fé
tão superficial que não conseguia resistir ao tempo.
Dwight
L. Moody (1837-1899)
Moody
cresceu num contexto que foi influenciado grandemente pelo pensamento
de Peter Catwright e de Charles Finney. Apesar de sua grande
contribuição no advento do pentecostalismo clássico, assim como
Catwright e Finney, também de opôs de várias maneiras à educação
teológica formal. Conforme Nañez:
-
Evitava e fazia pouco caso das discussões em torno da autoria dos
livros da Bíblia;
-
Quando era confrontado com passagens difíceis das Escrituras,
orientava que simplesmente fossem ignoradas, alegando que a Bíblia
não foi feita para ser entendida;
-
Aconselhava os cristãos a desconsiderarem o conhecimento acadêmico
e os insípidos catecismos;
-
Se vangloriava em não ter “uma teologia”;
-
Não lia nada além da Bíblia;
-
Afirmava que a inteligência era desnecessária, e que a única
necessidade do cristão era o poder de Deus.
Apesar
desta postura antiintelectual e antiteológica, estes homens apoiavam
um treinamento básico para os ministros. Eles apoiaram e fundaram
escolas: “À semelhança de Cartwrigth, que colaborou com o
crescimento do McKendree College, e de Finney, que dirigiu Oberlin,
Moody também fundou o Moody Bible Institute (Instituto Bíblico
Moody)”.
É
importante ressalvar, que as escolas de treinamento para ministros,
apoiadas ou fundadas por Cartwrigth, Finney e Moody não tinham
conteúdos, objetivos, grade curricular e metodologia semelhante aos
centros acadêmicos e teológicos da época.
Billy
Sunday (1862-1935)
Sunday,
considerado um dos homens mais importantes dos Estados Unidos,
combinou o desinteresse de Moody em questões teológicas com o
pragmatismo evangelístico de Finney. Entre outras coisas:
-
Demonstrou desconsideração pela vida intelectual;
-
Afirmou que a Igreja nos EUA morreria apodrecida e desceria ao fundo
do inferno se todos os membros fossem milionários ou tivessem
formação acadêmica;
-
Pregou que a estrada para o Reino de Deus não passava pela
universidade;
-
Disse à uma fascina audiência que milhares de diplomados caminhavam
em direção ao inferno;
-
Declarou que se tivesse 1 milhão de dólares, daria 999.999 para a
igreja e apenas 1 dólar para a educação;
-
Combateu também os sermões escritos;
Nañez
calcula que cerca de um bilhão de pessoas sentaram-se para ouvir
esses quatro homens. A contribuição deles para o avanço e
crescimento do evangelho é indiscutível. A posição extrema que
adotaram em relação à educação teológica formal, e os prejuízos
advindos desta postura para o pentecostalismo clássico, e
consequentemente para a educação teológica nas Assembleias de Deus
no Brasil, são também indiscutíveis.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS PIONEIROS DO MOVIMENTO
PENTECOSTAL
A
origem do movimento pentecostal se relaciona diretamente com o
movimento de santidade (Holiness), nascido e difundido entre os
metodistas e as igrejas independentes nos EUA, no século XIX,
durante o período do segundo despertamento.
Os
dois nomes de maior relevância entre os pioneiros do movimento
pentecostal são Charles Parham e William Seymour. Ambos estiveram
envolvidos diretamente com os movimentos e pensamentos que estiveram
presentes na origem do pentecostalismo.
Charles
Fox Parham (1873-1929)
Parham
formulou a teologia do pentecostalismo clássico, com destaque às
línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo
(com ênfase na xenolalia). Em 1890 ingressou no Southwest Kansas
College e, por três anos lutou com seus estudos e sua chamada para
pregar.
Em
1893 abandonou os estudos para assumir o pastorado temporário de uma
igreja metodista. Em 1895 deixou a igreja metodista para iniciar um
ministério independente. No ano de 1898 fundou com sua esposa Sarah
Thistlethwaite em Topeka, o Bethel Healing Home (Casa de Cura Betel),
onde oferecia ensino sobre a fé para pessoas que buscavam a cura
divina.
Em
1900 fundou o Bethel Bíble School, com o propósito de preparar
missionários. Antes de sair par uma de suas viagens, instruiu os
seus 34 alunos para pesquisarem no livro de Atos sobre qual seria a
evidência do batismo com o Espírito Santo, onde chegaram a
conclusão que seria o falar em outras línguas. Em 1º de janeiro de
1901, uma de suas alunas, Agnes Ozman, experienciou a tão desejada e
aguardada bênção.
Sua
posição contrária ao estudo teológico acadêmico se manifesta:
-
Na contraposição que fazia entre “a educação pelo Espírito”
e o estudo formal;
-
Desejou estudar medicina, e ao abandonar a ideia alegou ter recebido
a revelação de que a educação impede o serviço sincero a Deus no
ministério;
-
Declarou que a educação teológica formal era um prejuízo para o
ministério;
-
O Bethel Bíble School, tinha o currículo basicamente constituído
de leitura da Bíblia e da apresentação de comentários pessoais
sobre os textos estudados;
-
Desprezou o sistema teológico e doutrinário construído após a
Reforma;
Esse
posicionamento de Parham o levou a difundir algumas doutrinas e
interpretações bíblicas de difícil fundamentação, como por
exemplo:
-
Chegar a afirmar que o batismo em águas não era necessário;
-
Os anglo-saxões eram as dez tribos perdidas de Israel;
-
Os hindus eram descendentes de Abraão, enquanto que as raças negra,
vermelha e amarela pertenciam aos “bárbaros”;
-
Entendia que as línguas oriundas do batismo com o Espírito Santo
sempre estavam associadas a um idioma deste mundo (xenolalia), que
capacitava o indivíduo a pregar o evangelho no país onde o idioma
era falado.
Sempre
que confrontado acerca de suas doutrinas, as enfatizava mais ainda,
fundamentado na ideia de serem revelações especiais.
William
Seymour (1870-1922)
Seymour
foi o filho mais velho de escravos libertos, conforme o Censo de 1880
da região de Luisiana, onde nasceu, Seymour frequentou uma escola
onde aprendeu a ler. Converteu-se na “negra Methodist Episcopal
Church” em Indianápolis, e em seguida frequentou também aEvening
Light Saints, a atual Church of God.
Entre
o final de 1899 e início de 1900, mudou-se para Cincinnati (Ohio),
onde parece ter frequentado a God´s Bible School, dirigida por
Martim Wells Knapp. A escola dedicava-se basicamente ao estudo da
Bíblia e ao treinamento dos seus alunos para serem trabalhadores nos
“grandes campos brancos, prontos para a colheita”. Mudou-se para
Houston (Texas) entre 1902 e 1903, onde começou a realizar reuniões
evangelísticas. Baseado numa “revelação especial”, Seymour foi
para Jackson (Mississipi), onde ficou sob a liderança de Charles
Price Jones, líder da Santidade Wesleyana no Sul dos EUA e
co-fundador da Church of God in Christ, ao lado de Charles Harrison
Manson (Ibidem, p. 780).
Em
1905 voltou para Houston, onde recebeu a liderança de uma pequena
igreja fundada por Lucy Farrow, uma viúva afro-americana. Com o
retorno de Charles Fox Parham para Houston, Seymour foi logo
incentivado por Lucy Farrow a estudar em sua escola bíblica, e
aprender sobre o batismo com o Espírito Santo. Por causa da
segregação racial imposta pelas leis na região, Seymour ouvia as
aulas do lado de fora da sala, através da porta entreaberta (Ibidem;
ANDERSON, ibidem, p. 55).
Seymour
ficou ligado ao trabalho de Parham até o início de fevereiro de
1906, quando já tinha ajustado o sistema teológico da Santidade
Wesleyana com o ensino de Parham sobre o batismo com o Espírito
Santo evidenciado pelo falar em outras línguas. Aceitando o convite
da comunidade negra de Los Angeles para pastorear uma igreja da
Santidade, que havia sido fundada por Julia W. Hutchins, a
contragosto de Parham, para lá partiu, chegando em 22 de fevereiro
de 1906.
Os
ensinos de Seymour acerca do batismo com o Espírito Santo foram
rejeitados por Julia Hutchins, e ele acabou impedido de entrar no
prédio da igreja. Pediu socorro a um dos membros da igreja, Edward
Lee, que lhe acolheu em casa. Foi convidado então por Lee a
ministrar num pequeno grupo de estudo bíblico que se reunia na Rua
Bonnie Brae, 214, em casa de Richard e Ruth Asberry, onde continuou a
ensinar sobre o batismo com o Espírito Santo com a evidência do
falar em outras línguas, apesar de ainda não o ter recebido. Em 9
de abril de 1906, vários membros daquele grupo de estudo começaram
a falar em outras línguas. Como muitos foram atraídos pelo
fenômeno, Seymour foi obrigado, por volta de 15 de abril, a buscar
um local mais adequado para as reuniões. Foi alugado então um
prédio vazio, onde funcionara a Stevens African Methodist Episcopal
Church, na Rua Azusa, 312 (ARAÚJO, ibidem).
O
pentecostalismo difundido a partir da Rua Azusa enfatizou a obra do
Espírito, ao mesmo tempo em que desvalorizou a instrução formal.
No jornal mensal do movimento, que recebeu o nome de Fé Apostólica
(Apostolic Faith), encontramos as seguintes informações e
exortações:
“o
Senhor concedeu línguas para os sem instrução acadêmica, como
grego, latim e hebraico. [...] Não sejam confundidos pela
teorização, mas permaneçam em Jerusalém [...] Ele revelará toda
a Palavra, de Gênesis a Apocalipse”. (SEYMOUR, Apostolic Faith,
setembro de 1906, p. 1-4).
Durante
os primórdios do movimento em Azusa se disseminou ideias do tipo:
-
A revelação, e não a revelação por meio do estudo equilibrado da
Escritura era destacada;
-
As grandes obras espirituais estavam acontecendo nas pessoas, e por
meio de pessoas sem instrução;
-
A atividade médica é carnal;
-
Os livros e sermões escritos deviam ser condenados ao fogo do juízo;
-
A teologia e os credos eram inimigos do reavivamento;
-
A interpretação das Escrituras era uma obra exclusivamente do
Espírito;
-
O uso de instrumentos musicais foi desestimulado, pois o espírito
santo tocava piano em todos os corações;
-
Quando os instrumentos eram utilizados, se afirmava que a música não
vinha do homem, mas que era dada sobrenaturalmente pelo Espírito;
-
A maior parte dos líderes do início do movimento pentecostal
considerava as igreja não pertencentes ao movimento como inimigas de
Deus e anticristãs.
A
grande contribuição de Seymour, e a importância do pentecostalismo
vivenciado na Rua Azusa para a igreja cristã são notórios. Não é
propósito aqui diminuir o seu valor. Acontece, que não teríamos
condições de entender o antagonismo, a resistência, o preconceito
e a desconfiança para com a educação teológica formal nas
assembleias de Deus no Brasil, sem o conhecimento dos fatos até aqui
apresentados, oriundos de pesquisa bibliográfica. O entendimento do
presente não pode ser pleno sem o conhecimento do passado.
Analisando
a postura destes homens, fica uma pergunta no ar. Por quais motivos
pensaram e agiram desta maneira? A resposta pode estar relacionada
com as mesmas causas do início do movimento pietista entre os
luteranos na Alemanha, ou seja, a perda dos reais propósitos da
educação teológica formal. No século XIX, as universidades
protestantes abandonaram gradativamente o seu principal objetivo de
preparar ministros, se secularizaram, desvalorizaram o curso de
teologia e sob a influência do advento do iluminismo adotaram uma
postura teológica liberal.
Matos,
nos informa que até meados do século XIX, nos EUA, no mesmo período
que acontecia os Despertamentos, os presbiterianos criaram 49
“colleges” (faculdades), os congregacionais 21, os reformados
alemães 4 e os reformados holandeses 1. Entre essas instituições
estavam as universidades de Harvard (1636), Yale (1701) e Princeton
(1746).
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS MISSIONÁRIOS SUECOS NOS
PRIMEIROS ANOS DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL
Os
primeiros anos da Assembleia de Deus no Brasil foram marcados pelo
forte trabalho e presença dos missionários de origem sueca.
Os
pioneiros do trabalho no Brasil foram os missionários Gunnar Vingren
e Daniel Berg, que aportaram em terras brasileiras em 19 de novembro
de 1910. Eles vieram dos Estados Unidos. Conforme Freston:
A
Suécia da época não era a próspera sociedade do bem-estar em que
se transformou posteriormente. Era um país estagnado com pouca
diferenciação social., forçado a exportar grande parte da
população. Mais de um milha de suecos emigram para os Estados
Unidos entre 1870 e 1920.
Berg
chegou aos Estados Unidos em 25 de março de 1902, e Vingren em
novembro de 1903.
Vingren
e Berg tinham o propósito de pregar a mensagem pentecostal. Não
intencionavam abrir igrejas ou fundar uma nova denominação. O
desejo dos missionários era que a mensagem pentecostal, com ênfase
no batismo com Espírito Santo evidenciado pela manifestação do
falar em outras línguas, fosse recebida pelas igrejas no Brasil,
proporcionando dessa forma um grande despertamento espiritual.
O
projeto dos missionários enfrentou uma tão grande resistência, que
acabou promovendo uma divisão na Primeira Igreja Batista do Pará,
vindo este fato a contribuir para o surgimento daquela que se
tornaria a maior denominação evangélica pentecostal do Brasil na
atualidade, a Assembleia de Deus.
A data de 18 de junho de 1911 é tida como a data oficial da fundação da igreja, que inicialmente foi chamada de "Missão da Fé Apostólica". Em 11 de janeiro de 1918, Gunnar Vingren registrou em cartório a "Sociedade Evangélica Assembléia de Deus".
Vingren
e Berg não tiveram por ocasião da partida dos Estados Unidos nenhum
suporte ministerial ou financeiro de igreja ou de alguma organização
missionária americana ou sueca. O relato de Gunnar Vingren em seu
diário deixa isso evidente:
Tanto
eu com Daniel já tínhamos recebido todas as confirmações de nossa
chamada divina. Agora só restava nos ocupar dos preparativos, e ver
o que tínhamos de levar conosco. Porém, em vez de receber alguma
coisa, tivemos de dar tudo. Eu havia sacrificado o privilégio de ter
cursado durante quatro anos no seminário batista, e renunciado a
chance de ser enviado como missionário deles à Índia. E o Daniel
também não tinha nada. Ali estávamos os dois sem nenhum recurso,
sem pertencer a nenhuma denominação. Porém pertencíamos à
denominação do Céu.
O
apoio que os missionários receberam da missão sueca, principalmente
através da Igreja Filadélfia de Estocolmo, presidida pelo pastor
Lewi Pethrus foi algo que aconteceu posteriormente. Em 10 de outubro
de 1914 chegou ao Brasil o primeiro casal de missionários ligado à
missão sueca, Otto e Adina Nelson, oriundos da cidade de Chicago,
EUA. Em 05 de junho de 1916, na Igreja Filadélfia de Estocolmo, o
casal Samuel e Lina Nyström foram separados para o trabalho
missionário no Brasil, aonde chegaram no dia 18 de agosto de 1916,
na cidade de Belém do Pará.
Lewi
Pethrus e Daniel Berg foram grandes amigos durante a juventude na
Suécia. Desceram às águas batismais no mesmo dia, em 12 de
fevereiro de 1899. Certamente, a amizade entre Petrus e Berg foi
decisiva para o apoio da missão sueca ao trabalho dos pioneiros no
Brasil. Daniel Berg viajou para a Suécia em 1914, ocasião esta onde
manteve contato com Lewi Pethrus, e foi convidado para pregar, dar um
relatório do trabalho no Brasil, e levantar uma oferta na Igreja
Filadélfia de Estocolmo.
Dos
dois missionários pioneiros, apenas Gunnar Vingren tinha formação
teológica. Ele realizou seus estudos na Faculty of the Divinity
School, de 1904 a 1909, sendo diplomado pela Swedish Theological
Seminary, da University of Chicago (USA).
Com
o passar dos anos, outros missionários suecos vieram para o Brasil,
no sentido de cooperar com a evangelização da nação.
O
preparo teológico dos missionários suecos acontecia em escolas
bíblicas informais, que duravam três meses, num curso intensivo que
objetivava a formação de pregadores pentecostais, onde recebiam ao
final um certificado de participação, e o título de
"evangelistas". O curso era de caráter informal, mais
servia de pré-requisito para a ordenação ao ministério ou para o
envio ao campo missionário, como era o caso dos obreiros filiados à
Igreja Filadélfia, liderada pelo pastor Lewi Pethrus. Na Suécia,
eram também realizadas conferências anuais, tidas como importantes
para a formação dos obreiros, que duravam uma semana.
Duas
questões são no mínimo curiosas, quando se trata da questão
teológica nas Assembleias de Deus no Brasil. A primeira se refere ao
fato de que o grande patrocinador da missão sueca no Brasil, Lewi
Pethrus, teve formação teológica. Em seu diário ele faz o
seguinte relato:
Durante
o meu primeiro período no campo, tinha pensado em não procurar
nenhuma escola de teologia. Eu sabia que naquele tempo os pregadores
que mais se destacaram no meio evangélico, Charles Spurgeon e Dwight
Moody, não tinha nenhuma formação teológica. Amigos e conhecidos
falaram comigo, mas como isso deveria se feito, a minha vontade de
ler me influenciou muito, como também o pensamento de que talvez
somente grandes e talentosos podiam conseguir sozinhos. Então decidi
entrar no Seminário Betel, em Estocolmo. [...] Eu tinha facilidade
de aprender. [...] eu passava a maior parte do tempo na biblioteca.
Dessa
forma, em 1904, Pethrus iniciou seus estudos teológicos numa
instituição formal, concluindo-os em 1906. Em seus escritos,
pode-se perceber alguns fatores que vieram a contribuir para o
antagonismo acadêmico que norteou o pensamento dos missionários
suecos no Brasil. Tais fatores foram:
-
O tempo demasiadamente gasto com matérias profanas (seria por acaso
uma referência, por exemplo, ao estudo da filosofia?);
-
A grande ênfase no aprendizado teórico de disciplinas como exegese,
dogmática, história da igreja e idiomas bíblicos;
-
O declínio de sua vida espiritual face ao seu envolvimento com
brincadeiras frívolas e piadas nas relações diárias no seminário.
Ele tornou-se um dos brincalhões mais avançados;
-
O envolvimento com bebidas alcoólicas durante o curso, influenciado
por colegas de pensamento “livre”, que o fizeram desistir de sua
atitude puritana;
-
Os conflitos espirituais que resultaram desta nova e mundana conduta.
Outro
fator pode ter sido a teologia liberal que norteava o pensamento do
clero luterano da Igreja Estatal na Suécia. A atitude negativa de
Pethrus para com as instituições formais de ensino teológico é
expressa na declaração abaixo:
Apesar
de nossas atitudes negativas em relação a uma escola de pregadores
(Seminário), a questão vinha à tona de vez em quando. Nunca fui
contra a educação através dos livros; considero isso de grande
valor. Todavia, isso causou grandes danos quando o trabalho cristão
foi colocado no lugar errado, e chegaram a empurrar isso para fora
que é muito mais significativo para o Reino de Deus.
Pethrus
resistia a ideia de uma educação teológica desassociada e fora do
ambiente da igreja local.
A
segunda questão que nos chama a atenção é sobre o silêncio de
Gunnar Vingren sobre a educação teológica. Sobre isso, Alencar
comenta:
Interessante,
porém, é seu silêncio sobre a educação teológica apesar de ele
ser um aluno formado em seminário, pois, em seus textos para os
jornais nunca se pronunciou contra ou a favor – quando outros
suecos escreviam contra.
Teria
Vingren silenciado para não ter problemas ou para não provocar
algum mal estar com a missão sueca, e fazendo assim, não ir de
encontro ao pensamento de Pethrus sobre o assunto? Teria sido
influenciado pelas ideias antiintelectuais que nortearam o início do
movimento pentecostal? Por alguma experiência passada, ou uma nova
visão e expectativa em torno da obra no Brasil teria mudado a sua
mentalidade acerca da importância e do valor do preparo teológico
formal? Talvez um dia tenhamos a resposta precisa para o silêncio de
Vingren.
Uma
análise crítica apresentada por Nañez, de pessoas de fora, e
outras de dentro do movimento pentecostal, identifica alguns males
que o posicionamento extremado, contrário e resistente a uma
educação teológica formal causou no movimento pentecostal, e
consequentemente nas Assembleias de Deus no Brasil. São eles:
-
Falta de profundidade teológica;
-
Tendência em elaborar doutrinas baseadas em experiências;
-
Nossa vulnerabilidade diante das ondas e dos modismos teológicos;
-
A subjetividade na interpretação das Escrituras, resultando numa
eisegese (o que eu quero que o texto diga, e não o que o texto de
fato diz);
-
O abuso nas alegorias e na espiritualização do texto na pregação
e no ensino, em vez da aplicação dos princípios presentes no
texto;
-
A disseminação da ideia de que espiritualidade e intelectualidade,
Espírito e estudo, simplicidade de vida e profundidade teológica
não se combinam.
Como
pode-se perceber, toda posição extremada, por algum benefício que
possa produzir, sempre promoverá também os seus males. O
equilíbrio, a temperança e o fervor pensante sempre serão o melhor
caminho a seguir.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS MISSIONÁRIOS
NORTE-AMERICANOS NAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL
Felizmente, nem todos que foram alcançados pelo movimento pentecostal adotaram uma postura anti-intelectual e contrária a educação teológica formal.
Com
a perspectiva escandinava de formação de obreiros, a ideia da
criação de institutos bíblicos para a educação teológica formal
nas Assembleias de Deus só começou a ser discutida após a chegada
dos primeiros missionários norte-americanos, entre os anos 30 e 40.
Dentre eles, podemos destacar John Peter Kolenda, formado pelo
Instituto Bíblico em Pasedena, Califórnia, que chegou ao Brasil em
outubro de 1930, e Lawrence Olson, formado pelo Central Bible
College, Springfield, Missouri, que aportou em terra brasileiras em
07 de setembro de 1938.
Os missionários norte-americanos, diferentemente dos escandinavos, optavam pela criação de institutos bíblicos, caracterizados pelo ensino formal das Escrituras, através de cursos de longa duração. Nos EUA, era comum o fato de um obreiro precisar se submeter, antes da sua ordenação, a um preparo médio de quatro anos em um instituto bíblico. Sobre isso escreveu Brenda:
A
influência americana se faz sentir principalmente na área de
educação teológica. Os suecos admitiam apenas o modelo de Pethrus,
de escolas bíblicas de poucas semanas, sem diplomas. Acima de tudo,
resistiam a ideia de vincular o pastorado com a formação teológica.
A tentativa de um missionário americano de implantar um seminário
em 1948 naufragou na resistência dos suecos e da maioria dos
brasileiros.
As
primeiras tentativas de iniciar um treinamento bíblico sistematizado
para os ministros das Assembleias de Deus e para os demais irmãos
chamados à obra do Senhor, aconteceram na década de 40, idealizado
pelos missionários americanos J. P. Kolenda e Lawrence Olson, “que
não foi muito bem recebido por causa de certa oposição que havia
naquele tempo ao treinamento teológico”
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NAS ASSEMBLEIAS DE DEUS ENTRE OS ANOS DE 1935 e
1979
Segue
abaixo um resumo em ordem cronológica dos fatos que desencadearam a
introdução e o desenvolvimento da educação teológica formal nas
Assembleias de Deus no Brasil:
1935
(Convenção Geral em J. Pessoa-PB) - Foi decidido que a partir de
1936 haveria anualmente três grandes Escolas Bíblicas de Obreiros
das Assembleias de Deus no Brasil, sendo uma no Norte, outra no
Nordeste e outra no Sul (Sul-Sudeste). A decisão não foi levada
adiante, voltando a ser discutida em 1937.
1937
(Convenção Geral em São Paulo-SP) - O missionário Gustav
Bergström pediu a criação de uma Escola Bíblica anual, com
duração mínima de dois meses, para todos os obreiros do Brasil e
aspirantes ao ministério. Foi resolvido diante do pedido, que a
Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, liderada por Nils Kastberg,
realizaria essa primeira Escola Bíblica especial, que deveria durar
um mês ou, no mínimo, 15 dias. As igrejas custeariam as passagens
despesas dos alunos, que deveriam ser irmãos vocacionados e
desejosos de aprender. A proposta foi aprovada por unanimidade.
1943 (4ª Semana Bíblica das Assembleias de Deus no Brasil em São Cristovão-RJ) - Surge os primeiros debates convencionais sobre o ensino teológico formal nas Assembleias de Deus no Brasil, tendo como apresentador do assunto o pastor John Peter Kolenda. Na discussão sobre o assunto, o pastor Paulo Leivas Macalão falou da possibilidade de se criar uma escola bíblica noturna para obreiros, com aulas semanais fixas nos dias em que os obreiros tivessem as noites livres dos cultos principais. Um plano de estudo por correspondência foi também apresentado. O missionário norte-americano Lawrence Olson foi mais além, propondo que as Assembleias de Deus no Brasil abrissem institutos bíblicos, escolas teológicas e seminários pelo país. O pastor Paulo Leivas Macalão discordou da proposta do missionário Lawrence Olson, alegando que um investimento desse nível na formação teológica do obreiro poderia causar certa arrogância intelectual e esfriamento espiritual. Um meio termo foi sugerido pelo presidente da mesa, o pastor Samuel Nyström. O pastor John Peter Kolenda, diante do impasse, propôs que a sugestão do pastor Macalão fosse aprovada, e um curso teológico por correspondência fosse implementado, acompanhado de uma lista de livros devidamente selecionados. Na resolução sobre o assunto, o referido curso seria feito por intermédio do jornal Mensageiro da Paz, onde o irmão Samuel Nyström ficaria responsável pelo curso e pelos cooperadores neste novo empreendimento.
1943 (4ª Semana Bíblica das Assembleias de Deus no Brasil em São Cristovão-RJ) - Surge os primeiros debates convencionais sobre o ensino teológico formal nas Assembleias de Deus no Brasil, tendo como apresentador do assunto o pastor John Peter Kolenda. Na discussão sobre o assunto, o pastor Paulo Leivas Macalão falou da possibilidade de se criar uma escola bíblica noturna para obreiros, com aulas semanais fixas nos dias em que os obreiros tivessem as noites livres dos cultos principais. Um plano de estudo por correspondência foi também apresentado. O missionário norte-americano Lawrence Olson foi mais além, propondo que as Assembleias de Deus no Brasil abrissem institutos bíblicos, escolas teológicas e seminários pelo país. O pastor Paulo Leivas Macalão discordou da proposta do missionário Lawrence Olson, alegando que um investimento desse nível na formação teológica do obreiro poderia causar certa arrogância intelectual e esfriamento espiritual. Um meio termo foi sugerido pelo presidente da mesa, o pastor Samuel Nyström. O pastor John Peter Kolenda, diante do impasse, propôs que a sugestão do pastor Macalão fosse aprovada, e um curso teológico por correspondência fosse implementado, acompanhado de uma lista de livros devidamente selecionados. Na resolução sobre o assunto, o referido curso seria feito por intermédio do jornal Mensageiro da Paz, onde o irmão Samuel Nyström ficaria responsável pelo curso e pelos cooperadores neste novo empreendimento.
1946
(Convenção Geral em Recife-PE) - O pastor John Peter Kolenda
defende a proposta feita pelo missionário Lawrence Olson na Semana
Bíblica de 1946, sobre a abertura de institutos bíblicos das
Assembleias de Deus no Brasil. O primeiro deveria ser erguido na zona
central do Brasil. O pastor Samuel Nyström falou da possibilidade
destes espaços não serem propriamente formadores de obreiros, mas,
que iniciassem os irmãos no desenvolvimento ministerial. O
missionário Virgil Smith fez uma proposta onde, com base na grande
necessidade de institutos bíblicos no Brasil, e pelo interesse
demonstrado pelo assunto, a Convenção autorizasse o irmão Kolenda
a solicitar ofertas nos Estados Unidos para esse projeto, e também a
procurar um terreno ou prédio, onde a aquisição da propriedade
contasse com a colaboração dos pastores da região. A proposta foi
cuidadosamente considerada e aprovada por grande maioria dos votos.
1948
(Convenção Geral em Natal-RN) - Os debates sobre a necessidade do
ensino teológico formal e da criação de institutos bíblicos foi
novamente levantado pelo pastor John Peter Kolenda. Leonard Pettersen
citou na ocasião Efésios 4.11-16, e resistindo a idéia do ensino
teológico formal, aconselhou a não se afastar dos princípios
bíblicos na preparação dos obreiros. John Peter Kolenda, na
sequência, discordou da interpretação que Pettersen dera ao texto
de Efésios citado, e reafirmou a necessidade de se fundar institutos
bíblicos no Brasil. Do lado de Pettersen ficou o pastor Eugênio
Pires, que afirmou termos uma escola, a de Jesus, que não deveria
ser orientada por determinada pessoa. O missionário Gustav Nordlund
também foi contrário a proposta de Kolenda, alegando que tal
iniciativa poderia comprometer o despertamento e afastar os obreiros
dos princípios bíblicos. O pastor Francisco Pereira Lemos se uniu
aos opositores, criticando o já existente curso por correspondência
e alertando quanto ao perigo do formalismo, já presente em outras
denominações. O irmão Kolenda retomou a palavra afirmando que
embora "o curso por correspondência não tenha aproveitado
alguns, não devemos fazer-lhe injustiça, pois a outros aproveitou".
O irmão Kolenda perguntou ainda que perigos haveria na criação de
um instituto bíblico. Um das respostas dadas partiu de Leonard
Pettersen, explicando que se o instituto fosse criado apartado da
igreja, quebraria com isso princípios bíblicos. O pastor José
Bezerra defendeu a posição de Kolenda, afirmando "não haver
perigo em receber instruções, se o instituto souber aproveitá-las".
Teixeira Rego foi outro contrário a criação de institutos
bíblicos, advertindo contra o formalismo, aconselhando a permanecer
nos moldes antigos. Francisco Pereira reafirmou sua posição,
acrescentando que considerava os institutos bíblicos uma fábrica de
pregadores. O missionário Nels Nelson também falou, temendo que os
institutos promovessem o impedimento do despertamento. Uma posição
conciliadora foi mais uma vez apresentada por Samuel Nyström, que
entendendo a necessidade de um maior preparo teológico para os
obreiros, sugeriu um melhor investimento nas escolas bíblicas de
obreiros regionais. Sobre esse episódio, na biografia de J. P.
Kolenda, Brenda escreve:
Tio
João se encontrava na Convenção Geral das Assembleias de Deus em
Natal, Brasil. Infelizmente, ele era o único missionário
norte-americano presente. Naquela ocasião sentiu muito a falta do
irmão Lawrence Olson. Por outro lado, ali estavam nove missionários
suecos. [...] Tio João propôs na Convenção que institutos
bíblicos fossem iniciados, mas cada vez que se levantava e falava,
havia nove discursos dos seus irmãos suecos, manifestando-se contra
a iniciativa proposta. Citavam Yale, Harvard e Oberlin, que começaram
com zelo e objetivo cristão, mas que acabaram adotando o modernismo.
A
implantação de institutos teológicos vinculados às Assembleias de
Deus no Brasil começou a ser concretizado em 15 de outubro de 1958,
com a fundação do IBAD – Instituto Bíblico das Assembleias de
Deus, na cidade de Pindamonhangaba-SP, pelo casal de missionários
americanos João Kolenda Lemos e sua esposa, Ruth Doris Lemos. Em
1961, através da iniciativa do missionário N. Lawrence Olson, foi
fundado no Rio de Janeiro o IBP - Instituto Bíblico Pentecostal. A
fundação desses institutos bíblicos de educação teológica
formal não foi iniciativa da liderança nacional das Assembleias de
Deus. Seus fundadores, verdadeiros “heróis da resistência”,
sofreram forte resistência da maioria dos missionários suecos e de
vários obreiros nacionais.
No
dia 26 de janeiro de 1973, após oito reuniões realizadas entre 1971
e o ano em curso, por ocasião da Convenção Geral realizada na
cidade de Natal-RN, a Comissão de Educação Religiosa da CGADB
apresentou o seu relatório, reconhecendo o IBAD - Instituto Bíblico
das Assembleias de Deus. No dia 22 de janeiro de 1975, durante a
Convenção Geral realizada em Santo André-SP, foi a vez do IBP –
Instituto Bíblico Pentecostal ser reconhecido. Em 22 de janeiro de
1979, durante a Convenção Geralem Porto Alegre-RS, a Comissão de
Educação Religiosa da CGADB apresentou a proposta, que foi aprovada
por unanimidade, sobre a criação da EETAD - Escola de Educação
Teológica das Assembleias de Deus no Brasil, com sede em
Campinas-SP. A EETAD ofereceria formação bíblico-teológica,
favorecendo os obreiros e leigos das regiões mais distantes dos
grandes centros urbanos, que não tinham a oportunidade de frequentar
cursos com aulas presenciais. Foi adotado um sistema de educação
teológica por extensão. A EETAD foi fundada pelo missionário
norte-americano Bernhard Johnson.
A
partir destes fatos, a educação teológica formal nas Assembleias
de Deus no Brasil, mesmo enfrentando focos de resistência, avançou
através de outras grandes iniciativas e ações por parte daqueles
que entenderam o seu valor, e que perceberam a grande contribuição
que poderia dar ao pentecostalismo clássico assembleiano.
5.2.
A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS BÁSICO DA TEOLOGIA BÍBLICA.
Hemenêutica e Exegese - Princípios Básicos.
Hermenêutica
é um ramo da filosofia que se debate com a compreensão humana e a
interpretação de textos escritos. A palavra deriva do nome do deus
grego Hermes, o mensageiro dos deuses, a quem os gregos atribuiam a
origem da linguagem e da escrita e consideravam o patrono da
comunicação e do entendimento humano.
O
termo "hermenêutica" provém do verbo grego "hermēneuein"
e significa "declarar", "anunciar",
"interpretar", "esclarecer" e, por último,
"traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada
compreensível" ou "levada à compreensão".
Encontra-se
desde os séculos XVII e XVIII o uso do termo no sentido de uma
interpretação correta e objetiva da Bíblia. Spinoza é um dos
precursores da hermenêutica bíblica.
Exegese
é a interpretação profunda de um texto bíblico, jurídico ou
literário. A exegese como todo saber, tem práticas implícitas e
intuitivas. A tarefa da exegese dos textos sagrados da Bíblia tem
uma prioridade e anterioridade em relação a outros textos. Isto é,
os textos sagrados são os primeiros dos quais se ocuparam os
exegetas na tarefa de interpretar e dar seu significado. A palavra
exegese deriva do grego exegeomai, exegesis; ex tem o sentido de
ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por; quer dizer, no caso,
conduzir, guiar.
A
exegese é distribuída em 5 bases:
a)
Exegese Estrutural - Doutrina que sustenta que o significado do texto
bíblico está além do processo de composição e das intenções do
autor.
b)
Exegese Gramático-histórica - princípio de interpretação bíblica
que leva em conta apenas a sintaxe e o contexto histórico no qual
foi composta a Bíblia.
c)
Exegese Teológica - Princípio de interpretação bíblica que toma
por parâmetro as doutrinas sistematizadas pelos estudiosos da
Igreja.
d)
Texto e Contexto - O texto bíblico é a passagem focalizada como um
todo significado dependente do contexto para interpretação. O
contexto é o que vem antes e depois do texto .
e)
Contexto Bíblico e Histórico - O contexto bíblico realiza-se na
própria Bíblia. O Contexto histórico leva em consideração a
época em o autor escreveu. Alguns casos a própria Bíblia oferece o
contexto histórico, mas noutros, é preciso recorrer a livros que
abordem questões culturais e históricas.
Exegese
é dividida em 2 tipos:
a)
Exegese Rabínica - Os judeus interpretavam a Escritura letra a
letra, por causa da noção de inspiração que tinham. Se uma
palavra não tinha sentido perceptível imediatamente, eles usavam
artifícios intelectuais, para lhe dar um sentido, porque todas as
palavras da Bíblia tinham que ter uma explicação.
A
Igreja primitiva herdou muito do rabinismo.
Eles
encontraram nela vários sentidos, a saber: literal, pleno e
acomodatício Literal: Sentido inerente às palavras, expressão pura
e simples da ideia do autor. Pleno: fundado no literal, mas que tem
um aprofundamento não revelado pelo autor. Deus. A palavra do
profeta refere uma situação histórica; a apalavra de Deus refere o
futuro. Acomodatício: é a acomodação a um sentido à parte que
combina com as palavras. É a Bíblia aplicada à realidade apenas
pela coincidência dos textos. Por exemplo, em Mateus se lê “do
Egito chamei meu filho”
...para que se cumprisse a Escritura. Mas o sentido, ou seja, a
aplicação original deste trecho não se referia ao Filho de Deus,
mas à saída do Povo do Egito. Outro exemplo de acomodação é a
aplicação a Maria dos textos do livro da Sabedoria. Estes são mais
literatura que Escritura. Todavia, crendo-se na inspiração,
aceita-se que as palavras do autor podem Ter uma significação mais
profundo que a original.
b)
Exegese Católica
Na
exegese católica, partia-se dos escritos dos pais da Igreja para a
Bíblia. Para a cristandade defensora dessa exegese, a Bíblia dizia
aquilo que os pais da Igreja já haviam dito. Hugo de São Vítor
chegou a dizer: “aprende primeiro o que deves crer e então vai à
Bíblia para encontrares a confirmação”. Principalmente na idade
média, a exegese esteve de mãos atadas pelas tradições e pela
autoridade dos concílios. A regra era apegar-se ao máximo aos
métodos tradicionais de interpretação valorizando mais a tradição
e menos a Bíblia.
A
Exegese Protestante
Surgiu
do protesto de alguns cristãos contra a autoridade da Igreja como
intérprete fiel da Bíblia. Lutero instituiu o princípio da “sola
scriptura” (só a Escritura), sem tradição, sem autoridade, sem
outra prova que não a própria Bíblia. A partir daquele instante,
os Protestantes dedicaram-se ao estudo mais profundo da Bíblia,
antecipando-se mesmo aos Católicos. Mas o princípio posto por
Lutero possibilitou um desastre hermenêutico, pois ele mesmo disse
que cada um interpretasse a Bíblia como entendesse, isto é, como o
Espírito Santo o iluminasse.
Por
causa deste entendimento de Lutero surgiram várias correntes de
interpretação, que podem se resumir em Três: a conservadora,
a racionalista
e a Hegeliana.
A
conservadora parte daquele princípio da inspiração como ditado, em
que se consideram até os pontos massoréticos como inspirados. Não
se deve aplicar qualquer método científico para entender o que está
escrito. É só ler e, do modo que Deus quiser, se compreende.
A
racionalista foi influenciada pelo iluminismo e começou a negar os
milagres. Daí passou-se à negação de certos fatos, como os
referentes a Abraão. Afirmam que as narrações descritas, como
prova o vocabulário, os costumes, são coisas de uma época
posterior, atribuído àquela por ignorância. Esta teoria teve muito
sucesso e começaram a surgir várias ‘vidas’ de Jesus em que ele
era apresentado como um pregador popular, frustrado, fracassado.
Hegeliana.
Nessa perspectiva, o apóstolo Paulo, entusiasmado, teria feito uma
doutrina, que a atribuiu a Cristo (tese). Depois, João, com seu
Evangelho constituiu a antítese. Finalmente Marcos fez a síntese.
Essa
pequena definição de hemenêutica e exegese no contexto teológico
é no mínimo considerada básica, mas muitissmo importante. Só isso
não basta para a interpretação de um texto. Para um aprofundamento
maior e mais exato seria necessário o conhecimento das formas e
gêneros literários, que têm um papel determinante na interpretação
de textos, conhecimento da história da filosofia e conhecimento do
contexto histórico abordado.
E
se isso tudo é apenas considerado como básico e introdutório, fica
então praticamente impossível alguém com uma leitura superficial
de um texto bíblico se considerar um profundo conhecedor do "assunto
sugerido" A Palavra de Deus.
Claro
que no conceito de poder de Deus e seus milagres essas observações
não são aplicadas. Aquilo que não foi revelado por Deus não pode
ser debatido e não tem nenhuma relevância a sua cogitação como
disputa de superioridade de conhecimento.
O
verdadeiro sábio não perde tempo tentando explicar o que não tem
explicação.
Um
pouco mais sobre - Teologia Bíblica
No
entanto, você vai notar que a Bíblia não foi escrita em tópicos,
ou organizada de forma temática. Esta observação levou os teólogos
nos últimos dois séculos a olhar para a forma como a própria
Bíblia apresenta a teologia. Uma dessas abordagens tem sido chamada
de "Teologia Bíblica".
Agora,
temos de ter cuidado aqui, porque o "teologia bíblica"
pode ser entendida em sentido amplo e restrito. Em um sentido geral,
amplo, a teologia bíblica é a "teologia que é fiel ao
conteúdo da Bíblia." Em outras palavras, é qualquer teologia
que reflete com precisão o ensino da Escritura, incluindo a teologia
sistemática. Certamente, para os evangélicos certificar-se que toda
a teologia é bíblica, nesse sentido, é muito importante.
Mas,
observando além das questões de conteúdo, em sentido mais técnico
e restrito, a "teologia bíblica" é a teologia que está
em conformidade com as prioridades das Escrituras. Nessa perspectiva,
a teologia bíblica não adere apenas ao que a Bíblia ensina, mas
também como a Bíblia organiza sua teologia. É neste sentido,
técnicos estreito, que a teologia bíblica tornou-se um disciplina
formal no século 20.
Como
é que a teologia bíblica faz a diferença? Então, como funciona a
teologia bíblica, exatamente? E esta abordagem faz qualquer
diferença em nossa compreensão da Bíblia?
No
que se refere à primeira questão, entre os evangélicos a teologia
bíblica "funciona" através de um processo que chamaremos
de análise histórica. Para os nossos propósitos, podemos resumir
essa abordagem, desta forma: "A teologia bíblica é a reflexão
teológica elaborada a partir da análise histórica dos atos de Deus
relatados na Bíblia." Ao invés de olhar para as formas como a
Bíblia aborda tópicos ou temas específicos que podem ser do seu
interesse, nós teólogos bíblicos procuram compreender como Deus se
revela, sua vontade para nós nos acontecimentos históricos
registrados na Bíblia.
Quanto
à segunda pergunta: "Será que isso faz alguma diferença?"
A resposta é um enfático "Sim!". Em um nível muito
básico, ela nos lembra que a nossa fé cristã é baseada em fatos
que realmente aconteceram no mundo. Por exemplo, os leitores modernos
são freqüentemente tentados a ler os relatos da criação e da
queda como relatos fantasiosos da origem e que não acarretam muito
peso em relação ao que realmente aconteceu nas primeiras fases da
história humana.
Mas,
um estudo dessas histórias a partir de uma perspectiva histórica
nos lembra que Moisés ensinou à Israel informando o que realmente
aconteceu naqueles dias. O mesmo acontece com as histórias da
ressurreição de Cristo e do seu futuro retorno na glória. Apesar
de muitas pessoas tratarem esses e relatórios similares do Novo
Testamento como antigas fantasias, a teologia bíblica nos ajuda a
ver que eles relatam o que Deus tem feito no passado e fará no
futuro. A teologia cristã não é com base na fantasia, mas no fato.
Por
Richard Pratt.
5.3.
O QUE A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA REALMENTE DEVE PROPORCIONAR A SEUS
APRENDIZES.
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DEVE PROPORCIONAR UMA MATURIDADE NA VIDA DO
VERDADEIRO CRISTÃO, CRESCIMENTO ESPIRITUAL, SANTIDADE, DAR
CONHECIMENTOS PROFUNDOS SOBRE OS ENCINAMENTOS DAS DOUTRINAS DA
PALAVRA DE DEUS. TEOLOGIA, UMA NECESSIDADE PARA CADA CRISTÃO
VERDADEIRO.
Teologia,
Uma Necessidade para a Maturidade Cristã.
Introdução:
Ainda
existem grupos isolados, e individuais, que condenam o estudo da
Teologia, argumentando que isso é perca de tempo, de pessoas
vaidosas, movidas pela “carne”. Argumentam que para se ser um
verdadeiro cristão ninguém necessita conhecer teologia mas ter uma
vida cheia do Espírito Santo. A maioria dos argumentos contrários
ao estudo da teologia é baseada na ignorância total do assunto,
começando pelo próprio significado da palavra e de alguns textos
bíblicos; como “a letra mata e o espírito vivifica” – II Co
3:6. I.
Definições e conceitos sobre a teologia.
A.
Definições:
1.
A palavra deriva dos vocábulos “teos” (deus) e logia
(conhecimento). Portanto, teologia é o conhecimento acerca de Deus.
2.
Tecnicamente é “o estudo organizado e lógico de toda verdade
revelada acerca de Deus e de Sua relação para com o homem e as
demais coisas criadas.
B.
Conceitos:
1.
A teologia é a exposição teórica da religião, que são os atos
da relação do homem com Deus.
2.
Teologia bíblica é o sentido ou significado das Escrituras aplicado
ao homem.
3.
Modernamente, usa-se o termo teologia para indicar certo número de
disciplinas (ou assuntos) inter-relacionadas; como a teologia
dogmática, sistemática, bíblica, moral etc. São os vários tipos
de teologias.
4.
O termo teologia é técnico e não se encontra na Bíblia, mas
corresponde a palavra bíblica “doutrina”. Lc 4:32; Rm 6:17.
II.
Os benéficos da teologia na maturidade cristã.
A.
Evita o extremismo e o mau uso da Bíblia – II Jo 1:9; II Pd
3:15-18.
B.
Proporciona embasamento seguro da fé professada – II Tm 1:12.
C.
Garante a certeza do que se prega – Rm 10:8.
D.
Proporciona melhores condições de defesa da fé diante dos
incrédulos e falsos cristãos – I Pd 3:15,16.
E.
Proporciona uma relação segura com Deus – Os 6:3.
F.
Proporciona habilidade no manejo das Escrituras – II Tm 2:15 (Cl
4:5,6).
G.
Melhora a auto-estima pessoal, porque o conhecimento é libertador –
I Co 9:18-20.
III.
Fundamentos da Teologia que necessitamos conhecer. Não
basta termos uma teologia, precisamos da boa teologia, segundo a
Bíblia.
(Cuidados
com a Teologia).
A.
“Teologias” que devemos evitar.
1.
A teologia humanista. É baseada no pensamento, na razão, na justiça
e nos princípios humanos. Fala de Deus de uma visão antropológica.
2.
A teologia do medo. Seu fundamento é o medo de Deus e da vida. E
ensina o escapismo como forma de religião. Teologia de Adão, de
Caim, de Judas e outros.
3.
A teologia da ciência. Seu fundamento são as afirmações e teses
científicas.
4.
A teologia racional. É fundamentada no que a razão aceita como
possível. É, muitas vezes, travestida de filosofia.
5.
A teologia da conveniência. De acordo com as conveniências
pessoais, grupais ou organizacionais, se defende um pensamento. Ex:
Quem dá ao pobre empresta a Deus.
6.
A teologia eventual – Reflete as tendências e modas de um
determinado momento histórico, eclesiástico, político e social,
sem consistência bíblica permanente. Exemplos disso: teologia da
prosperidade, teologia da libertação, teologia da adoração,
teologia da família, teologia do amor etc.
B.
Fundamentos da Teologia que devemos defender.
1.
Sua revelação suprema é Cristo e a doutrina dos apóstolos os seus
fundamentos – Mc 1:27; Ef 3:3-6 (At 2:42).
2.
É concentrada em Cristo e na sua obra em favor da igreja – Rm
16:25,26.
3.
Seu elemento fundamental é a fé e não a razão – I Co 1:19-25 (I
Co 3:19,20).
4.
Sua verdade é aplicada em todos os tempos e lugares e não se altera
com as mudanças e circunstâncias – Tg 1:17.
5.
Sua verdade é atual e escatológica ou profética. Não se aplica a
um só momento ou circunstância mas ultrapassa o véu do tempo – I
Jo 5:20.
6.
Sua inspiração e base é a Bíblia Sagrada, corretamente traduzida
e
interpretada
– II Pd 1:20,21.
C.
Cuidados que necessitamos ter no manuseio da teologia.
1.
Pensar com moderação – Rm 12:3.
2.
Não ultrapassar a doutrina de Cristo – I Jo 5.
3.
Limitar-se ao que foi revelado – I Co 2:11 (Rm 16:25,26).
4.
Não ensoberbecer pelo conhecimento adquirido – I Co 4:6,7; 8:1,2.
5.
Tornar o conhecimento útil ao corpo de Cristo – II Co 3:14-17 (Ef
4:11-15).
6.
Não apoiar-se no conhecimento pessoal, que será sempre parcial,
como se fosse o Senhor do saber – I Co 13:12.
Conclusão:
A
verdadeira teologia é originada no coração de Deus; revelada
através de Cristo e registrada na Bíblia por homens piedosos. Sua
finalidade é a restauração da comunhão do homem com Deus e a
edificação do corpo de Cristo – a igreja.
6.
REALIDADES ATUAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NO BRASIL
6.1
AS DISTORÇÕES E SUAS MOTIVAÇÕES.
Na
realidade a teologia no Brasil esta entrando por um caminho bastante
não biblico. Claro que nem todos os teologos, professores e igrejas,
mas hoje temos muitas heresias na teologia brasileira. Uma deslas tem
abordado e combatido nos últimos
tempos o reverendo Augustus Nicodemus.
O
reverendo presbiteriano Augustus Nicodemus abordou a teologia da
prosperidade em um
artigo publicado no blog “O tempora, O mores”, e fez comparativos
entre erros e acertos da mensagem baseada nos princípios da busca
pelo enriquecimento através da Bíblia.
Segundo
Nicodemus, a teologia da prosperidade erra na ênfase que aplica aos
textos bíblicos, e que ela passa por verdadeira pois não comete
“heresias” em relação à pessoa de Jesus Cristo.
-Uma
das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o
que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é
diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons
e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo.
A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico.
Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do
Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a
teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz – afirma o
chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Augustus
Nicodemus afirma que a teologia da prosperidade “está certa quando
diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos
materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção
vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que
podemos revindicar ou exigir dele”.
O
reverendo ressalta que a pregação teológica que enfatiza o
enriquecimento acerta ao “identificar os poderes malignos e
demoníacos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de
identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a
ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com
expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social,
político e econômico”.
Falando
sobre a influência que a teologia da prosperidade recebe da teologia
de confissões positivas, Augustus Nicodemus afirma que estas “não
têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe
materialmente”.
Para
o reverendo presbiteriano, “a teologia da prosperidade, à
semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha
espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do
contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda
a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se
encaixam”.
Nicodemus
encerra seu artigo afirmando que o resultado disso é a distorção
da religião cristã em sua essência: “Ao final, o que temos é
uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que
dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da
época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa
casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de
Vigia”, referindo-se às seitas Mórmon e Testemunhas de Jeová,
que são consideradas heréticas.
Confira
abaixo a íntegra do artigo “Afinal, o que está errado com a
teologia da prosperidade”, do reverendo presbiteriano Augustus
Nicodemus:
Apesar
de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e
fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a
teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas
evangélicas no Brasil.
Uma
das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o
que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é
diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons
e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo.
A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico.
Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do
Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a
teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.
-
Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus
filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que
qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós
temos e que podemos revindicar ou exigir dele.
-
Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais,
mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las
quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou
fidelidade de nossa parte.
-
Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de
maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo
o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas
declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer
com que Deus nos abençoe materialmente.
-
Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra
quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
-
Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da
viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está
disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender
nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar
materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
-
Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por
detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar
outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a
mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de
demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e
econômico.
-
Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas
erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis
sofram muito aqui neste mundo.
-
Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar
prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a
estas orações não significa que Ele está irado conosco.
-
Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus
recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra
quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o
sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de
Deus.
-
Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra
quando deixa de dizer que o critério final para as respostas
positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana
de Deus.
-
Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra
quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e
nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.
-
Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz
os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a
Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e
provisórias, como bens materiais e saúde.
A
teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação
e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto
biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o
utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas
aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma
religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente
poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que
falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para
oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia…
6.2
O ALCANCE E DESEMPEMNHO DAS DISTORÇÕES.
O
alcance e desempenho das DISTORÇÕES das teologias não
biblicas tem sido assuntador no Brasil. Mas isto tem um motivo,
existem RAÍZES
destas DISTORÇÕES,
é
o que vamos abordar agora. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: RAÍZES DA
DISTORÇÃO!
Para
satisfação de alguns e espanto da maioria, o movimento da
"confissão positiva" tem se alastrado na comunidade
evangélica brasileira nos últimos anos. Conhecido popularmente como
a "teologia da prosperidade", esta corrente doutrinária
ensina que qualquer sofrimento do cristão indica falta de fé.
Assim, a marca do cristão cheio de fé e bem-sucedido é a plena
saúde física, emocional e espiritual, além da prosperidade
material. Pobreza e doença são resultados visíveis do fracasso do
cristão que vive em pecado ou que possui fé insuficiente.
Outros
ensinos pouco ortodoxos caracterizam a confissão positiva, conhecida
também como "evangelho da saúde e da prosperidade'', '
'palavra da fé'' ou ainda como "movimento da fé". Seus
líderes apregoam que os humanos possuem a natureza divina, que
consultar médicos ou tomar remédios é pouco recomendável para o
cristão, que Jesus foi milionário e que a soberania de Deus é
limitada pela vontade humana.
A
confissão positiva tem causado muita controvérsia e deixado um
rastro de tragédias, desapontamentos e confusão em muitas igrejas
de diferentes denominações. Para surpresa de muitos, as igrejas
evangélicas tradicionais estão entre as mais vulneráveis a este
movimento.
Não
se pode negar que o movimento de confissão positiva tem várias
coisas a nos ensinar, tais como orar com fé, orar crendo nas
promessas de Deus e ter uma mente positiva, evitando, assim, atitudes
pessimistas, tão comuns em muitas pessoas que se dizem cristãs.
Nestes aspectos, precisamos reconhecer que a confissão positiva tem
algo a nos transmitir e devemos ser humildes o suficiente para
receber tais ensinos.
Nossa
preocupação é com outros aspectos do movimento abertamente
contrários às Escrituras, com respeito à soberania de Deus, à
pessoa e obra de Jesus Cristo, à natureza do homem, bem como ao
resultado, na prática, ao se abraçar tal ensino.
Antes
de prosseguir, cremos que seria necessário definir o que é este
movimento conhecido como confissão positiva. De acordo com o
Dictionary Of Pentecostal And Charismatic Movements (Dicionário dos
Movimentos Pentecostal e Carismático),
Confissão
positiva é um título alternativo para a teologia da fórmula da fé
ou doutrina da prosperidade promulgada por vários televangelistas
contemporâneos, sob a liderança e a inspiração de Essek William
Kenyon.
A
expressão "confissão positiva" pode ser legitimamente
interpretada de várias maneiras. O mais significativo de tudo é que
a expressão "confissão positiva" se refere literalmente a
trazer à existência o que declaramos com nossa boca, uma vez que a
fé é uma confissão.
A
confissão positiva tem suas origens numa antiga heresia conhecida
como gnosticismo. Esta palavra vem do vocábulo grego gnosis, que
significa "conhecimento". Tal heresia data do primeiro e
segundo séculos da era cristã e ensinava que havia uma verdade
especial, mais elevada, acessível somente aos iluminados por Deus.
Os
gnósticos acreditavam que na natureza humana há o princípio do
dualismo, isto é, que o espírito e o corpo - duas entidades
separadas - são opostos. Para eles, o pecado habitava somente na
carne, tornando-a totalmente má. O corpo podia fazer tudo o que lhe
agradasse, vivendo nos prazeres da carne. O espírito era totalmente
bom. Assim, alguém poderia ter uma vida impura fisicamente e ao
mesmo tempo ser espiritualmente puro.
Judith
A. Mata declara:
Na
virada do século, as seitas gnósticas têm se tornado uma parte da
história religiosa no nosso próprio país. O mormonismo, tornando
homens em deuses, e a Ciência Cristã, com seus métodos de unidade
com a Mente Divina, foram ambos estabelecidos no século passado. A
mitologia do mormonismo e as "leis" da Ciência Cristã são
reflexos diretos do pensamento gnóstico.
Mata
acrescenta ainda:
Há
seitas gnósticas na nossa sociedade hoje, e o movimento Palavra da
Fé é a mais nova e disfarçada de todas as seitas gnósticas que
apareceram nos últimos dois séculos.
Muitas
pessoas no movimento da confissão positiva consideram Kenneth Hagin
como o pai deste ensino. Paul Crouch, presidente da maior rede
evangélica de TV do mundo, conhecida como Trinity Broadcasting
Network (TBN), com sede na Califórnia, E.U.A., refere-se a Hagin
como "papai Hagin". Outros proeminentes pregadores do
evangelho da prosperidade consideram-se de fato discípulos de
Kenneth Hagin. Entretanto, quando se investiga o desenvolvimento
histórico do movimento, chega-se à conclusão de que o verdadeiro
pai da confissão positiva é Essek William Kenyon.
Kenyon
nasceu no condado de Saratoga, Nova York, Estados Unidos, em 1867.
Sua conversão deve ter acontecido quando ele tinha entre 15 e 19
anos de idade. Aos 19 anos, pregou o seu primeiro sermão numa igreja
metodista. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias
escolas, entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por
Charles Emerson.
É
importante saber quem foi Charles Emerson para se compreender a
hermenêutica (ciência que trata da interpretação bíblica) de
Kenyon. Em seu livro A Different Gospel, McConnell comenta que
Charles Emerson foi um colecionador de religiões, um eclético, no
sentido mais verdadeiro da palavra:
Em
seus 40 anos de ministério, a teologia de Emerson evoluiu do
congregacionalismo para o universalismo, para o unitarismo, para o
transcendentalismo, para o Novo Pensamento (Nova Idéia), e terminou,
finalmente, nas mais rígidas e dogmáticas de todas as seitas
metafísicas, a Ciência Cristã. Emerson uniu-se à Ciência Cristã
em 1903 e nela permaneceu envolvido até sua morte, em 1908. Sua
conversão à Ciência Cristã foi a última progressão lógica na
sua evolução metafísica do ortodoxo para o sectário.
McConnell
cita em seu livro uma declaração de Ern Baxter, que torna patente a
influência da Ciência Cristã sobre Kenyon.
“Conheci
Ern Baxtet pessoalmente nos Estados Unidos e estudei a Bíblia com
ele no primeiro semestre de 1979, em San Diego, Califórnia. Confesso
que fiquei bem impressionado com ele e com seus ensinos e tive a
impressão de que ele realmente amava o Senhor. Não sabia,
entretanto, de seu envolvimento com uma prática nada recomendável
sobre o discipulado.
Baxter
estava engajado no Shepherding Movement, movimento que ensinava a
necessidade de cada novo membro no grupo ter um líder espiritual, um
discipulador, a quem contaria todos os seus pecados, fantasias ou
qualquer outro problema do passado e do presente. Chegava-se ao
cúmulo de o discipulador poder decidir sobre a carreira, o curso na
faculdade e até sobre com quem o discípulo deveria se casar,
tolhendo, assim, a liberdade cristã do novo membro e assumindo o
papel do Espírito Santo em sua vida.
Ern
Baxter, que conheceu e conviveu com Kenyon, declara que ele sem
dúvida foi influenciado por Mary Baker Eddy, fundadora da seita
norte-americana Ciência Cristã”.
Veja
o que Baxter tem a dizer sobre isto:
“Minha
razão principal para afirmar isto não se baseia apenas no que
apanhei das coisas metafísicas que ele dizia em nome do
cristianismo, mas também de uma certa tarde em que me fez uma
visita, como já fizera em várias ocasiões. Ele estava sentado
lendo, num canto da sala onde eu tinha uma prateleira com alguns
livros, um dos quais era Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy,
que eu tinha para fins de referência, sendo estritamente contra
quase todos os seus pontos de vista. Mas eu o encontrei lendo o livro
e sorri enquanto passava, não querendo interrompê-lo. Voltei uns 30
ou 40 minutos depois e ele ainda o estava lendo. Então fiz um
comentário e ele respondeu, positivamente, que havia muito que se
poderia aproveitar de Mary Baker Eddy. Aquilo me despertou. Não
posso dizer que me surpreendeu, mas me alertou para o fato de que ele
provavelmente não estava formulando suas posições de fé
inteiramente baseado em sola Scriptura, mas foi influenciado pelos
metafísicos.”
Torna-se
necessário abrir aqui um parêntese para um interessante comentário
de Charles Capps, outro proeminente pregador da Confissão Positiva
do Estado de Arkansas. Num de seus livros ele comenta:
Às
vezes, quando começo a ensinar sobre isso, as pessoas dizem que
parece doutrina da Ciência Cristã. Uma senhora cutucou o marido
numa reunião no Texas (minha esposa ouviu) e disse: ' 'Isto parece
Ciência Cristã''
E
certo que Kenyon esteve envolvido com uma variedade de ministérios e
atividades durante a sua vida. Fez reuniões evangelísticas em San
José, Oakland e em muitas outras cidades da Califórnia. Era sempre
convidado por Aimee Semple McPherson para pregar no Angelus Temple,
em Los Angeles, sede da denominação da Igreja do Evangelho
Quadrangular. Em 1926, assumiu o pastorado de uma igreja batista
independente em Pasadena, também na Califórnia. Fundou a Igreja
Batista Nova Aliança, na cidade de Seattle, em 1931. Logo em
seguida, começou um programa de rádio, tornando-se, assim, um dos
pioneiros deste novo método de evangelização.
Kenyon
faleceu no dia 19 de março de 1948 com a idade de 80 anos. Antes de
sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e
publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde,
alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma
ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos
dentro do corpo de Cristo da atualidade.
Esta
pessoa é Kenneth Erwin Hagin.
6.3
O SEGREDO DO SUCESSO DAS DISTORÇÕES.
O
segredo do sucesso das distorções teológica no brasil e também no
mundo todo é o motivo que os cristãos não levam as coisas de Deus
a sério, substimam o inimigo e a Palavra de Deus. O Diabo por sua
vez fica aplicando sua estratégia, fazendo o povo de Deus cair em
suas ciladas diabolica. O Diabo aplica é exatamente o erro
religioso dentro da Igreja.
As
Astutas Ciladas do Diabo
Talvez
a arma mais poderosa de satanás na sua guerra contra a Igreja seja
exatamente o erro religioso (Efésios 6:10-20). Talvez não haja uma
arma mais eficaz do que esta: difundir o erro de tal forma que as
pessoas fiquem confusas e, assim, a verdade do Evangelho e o
progresso da Igreja seja obstaculado.
Vemos
no texto de Efésios que o apóstolo Paulo nos adverte a estarmos
prontos porque nós temos de lidar com um adversário astuto, muito
mais poderoso do que nós e que emprega ciladas sutis, armadilhas
espertas, disfarçadas. Creio que uma das mais eficazes ciladas que
ele usa neste combate contra a Igreja é exatamente difundir o erro
religioso em meio à Igreja para confundir as pessoas e para
afastá-las da verdade de Deus. As heresias, o erro teológico têm
sido usados pelo diabo contra a Igreja de Cristo desde que a Igreja
nasceu. Ele tem afetado a Igreja e os crentes através da história.
O
apóstolo João nos diz no livro de Apocalipse 12:9, na sua visão,
que viu na ilha de Patmos uns espíritos que ele classifica como
espíritos enganadores:
"E
foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e
satanás, o sedutor de todo o mundo...". Apocalipse 12.9
E
ainda no capítulo 13:11-15 ele diz que viu outra besta emergir da
terra, descreve esta besta e diz no versículo 12 que ela exerce toda
a autoridade da primeira besta na sua presença. No versículo 13 diz
que ela opera grandes sinais que faz com que os que habitam na terra
façam imagens à besta, aquela que foi ferida a espada e sobreviveu.
Então, João quando está narrando o conflito do diabo com a Igreja,
ele menciona esta capacidade e este poder do diabo em produzir
sinais, prodígios e ensinos de mentira com o propósito de desviar a
Igreja da presença de Deus ou da verdade de Deus. Por isso,
precisamos estar alerta.
Nosso
texto nos adverte contra estas coisas. Muitas pessoas têm caído,
na igreja, vítimas das ciladas do erro religioso. Não somente das
seitas que estão lá fora, mas do erro religioso que brota dentro da
igreja. Creio que faz parte de tomar a armadura de Deus
prepararmo-nos conhecendo as estratégias de satanás sobre este
assunto. Hoje tem sido muito pouco enfatizado no moderno Movimento de
Batalha Espiritual este aspecto que eu considero importante. Embora
estejamos gratos porque o movimento tem despertado a igreja para o
conflito em que ela se encontra, por outro lado observamos uma
fraqueza neste movimento que é identificar a obra maligna em apenas
questões como a doença, problemas físicos e ocasionais,
esquecendo-se que a maior arma do diabo, que sua maior estratégia é
exatamente o erro religioso; a difusão da mentira e que contra isso
não existe uma solução fácil como amarrar esse ou aquele demônio
de mentira. Não existe uma solução fácil de determinar que o
demônio pare com isso. A única solução é que a Igreja se vista
da verdade. Veja que esta é a primeira peça que Paulo nomeia na
armadura - a verdade. Isto é muito importante! Ele começa
exatamente com a verdade, pois só quando a Igreja professa e crê na
verdade é que ela tem condições de resistir ao erro religioso. Ela
pode "amarrar" quantos demônios queira e possa, determinar
e declarar a queda de quantas fortalezas existam, pode fazer tudo
isso, mas se ela não se revestir da VERDADE da Escritura, de nada
valerão estas declarações.
Portanto,
creio que faz parte do equipamento da Igreja, na sua luta contra as
hostes das trevas, conhecer as astutas ciladas do diabo à medida que
ele prossegue difundindo o erro, quer sejam difundidos através das
seitas conhecidas, como também dentro da própria igreja.
Para
que vejam a situação difícil que enfrentamos, conto um fato
vivido no Rio de Janeiro, junto com outros colegas, quando fazíamos
uma série de palestras e eu interpretava um pastor e professor
americano que estava falando exatamente sobre esta questão toda de
erros doutrinários. Antes da palestra começar, aproximou-se de mim
uma senhora muito crente e dedicada e me disse: "Pastor, eu
quero lhe mostrar um livro excelente, que me tem trazido edificação
e inclusive o estou usando para evangelizar uma pessoa". Nesse
momento me mostra um livro de Benny Hinn, chamado Bom Dia Espírito
Santo e repetiu as palavras que colocavam o livro como um grande
alimento para sua vida espiritual. Eu ainda não havia lido o livro e
por isso não disse nada. Por "coincidência", a palestra
do professor americano, naquela manhã, mencionou exatamente aquele
livro dizendo que o autor, nos Estados Unidos, após a publicação
do livro, foi "encostado na parede" pelos evangélicos
ortodoxos exigindo que ele se retratasse de uma heresia histórica
que está no livro. Benny Hinn cedeu em parte, e a outra edição do
mesmo livro já vem um pouco alterada. Quando terminou a palestra a
senhora me procurou e disse: "Pastor, esse livro eu não vou ler
mais pois eu não sabia destes erros todos". Benny Hinn tem
ensinado uma heresia histórica sobre o Espírito Santo, declarada
como heresia pela Igreja há séculos. Só que desta vez ela vem num
"envelope" muito bonito misturada com verdades a que nosso
coração e mente dizem "sim". Muitas vezes absorvemos tudo
isso inocentemente, sem crítica, sem preparo doutrinário nenhum.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados de como o ensino
religioso errado, que sempre vem camuflado com um "envelope"
de verdade, pode induzir pessoas a cair no erro. Não estou dizendo
que ele fez isso debaixo da influência do demônio, mas estou
dizendo que toda mentira procede do diabo. Na hora em que estamos
escrevendo alguma coisa errada, em que estamos propagando o erro, em
certo sentido, estamos nos aliando ao pai da mentira, como diz a
Escritura. Portanto, como parte da nossa luta que estamos travando
devemos estar alerta para este tipo de coisa.
Hoje
em dia essa coisa não é bem aceita na Igreja porque o espírito
atual é de indefinição. As pessoas não querem saber de precisão
doutrinária, de exatidão e formulações doutrinárias. Preferem um
evangelicalismo vago e sem muita definição. Estão sob um
"guarda-chuva", debaixo do qual, estão pessoas com as mais
diferentes convicções, algumas delas até heréticas, vivendo
harmoniosamente. Mas posso lhes assegurar que não foi assim na
fundação da nossa igreja e quando ela recebeu sua formatação
teológica através da Confissão de Fé de Westminster. As pessoas
que estavam presentes àquela assembléia e escreveram os documentos
da nossa Igreja foram chamados de os Puritanos ou mais precisamente
preciosistas. Sabe por que colocaram este apelido pejorativo
(preciosistas) nos Puritanos, que também foi um apelido colocado
pejorativamente? Porque eles faziam questão de definir a doutrina.
Faziam questão de chegar a uma formulação doutrinária o tanto
quanto possível exata com a Palavra de Deus. E faziam questão de
que a unidade da Igreja fosse feita em cima destas verdades auferidas
da Palavra, através da exegese correta. Os tempos mudaram e o que
vemos hoje é uma falta de definição, uma falta de precisão e
profundidade teológica. Digo isso por amor à Igreja, e não estou
querendo generalizar, pois existem exceções, pelas quais damos
graças a Deus, mas creio que concordarão comigo que esse é o
"espírito da época". Um espírito que foge de definição,
de uma aferição exata dos posicionamentos doutrinários.
Creio
que o diabo se aproveita disso na sua luta contra a Igreja. Por
isso, não é à toa que o apóstolo Paulo nos diz que quando vamos
vestir a armadura de Deus, a primeira coisa pela qual começamos é
pela verdade. No texto Paulo não se refere à verdade ética, não é
o crente falando sempre a verdade e não mentir, ou o oposto da
mentira. Mas, ali verdade é a verdade de Deus, um outro nome para a
sã doutrina, para o Evangelho entendido como um corpo doutrinário
revelado e que tem de ser crido pela Igreja.
Vamos
olhar para esta astuta cilada do diabo que nós cremos que é mais
eficaz para ele. O que o diabo quer com tudo isso? O que ele deseja,
o que as hostes malignas querem é impedir que os homens venham a
conhecer a verdade pura. Toda obra de Cristo, tudo que Ele fez na
cruz do Calvário, e o grande plano de Deus de redenção serão
absolutamente inúteis para a salvação, se em primeiro lugar os
pecadores não tomarem conhecimento dele e em segundo lugar, se eles
tomarem um conhecimento deturpado. Nos dois casos se torna inútil em
termos de efeito. O diabo sabe disso. Em Romanos 10:13-15, Paulo
pergunta: "...como ouvirão, se não há quem pregue?". Ele
começa dizendo como serão salvos se não podem clamar àquele de
quem ouviram? Ali, Paulo está dizendo que a salvação, em termos
práticos, em termos do seu efeito, depende da pregação. A isso
acrescentamos, com base em outras passagens da Escritura, que quando
Satanás não pode impedir que o Evangelho seja anunciado, sem dúvida
nenhuma, ele vai tentar deturpar a mensagem do evangelho porque no
fim o efeito será o mesmo. As pessoas não ouvirão a pura verdade
de Deus mas uma mentira e ficarão confusos. O resultado é que não
vão querer ouvir mais nada. Isso o diabo tentará fazer.
Dessa
forma Satanás concentra-se em primeiro lugar em impedir que o
Evangelho se alastre e que os pecadores creiam. Primeiro Satanás
oferece resistência aos verdadeiros pregadores, aos verdadeiros
evangelistas, aos verdadeiros pastores e missionários que através
do mundo todo tentam levar aos pecadores, aos perdidos, a mensagem de
redenção que há em Cristo Jesus. Isso o apóstolo Paulo afirma em
I Ts 2:18, onde ele escrevendo àquela igreja e explicando por que
ele não havia ainda voltado ali, diz o seguinte:
"Por
isto quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma
vez, mas duas), contudo Satanás nos barrou o caminho". I Ts
2:18
Paulo
reconheceu que o impedimento de ir a Tessalônica foi uma oposição
satânica. Ele não conseguiu voltar a Tessalônica e por isso
escreve a sua segunda carta antes de voltar a esta cidade mais tarde.
Mas, o ponto é que, à medida que Paulo quer desenvolver o seu
trabalho, ele encontra oposição satânica. "Satanás
me barrou o caminho...".
Isto
o diabo faz e não somente isto, ele, em segundo lugar, ataca a
pessoa do pregador querendo colocar obstáculos no seu caminho, porém
ele cega o entendimento das pessoas. Paulo diz na sua segunda carta
aos Corintos no capítulo 4:3-4:
"Mas,
se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem
que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz
do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus".
2 Corintos 4.3-4
Por
que tantas pessoas inteligentes ouvem a mensagem do evangelho mais
de uma vez e não conseguem compreender e aceitar ou se mover ou se
decidir? A resposta é uma só: que os poderes malignos e tenebrosos
que ocupam nosso mundo e o dominam, cegam os entendimentos dos
incrédulos; fecham os olhos e não permitem ver o que é óbvio, o
que é claro. O diabo faz isso.
Em
terceiro lugar, outra coisa que ele faz para impedir a propagação
do evangelho é desfazer a obra da Palavra de Deus. Em Lucas 8, Jesus
conta na parábola do semeador que algumas sementes caem à beira do
caminho e os pássaros as levam. Isso significa que as pessoas que
crêem no evangelho, pelo menos no interesse inicial, são roubadas
pelo diabo na Palavra. O diabo rouba-lhes a Palavra. Jesus compara a
atividade daqueles pássaros, tirando a semente e impedindo que ela
germine, à obra do maligno, do diabo, tirando o que é plantado no
coração das pessoas para que elas não venham a crer na verdade do
evangelho. Isso o diabo faz de várias formas. Distrai a atenção do
ouvinte que escuta a mensagem evangelística; ou quando a pessoa sai,
o efeito é anulado, pois logo em seguida se encontra com alguém que
o desencaminha e o que ouviu é "arrebatado" do seu
coração, dos seus ouvidos e a Palavra não faz efeito.
Quando
o diabo não consegue que isso ocorra, quando ele não consegue
impedir que o evangelho seja divulgado, usa outra estratégia que é
difundir o erro religioso para causar confusão. Já que não pode
impedir que o evangelho puro avance, pelo menos causa confusão na
mente das pessoas, dentro e fora da Igreja. Por isso, como pai da
mentira, é também o pai do erro religioso. Em Mateus 13 Jesus nos
conta a parábola do joio. Esta parábola é importante, pois nela
temos uma descrição da obra do maligno em difundir o erro religioso
e perturbar a vida da igreja.
"outra
parábola lhes propôs dizendo: O reino dos céus é semelhante a um
homem que semeou boa semente no campo; mas enquanto os homens
dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo, e
retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu
também o joio. Então vindo os servos do dono da casa, lhe disseram:
Senhor não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o
joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso." (Mt
13:24-28)
Ele
dá a explicação a partir do versículo 36:
"Então,
despedindo as multidões, foi Jesus para casa. E chegando-se a Ele
os seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do
campo. E Ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do
homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino (os
que seguem a Jesus); o joio são os filhos do maligno; o inimigo que
semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, os ceifeiros
são os anjos" (36-39).
Jesus
está dizendo que é dentro do reino de Deus, no progresso do reino
de Deus, na Igreja, que o diabo tem colocado seus agentes difusores
da mentira, que aqui Jesus chama de filhos do maligno, o joio, que é
uma erva daninha amargosa, distinta do trigo apenas quando ambas
chegam a certa idade. Isso se fazia quando alguém tinha ódio a
outro, no oriente, naquela época e, em lugar de colocar fogo na
plantação do inimigo, tinha uma vingança maior: semeava joio no
meio do trigal pois no início não se percebia tanto. O joio quando
começa a crescer é muito semelhante ao trigo, mas depois, quando
cresce, vê-se a diferença, mas é quase impossível fazer a
distinção apropriada e só se percebia a desgraça na hora da
ceifa, quando não se tinha mais o que fazer. Essa era a vingança:
semear o joio no meio do trigo. Exatamente isso o diabo faz ao semear
no reino de Deus, a mentira e o erro religioso e colocando pessoas
que lhe pertencem. O desejo é confundir, contaminar, para que não
se possa fazer a colheita correta. Esta é estratégia do diabo. Ele
confunde as pessoas com uma variedade de ensinos. Corrompe a verdade
bíblica em cada geração e divulga o erro na Igreja. Estas são
suas astutas ciladas.
Pensemos
mais nestas ciladas do diabo. Quais os instrumentos que Satanás
usa? Paulo em I Timóteo capítulo 4, menciona os agentes diretos do
diabo nesse propósito.
"Ora,
o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns
apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a
ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que
têm cauterizada a própria consciência..." I Timóteo 4
Paulo
fala aqui de espíritos enganadores e de demônios que são capazes
de produzir doutrina. Não pensem que o diabo não conhece teologia,
conhece muito mais do que nós, mesmo que tenhamos Ph. D. em
teologia. A verdade é que ele a tudo supera. Sabe muito bem tudo,
melhor do que qualquer teólogo na face da terra porque ele
testemunha desde a criação do mundo todo o processo e evolução da
verdade. O diabo como pai do erro religioso usa através de espíritos
enganadores o engano religioso. O maior laboratório teológico de
todo mundo são as portas do inferno, lá no gabinete de Satanás,
são produzidos o erro religioso, a heresia religiosa, o engano e
confusão religiosa. Produzem falsos sinais e prodígios porque o
diabo sabe que o homem facilmente se impressiona com isso e para dar
autoridade à mentira que ele deseja difundir, ele a autentica
através de coisas extraordinárias, de sinais e prodígios. Ele faz
assim e até mesmo dá uma falsa sensação de paz e alegria. Eu
ainda não encontrei um membro de qualquer seita religiosa que seja
claramente herética, que não diga que tem paz, pelo contrário,
todos afirmam que têm paz profunda, alegria e senso de realização
profundos. Se você conversar com estas pessoas ouvirá que é assim.
Lembro-me de um rapaz, em um acampamento e que era de uma seita.
Conversei com ele e o abordei sobre o assunto, começando erradamente
e perguntado se ele tinha paz. Eu esperava que ele dissesse que não
tinha, mas sua resposta foi oposta, pois afirmou que tinha muita paz
e que estava feliz na sua seita, nos seus ensinos; que antes não
tinha paz, mas agora tinha. Então, minha abordagem caiu por terra
porque eu não estava ciente de que estas seitas ensinam e fornecem
às pessoas uma certa sensação de bem-estar, de paz e alegria.
O
que quero dizer primeiramente é que a Bíblia nos ensina que o
diabo age diretamente na Igreja através desses espíritos
enganadores que produzem doutrina; espíritos de mentira que difundem
o erro religioso. Como eles fazem isso? Demônio não escreve livro
de teologia. Ele age através de homens e mulheres que se prestam a
esse tipo de coisa. Há dois tipos de pessoas que são usadas para
difusão do erro na Igreja.
Primeiro
há o tipo sincero. São pessoas absolutamente sinceras mas que
vieram a cair vítimas do erro dentro da própria Igreja. Em segundo
lugar há aquele que de certa forma caiu nesta rede do erro
religioso. Isso aconteceu no século passado com um pastor que viveu
logo após o grande pastor batista Charles Spurgeon da Inglaterra.
Ele praticamente sucedeu Spurgeon, e era pastor da Igreja
Presbiteriana. Seu nome era Edward Irving. Começou como assistente
do grande teólogo Chalmers e quando Chalmers morreu Irving assumiu o
púlpito da Igreja e, em menos de um ano, triplicou o número dos que
assistiam à Igreja, porque Irving tinha tudo para ser um sucesso a
nível de Inglaterra, até mais do que Spurgeon. Era bonito, tinha
dons de eloqüência extraordinários, um grande pregador, tinha uma
mensagem apaixonada, viril, definida e pregava o que se precisava
pregar. Ele era calvinista e pregava como toda ênfase. No início do
seu ministério atraia multidões, até de pessoas de outras
localidades iam a Londres para ouvir Irving. Mas ele foi depois
chamado de o precursor do movimento carismático quando este
movimento nem ainda existia, pois só veio a existir em 1906. Edward
Irving começou uma associação com os Irmãos de Plymouth que era
um grupo que tinha umas idéias estranhas sobre escatologia (volta
secreta de Cristo). Ele defendia que a volta de Cristo estava
totalmente "as portas", que era iminente e que Cristo
estava para voltar em um ano ou dois e antes seriam restaurados à
Igreja todos os dons apostólicos como estavam narrados no N. T.,
inclusive o dom de apóstolo e de profeta. Dessa forma Irving abriu
as portas de sua Igreja para que se formasse um grupo que ficou
conhecido como os doze apóstolos; abriu também as portas para um
grupo que se tornou conhecido como "os profetas", que à
semelhança dos antigos profetas do A. T. se levantavam e vaticinavam
sobre a vida das pessoas. Irving não se considerava propriamente um
apóstolo nem um profeta, embora permitisse o falar em línguas em
sua congregação apesar de ele mesmo não falar. Ao mesmo tempo que
isso acontecia, Irving começou a mudar a sua pregação e ensinava
que Cristo quando encarnou assumiu uma natureza pecaminosa, que
Cristo tinha de fato uma natureza pecaminosa e que Ele não só tinha
assumido a fraqueza da natureza humana, mas também o próprio pecado
da natureza humana. Os problemas surgiram para Irving e o presbitério
o disciplinou por heresia. Dessa forma ele saiu e fundou a Igreja
Apostólica, por causa desses apóstolos e finalmente esses apóstolos
tomaram conta da Igreja e expulsaram o próprio Irving da igreja que
ele tinha começado. Irving morreu antes dos 40 anos de idade doente
de pneumonia orando para que Deus o curasse e sem saber por que Deus
não o estava curando.
Irving
era sincero. Mas não basta ser sincero, é necessário estar
firmado na Escritura, na Palavra de Deus. Infelizmente nosso povo é
tão impressionável. Basta que alguém conte seu testemunho, que
teve esta ou aquela revelação e as pessoas logo lhe dão crédito.
Mas tudo isso não é prova da verdade. Uma pessoa pode se sentir
muito bem e mesmo assim estar errada.
Mas
há, em segundo lugar, aqueles que têm a mente cauterizada, que
sabem que estão dizendo mentiras, mas não se importam, e que têm
fins lucrativos. Paulo disse que estes pensam que piedade é fonte de
lucro, homens apóstatas dentro da Igreja e que sabem que estão
dizendo a mentira.
Nós
vemos que no V. T. os falsos profetas e profetisas surgidos de
dentro do povo de Deus, foram usados pelo diabo para tentar destruir
o povo de Deus. Jeremias se levantou contra os falsos profetas que
diziam falar da parte de Deus quando profetizavam paz para o povo.
Jeremias sozinho dizia que não havia paz, nenhuma paz, mas que Deus
estava irado com o povo. Os falsos profetas levavam o povo cada vez
mais para baixo da ira santa de Deus. Balaão foi um exemplo disso. A
história da Igreja nos revela homens com a mente cauterizada, com
fins e propósitos de lucro pessoal, sem se importarem com a verdade,
com Deus e a Igreja. Eles querem popularidade, querem ter o seu
lucro. Jesus nos alertou contra esse tipo de gente em Mateus 24:24:
"Porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e
prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos".
Mateus 24.24
Jesus
antecipou que isso aconteceria na Igreja.
Hoje,
se perguntarmos as pessoas onde isso está acontecendo nas igrejas
históricas, receberemos a resposta de que nada disso está
acontecendo. Elas não vêem nada de errado e que tudo está bem. Mas
a verdade é bem diferente. Penso que, quando Jesus disse que haveria
falsos mestres e falsos profetas fazendo sinais e prodígios que, se
possível, enganaria os próprios eleitos, ele não estava querendo
brincar com nosso sentimentos, mas estava querendo dar-nos um alerta
genuíno e verdadeiro e que esse tipo de coisa deveria acontecer na
história da Igreja. Às vezes a palavra de Jesus não tem sido
levada tão a sério como nós pensamos. Em atos 20:29-30, o apóstolo
Paulo exorta aos presbíteros da Igreja de Éfeso a se cuidarem dos
falsos ensinos que certamente haveriam de entrar. Ele diz:
"Eu
sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos
vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se
levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os
discípulos atrás deles". Atos 20.29-30
Eles
têm um propósito: arrastar os discípulos atrás deles. Querem
formar seguidores, arrastar os discípulos falando coisas
pervertidas.
As
cartas de Paulo e as dos demais apóstolos foram escritas exatamente
para combater o erro religioso do primeiro século. Se não houvesse
preocupação, nós não teríamos as cartas pastorais. Muitas vezes
estamos esquecidos disto e que os apóstolos, quando sentaram para
escrever, se dirigiam a problemas específicos das igrejas e na
maioria dos casos a questão era o erro religioso. Na maioria das
vezes estavam preocupados com mentiras que surgiam. A carta aos
colossenses, por exemplo, foi escrita pelo apóstolo Paulo para
combater a entrada do gnosticismo naquela região de Colossos. Uma
heresia que danificou a Igreja até o terceiro século. O apóstolo
João escreve as suas três cartas com este mesmo propósito para
combater o gnosticismo incipiente no primeiro século. Judas escreve
a sua carta para exortar a Igreja a combater pela "fé que uma
vez foi dada aos santos". A segunda carta de Pedro tem o mesmo
propósito. Paulo, quando escreve a Epístola aos Gálatas, tem um
objetivo que é mostrar à Igreja que, na hora em que a Igreja deixa
de crer na graça do Evangelho, a Igreja deixa de ser Igreja. Paulo
escreve aos Gálatas para combater o legalismo religioso. Hoje
toleramos práticas legalistas dentro da Igreja, mas Paulo achou tão
importante a são doutrina que ele escreve Gálatas com esse
propósito. O mesmo acontece com II Coríntios, tem este mesmo
propósito pois havia falsos apóstolos na igreja de Corinto que
ensinavam coisas estranhas. Vejam a preocupação dos apóstolos com
a sã doutrina, sabendo que o diabo pode corromper a mente dos
crentes e afastá-los da simplicidade do Evangelho (II Coríntios).
O
diabo sempre usa pessoas que estiveram ativas. Em cada geração a
Igreja tem enfrentado falsos profetas e falsos ensinos. Foi o que
aconteceu com o Unitarianismo, o liberalismo teológico, o
modernismo, evangelho social, evangelho da cura e prosperidade etc.,
para não dizer das heresias que a igreja enfrenta desde o período
patrístico. Este tem sido sempre o embate da Igreja.
O
erro religioso é muito sutil. Qual a maneira como o diabo age na
vida das pessoas, qual sua tática sutil nessa área?
Primeiro:
É fazer com que o erro venha disfarçado de verdade.
Segundo:
O
diabo torce a verdade de Deus como fez lá no Jardim do Éden (Gn
3:1-6). Nós vemos como ele distorceu a Palavra de Deus para levar a
mulher a se desviar do mandamento de Deus. Esta é a característica
de todo falso mestre. Têm sempre uma interpretação distorcida da
Escritura.
O
diabo se manifesta como anjo de luz. Paulo nos diz em I Co 11:13-15
exatamente dessa transfiguração de anjo de trevas em anjo de luz.
No nascimento de cada seita sempre existe uma revelação. Cada um
dos fundadores de seitas, hoje, reivindica que teve uma revelação
de Deus. Foi o que fez Joseph Smith, fundador do mormonismo.
Que
faremos com tudo isso? Como devemos lidar com estas coisas? Até
mesmo operação de curas, de milagres e de prodígios são efetuadas
pors estes demônios para dar autoridade à mentira, para dar
credibilidade, porque esta foi a arma que a Igreja Católica usou
para dar credibilidade ao seu ensino na idade medieval. Assim
surgiram os milagres dos santos, de determinada santa, que estes eram
mediadores entre o homem e Deus. Dessa forma o prodígio era
apresentado como autenticação do ensino propagado. Da mesma forma
vemos isso hoje. Muitos, para provar seu ensino, fazem sinais e
maravilhas. Assim o espiritismo tem ganho muitos adeptos. No
espiritismo se vêem coisas sobrenaturais e isso é como prova de que
tudo é verdade, e de fato coisas extraordinárias acontecem.
Concluímos que há demônios operadores de sinais, capazes de
produzir esses tipos de fenômenos. Em II Ts 2:9:
"Ora,
o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com
todo poder, e sinais e prodígios da mentira". II Ts 2:9
Esses
sinais e prodígios da mentira são chamados assim, não porque eles
não sejam verdadeiros, pois de fato são, mas porque têm o
propósito de levar as pessoas a crerem na mentira. O alvo é levar
as pessoas a crerem no erro que está por trás, no erro que está
junto a estas manifestações.
"...com
todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o
amor da verdade para serem salvos" (II Ts 2.10).
É
por isso que no V. T. o teste do profeta não era somente se a
profecia se cumpria (Dt. 18), mas o teste do verdadeiro profeta (Dt.
13), era se a profecia deles se cumpria e após isso ele dizia "vamos
e sirvamos ao Senhor". Era o teste da ortodoxia do profeta, não
apenas se a profecia se cumpria, pois a Bíblia está cheia de casos
de homens malignos que faziam coisas maravilhosas (Balaão, Judas,
etc.). Através da história eclesiásticas nós temos visto como
esses demônios têm tido parte em todo misticismo que tem aparecido.
Não
percamos de vista que há uma batalha dos espíritos malignos contra
a Igreja e queremos ficar alerta contra as armas do diabo. Uma arma
dele é fazer pessoas bem intencionadas perderem o equilíbrio
teológico. Isso ele faz com que as pessoas tomem certos pontos
secundários e façam deles os pontos centrais produzindo um
desequilíbrio. Como exemplo temos expulsão de demônios, curas, que
são coisas que Deus pode fazer, e o diabo toma estas coisas, tira-as
do seu lugar, que é um lugar secundário no N. T., e as traz como
ponto central de várias movimentos, produzindo um desequilíbrio com
que faz aquilo que é central seja obscurecido ou seja completamente
ignorado, pois seu lugar foi tomado por algo secundário. Um exemplo
disso é a questão social que é uma questão boa, necessária e
legítima. O que acontece? Pessoas pegam esta questão que não é a
central da Igreja, embora faça parte da sua atuação, e a trazem
para linha de frente dando tanta ênfase que a função principal da
Igreja fica obscurecida e até negligenciada. Aí está estabelecido
um desequilíbrio que leva ao erro, porque são poucos os que são
capazes de dizer: "Bem, isto está sendo enfatizado, mas não
quer dizer que as outras verdades também não sejam necessárias".
Poucos dizem isso e geralmente as pessoas vão pelo que está na
frente, concentrando-se naquilo e esquecendo o resto. Ou até mesmo,
e, digo isso com muito temor, é possível tomar coisas boas e
legítimas como os dons do Espírito Santo e trazê-los como o centro
de determinado movimento, ao ponto de que as doutrinas centrais, como
a pessoa e obra de Cristo, Sua redenção, Sua glória, Seus
atributos, Sua obra de salvação no mundo, sejam ignorados ou
recebam uma atenção mínima, produzindo igrejas desequilibradas
teologicamente e produzindo crentes que vivem em torno disso. Isso é
erro religioso da mesma forma, pois existe um desequilíbrio onde a
verdade não é apresentada em todas as suas formas harmônicas.
Creio que o diabo usa pessoas absolutamente sinceras para trazer
desequilíbrio para dentro da Igreja e confusão. O diabo faz esse
tipo de coisa! Nós precisamos de discernimento.
Pergunta
final: O que tudo isso tem a ver conosco? Que devemos fazer? O erro
religioso é tremendamente perigoso, mesmo que líderes achem que não
há nenhum perigo. A evidência da Bíblia nos mostra o contrário,
diz-nos que o erro religioso, o ensino desequilibrado é prejudicial
para as almas da Igreja pois afasta o povo da verdade, corrompe a fé
e as consciências. A verdade doutrinária deve ser buscada,
perseguida, zelada pelo povo de Deus e defendida com as armas
legítimas. O erro religioso conduz à prática religiosa errada e
desequilibrada. Se você acredita no erro, sua prática será errada
e no final vai oprimi-lo, atormentar e afligir. Só a verdade
liberta, só ela traz paz verdadeira e crescimento. O Espírito Santo
não abençoa o erro. O Espírito Santo é chamado na Bíblia de o
Espírito da Verdade. Por isso só abençoará a verdade. Como
resistir à queda no erro? Não há um caminho fácil e digo isso com
clamor. Com todo respeito aos irmãos que estão bem intencionados e
desejam declarar que o erro religioso está banido, declarar que os
espíritos enganadores, de mentira e de heresias sejam amarrados.
Àqueles que dizem amarrar o diabo eu digo que não há substituto
para se tomar a armadura de Deus especialmente o cinto da verdade.
Você pode "amarrar" quantos demônios queira, mas se você
não estiver amarrado à verdade e comprometido com ela de nada vai
adiantar, só vai iludir-se.
A
Igreja só tem uma defesa contra o erro religioso. É tomar toda a
armadura de Deus, vestir-se da verdade, tomar a couraça da justiça,
que vem da pare de Deus, empunhar a Palavra a a espada do Espírito.
Não há outras armas. Isso significa estudo profundo da Palavra,
meditação nela. Que a Igreja tome uma posição contra o erro
religioso e resista a esta tendência moderna re reunir tudo debaixo
dessa "salada", desse evangelicalismo disforme que temos
nos nossos dias. A Igreja tem de zelar por isso, e cada crente faz
parte desta luta. Exija do seu pastor que pregue sermões firmes
fundamentados na Escritura, que exija do seu presbitério, do seu
professor, que seja criterioso nas suas leituras escolhendo bons
livros, que participe de bons congressos e não daqueles que nada têm
a ver com a Escritura; exija critério, trabalho e sacrifício. Não
há outro caminho. É isso que diz a Escritura: tomar a couraça da
justiça e o cinto da verdade para poder resistir às astutas ciladas
do diabo.
Só
existe uma maneira de não se cair vítima de uma mentira e ser
enganado por ela. É você se voltar para o estudo da Escritura
debaixo da orientação de alguém que conheça a Palavra, que tenha
o propósito de iluminá-lo (1), de ajudá-lo (2). Minha súplica a
você: hoje comece um estudo sério da Escritura, leia a Bíblia com
atenção, com devoção; peça ajuda de alguém capacitado para
isso. Mas não pense que você é capaz de discernir por você mesmo.
O inimigo é muito mais poderoso do que você, muito mais sutil. Você
precisa de ajuda, peça a Deus.
7.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA MISSÇÕES TRANSCULTURAIS
7.1
O
QUE É MISSÕES
TRANSCULTURAIS.
INTRODUÇÃO:
1.
A palavra missão vem do latim "missione",
que por sua vez, vem do verbo latino "mittere",
que significa "enviar".
2.
Jo
20.21,
"Disse-lhes,
pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou,
também eu vos envio a vós".
O verbo "enviar"
no
original grego é "apostellô",
de onde vem a palavra apóstolo. O verbo na versão latina desta
palavra, como já vimos, é "mittere"
(missione).
Portanto, a palavra "missão",
significa o ato de "enviar"
alguém
para uma determinada tarefa.
3.
Missão é tudo aquilo que fazemos na qualidade de enviados por
Jesus, e que reproduz exatamente aquilo que Ele fez, enquanto esteve
entre nós. Queremos falar sobre "Missões
Transculturais",
que nada mais é do que fazermos missões para além das fronteiras
de nossa nação.
I
- MISSÕES TRANSCULTURAIS NO V.T.
1.
O chamado de Abraão, foi um chamado transcultural, já que ele
deveria deixar seu país e peregrinar num país estrangeiro, Gn
12.1-3, "Ora,
o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da
casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma
grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu
serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas
as famílias da terra".
-
Abraão deveria deixar a terra de seus pais e partir para outra
terra. Por meio dele todos os povos seriam abençoados. Foi neste
aspecto que Abrão, teve seu nome mudado para Abraão (Pai de muitas
nações), Gn
17.4-5, "Quanto
a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações;
e não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu
nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto".
2.
A obra de Cristo na cruz, que atingiu não somente os judeus, mas
todos os povos, é chamada de "benção
de Abraão",
Gl
3.13-14, "Cristo
nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós;
porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no
madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por
Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do
Espírito".
-
Todos os que abraçam a fé, são filhos de Abraão, Gl
3.6-7, "Assim
como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão".
3.
Porém no transcorrer da História, quando Israel teve que
transportar a fé para outras nações, guardou-a para si e como
acontece com toda benção guardada, ela apodreceu como o maná,
guardado para o dia seguinte. Ainda foi pior; Israel importou de
outras nações as suas maldições na forma de ídolos, sistemas
legais e modelo de organização social.
4.
Um dos exemplos clássicos de "missões
transculturais" é
chamado de Jonas, Jn
1.1-3, "E
veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela,
porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se
levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a
Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua
passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis,
para longe da presença do Senhor".
a.
Israel desenvolveu uma postura de exclusividade em relação a Yavé,
como se fosse propriedade sua. Jonas se constitui no exemplo mais
claro desta postura. Convocado por Deus para levar a mensagem de
arrependimento aos ninivitas, preferiu fugir em direção oposta.
b.
Depois de terríveis desventuras, ele cumpre a ordem divina, porém,
em seu coração, ele acalentava o desejo de que Deus não deveria
usar de misericórdia com aqueles pagãos. Pois, quando Deus perdoa o
povo de Nínive, Jonas fica frustrado:
b.1.
Jn
3.10, "E
Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e
Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o
fez".
b.2.
Jn
4.1-5, "Mas
isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. E orou ao
Senhor, e disse: Ah! Senhor! Não foi esta minha palavra, estando
ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para
Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso,
longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.
Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer
do que viver. E disse o Senhor: Fazes bem que assim te ires? Então
Jonas saiu da cidade, e sentou-se ao oriente dela; e ali fez uma
cabana, e sentou-se debaixo dela, à sombra, até ver o que
aconteceria à cidade".
c.
Jonas representa um quadro exato da história do povo de Deus no
A.T., que interpretava as bênçãos divinas como se fosse
exclusivamente suas. Isto é um exemplo de egocentrismo, que anula
qualquer empreendimento transcultural.
II
- MISSÕES TRANSCULTURAIS NO N.T.
1.
A Grande Comissão, Mt
28.18-20, "E,
chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no
céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Amém".
2.
Quando Jesus veio ao mundo, seu povo estava mergulhado no
etnocentrismo (tendência para considerar a cultura de seu próprio
povo como a medida de todas as demais). Um exemplo disto, está
claro, quando Ele pregou na Sinagoga de Nazaré, onde viveu. Quando
mencionou algumas bênçãos de Deus a certos gentios no V.T., houve
uma grande revolta de seu povo,
-
Lc
4.21-29, "Então
começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos
ouvidos e todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras
de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de
José?
E
ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico,
cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos
ter sido feito em Cafarnaum. E disse: Em verdade vos digo que nenhum
profeta é bem recebido na sua pátria. Em verdade vos digo que
muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se
cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra
houve grande fome
e
a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma
mulher viúva. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta
Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio e
todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. E,
levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do
monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o
precipitarem".
3.
Por esta razão, Jesus insistiu na Grande Comissão dada aos seus
seguidores, todos judeus (os discípulos). Através desta Grande
Comissão, o evangelho deveria ser anunciado a todas as nações,
conforme vimos em Mt
28.18-20.
O termo "nação",
vem de "étnê",
que pode ser traduzido por "culturas".
4.
Porém o etnocentrismo, era tão forte que nem mesmo os discípulos
entenderam o mensagem de At
1.8, "Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra".
-
Entenderam que a mensagem era somente para os judeus que viviam
espalhados na face da terra, At
11.19, "E
os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de
Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não
anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus".
5.
A
Questão dos Gentios.
a.
Foi preciso que Deus desse um empurrão em Pedro, para que fosse à
casa de Cornélio pregar o evangelho, At
10. Após
o fato, Pedro foi chamado pela Igreja a fim de dar explicações, At
11.
b.
O mesmo aconteceu com a primeira Igreja que se desenvolveu entre os
gentios, a Igreja de Antioquia. Havia uma pressão tão forte sobre
aqueles irmãos, sobre o fato de que antes de se tornarem cristãos,
eram obrigados a se tornarem judeus, o que motivou o Concílio de
Jerusalém, At
15.
6.
Finalmente eles obedeceram a orientação do Espírito Santo, e o
evangelho se desenvolveu livremente.
CONCLUSÃO:
1.
O risco que corremos hoje, é o mesmo risco do etnocentrismo, ou seja
guardar somente para nós a Palavra da Vida.
2.
At
1.8, deve
ser aplicado em todas as regiões ao mesmo tempo.
3.
É preciso orar, enviar e contribuir.
O
que é missão?
Missão
é tarefa da Igreja! Podemos dizer que missão é arte, arte de
amar, amar como Jesus Cristo amou (Mateus
28.19-20; Marcos 16.15-20; Atos 1.8).
Arte
de se entregar, se entregar como nosso Senhor Jesus se entregou, à
morte de cruz, derramou seu sangue para nos lavar e curar, “pois
isto é o meu sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para
remissão dos pecados” (Mateus 26.28).
Missão
é tarefa, tarefa de toda Igreja de Cristo! Se uma
Igreja c faz missão pode ser que Jesus Cristo não seja a cabeça
desta Igreja, ou seja, a Igreja não e o corpo de Cristo, “Portanto
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos
os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.19-20).
Missão
é entrar em guerra e falar de paz, entrar em guerra contra os
principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas,
contra as hostes espirituais da maldade, contra todo o inferno, que é
o próprio satanas, para falar de paz para os que não a tem,
resgatar vidas do inferno, da morte eterna, para glória deu Deus,
“pois
não é contra carne e sangue a nossa luta, mas contra os
principados, contra as autoridades, conta os príncipes do mundo
destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas
regiões celestes” (Efésios 6.12).
Missão
é chorar para trazer alegria! Muitas vezes o choro, pode durar toda
a noite, mas a alegria vem pela manhã. É a certeza de colher o que
plantamos, tambem sabemos que tudo o que plantamos colheremos! “Os
que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão. Aquele
que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com
cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos” (Salmos
126.5-6).
Lembre-se,
se plantarmos na carne colheremos para a condenação, mas se
plantarmos no Espírito colheremos para vida eterna, “Não
vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem
semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da
carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do
Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6.7-8).
Missão
é morrer para trazer vida! Jesus morreu para nos dar o direito de
viver. Jesus morreu na carne para nos dar vida espiritual. Portanto
não esqueça que sem a morte do nosso eu não teremos vida, “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive
em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de
Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas
2.20).
Missão
é morrer para o mundo e ressuscitar em Cristo! Jesus morreu e
ressuscitou, para que nós pudéssemos viver nEle e com Ele
ressuscitar e viver eternamente, desfrutando de toda eternidade em
Sua prezença, “nos
ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões
celestes em Cristo Jesus” (Efésios 2.6); “sabendo que aquele que
ressuscitou o Senhor Jesus, também nos ressuscitará com Jesus, e
nos apresentará convosco. Pois tudo é por vós, para que a graça,
multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças
para glória de Deus” (2 Coríntios 4.14-15).
Missão
é deixar marcas por onde passar, é mudar a história do mundo,
assim como Jesus mudou [...] É mudar a história do país, país que
recebemos por herança do Senhor [...] É mudar a história de uma
vida, ou melhor dizendo, de muitas vidas, igual a Jesus mudou a
história de multidoes [...] “Caída
a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele com a sua palavra
expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos; para que se
cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, e levou as nossas doenças” (Mateus 8.16-17).
Missão
é estar ferido e mesmo assim levar remédio! O Senhor Jesus foi
ferido, para nos trazer
remédio e pelas suas feridas fomos sarados, “Mas
ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por
causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5).
Missão
é estar cansado para trazer descanso! Muitas vezes Jesus estava
cansado por levar o descanso para cada um que estava cansado e
oprimido, “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque
sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas
almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mateus
11.28-30).
Missão
é encontrar forças na fraqueza, é estar sangrando e não deixar a
cruz! Jesus sangrou, sangrou até a morte, mas não deixou a cruz,
“Então,
depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando
sortes. E, sentados, ali o guardavam. Puseram-lhe por cima da cabeça
a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS” (Mateus
27.35-37).
Missão
é amor, simplesmente amor!!! Pois Deus amou o mundo dessa
maneira: que deu o seu Filho único para que possa ter vida eterna
aquele que nEle crer, “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”
(João 3.16).
Missão
é tão profundo amor, que Deus do Seu Filho único fez dEle um
Missionário. Missão não é poesia, é realidade, realidade que
muitas Igrejas não querem ver. Querido leitor, ore agora para que o
Senhor levante missionários, e para que o Senhor abra os olhos e
corações de pastores para que façam missões [...] Lembre-se que a
“...oração
de um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16b). “Justo”
no original grego (gr.
δίκαιος
– dikaios
),
quer dizer: (íntegro,
reto, justo, correto, honesto).
Portanto você é um justo, já justificado por Jesus Cristo. A sua
culpa já foi entregue para Jesus na cruz. Você é virtuoso(a),
precioso(a), portanto pode orar com confiança e Deus ouvirá a sua
oração e responderá.
Missão
é a tarefa de testemunhar de Jesus Cristo aos perdidos. Missão
é a tarefa de levar homens a Jesus Cristo. Missão é alistar
soldados ao Exército de Jesus Cristo. Missão é obedecer e
proclamar as “Boas
Novas”
de salvação até os confins da terra.
Agradeço
ao Senhor pelo chamado, pois posso alcançar o objetivo da Igreja que
é anunciar a Jesus Cristo, “Eu
mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. No
dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos
e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus!
Aqueles dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.”
(João 1.34-37).
Através
deste tão lindo chamado de Deus, que é fazer missões, posso levar
homens a Jesus Cristo, “André,
irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e
que seguiram a Jesus. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e
disse-lhe: Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer
Cristo)”(Jo. 1.40-41).
Cada
pessoa que faz a vontade de Deus poderá alistar soldados para o
Exército de Jesus Cristo, “Partiu,
pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo-o achado, o
levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela
igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela
primeira vez foram chamados cristãos” (At. 11.25,26).
Como
é maravilhoso ser usado por Deus para proporcionar o crescimento da
Igreja de Jesus Cristo, “louvando
a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia
acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos... e cada vez mais
se agregavam crentes ao Senhor em grande número tanto de homens como
de mulheres... Assim, pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e
Samaria, tinha paz, sendo edificada, e andando no temor do Senhor; e,
pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicava.” (At.
2.47;5.14;9.31). Que
o Deus Eterno e Soberano lhe abençoe em Nome de Jesus Cristo nosso
Salvador. Pastor Antero Kaczan.
7.2
A IGREJA DE JESUS CRISTO NO BRASIL TEM FEITO MISSÕES
TRANSCULTURAIS.
Brasil
– O Gigante Adormecido
‘’…Deitado
eternamente em berço esplêndido…’’ – frase do hino nacional
brasileiro
PENSAMENTO
“Hoje
em dia muitas pessoas dizem amar Jesus e o seu reino celestial, mas
poucos carregam sua cruz. Muitos anseiam pelo conforto que Ele traz,
mas poucos estão dispostos a enfrentar as provações que seu nome
pode trazer. Jesus encontra muitas pessoas que desejam partilhar do
seu banquete, mas poucas dispostas a jejuar com Ele. Todos querem
desfrutar da alegria que Ele traz, maspoucos estão dispostos a
enfrentar algum sofrimento por causa dEle. Muitas pessoas seguem
Jesus até o momento de partir o pão, mas poucos chegam a tomarde
seu cálice do sofrimento. Muitos admiram os seus milagres, mas
poucos seguem-no na indignidade de sua cruz”. Tomas á Kempis.
INTRODUÇÃO
Em
dezembro de 2004, vários líderes de organizações missionárias
latinas reuniram-se na Costa Rica. O encontro foi promovido pela
Wycliffe, missãoes pecializada no trabalho de tradução da Bíblia.
Naquela ocasião pude participar do Fórum de Colaboração para o
Impacto das Escrituras. Foi quando percebi a necessidade de escrever
uma reflexão, a partir de uma perspectiva latina, que mostrasse a
todos os presentes porque o Brasil, que tem um grande potencial
missionário, ainda não “decolou”. Minha conclusão é que esse
potencial jamais será totalmente alcançado sem que exista uma
parceria mais efetiva com a Igreja do hemisfério Norte. Afinal,
precisamos enfrentar muitos obstáculos naturais, considerar o
tamanho dos desafios e também nossa realidade espiritual.
O
especialista em missões Peter Wagner declarou, no começo da década
de 1990, que o Brasil seria a maior força missionária mundial em
2010 e que 2025 seria a vez da China. Isto ainda não ocorreu e
realmente creio que não existem sinais evidentes de que tal previsão
se cumpra. Em parte, o problema é a falta de parcerias eficazes
entre a Igreja do hemisfério Norte e a Igreja brasileira. Mesmo
assim, segundo Patrick Johnstone, o Brasil é terceira nação que
mais envia missionários neste momento.
Pensando
sobre a situação da China, a previsão de Peter poderá se
concretizar, pois a China já vem explorando seu potencial
missionário hoje de forma mais ampla e eficaz que o Brasil. Basta
lembrar que somente o Movimento Back to Jerusalem pretende levantar
100.000 missionários chineses. O plano é que eles saiam da China
percorrendo o trajeto conhecido como “rota da seda”, hoje também
chamado de “Janela 35-45” ou Janela Túrquica, até chegar a
Jerusalém. Muitas reuniões estão sendo feitas sobre o assunto e o
Irmão Yan, um pastor chinês que esteve preso durante mais de 20
anos por pregar o evangelho, está sendo tremendamente usado por Deus
para divulgar a visão. O movimento conta com o apoio do escritor
Paul Hattaway, que colocou o assunto, de forma jornalística, em
evidência nasvárias reuniões de parcerias realizadas no mundo para
tratar do assunto. Esse tipo de proposta de união no trabalho
missionário é algo vital para ajudar no treinamento, na logística
e na estratégia daqueles que serão convocados para essa empreitada
tão importante e perigosa.
Parece
que há mais interesse e generosidade da Igreja do hemisfério Norte
em relação à Igreja chinesa. Creio que o principal motivo seja o
sofrimento que osirmãos chineses enfrentaram por causa da
perseguição; algo que, de certa forma, serviu para purificá-la.
Além disso, a comunidade chinesa cristã espalhada pelo mundo é
rica e pode, certamente, investir no financiamento deste contingente
tão corajoso que ainda está passando por um duro treinamento. A
perseguição fez deles militantes persistentes da causa de Cristo e,
acima de tudo, muito bem-sucedidos na evangelização. Prova disso é
a estimativa de que ocorram 27.000 mil conversões na China a cada
dia. É importante destacar ainda que, segundo o pesquisador Patrick
Johnstone, a maioria desses evangelistas são mulheres, muitas delas
ainda adolescentes.
Ao
longo dos anos vários escritores fizeram análises sobre a Igreja
brasileira partindo da
perspectiva do hemisfério do Norte. Alguns deles trabalham no Brasil
ou são obreiros nacionais educados dentro de uma filosofia de
trabalho típica da Igreja do Norte. Entendo a importância desses
escritos, mas sinto que é preciso fazer uma nova leitura do que está
acontecendo sob uma perspectivamais latina.
Mudanças
no mundo.
Nos
últimos anos, quase da noite para o dia, a América do Sul viu o
mundo passar por uma mudança histórica na produção de alimentos,
que está transformando o interior quase inexplorado do continente no
“novo celeiro” do mundo. Isso não era algo previsto e muito
menos aceitável, pois no passado se enfatizava que o bom da
exportação era o material processado e não a matéria-primaem si.
Um
dos últimos locais do planeta onde ainda existem grandes áreas
disponíveis para agricultura, a América Latina (sobretudo o Brasil)
tem visto uma verdadeira explosão na exportação de produtos
agrícolas na última década. Tal crescimento é alimentado por uma
combinação de políticas econômicas pró-mercado e avanços na
agronomia. Assim, terras tropicais inutilizáveis foram transformadas
em terras produtivas, aumentando os níveis de produtividade aponto
de ultrapassar os Estados Unidos e Europa, o que acabou desafiando
odomínio tradicional deles no mercado global de produtos agrícolas.
Assim
como o profeta Jeremias , não posso me calar diante de tantas razões
que atestam a possibilidade de vermos este gigante chamado Brasil
“decolar”
Os
missiólogos concordam que o século XXI está testemunhando um
grande deslocamento no “centro de gravidade” do mundo cristão,
indo do norte e oeste em direção ao sul e leste. A realidade
incontestável é que em 1960 o hemisfério Norte possuía 75% da
membresia da igreja do mundo e o Sul, somente 25%. No ano 2000, esse
quadro já estava invertido, pois estima-se que 75% dos cristãos
vivem na porção sul do planeta e 25%, no Norte . Os números
relativos ao envio de missionários também mudaram nas últimas
quatro décadas, mas não na mesma proporção.
Anteriormente,
quando se falava de um missionário a idéia mais comum era de
umamericano ou europeu de pele branca. Este quadro hoje mudou e
percebe-se que a área de treinamento melhorou sensivelmente no
hemisfério Sul. Em grande parte, isso aconteceu como conseqüência
do investimento da Igreja do Norte nesta área, bem como da adaptação
do treinamento ao contexto latino em muitas escolas.
Para
os escritores e estudiosos do hemisfério Norte essa idéia parece
algo totalmente novo. Até mesmo os latinos podem duvidar da
viabilidade desse tipode parceira, mas é preciso que a Igreja
absorva novas idéias e quebre paradigmas. A verdade é que ainda
existe muito a ser feito e o mundo não é mais o mesmo. É preciso
identificar o sinal dos tempos e seguir em frente sem estar preso a
tradições humanas. O mover de Deus nesse novo tempo é inegável.
Politicamente, o Brasil busca estar no centro dessas mudanças,
pleiteando uma posição de liderança. Será este um sinal profético
para a Igreja Brasileira?
A
realidade do Brasil em Missões Transculturais na atualidade
O
Brasil foi chamado de “cadinho de nações” por causa de seus
muitos casamentos inter-raciais. Aqui existe liberdade religiosa e
temos um pouco mais de 3.000 missionários transculturais. Pode
parecer muito, mas considerando a existênciade aproximadamente 54
milhões de cristãos evangélicos, espalhados por 300.000 igrejas, é
um número quase irrelevante. Basta lembrar que menos de 500 dessas
igrejas têm um missionário trabalhando na região da Janela 10-40 e
Além, onde vivem 95% dos povos menos alcançados da Terra e menos de
300 mantêm missionários trabalhando entre os povos indígenas do
Brasil.
Calcula-se
que a cada dia ocorrem em média 7.500 conversões no país, num
totalde mais de 2.7
milhões por ano. Contudo, a negligência da Igreja Brasileira pode
ser vista em próprio solo nacional, pois ainda existem mais de 152
tribos indígenas sem a presença de missionários.
Opotencial
não explorado. A conclusão lógica é que existe um potencial muito
grande ainda inexplorado.
Existem
pouquíssimas igrejas fazendo muito por missões transculturais, mas
a maioria não tem feito nada (ou quase nada) para a evangelização
mundial. As pessoas só podem sedispor a fazer algo em prol de
missões quando são informadas e desafiadas.Quando isso acontece,
surgem milhares de candidatos, inclusive com nível universitário
concluído, mestrados e até doutorados, interessados em ser
treinados para levar o evangelho aos não alcançados.
Todos
esses fatores devem ser levados em conta ao refletirmos sobre o
potencial missionário inexploradoda Igreja brasileira, assim como o
perfil da nossa cultura, que influencia o modo de ser e pensar de
cada crente brasileiro.
As
razões porque o Brasilainda não “decolou”:
1
– Cultura individualista:
Existe
um adágio brasileiro bastante conhecido que diz: “Cada um por si e
Deuspor todos”. Este ditado popular revela uma realidade da
situação do país, mostrando que cada um quer fazer suas próprias
coisas e tem uma grande dificuldade para realizar um trabalho em
equipe.
Isso
pode ser fonte de problemas, pois infelizmente há pouca unidade
nomovimento missionário brasileiro e muito se deve a essa cultura
individualista. As organizações missionárias poderiam unir os
esforços e fazer muitas atividades juntas. Um bom exemplo é que por
mais de dois anos fala-se em produzir uma revista que una todas as
agências missionárias do país. O custo seria menor e
conseguiríamos uma expressão maior para as necessidades
missionárias. As missões que já possuem algum tipo de publicação
não conseguem aumentar a tiragem, e acabam produzindo uma tiragem
pequena que aumenta oscustos. O resultado é que a falta de unidade
acaba sendo um grande impedimento para a popularização do material
de missões, pois as organizações missionárias e igrejas não
trabalham juntas para um objetivo comum.
As
diferenças denominacionais, principalmente as diferenças existentes
entre aforma de trabalhar dos chamados “pentecostais”,
“renovados” e “tradicionais”, comprometem o trabalho
missionário brasileiro. Se de um lado os membros de Igrejas
pentecostais valorizam pouco a necessidade de treinamento
transcultural e o trabalho de longo prazo, como a tradução da
Bíblia para povos não alcançados, por outro lado, os chamados
“tradicionais” dão pouca importância a questões como oração
e batalha espiritual. Seria maravilhoso se ambos unissemas forças e
fizessem um trabalho conjunto para alcançar todas as tribos
brasileiras e as regiões do mundo que ainda não têm testemunho
efetivo doevangelho.
2 –
Cultura Nacionalista ou Etnocentrista.
Várias
missões latinas têm se vangloriado de ser totalmente nativas. O
pensamento brasileiro, incentivado por norte-americanos e europeus é
que esta é “a hora do Brasil”. Alguns chegam ao cúmulo de dizer
que a hora da América do Norte e Europa já passou. Isso reflete um
orgulho ufanista e totalmente descabido. Seria mais sensato pensar
que esta é a hora da Igreja como um todo. Precisamos unir as forças
do hemisfério Norte e Sul para terminarmos a tarefada evangelização
mundial. A Grande Comissão não foi entregue a uma nação ou
continente específicos, mas à Igreja toda, e deve ser estabelecida
na face detodo o planeta.
O
mundo só vai crer quando formos um. Estas palavras foram
pronunciadas na oração sacerdotal de nosso Senhor Jesus Cristo.
Creio que esta oração vai ser respondida, mas espero que isso
ocorra ainda em nossa geração. O pesquisador Daniel Rickett afirma
que nenhuma missão ou
igreja pode sobreviver sozinha neste novo milênio. Para as
mega-missões, mega-igrejas e as organizações cristãs que ainda
estão nascendo, as parcerias interculturais tornaram-se um elemento
vital para o sucesso ministerial, principalmente para alcançar
regiões“fechadas”, como China, Índia, Norte da África e
Oriente Médio. Creio que, mais do que nunca, a força missionária
para a evangelização mundial não está apenas nas mãos da Igreja
do chamado “mundo dos dois terços”, que inclui África, Ásia e
América Latina, mas sim no conjunto total, ou seja, contando com a
parceriada igreja do Norte.
3 –
Falta de projetosdentro da realidade brasileira
O
pesquisador e especialista em estatística George Barna diz que o
mundo mudoue que quem não mudar, morrerá. Lembro também de um
provérbio africano que diz: “Os cachorros de ontem não caçam os
coelhos de hoje”. A lição mais importanteque aprendemos com
essas declarações é que os métodos do passado não servem para os
dias de hoje. Isso também é verdade em relação aos métodos,
estratégias, fórmulas e logística da Igreja do hemisfério Norte,
que não servem para o hemisfério Sul.
A
Bíblia também ensina uma lição semelhante quando relata a
indignação do jovem Davi ao ver o gigante Golias desafiando o povo
de Israel. O desafio do guerreiro filisteu chegou ao conhecimento do
rei Saul e do exército israelense. A primeira providência do rei
foi colocar sua armadura pesada no jovem Davi. Isso simboliza a
imposição de paradigmas dos poderosos e do uso de métodos
pré-estabelecidos. Davi colocou a armadura imediatamente, mas
percebeu que eramuito pesada e desconfortável para ele. O jovem
pastor israelense estava acostumado a lutar e não tinha problemas de
auto-estima, por isso disse: “Não posso andar com isto, pois não
estou acostumado a fazer as coisas deste modo”. Davi enfrentou o
gigante sem usar as armas convencionais do rei Saul e mesmo assim
alcançou uma grande vitória, livrando o povo de Israel do exército
inimigo ou de uma grande vergonha.
As
Escrituras também mostram Davi usando a espada de Golias para cortar
acabeça do gigante. Posteriormente ele voltou a usar a mesma espada
em algumas de suas batalhas. A experiência que adquiriu nas guerras
fez dele um dos maiores especialistas em batalhas da história de
Israel e ele chegou a treinar um dos melhores exércitos que seu povo
conheceu.
Em
resumo, o modelo bíblico indica que para iniciar um ministério não
é precis ousar tantos aparatos, mas a necessidade de uso destes vem
com o passar do tempo. As organizações baseadas no hemisfério
Norte só enviam seus candidatos com o valor total ideal para irem ao
campo. Hoje os missionários latinos podem viver bem com cerca de um
quinto do sustento requerido pelos missionários vindos do hemisfério
Norte.
4 –
A barreira do idioma.
Esta
é uma grande desvantagem para a Igreja brasileira, que hoje é a
terceira maior igreja do mundo em número de membros, atrás somente
dos Estados Unidos e China. Poucos líderes nacionais falam inglês
fluentemente para se comunicar com líderes internacionais. Em parte,
esse é um dos motivos que impede o surgimentode parcerias
internacionais mais eficazes, algo vital para o projeto missionário
transcultural de levar o evangelho aos povos não alcançados.
Porfalta de preparo adequado e da fluência em outras línguas, o
grande potencial dos missionários brasileiros acaba não encontrando
liberdade suficiente para sedesenvolver e cumprir o propósito eterno
de realizar as boas obras reservadasde antemão a cada um de nós.
Hoje
em dia existem cerca de 3.000 brasileiros trabalhando em tempo
integralcomo missionários transculturais. Na média, existe um
missionário para mais de 150 mil evangélicos do país. Enquanto
isso, a Igreja Indiana, que é muito menor e possui menos recursos
financeiros, conta com mais de 27.000 missionários transculturais,
nove vezes mais que o Brasil.
Deve-se
considerar ainda a situação daquela nação, que tem o grande
desafio de alcançar os
diversos povos e línguas que vivem em seu próprio território,
principalmente no norte do país. São mais de 600.000 vilas e
cidades, das quais apenas 100.000 possuem ao menos um obreiro
cristão. Uma das vantagens nas parcerias feitas pelas missões
indianas é que, por causa da colonização inglesa, a grande maioria
dos líderes cristãos fala inglês. Além disso, amaioria dos
missionários indianos que deseja trabalhar com etnias não
alcançadas pode permanecer em sua própria nação. Porém, a
lingual geral (inglês) continua sendo um benefício inegável para
aqueles irmãos.
O
sistema educacional da América Latina não contribui para um bom
aprendizadoda língua inglesa nas escolas. Muitas vezes o missionário
é mal compreendido quando diz que precisa de recursos para estudar
inglês fora do país, o que acelera o aprendizado. É preciso mudar
essa idéia equivocada de que omissionário não pode considerar o
aprendizado do inglês como parte da suapreparação para a obra
missionária.
5 –
Cultura Egoísta.
Infelizmente,
a cultura predominante na liderança evangélica brasileira é
egoísta. Somente pensam nos que estão próximos e nas necessidades
de suas própria igrejas e/ou denominações. Pesquisas indicam que
somente o vergonhoso índice de 1% dos recursos da Igreja no mundo é
investido em missões transculturais aos não alcançados. Contra
fatos não há argumentos.
Esta
realidade é perpetuada na igreja brasileira. As igrejas pentecostais
e renovadas, embora sejam conhecidas pelo seu zelo evangelístico,
são as que menos contribuem para alcançar pessoas fora do Brasil. A
média de contribuição individual para missões transculturais é
de apenas R$ 1,30 por ano. Ou seja, cada evangélico brasileiro
contribui com menos de um dólar.
O
Brasil não é um país tão pobre quanto se pensa. Trata-se de uma
das 10 maiores economias do mundo. O problema é uma grande
discrepância na distribuição da renda nacional. Merece atenção o
fato de que a maioria das igrejas que apóia a obra missionária é
pequena. A discrepância na distribuição de renda é refletida nas
grandes igrejas, que dividem muito mal a sua arrecadação quando se
trata de missões. Centenas de igrejas grandes não têm um programa
de investimento mensal na obra missionária, estando mais preocupadas
com novas construções e o conforto apenas de seus membros. Para
ajudar na avaliaçãode nível de comprometimento, elaboramos uma
escala para medir o envolvimento deuma igreja com missões
transculturais. Essa escala não se baseia em valores absolutos, mas
sim na proporção do investimento em missões comparado ao total de
arrecadação mensal. Com ela pretendemos identificar a distribuição
de rendadentro das igrejas brasileiras. O patamar mais baixo é o das
igrejas omissas (que investem de 0 a 4% de suas entradas em missões
transculturais); o seguinte é o das igrejas passivas (com
investimento de 5 a 9%); em seguida vêm as igrejas interessadas (que
contribuem com 10 a 19%); chegando até a categoria de envolvidas (20
a 29%). A partir daí, pode-se atingir níveis mais positivos: ser
amiga de missões (contribuindo com 30 a 39% de seus recursos),
apaixonada pormissões (investimento de 40 a 49%), culminando com as
verdadeiramente comprometidas com missões (que investem mais de
50%). Até agora só encontramos somente duas igrejas que se
enquadrariam nesse último nível. Para os que criticam a necessidade
de finanças vindas de fora do país, é bom lembrar que a maioria
das igrejas pesquisadas não poderia ser chamada nem mesmo de
envolvida com missões.
6 –
Medo desmedido da igreja do Norte.
As
organizações missionárias do hemisfério Norte demonstram um medo
desmedido de associar-se com as organizações do Sul. O argumento
usado é que se trata de paternalismo. O canadense Oswald Smith
percebeu isso e chegou a dizer que: “O nacionalismo se manifesta em
quase todos os países, e está dificultando crescentemente a obra
missionária. O seu lema é: África para os africanos, Índia para
os indianos, e China para os chineses”. Alguns missiólogos
baseiam-se em investimentos mal feitos no passado para argumentar que
não se deve enviar recursos a nações
pobres. Isso vai contra o relato bíblico.
O
apóstolo Paulo não era natural da Antioquia, foi para lá a convite
de Barnabé e recebeu parte do seusustento de Filipos. Ele menciona
isto de uma maneira especial, dizendo que Filipos foi a única igreja
que investiu no seu ministério após ter saído para a Macedônia.
Quando
penso nisto, vejo a lição extraordinária que os líderes
muçulmanos estão nos dando. Eles enviam obreiros avançados de
diversas nações, inclusive de países pobres, que são financiados
por países muçulmanos ricos, como Arábia Saudita, Líbia, Catar,
Emirados Árabes Unidos e outros.
Podemos
imaginar um exemplo baseado no que eles estão fazendo. Levantar
4.500 equipes multinacionais com pessoas do hemisfério Sul (que tem
abundância de obreiros interessados) e treiná-las para a tradução
da Bíblia nas línguas faltantes. Estas equipes seriam compostas de
tradutores, alfabetizadores, evangelistas e enfermeiros financiados
majoritariamente por nações ricas. Este trabalho seria feito
através de uma parceria em que cada país contribuiria
proporcionalmente com o salário mínimo vigente em território
nacional. Isto seria uma revolução que ajudaria a concluir uma das
tarefas mais difíceis da obra hoje, que é atradução da Bíblia
para todas as línguas. Se algo parecido não for feito urgentemente,
o alvo proposto pela Visão 2025, de ter um tradutor da Bíblia em
cada língua até o ano 2025 será apenas mais um sonho lindo das
organizações missionárias.
Creio
que já chegou a hora de superarmos os modelos vigentes e nossos
medos, pois a Igreja do Senhor é feita de muitas partes. Deus
distribui dons especiais para a edificação do corpo. A natureza da
Igreja é que cada parte distinta deve fazer o seu trabalho de
maneira única. Portanto, para que ocorra a expansão da Igreja
precisamos de mais obreiros, mais oração, mais contribuições
financeiras e mais cuidado pastoral realizados em parceria. Somente
assim faremos com que a dinâmica do reino se estabeleça. Um bom
livro que aborda essa maneira detrabalhar conjuntamente foi escrito
por Daniel Rickett e tem o sugestivo título “Building Strategic
Relationships – A Practical Guide to Partnering WithNon-Westerner
Missions” (Construindo Relacionamentos Estratégicos – Um guia
prático para as parcerias com as missões não ocidentais).
Infelizmente não dispomos desse material em português, mas ele traz
contribuições valiosas, segundo a perspectiva de um membro da
Igreja do hemisfério Norte.
K.
P. Yohannan, um líderde missões indiano que mora nos Estados
Unidos, faz algumas observações importantes sobre essa questão:
Cristãos
norte-americanos sozinhos, sem muito sacrifício, podem suprir
financeiramente todas as necessidades das igrejas no terceiro mundo.
Por que nós não podemos gastar pelo menos um décimo do que usamos
para nós mesmos na causa da evangelização mundial? Se as Igrejas
dos Estados Unidos sozinhas tivessem feito este comprometimento em
1986, haveria 4.8 bilhões de dólares disponíveis para
aevangelização mundial. Se a abundância dos americanos me
influenciou, a abundância dos cristãos me influenciou mais ainda!
Nos Estados Unidos existem 5.000 livrarias evangélicas que vendem
artigos religiosos que ultrapassam minha capacidade de imaginação.
Tudo isso enquanto mais de 4.000 das 7.148 línguas domundo ainda
estão sem uma única porção da Bíblia na sua própria língua.
80% das pessoas do mundo nunca possuíram uma Bíblia, enquanto os
americanos têm em média quatro Bíblias por residência.
Se
a igreja do Senhor que está no Norte não fizer a sua parte neste
processo de parceria, estará omitindo os dons que o Senhor lhe tem
dado para contribuir para a expansão do Reino.
Spencer
Johnson, autor do best-seller Quem Mexeu No Meu Queijo?, enfatiza a
necessidade de mudança de paradigmas em várias áreas da vida. Ele
reforça a afirmação categórica do pesquisador cristão George
Barna: “Quem não mudar, morrerá”. Vemos a necessidade de
mudança de pensamento da Igreja do hemisfério Norte em relação a
parcerias com a igreja do Sul, principalmente com as igrejas do
Brasil e América Latina. O fato de brasileiros receberem apoio
financeiro não os torna dependentes de um país, mas sim da
providência de Deus, concretizada pela sua Igreja espalhada pela
Terra.
Poderia
citar como exemplo, entre vários na América Latina, um casal que
investiu dez anos de sua vida no preparo para se tornar tradutor da
Bíblia. Eles foram aprovados por sua denominação para ser
missionários, mas o maior desafio que têm enfrentado é levantar o
sustento integral. Chegaram a pensar que desenvolvendo um ministério
local facilmente teriam o sustento depois de algum tempo, o que não
aconteceu. No entanto, o ministério vital a que eles se propuseram
continua com falta de obreiros única e exclusivamente por não
termos estrategistas na área de missõesque apresentem propostas
concretas para uma mudança de atitude. Se houvesse uma parceria com
a Igreja do Norte, exemplos como estes deixariam de existir e aforça
missionária aos não-alcançados poderia ser multiplicada facilmente
em mais de 100 vezes.
Edison
Queiroz, um experiente pastor e mobilizador de missões
transculturais, que pastoreou a 1ªIgreja Batista em Santo André –
SP (que foi um modelo em missões nos anos 80), baseado em sua
experiência nos EUA, nos traz as seguintes observações:
A
Igreja Americana está muito voltada para si mesma. Há um movimento
de formar mega-igrejas, onde os ministérios são voltados e
especializados para as pessoas que vivem ao redor da igreja e o
enfoque é somente alcançar a cidade.
2.
Os americanos não crêem no potencial dos estrangeiros. Eles não
consideram que as pessoas alcançadas no campo pode tornar-se
missionários.
3.
Eles têm muito dinheiro, e quando investem no campo querem controlar
excessivamente as ofertas.
4.
Alguns têm muitas tradições quanto à obra missionária que
precisam ser quebradas. Por exemplo, a necessidade de ter doutorado
para poder ir ao campo, excesso de benefícios para os missionários,
etc.
5.
O denominacionalismo aqui também é exacerbado. Poucas denominações
fazem parcerias com outras e também com agencias missionárias.
6.
Existe também o problema cultural, com uma forte tendência a
olharem outras culturas como inferiores.
7.
Tudo isto sem contar todo o background político que tem sido um
grande impedimento também.
Tradicionalismo.
O
tradicionalismo tem feito que os trabalhos realizados à maneira
latina sejam criticados por lideranças conservadoras. Isto tem
prejudicado o aparecimento de trabalhos genuinamente latinos. Se
quisermos ver latinos chegando aos não-alcançados em grande
quantidade, precisamos apoiá-los. A maioria das escolas de
treinamento ainda copia currículos de instituições do Norte e
procuram impor essa “fórmula” aos latinos.
Aqui,
uma vez mais, somos remetidos ao relato bíblico referente a Davi,
filhode Jessé, no campo de batalha. Todos viram sua coragem e desejo
de enfrentar o incircunciso Golias. Assim, a primeira coisa que
fizeram foi oferecer-lhe uma armadura pesada que impedia seus
movimentos. Sua reação natural foi rejeitá-la. Quando agiu do modo
como estava acostumado, sem a armadura, o resultado foi avitória do
povo de Israel num momento crucial de sua história. Davi não ficou
preso à tradição e guardou a espada do gigante morto.
Posteriormente, usou outras vezes a espada que conquistara até ficar
tão acostumado com o manejo dela que chegou a treinar outros
soldados. Os homens de Davi formaram o melhor exército da história
de Israel. Do mesmo modo, precisamos dar liberdade para os latinos
desenvolverem-se aprendendo com seus próprios erros e acertos.
Antigamente, missionários estrangeiros acabavam assumindo todas as
funções e treinavam poucas pessoas para substituí-los. A proposta
agora é acabarmos com esse tipo de tradição humana que não
desenvolve todo o potencial dos candidatos. Vemos, então, que a
questão financeira é apenas um aspecto da cooperação, que inclui
ainda treinamento de qualidade e trabalho conjunto.
8
– Diferenças culturais.
A
forma de atuar dos brasileiros é bem diferente da dos povos do
Norte. Os brasileiros são mais orientados para o trabalho com
pessoas do que com tarefas. Isso já está mudando nas grandes
cidades. Mesmo assim, essa característica é muito importante, pois
esse é justamente o perfil da maioria dos povos não-alcançados da
Terra.
Creio
que, com um bom treinamento, poderemos ver equipes mistas, compostas
de latinos, europeus e norte-americanos trabalhando juntos para
expansão do Reino na face da Terra. Creio que é hora de as
organizações investirem não só nos missionários que já estão
no campo, mas também no treinamento daqueles que um dia servirão à
causado Senhor.
9 –
Cultura da Infidelidade.
Infelizmente,
a cultura normal do brasileiro é não cumprir com os compromissos
assumidos, o que não implica numa punição visível. Os
missionários que dependem de promessas de crentes têm ficado
frustrados, decepcionados e muitos deles até mesmo amargurados. O
quadro não é muito diferente com as igrejas. Muitas delas enviam
seus candidatos com um compromisso assinado, algumas vezes registrado
e matas, e o resultado acaba sendo desanimador, pois não raro as
promessas não saem do papel.
A
mudança de pastor, construção de um templo, método de trabalho da
igreja ou uma crise financeira pode ser um argumento forte o
suficiente para cortar osustento do missionário. Assim, o
missionário acaba sendo visto como algo descartável ou até mesmo
supérfluo. Na maioria das vezes essas mudanças ocorrem sem tempo
hábil para um planejamento ou comunicação prévia com o
missionário, que pode acabar forçado a abandonar o campo.
Fizemos
uma pesquisa com um cadastro de 20.000 pesssoas que assinaram um
cartão de compromisso de sustento. Os números mostram que a média
dos mantenedores fiéis a seu compromisso é de apenas 5%. Vale
lembrar que esses compromissos são assinados. Este não é um quadro
verificado apenas por nós, mas podemos dizer sem medo de errar que,
de uma forma ou de outra, todas as agências sofrem com essa falta de
fidelidade. Conversei sobre isso com um líder de outra organização
missionária e ele me disse que eles têm trabalhado arduamente na
área de fidelização, no entanto somente o mesmo percentual de 5%
na fidelidadedos compromissos assumidos é alcançado.
10
– Denominacionalismo exagerado.
Quando
se pensa em missões transculturais aos povos não alcançados, é
preciso deixar o denominacionalismo exagerado de lado. O trabalho
missionário deve serfeito em conjunto em várias frentes.
Somente
o trabalho missionário pode unir a Igreja, pois é uma das poucas
questões que não gera polêmicas teológicas. Jesus nos alertou que
o mundo somente vai crer quando formos um. Muitos líderes
preocupam-se em colocar uma placa denominacional acima de tudo.
Contudo, eles nem imaginam que em alguns lugares é impossível
exibir publicamente o nome da igreja evangélica. Isso sem falar no
escândalo que é para algumas culturas verem dois ou mais grupos
criticando abertamente um ao outro.
Como
seriam nossas igrejas se os missionários que aqui chegaram tivessem
amesma visão? Hoje seríamos meras congregações das igrejas do
hemisfério Norte. Há muitas igrejas interessadas em ver suas
“extensões” nos países do hemisfério Norte, especialmente
entre a comunidade de brasileiros que vivem como imigrantes nos
países ricos. Infelizmente, poucas igrejas rompem com esse
pensamento e trabalham juntas pela extensão do Reino e não por uma
expansão denominacional. Por causa disso, os números mostram que
menos de 0,2 % dasigrejas brasileiras tem um missionário trabalhando
entre os povos não alcançados.
Olhando
para as Escrituras, não há indícios de que os apóstolos deveriam
ficar permanentemente
em Jerusalém e governar a Igreja. Tampouco havia o conceito
difundido hoje em dia por certos grupos de que “apóstolo” é o
líder principal de um grupo de igrejas. Paulo nunca manteve um
controle dominador “apostólico” das igrejas implantadas por ele.
11
– Cultura do retorno financeiro.
Por
que investir num tradutor da Bíblia para uma língua que ainda não
dispõe dela e cujos falantes não conhecem a escrita? Isso não traz
retorno financeiroe implica em grande investimento a longo prazo.
Essa é a idéia mais comum no contexto brasileiro. Dificilmente
lembramos que João Ferreira de Almeida começou a tradução da
Bíblia para o português aos 16 anos de idade e morreu sem vê-la
concluída.
É
impressionante ver o relato de como a Bíblia foi traduzida para a
língua tibetana. Foram 90 anos de trabalho árduo e os missionários
morávios que começaram o trabalho não o viram ser concluído. A
determinação daqueles que sedispõem a ser pioneiros é admirável.
Quando
se investe em um obreiro nacional para implantar uma igreja onde já
existem muitas outras, o resultado geralmente é rápido. Logo se
estabelece uma congregação que muitas vezes envia todos os recursos
para a sede. Manter um missionário em campos não-alcançados é
caro e dá muito trabalho. Esquecemos daquelesque pagaram o preço
para trabalhar em nossa pátria, deixando sua família, cultura e
igreja para que nós tivéssemos acesso ao evangelho.
Há
missionários sendo enviados para lugares onde a comunidade
brasileira é forte, principalmente onde há um retorno financeiro
rápido, pois almejam alcançar os imigrantes que buscam melhores
oportunidades de ganho financeiro. Aquestão é: por que não existe
um investimento proporcional para se alcançar os confins da Terra,
principalmente aqueles que nunca ouviram uma vez sequer a mensagem do
evangelho? Acaba existindo uma confusão na cabeça de muitas pessoas
sobre o que realmente é um trabalho missionário transcultural.
Todos
os obreiros no reino de Deus são levitas e por isso deveríamos ver
oprincípio bíblico ser aplicado. A tribo dos levitas recebia 110%
de ofertas. Acontribuição era 10% de cada uma das outras 11 tribos,
que retinham 90%. Este quadro foi mudado e quando foi instituído o
dízimo dos dízimos os levitas passaram a ficar com 99%. Mesmo assim
recebiam 10% a mais do que as demais tribos. A questão é: “Até
que ponto os levitas de hoje são somente os músicos, como pregam
muitas igrejas?”
É
impressionante ver que os salários dos missionários transculturais
parecem ser cortados e diminuídos por qualquer motivo, enquanto o
mesmo não acontece com os salários pastorais. No conceito da
maioria das igrejas brasileiras, o missionário é visto como uma
pessoa de segunda categoria ou um extraterrestre. Essa atitude
precisa ser mudada, e para isso é necessário eliminarmos essa
cultura do retorno financeiro.
O
“normal” para muitas igrejas brasileiras é fazer campanhas para
ajudar os missionários. Geralmente elas só conseguem arrecadar
artigos que não têm mais nenhuma utilidade, coisas já desgastadas
e que dificilmente podem ser usadas pelos missionários. A idéia
predominante é de que os missionários são pessoas que não “deram
certo” na igreja e por isso são vistos como uma espécie
de“cidadãos de segunda classe”
12
– Barreira Financeira.
A
distância geográfica entre o Brasil e os povos não-alcançados da
Ásia, Oriente Médio, Norte da África e Sahel é muito grande, o
que gera maiores necessidades financeiras. Vejamos um exemplo
prático: o custo de uma passagem aérea para um britânico visitar
um país africano como o Níger corresponde a menos de um salário
mínimo da Inglaterra. Enquanto isso, para um
brasileiro voar até o Níger o custo é de aproximadamente oito
salários mínimos do Brasil. Ou seja, um britânico precisaria
trabalhar menos de um mês para viajar, enquanto o missionário
brasileiro necessitaria dedicar-se a quase oito meses!
O
salário mínimo mensal no Brasil é de aproximadamente 340 dólares
americanos. A metade da população brasileira recebe menos de dois
salários mínimos por mês. A logística e estratégia para manter
um missionário na região dos povos menos alcançados domundo é
caríssima. O líder de uma missão brasileira foi desafiado para
otrabalho da China, que tem 490 etnias não alcançadas e cerca de
320 milhões de pessoas que nunca ouviram do evangelho. Ele apenas
disse: “Não temos interesse na China porque fica distante e não
temos estrutura para dar o cuidado missionário”. Eu disse isso ao
líder de uma missão da China e sua resposta foi: “Será que Deus
continuará distante dos chineses por causa disso?”
Sem
pessoas como o apóstolo Paulo, Hudson Taylor, David Linvigstone,
William Carey, Adoniran Judson, Daniel Berg, Gunnar Vingren, William
Bagby, AshbelSimonton, Nájua Dib e Ronaldo Lidório, o que seria de
nós e de tantos outros povos? Mas quando lemos sobre a vida desses e
de outros homens de Deus, jamais vemos que dinheiro foi uma barreira
intransponível, pois o Senhor sem prelevantava pessoas para
ajudá-los na questão financeira. Dinheiro não pode serum
impedimento para a continuação da obra.
13
– Concentração de Poder.
O
sistema das igrejas evangélicas prioriza a entrada de recursos
econômicos e não os feligresses. Prova disso é que onde existe
retorno financeiro abundante e rápido há uma concentração de
igrejas em detrimento dos lugares onde a população é mais pobre.
O
Movimento Brasil 2010 tem trabalhado para ver este quadro mudado.
Eles realizam pesquisas sobre a realidade religiosa do país com o
objetivo de mostrar aos pastores a desproporção na distribuição
das igrejas, visando, assim, uma alocação mais eqüitativa de
obreiros até o ano 2010. O alvo é ver uma igreja implantada para
cada 1.000 habitantes da nação brasileira.
Uma
estatística publicada pelo movimento mostra o exemplo de São
Caetano do Sul, no estado de São Paulo. Essa cidade briga com
Brasília pelo primeiro lugarem renda per capital da nação
brasileira. Existem mais de 60 igrejas em somente15 quilômetros
quadrados. Como resultado dessa pesquisa, um pastor deixou uma cidade
do interior paranaense para se mudar para São Caetano do Sul!
Quando
olho para fatos como este, me admira a pouca atenção dada os
desafios daTurquia, por exemplo, país com 70 milhões de pessoas e
menos de 2.000 crentes. Em metade dos estados daquela nação não há
nenhum obreiro. O que motiva um crente a ir morar onde já existem
muitos outros cristãos? O certo não seria as pessoas desejarem
levar o evangelho para as regiões onde existem poucos ou mesmo
nenhum crente?
14
– Liderança centralizadora.
Na
América Latina, principalmente no Brasil, a maioria das igrejas
segue o modelo de uma igreja-sede com várias congregações. Isso
parece ser herança do sistema católico, onde uma diocese controla
várias paróquias.
A
maioria da liderança das igrejas no Brasil não é participativa,
mas sim dominante, seguindo o modelo dos caudilhos. O quadro é o
mesmo em toda a América Latina, África e muitos países asiáticos.
Infelizmente, a maioria desses líderes não tem demonstrado amor e
compaixão pelos povos não alcançados.
Pedi
a uma missionária para fazer uma pesquisa com os missionários da
Horizontes para ver quantos deles foram influenciados por seus
pastores parairem aos povos não alcançados. Chegamos à
impressionante estatística de que 95% deles não foram incentivados,
orientados ou desafiados por seus pastores. O mais estarrecedor de
tudo é que vários destes pastores na verdade tentaram dissuadi-los
a não aceitarem os desafios dos povos não-alcançados
enegligenciados pela igreja. A Horizontes somente recebe os
candidatos com o apoio de suas igrejas, por meio de uma carta de
apresentação. Portanto, é possível imaginar que a primeira
batalha do candidato começa com quem deveria apoiá-lo.
Os
líderes principais das sedes não dão nenhuma autonomia às
congregações. Então, se tais congregações têm um candidato a
missões, ele não pode ter apoio financeiro, pois estará desviando
o dinheiro da sede. A realidade é que o investimento per capita do
Brasil em missões transculturais é o irrisório valorde apenas R$
1,30 por ano. Como brasileiro, tenho orado para que os pastores
presidentes tenham visão, revelação, sonhos, teofanias ou uma
palavra do Senhor para que invistam em missões transculturais.
Também
tenho orado e incentivado outros a orar para que o Senhor chame os
filhos destes pastores presidentes e empresários para missões
transculturais, pois sei que se eles forem aos campos não-alcançados
não lhes faltará sustento e poderão influenciar seus pais a
mudarem a atitude com relação a missões. Se cada uma destas
igrejas investisse somente 10% de suas entradas em missões,
ocorreria uma revolução extraordinária jamais vista na história
da Igreja.
15
– Cultura espiritual.
Os
discípulos conviveram com o Mestre por mais de três anos aqui na
Terra.Todos os dias ouviam Jesus lhes ensinando as Escrituras e mesmo
assim não as entendiam. Finalmente, o Senhor abriu o entendimento
deles para que pudessem compreender as Escrituras, como vemos em
Lucas 24: 45-48. O objetivo da ida de Jesus para a cruz era resgatar
todos os pecadores para a glória de Deus. Ele cumpriu a sua parte,
completou cabalmente a sua missão, e depois passou a tocha aos
discípulos, dizendo: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos
envio” (João 20: 21b). Essa tarefa deveria começar por Jerusalém.
Muitos têm ensinado que a Jerusalém simboliza a nossa cidade. É
preciso lembrar que os discípulos remanescentes não eram naturais
de Jerusalém. Eles eram da Galiléia. O único cidadão da região
de Jerusalém foi Judas, o traidor.
O
ensino do Senhor era que as pessoas, quando se convertiam, deveriam
ir primeiro aos seus. Após receberem a preparação do Mestre sobre
a Grande Comissão, a visão passada a eles era alcançar todos os
povos, tribos línguas enações. A conclusão óbvia é que deviam
ir a Jerusalém porque lá todas as naçõesdo mundo estariam
representadas. Isso sempre ocorria na festa de Pentecostes, que
naquele ano foi marcada pela descida do Espírito Santo.
Os
renomados pastores e escritores Andrew Murray e Oswald Smith
enfatizavam em seus dias que o maior obstáculo para missões são os
próprios pastores. Isso não é diferente em nossos dias.
Posso
relatar casos que envolvem vários missionários. Eles constantemente
visitam igrejas com o objetivo de levantar os recursos para as
passagens ou sustento. Vários pastores aproveitam para levantar
ofertas fazendo um apelo dramático para que os crentes dêem tudo o
que puderem para a obra missionária e o missionário presente ali.
Ao final do culto, alguns desses pastores nem procuram o missionário,
enquanto outros dão apenas o dízimo da oferta recolhida. São raros
os pastores que demonstram fidelidade quando se trata de ofertas.
Conforme afirmavam Andrew Murray e Oswald Smith trata-se de um
problema espiritual.
Se
queremos ver um avivamento missionário nesta nação, devemos orar
para que o Senhor abra o entendimento da liderança da Igreja
brasileira e eles possam veralém da sua própria região ou
paróquia. Que eles possam ter a mesma visão de John Wesley, que
disse: “A minha paróquia é o mundo”.
Conclusão
Muitos
líderes nacionais e estrangeiros têm profetizado que o Brasil é
um“celeiro de missões”.
Isso é verdade, pois trata-se de um celeiro cheio. Mas ele não terá
serventia se não for usado para alimentar os povos menos alcançados
pelo evangelho. Uma frase do hino nacional brasileiro afirma que
opaís está “deitado eternamente em berço esplêndido”. Isso
também poderia ser aplicado a este país “gigante pela própria
natureza” quando se trata de missões transculturais. É preciso
despertar o “gigante” de seu “berço esplêndido” e mostrar
que ele é também “belo, forte, impávido colosso”.
Para
que isso aconteça será preciso empregar uma força descomunal. Esta
força terá que vir de um cordão de três dobras , formado pela
parceria entre a igreja estabelecida no Norte, a igreja do Sul e o
Senhor Jesus. Somente trabalhandojuntos, em espírito de oração,
poderemos ver o potencial missionário do Brasil ser plenamente
desenvolvido.
O
pastor e líder político Martin Luther King Jr afirmava que:
“Esperar que Deus faça tudo enquanto não fazemos nada não é fé,
é superstição”. Este esforço tem que ser urgente, pois esta é
a época de colheita, em que os adolescentes e jovens estão
interessadíssimos em entregar sua vida para a propagação do
evangelho entre os não alcançados. Estes jovens brasileiros e
latinos que estão sendo recrutados, treinados e enviados aos povos
não-alcançados podem viver comum valor 20% menor do que um
norte-americano gastaria. Isso sem falar na maior facilidade que os
latinos têm de ser aceitos pelo povo local.
Creio
que se não houver um grande esforço de recrutar, treinar e enviar
este contingente o quanto antes, a colheita pode ser perdida. Este
esforço tem queser gigantesco, proporcional ao tamanho do Brasil,
que tem dimensões continentais. Para efeitos de comparação,
constata-se que o Brasil é maior que toda a Europa e o Leste Europeu
juntos. Assim, o planejamento de investimentotem que ser pensado
dentro de uma perspectiva continental.
Gostaria
de concluir este artigo apresentando alguns passos práticos para que
ocorra uma mudança verdadeira neste quadro.
1
– Devemos criar um movimento nacional de oração para que o Senhor
abra osolhos e corações da liderança brasileira para os povos não
alcançados. Uma boa maneira de divulgar isso seria produzindo bons
vídeos, DVD’s, CDs e livros para despertar pessoas para a
realidade de missões. Eles deveriam ser baratos e defácil acesso,
talvez com custo subsidiado. No Brasil alguns livros de missões têm
uma tiragem de apenas 1.000 exemplares. Precisaríamos que fossem
dezenas de milhares. Essa tiragem pequena encarece os livros e torna
seu acesso restrito auma elite com bom poder aquisitivo. O ideal
seria popularizar livros, vídeos eCDs como fez o alemão Martinho
Lutero durante a Reforma, que espalhou a Bíbliae seus escritos em
seus dias. Levando em conta a experiência que temos com nossa
editora, é possível dizer que sem apoio do exterior, muitos bons
livros de missões nunca serão publicados em português.
2
– Há uma necessidade premente de que líderes brasileiros aprendam
o inglês, assim como também seria oportuno que os líderes de
organizações internacionais aprendessem o português. Além disso,
ambos poderiam procurar aprender a culturaum do outro. Isto pode
ajudar no relacionamento que multiplicará a força brasileira e
latina em direção aos não alcançados. Parceria é, acima de tudo,
relacionamento.
3
– As organizações que têm mais recursos poderiam destinar uma
boa percentagem deles para sustentar os que desejam ser treinados e
enviados aos não alcançados. O maior obstáculo para os candidatos
brasileiros em missões transculturais ainda é levantar os recursos
para o treinamento e depois levantar o sustento completo para se
manterem no campo. Esse problema poderá, creio eu, ser solucionado
com parcerias fortes. A cada real ou dólar levantado por um
candidato brasileiro, a organização parceira do Norte poderá
levantar um valor correspondente, o que dobraria o sustento do
candidato.
Para
citar um bom exemplo, Waldemiro Tymchak, ex-diretor executivo da
Junta de Missões Mundiais dos batistas brasileiros, disse que tinha
mais de 300 candidatos para serem treinados e enviados. Porém, os
recursos da JMM não são suficientes para atender à grande demanda
de candidatos. Imagine se uma convenção estrangeira aceitasse o
desafio de fazer uma parceria e levantar ametade dos recursos de 100
candidatos. Depois, se esse exemplo fosse imitadopor países como
Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Suécia ou Alemanha, o resultado
seria 300 novos obreiros treinados e enviados para missões
transculturais.
Outro
projeto que devemos investir em missões é formar tradutores da
Bíblia. É impressionante e vergonhoso constatarmos que em pleno
século XXI ainda existam mais de 2.000 línguas sem nenhuma porção
da Bíblia. Enquanto isso, existem muitos candidatos interessados,
aprovados e cadstrados, mas que não possuem o sustento mínimo
adequado para o treinamento.
Se
conseguirmos fazer isso, alcançaremos o alvo proposto pela Visão
2025, que visa ter um projeto de tradução da Bíblia em andamento
em todas as línguas queainda não o possuem até o ano 2025.
4
– As organizações interdenominacionais enxutas, que não
sobrevivem das taxasde administração cobradas de seus missionários,
têm um grande desafio: levantar recursos para construir estruturas
para Centros de Treinamento Transcultural. As igrejas brasileiras não
têm a visão de investir em Centros de Treinamento
interdenominacionais. Isso tem impedido o aparecimento de mais
organizações dedicadas ao treinamento de missionários. As
organizações brasileiras já existentes precisam ser apoiadas por
outras organizações do Norte que compreendem melhor que
investimentos como esse são vitais para a expansão doreino de Deus.
Tudo
o que foi feito até o momento por organizações
interdenominacionais brasileiras é fruto de um esforço descomunal
dos obreiros e muita criatividadedas lideranças para dar conta do
recado. Isso tem consumido muito esforço demobilização e
treinamento e drenado muito da energia dos obreiros. Dividindonossas
forças, ficamos impossibilitados de dedicar-nos à conscientização
missionária da igreja brasileira e desenvolvermos as áreas de
logística, estratégia, recrutamento, treinamento e cuidado do
missionário no campo.
Se
tivermos um bom planejamento, estratégia, logística, um
investimento maciço e um trabalho bem feito nas áreas emblemáticas,
poderemos inverter o quadro atual. Reiteramos que nas atuais
circunstâncias isso só poderá ser feito em parceria com os irmãos
do hemisfério Norte. Esta é a hora de parcerias. Somente juntos
poderemos mudar a história de missões.
Termino
lembrando a experiência de Oswald Smith, que foi pastor da Igreja
dos Povos em Toronto, no Canadá, que chegou a sustentar 800
missionários em seus tempos áureos. Em um de seus livros ele narra
a seguinte história:
Aconteceu
durante a Segunda Guerra Mundial. A França havia se rendido aos
alemães. Os Estados Unidos ainda não haviam entrado na guerra. A
Grã-Bretanha estava resistindo sozinha, de costas contra a parede,
esperando a invasão iminente. Sir Winston Churchill, o
primeiro-ministro inglês, resolveu falar diretamente ao povo
norte-americano. Eu guiava numa auto-estrada, tendo ao lado minha
esposa. Encostei o carro no acostamento e desliguei o motor, a fim de
não perder nemuma só palavra de Churchill. O rádio do carro estava
sintonizado na BBC de Londres. O primeiro-ministro inglês falou
apenas dois ou três minutos, porém declarou algo de que eu jamais
me esqueceria, desde aqueles dias até hoje. Sir Winston Churchill,
dirigindo-se ao povo norte-americano disse: “Dê-nos as
ferramentas, e nós terminaremos o trabalho”.
Parafraseando
as palavras de Sir Winston Churchill, afirmo que sem parcerias será
impossível alavancar as missões transculturais na igreja brasileira
e aproveitar o potencial existente. Em
contrapartida, se tivermos as ferramentas, junto com a igreja do
Norte, poderemos despertar este gigante e tirá-lo do berço
esplêndido onde se encontra e assim terminaremos a tarefa a nós
encomendada de fazer discípulos de todas as nações.
David
Botelho: Brasil – O Gigante Adormecido. David Botelho.
7.3
COMO DEVE SER A VIDA DO MISSIONÁRIO(A).
PARA
QUEM TEM CHAMADO PARA SER MISSIONÁRIO
Para
cada pessoa que quer ser missionário, ou tem chamada para o ser,
precisa cuidadosamente fazer
um exame próprio e ver como se encontra sua vida espiritual. Como
está na fé, a santidade, o conhecimento de Jesus Cristo em sua vida
e a relação
com Deus. O melhor jeito de fazer isto é começar a examinar a
vida, através da Palavra de Deus. Comparando a sua vida com a de um
dos maiores missionários encontrado na Bíblia Sagrada. O maior
missionário foi o Senhor Jesus Cristo. Mas gostaria que você
estudasse e examinasse sua vida com a do apóstolo Paulo.
Primeiro
podemos citar para lhe ajudar alguns versículos do capitulo 9 do
livro Atos dos Apóstolos, que fala sobre a conversão do então
Saulo de Tarso. Leia com muita atenção Atos
9.1-18.
Lembre-se que você está em fase de exame próprio, estará
examinando sua vida comparando com a do apóstolo Paulo. Como já
observou que entre os versículos 3-6
Saulo teve um encontro com o Senhor Jesus Cristo. Isto significa
conversão. A partir deste momento, Saulo deixa de ser Saulo e passa
a ser Paulo, o apóstolo, por chamado de Jesus Cristo. Paulo
não pensava que era convertido, ele simplesmente foi!
E você é convertido? Responda a você mesmo. Eu quando identifiquei
o chamado de Deus na minha vida, no começo também pensei que era
convertido. Mas Deus como é misericordioso mostrou-me muitas
raposinhas na minha vida. “Apanhai-nos
as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas; pois as nossas
vinhas estão em flor.” Cantares 2.15. Como
são numerosas as raposinhas! Aparentemente pequenas concessões ao
mundo: se o mundo faz, eu também posso; desobediência à
consciência nas pequenas coisas; pequenas indulgências para com a
carnalidade às custas das obrigações; pequenos lances de
esperteza, - copiar um CD sem autorização – pirataria, atos maus
nas pequenas coisas, para que resulte em bem; não entregar a Deus o
dízimo em totalidade; tocar no dinheiro que pertence à Igreja, por
mais que seja um centavo e assim por diante. E os frutos da vinha são
destruídos! Tudo
isso são como imperceptíveis "raposinhas",
que às vezes nem nos damos conta de sua existência em nossas vidas.
Mas uma coisa é certa, o resultado é sempre destruidor. Não há
como ser santificado, ter sucesso na vida espiritual, manter o
vinhedo bonito se, por outro lado, ele estiver sendo destruído pelas
raposinhas. Poderemos derrotar inimigos fortíssimos, mas se não
destruirmos as pequenininhas raposinhas, depois seremos vencidos
porque permitimos a ação destruidora de uma delas em nossas vidas.
Satanás é astuto, ele começa a atacar a nossa vida com coisas bem
pequenininhas que aparentemente não causam danos.
Mas a Palavra de Deus nos adverte ao contrário, sabemos que podem causar grandes estragos e nos destruir.
Existem muitas coisas que acabam invadindo as nossas vidas, situações que às vezes não damos muita importância por serem pequeninas. Portanto Deus quer que cada um de nós indentifique as raposinhas. Deus tem nos dado todas as advertências e armas espirituais poderosas para vencermos todas as investidas do nosso arquiinimigo.
Mas a Palavra de Deus nos adverte ao contrário, sabemos que podem causar grandes estragos e nos destruir.
Existem muitas coisas que acabam invadindo as nossas vidas, situações que às vezes não damos muita importância por serem pequeninas. Portanto Deus quer que cada um de nós indentifique as raposinhas. Deus tem nos dado todas as advertências e armas espirituais poderosas para vencermos todas as investidas do nosso arquiinimigo.
Conversão
é mudar a nossa vida 180 graus, isto significa que agora não posso
mais viver como eu quero, um pé no mundo e o
outro querendo servir o Senhor Jesus. Procure com a ajuda do Espírito
Santo, da Palavra de Deus, identificar todas as raposinhas na sua
vida e as entregue ao Senhor Jesus. O apóstolo Paulo estava morto,
ou seja morreu para o seu eu e para o mundo, para viver para Cristo,
ou seja para Cristo viver nele através do Espírito Santo. Palavras
de Deus, através de Paulo: “Já
estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive
em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de
Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gálatas
2.20. E você já esta
crucificado para as coisas deste mundo, para viver para Cristo? Se
não estiver, não adianta querer ser missionário!
59
Agora
vamos prestar bem a atenção no versículo de número 6 do capítulo
9. Paulo dá uma pergunta ao Senhor Jesus: “...Senhor,
que queres que faça...?
Isto significa obediência ao Senhor. Paulo fez exatamente de acordo
com as ordens do Salvador Jesus. Você deve ter plena obediência ao
Senhor Jesus. Deve ser completamente submisso à vontade do Mestre.
Agora lemos os versículos: 15-16
“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso
escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, e os reis, e os
filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer
pelo meu nome.” Podemos
observar que Paulo passaria por sofrimentos e provações pelo Nome
de Jesus Cristo. Portanto continua a examinar sua vida também de
acordo com este versículo. Você está disposto a pagar o preço?
Você está disposto a sofrer pelo Nome de Jesus? Isto tudo não é
algum desenho animado ou alguma história de super herói de filme.
Isto é realidade, é a sua vida que estará em jogo, pelo amor ao
Mestre. Paulo além de estar disposto a sofrer também estava
disposto a morrer pelo Nome de Jesus Cristo: “mas
em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que
complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus,
para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. Atos 20.24”
“Então Paulo respondeu:.. Porque eu estou pronto não só a ser
ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.”
Atos 21.13. Dependendo
do país que O Senhor Jesus lhe enviar como missionário, poderá
acontecer com você uma destas provações. Uma prova de entregar a
vida pelo Nome do Mestre. Hoje em dia tem muitos missionários e
missionárias sendo mortos pelo amor ao evangelho. Em quase todos os
países Muçulmanos, na China, na Ásia, e outros. "Se
o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.
Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque
não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o
mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o
servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos
perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão
a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não
conhecem aquele que me enviou…. Tenho-vos dito estas coisas para
que vos não escandalizeis. Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo
a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a
Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim"
João 15:18-21; 16:1-3; "Mas antes de todas estas coisas
lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às
sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e
presidentes, por amor do meu nome. E vos acontecerá isto para
testemunho. Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como
haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não
poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem. E
até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e
matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu
nome. Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça. Com a
vossa perseverança ganhareis as vossas almas" Lucas 21:12-19.
Leia
também em
2 Cor. 11:24,27, e
veras como o apóstolo Paulo sofreu pelo nome de Jesus Cristo. Cada
um de nós que somos crentes em Cristo sabemos o quanto é difícil
sofrer, seja por pequenas provações ou grandes. Mas nós precisamos
ser fortes na fé. Muitos não sabem como lidar com as provações e
em vez de aprenderem e adquirirem sabedoria, experiências
através das provações que sofrem, acabam blasfemando contra Deus.
Em vez de sermos crentes revoltados por grandes ou pequenos
sofrimentos ou provações, deveríamos nos alegrar neles. Se formos
verdadeiros crentes em Cristo e Seus servos, com Ele seremos
participantes de seus sofrimentos. “Mas
regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para
que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis.
Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque
sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus”
1 Pedro 4:13-14.
Agora
lemos os versículos 17-18
de Atos 9, “Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos,
disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por
onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do
Espírito Santo. Logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e
recuperou a vista: então, levantando-se, foi batizado.” Como
podemos observar Paulo foi batizado com O Espírito Santo, Paulo era
cheio do Espírito. E você é cheio do Espírito? Se não for,
procure ser cheio do Espírito Santo, para ter a autoridade para
fazer a obra do Senhor, pois sem Ele na sua vida não adianta se
enganar, não conseguirá. O que faz o crente ter poder e autoridade
é o Espírito Santo. O próprio apóstolo Paulo disse: “A
minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de
poder”; 1 Coríntios 2.4. “E não vos embriagueis com vinho, no
qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito,” Efésios 5.18.
Aquele
que já recebeu a Cristo de todo o coração e quer ser cheio e
ungido pelo Espírito, certamente será dirigido pelo Espírito de
Deus. Portanto é espiritual, discerne todas as coisas. Desejar
sinceramente ser controlado e fortalecido pelo Espírito nos dará
autoridade e poder para sermos:
“retos e obedientes no proceder”.
A luz do Espírito Santo ilumina a vida dos honestos, sinceros e
fiéis, e com isto vem a alegria e a alegria ilumina o caminho dos
que obedecem e servem a Deus de todo o coração. Nos capacita para
sermos: “puros
nas ações”.
Na verdade, Deus é bom para o Seu povo, ele é bom para aqueles que
têm um coração puro. “Bem-aventurados
os limpos de coração, porque verão a Deus” Mt 5.8.
Capacita-nos para sermos: “honestos
e bondosos”.
Cada crente com o coração que foi transformado e purificado pelo
sangue de Jesus Cristo, cresce continuamente para ser semelhante ao
Senhor. Nos capacita para sermos: “perseverantes
nas dificuldades”.
Quem é correto e perseverante nunca fracassará e será lembrado
pelo Senhor para sempre. Não precisa ter medo de nada; a sua fé é
forte, pois ele confia no Senhor. Ele não fica preocupado,
simplesmente confia; ele tem certeza de que os seus inimigos, serão
todos derrotados, e terá soluções para todos os problemas.
Capacita-nos para: “buscarmos
o Senhor em orações”.
Quando temos situações
difíceis também
o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Pois muitas
vezes não sabemos como devemos orar, mas o Espírito Santo, com
grande amor que não pode ser explicado por palavras, intercede a
Deus por nós. E Deus, sendo Todo-Poderoso, Onisciente, que vê o que
está dentro do coração, sabe qual é o desejo e pensamento do
Espírito Santo. O Espírito Santo intercede em favor dos filhos de
Deus.
Também
nunca deve esquecer que a sua mensagem sempre deve ser Jesus Cristo.
Repare o que Paulo fazia após a conversão. “E,
tendo tomado alimento, ficou fortalecido. Depois demorou- se alguns
dias com os discípulos que estavam em Damasco; e logo nas sinagogas
pregava a Jesus, que este era o filho de Deus.” Atos 9.19-20. “E
em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” Atos
4.12.
O apóstolo Paulo não falava de outra coisa a não ser Jesus Cristo,
o crucificado. O campo que você estiver precisa escutar que somente
em Cristo o ser humano tem: o caminho para Deus; a salvação; o
perdão dos pecados; a santificação; a verdade; a vida eterna;
direito de ser filho de Deus, etc. E sempre que fizer alguma coisa
para o Reino de Deus, sempre faça para honra e glória de Jesus
Cristo. Sempre diminua para que Cristo cresça na Sua vida. Lembre-se
que você foi chamado para servir, para ser servo de Jesus Cristo e
dos irmãos. Quem se humilha Deus exalta, quem se exalta Deus
humilha. Ser humilde diante de Deus e dos homens, pois Deus dá graça
para os humildes. Pois Paulo também pode ser exemplo de humildade
para nossas vidas. “Não
façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber
elogios; mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês
mesmos” Fp 2.3; “Humilhai-vos
na presença do Senhor, e ele vos exaltará” Tg 4.10; “Pelo
contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige
seja como o que serve” Lc 22.26. A
humildade é muito preciosa aos olhos de Deus e revela que quem a
possuir será mais e mais abençoado e agraciado com os Seus
cuidados. Quando temos humildade, ela conserva a alma na
tranqüilidade e contentamento, mesmo em meio de provas diárias e
gera em nós a paciência, e a paciência a fé.
E pela fé
recebemos as bênçãos de Deus
nos momentos mais difíceis que possivelmente poderemos nos
encontrar. É importante observar, nas cartas de Paulo, o uso de
palavras como servo, submissão, sacrifício. Ele mostra uma atitude
de humildade e serviço, que cada um de nós deve ter. O apóstolo
Paulo andava em humildade de vida, que lhe deu motivação
a ser agradável a Deus.
Como
podemos observar, o apóstolo Paulo era um homem normal, sujeito às
mesmas paixões que nós, sujeito às mesmas tentações que todos os
grandes heróis da fé, mas ele foi o que foi.
Um grande instrumento nas mãos de Deus. Por este motivo devemos
pegar o apóstolo Paulo como exemplo para comparar as nossas vidas
com a dele. O Senhor Jesus Cristo chamou Paulo para fazer esta obra
para o Reino de Deu, e o capacitou com dons do Espírito, autoridade
e poder. Portanto se o Senhor Jesus chamou você, na sua vida não
será diferente. Sendo que o apóstolo pegou o Senhor Jesus Cristo
como exemplo a ser seguido, e isto foi o motivo do sucesso em seu
ministério. Paulo foi um grande seguidor de Cristo. Seguiu os passos
do Mestre em tudo que fazia. “Sede
meus imitadores, como também eu o sou de Cristo. 1 Cor 11.1”.
Paulo
sabia o que estava falando neste versículo, tinha plena certeza que
estava imitando a Cristo. E você, também tem certeza que está
imitando a Cristo?
Pastor
Missinário Antero Kaczan.
PARA
QUANDO JÁ ESTIVER NO CAMPO MISSIONÁRIO.
Quando
você se encontrar no campo, certamente porque foi enviado por uma
Igreja ou por uma agência missionária. Esta por sua vez vai lhe
sustentar com o sustento básico financeiramente. Vai segurar as
cordas, no sustento financeiro, nas orações, jejuns pela vida do
missionário(a) no campo. Pois isto será normal para esta Igreja
agir assim, e isto lhe ajudará muito. Ter a cobertura de orações
sempre é muito bom. Mas o mais importante é o missionário ter a
plena consciência de que, se ele não orar, certamente morrerá
espiritualmente. E é isto que o diabo quer. Proporcionar a morte do
obreiro no campo. Ele vai lhe atacar diretamente e de várias
maneiras para que você não ore, e assim será alvo fácil para ele.
Tem muitos missionários que não oram no campo e por este motivo não
acontece nada na vida deste obreiro. Sem milagres, sem sinais de
maravilhas, sem conversões de almas, sem força para desempenhar um
bom trabalho. Tudo porque não ora, não busca Deus em sua vida,
pensando que a Igreja de sua origem, a qual o enviou, orando por ele
já está muito bom. Errado!!! Contar com as orações de outros
irmãos e Igrejas é bíblico, mas totalmente errado o próprio
missionário não orar. Escrevo assim por experiências próprias,
não estou inventando ou pegando exemplos de outros. O diabo, como já
disse, ataca o tempo todo. Certa vez, no campo, não tinha vontade
para orar, e não demorou muito já estava enfraquecendo
espiritualmente. Mas graças às misericórdias de Deus, Ele me
alertou através de Sua Palavra. Eu recebi o alerta de Deus no
coração, e novamente retornei para as orações. E tudo mudou
novamente, o diabo foi derrotado mais uma vez na minha vida. Saber
teoria no que diz respeito à teologia bíblica é de muito valor,
mas se não aplicar este conhecimento na prática certamente virão
as derrotas. Mas se colocar em prática o conhecimento de Deus que
tens, com toda a certeza as vitórias virão. O maior dos problemas
dos missionários, e não somente deles, mas de cada crente, é
conhecer a Bíblia mas não viver a mesma. Se agir assim no campo
missionário será perda de tempo, não terá sucesso.
Vamos
examinar as Escrituras e receber no coração e viver esta Palavra
para que possamos ter sucesso no nosso ministério. Para que o Reino
de Deus cresça. Para que a obra de Deus seja feita da melhor maneira
possível e não de qualquer maneira igual a um servo relaxado e
preguiçoso, mas como valente, corajoso, verdadeiro trabalhador da
vinha.
Deus
nos fala através da Bíblia. Nós falamos com Deus através da
oração. Assim como a Bíblia foi escrita por inspiração do
Espírito Santo, e Jesus Cristo foi o tema e o ponto central, a
oração aceitável e adequada deve ser pelo Espírito Santo e em
Nome de Jesus Cristo.
Aprenda
uma coisa: a ação nada vale sem a oração! A oração valoriza-se
com o trabalho. A oração é uma das armas mais poderosas na vida do
cristão. A oração torna-nos produtivos e fortes. Quando oramos
falamos com Deus e entregamos tudo em Suas mãos, tudo aquilo que não
somos capazes de fazer nas nossas limitações. A oração dá-nos
toda a força necessária para cumprir as ordens de Deus. E o diabo
não resistirá, com quem age assim.
“Não
andeis ansiosos de coisa alguma. Em tudo, porém sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições pela oração e pela súplica
com ações de graças” Filipenses 4:6.
A oração é o estabelecimento de um diálogo do homem com Deus,
sendo que, devemos estar atentos à resposta de Deus, que vem através
de nosso espírito ou através de outras circunstâncias. É através
da oração que nós colocamos nossas ansiedades nas mãos de Deus,
crendo que Ele é poderoso para nos dar as vitórias que precisamos,
e resolver nossos problemas da melhor maneira possível, para nos
abençoar espiritualmente. Quando recebemos revelação de Deus, em
nossa consciência, de nossos pecados, nós devemos imediatamente
confessar e pedir perdão a Deus, através da oração, pedindo para
Ele nos lavar através de Seu sangue, e nossos pecados serão
perdoados.
Podemos
observar o valor da oração, observando os heróis da fé em Hebreus
11,
que exercitaram sua fé através da oração. Não somente eles, mas
inúmeros outros personagens da Bíblia tiveram igual experiência de
receber vitórias através de orações.
O
Senhor Jesus sendo cem por cento Deus e cem por cento homem, dependeu
tanto da oração como qualquer outra pessoa que se proponha a servir
fielmente a Deus. O Senhor nos deixou um lindo e grande exemplo, que
para vencer o inimigo, suportar as afrontas, não dar lugar ao
pecado, precisamos orar. Mt
26:36-46 "Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado
Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu
vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de
Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes
disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai
aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu
rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este
cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. E,
voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro:
Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para
que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca. Tornando a retirar-se, orou de novo,
dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem
que eu o beba, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra
vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. Deixando-os
novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e
repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo
entregue nas mãos de pecadores. Levantai-vos, vamos! Eis que o
traidor se aproxima”. Seria
muita falta de interesse pela obra de Deus ou pelo Reino de Deus se
deixarmos de orar. Para refletir: se você já não tem vontade de
orar é porque alguma coisa está errada na sua vida espiritual. Caia
no joelho agora mesmo, e receberás as vitórias. Que Deus lhe
abençoe em Nome de Jesus Cristo.
Porque
orar? Veremos alguns motivos de orações pegando a vida de Paulo
como exemplo. As orações de Paulo para ser dirigido e ajudado em
seu ministério. Atos
13.2-3,
totalmente empenhados em orações - “Enquanto
eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito
Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as
mãos, os despediram”.
Agora veremos que na vida de Paulo por um pequeno momento faltou
orações e o resultado foi uma contenda entre eles. Para que sirva
de exemplo. Tudo deve ser entregue na presença de Deus e ter a
resposta pelo Espírito Santo. Atos
15.36-41, “Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos
a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a
palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que
levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia
razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha
apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre
eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando
consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a
Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou
pela Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas”.
Mas em Atos
22.17-18
Paulo orou e Deus o guiava, pelo poder do Espírito Santo, “Aconteceu
que, tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo,
achei-me em êxtase,
e
vi aquele que me dizia: Apressa-te e sai logo de Jerusalém; porque
não receberão o teu testemunho acerca de mim”.
Em 1
Tessalônicenses 3.9-10
Paulo orava, pois seu ministério teve um bom resultado, os frutos de
seu trabalho eram visíveis, “Pois,
que ação de graças podemos render a Deus por vós, por todo o gozo
com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, rogando
incessantemente, de noite e de dia, para que possamos ver o vosso
rosto e suprir o que falta à vossa fé?”
.
Em Romanos
10.1,
Paulo orava por aqueles que ele tinha pregado e ensinado, “Irmãos,
o bom desejo do meu coração e a minha oração a Deus por Israel é
para sua salvação”.
O apóstolo Paulo orava pelos crentes, leia Efésios
1.15-19; 3.14-19; Colossenses 1.9-12; Filipenses 1.9-11.
Paulo orava para que Deus lhes desse o Espírito de sabedoria e de
revelação no pleno conhecimento dEle. E também para Deus iluminar
os olhos do coração deles, para que saibam qual seja a esperança
da sua vocação. E a oração de Paulo continua para Deus lhes
conceder, que sejam robustecidos com poder pelo seu Espírito no
homem interior. Para que eles pudessem ficar fundados em amor, e
conhecer o amor de Cristo, para que pudessem ser cheios de plenitude
de Deus. Paulo também pedia para que eles sejam cheios do pleno
conhecimento da sua vontade, e com sabedoria e entendimento
espiritual. Para que os crentes pudessem perseverar com plena
alegria. Orava para que eles pudessem ter conhecimento de tudo e com
discernimento. Para que eles pudessem ser sinceros e cheios do fruto
de justiça.
Como
o apóstolo Paulo era acostumado a orar? Paulo orava continuamente:
Romanos
1.9; Colossenses 1.3; 1 Tessalonicenses 3.9-10; 2 Tessalonicenses
1.11; 2 Timóteo 1.3.
Paulo orava de acordo com a vontade de Deus: Romanos
1.10; 15.30,32. Paulo
orava com grande gratidão a Deus: Romanos
1.8; 1 Coríntios 1.4-5; Efésios 1.15-16; Filipenses 1.1-3.
O
apóstolo Paulo apreciava e gostava de oração. Exortava os crentes
a orar: Filipenses
4.6; Colossenses 4.2; 1 Tessalonicenses 5.17; 1 Timóteo 1.1,3.
Paulo sempre pedia para que orassem por ele: Romanos
15.30; 2 Coríntios1.11; Efésios 6.18-19; 1 Tessalonicenses 5.25.
Veremos
também um pouco sobre a oração na vida de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Nos atos que O Senhor Jesus Cristo ora, não quer dizer
que Cristo não é verdadeiramente Deus, mas mostra a Sua perfeita
humanidade. Cem por cento Deus e cem por cento humano. A oração
durante Sua vida na terra: Orações e Seus discípulos: O Senhor
Jesus orou antes de chamar os discípulos, Lucas
6.12-1;
orou pelos Seus discípulos, para que não faltasse fé em suas
vidas, Lucas
22.31-32;
orou para que eles fossem guardados do maligno, João
17.11,15,17;
para viverem em harmonia, João
17.13;
para que o gozo deles fosse completo, João
17.13;
para que eles participarem de Sua glória, João
17.24.
O
Senhor Jesus ensinou
os Seus discípulos como deveriam orar: instruindo-os, Lucas
11.1-2,9;
e dando-os exemplo, Marcos
14.37-41.
A
oração no Seu ministério: O Senhor Jesus orava antes de trabalhar,
Marcos
1.35-38; João 11.41-44,
e também orava após o Seu trabalho, Marcos
6.44-46;
em certo momento deu a oração mais importância do que ao trabalho,
Lucas
5.15-16.
A
oração e Sua paixão: O Senhor Jesus orou antes de ir a cruz,
Lucas
22.39-44; João 12.27-28.
Oração é o nosso recurso na angústia. O Senhor também orou lá
na cruz, Lucas
23.46; Mateus 27.46.
A
oração do Senhor em favor de nosso ministério: Cristo ora por nós
hoje, Hebreus
7.25.
A obra de Jesus Cristo em nossas vidas como Sumo Sacerdote hoje, é
nos guardar do pecado, Hebreus
4.15-16.
Ele é nosso mediador e “advogado” 1
João 2.1,
Ele nos purifica e nos limpa quando pecamos.
Citei
alguns exemplos de orações na vida de Paulo e também na vida de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, para que possamos realmente ser
homens e mulheres de orações. Sem orações em nossa vida não
acontecerá nada e ainda seremos alvo fácil para o diabo.
E
ainda mais uma advertência a respeito de oração. O diabo gosta
muito e até bate palmas, “aplaudindo” o crente que fala muito de
oração, mas não ora. Não esqueça disto nunca! O diabo não tem
medo de quem somente fala de orações, mas corre de quem realmente
ora.
Pastor
Missinário Antero Kaczan.
A
OBRA MISSIONÁRIA VERDADEIRA E BEM SUCEDIDA
A
obra missionária verdadeira e bem sucedida, somente pode ser feita
por homens que tenham fé, homens que são verdadeiramente
convertidos, que conhecem Deus.
Missões
realmente exigem
sacrifícios de muitas maneiras. Não é “fácil”. Vamos avaliar
dois
pontos
para que possamos ter uma obra missionária bem sucedida. Quem faz a
obra, precisa ser uma pessoa, verdadeiramente
convertida, que conhece Deus,
uma
pessoa
de
fé.
Primeiro
ponto: verdadeiramente convertido - é a pessoa que é crente. Crente
significa
“fiel”. O
crente é uma pessoa que vive pela fé em Jesus Cristo e no qual
habita o Espírito Santo. O crente experimenta um novo nascimento
através da regeneração operada pelo Espírito Santo e começa a
ter uma relação correta
em tudo
com Deus e com o próximo por intermédio da graça divina. A vida do
crente é caracterizada por amor e serviço, ou seja, pelos frutos do
Espírito Santo, “Vós,
porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito
de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele.
Romanos 8:9;
“Porque
para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós,
deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas” 1
Pedro 2:21; “Aquele
que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é
mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua
palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto
sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve
andar como ele andou”
1 João 2:4-6; “Mas
o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a
benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio
próprio; contra estas coisas não há lei.E os que são de Cristo
Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” .
Gálatas
5:22-25.
Agora
vamos avaliar um pouquinho a nossa vida, para vermos se somos
convertidos
ou não. Sabemos que a conversão é um processo operado por Deus nas
nossas vidas. Mas como missões
é arrancar almas das garras de satanás, precisamos ser convertidos.
Portanto este processo deve estar num nível bem alto, para que eu
possa fazer a obra de Deus.
No
campo missionário se você não viver a Bíblia literalmente, com
entendimento é claro, você será pego na situação de
quem não vive o que prega.
No campo missionário você leva novidade, “boas
novas”
de salvação para aquele povo no qual Deus enviou você. As pessoas
que escutaram o evangelho de sua pessoa lhe farão perguntas. Eles
vão prestar a atenção em tudo o que você fala e em todos os seus
atos e comportamento. Quando eles passarem a conhecer a verdade, Deus
vai libertá-los da escravidão, na qual eles toda vida são escravos
do diabo. Após a conversão eles vão quer servir a Deus com toda
sinceridade. E é nesta situação que eles vão ver contradições
na sua vida de crente, se você não viver a Bíblia. Você para ele
é o pai na fé, mas ele repara que você não vive a Bíblia. Esse
seu comportamento com certeza vai dar para ele mau testemunho. Esta
alma estará correndo o risco de ter uma crise na vida espiritual. Ou
vai lhe perguntar por que você não vive o que prega. Pode perguntar
por que não respeita as leis do país que está vivendo, por
exemplo? Em Romanos 13.1-7 esta escrito: “Toda
alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há
autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas
por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação
de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o
bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a
autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é
ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não
traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira
contra aquele que pratica o mal. Pelo que é necessário que lhe
estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por
causa da consciência. Por esta razão também pagais tributo; porque
são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo. Dai a cada um o
que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto;
a quem temor, temor; a quem honra, honra”. Embora
a obediência à autoridade terrena seja regra geral, um evidente
princípio bíblico é que podemos precisar desobedecer a autoridade
se ordenados a pecar, pois a lealdade a Deus é sempre prioritária
sobre toda autoridade humana. Você, caro leitor, pode estar pensando
que estou “maluco”. Pode perguntar: “respeitar
todas as leis e preciso?” SIM,
É PRECISO! E não estou maluco, e sim sou crente, o qual ama a Jesus
Cristo e vive o que prega, através da infinita graça de Deus. Você
também poderá ser um crente que quer ser convertido. A graça é
para cada um de nós!
Atualmente
uma grande confusão tem tomado conta dos crentes. E em muitos casos
o que era errado foi promovido a certo e o certo perdeu seu valor.
Esta inversão tem o patrocínio do maligno, diretamente do diabo,
que deseja a desgraça da humanidade. Destruir tudo o que é bom,
tudo o que é perfeito e criado por Deus.
Algumas
pessoas querem desenhar seu próprio mapa moral. Eles pensam que
moralidade é um projeto auto executável. Para eles é simplesmente
um problema individual, particular, de opinião pessoal. Negando que
existe um fazedor de leis, ao qual eles devem dar crédito, preferem
criar suas próprias regras. Eles dizem coisas como: "Eu
acho que dirigir sem a carteira de motorista é errado, mas mesmo
assim dirige. Eu acho que não entregar o dízimo é errado, mas nem
tanto, entrega somente 5%, e acha que está certo, pois o mais
importante é a intenção. Eu acho... eu acho... eu acho...".
Seus padrões morais são seus “eu acho”. Dizer eu acho é mais
importante do que o que a Bíblia diz. Se você encontra-se nesta
situação ou em outra semelhante, converta-se meu amigo. Jesus te
ama e quer realizar uma grande obra em sua vida.
Prestamos
a atenção no que O Senhor Jesus disse: “Não
penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas
cumprir.” Mateus 5.17.
O apóstolo Paulo pergunta: “Anulamos
pois a lei pela fé?”
E ele mesmo responde: "De
maneira nenhuma! Antes confirmamos a lei" Romanos 3.31.
Depois ele diz: "A
lei por si é santa, e o mandamento santo, justo e bom" Romanos
7.12. "Por esta razão, nós também, desde o dia em que o
ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios
do pleno conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e
entendimento espiritual. E oramos para que possais andar dignamente
diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa
obra, e crescendo no conhecimento de Deus". Colossenses 1:9-10.
O
Senhor Deus mostra bem claramente que quer que nós façamos a
diferença. Tenho experimentado seguir essa orientação do Senhor,
através de Sua poderosa Palavra. Você também pode fazer a
diferença! Isto é possível, só depende de sua decisão.
Mais
um pequeno exemplo para ver se somos convertidos.
Desta vez pegarei o dízimo como exemplo. Não vou escrever sobre
dízimo, somente um pouquinho para que sirva como ponto de partida
para o exame próprio. “Examinai-vos
a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não
sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não
é que já estais reprovados” 1 Coríntios 13.5.
O
dízimo é a prática Bíblica de entregar, devolver a Deus uma
décima parte dos ganhos. Os dízimos e as ofertas
são ordenanças do antigo pacto, contudo, debaixo do novo pacto, são
uma expressão voluntária
de adoraçăo e submissăo.
A Igreja usa os dízimos e as ofertas
para cumprir a missão que lhe foi ordenada por Deus, ou seja, pregar
o evangelho e apascentar o rebanho composto pelos crentes. Os dízimos
e as ofertas
são uma demonstração de adoração,
fé e amor por Deus,
o qual é o Doador da salvação e Abençoador de todas as coisas
boas e de todo o dom perfeito.
Para
que você
entenda melhor em poucas palavras a questão do dízimo vamos usar o
exemplo do adultério
na Bíblia. Na lei para não adulterar o meio utilizado foi o
apedrejamento da pessoa que foi pega em adultério. “O
homem que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar
com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o
adúltero, como a adúltera” Levítico 20.10.
Mas na graça o meio para não adulterar foi o amor a Jesus Cristo.
“Pois
o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu
por todos, logo todos morreram” 2 Coríntios 5.14. Para
dizimar
na lei
foi utilizado o meio do medo
e ameaça
do devorador na vida da pessoa que não dizimasse, “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós
tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança. Também por
amor de vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos
da vossa terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto antes
do tempo, diz o Senhor dos exércitos” Malaquias 3.10-11. Para
dizimar
na graça
o meio utilizado é o amor a Cristo. “Cada
um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem
por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria”, 2
Coríntios 9.7. No
adultério e no dízimo, entre a lei e a graça somente mudou o meio,
mas o objetivo foi o mesmo: nunca
adulterar e sempre contribuir com amor.
Portanto querido amigo e irmão, se você não entrega os dízimos,
automaticamente você não ama, não adora e não é submisso ao
Senhor Jesus Cristo. E se você não ama, não adora e não é
submisso ao Senhor, você não é convertido. Mas pode ser que você
respeite as leis do país e entrega os dízimos. Estes dois exemplos
são somente para dirigir a sua pessoa para o “exame próprio” e
examinar a sua vida com a Palavra de Deus e ver se há alguma coisa
que pode servir como impedimento na sua vida espiritual e
conseqüentemente a libertação da mesma. Como já escrevi no
início, para a obra missionária ser verdadeira e bem sucedida,
somente pode ser feita por uma pessoa convertida. Portanto seja
uma!!! Jesus Te ama!!!
Então,
“vereis
outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a
Deus e o que não o serve” Mq 3.18.
Consagrar-se a Deus é ter a marca da obediência em nosso caráter.
Certa ocasião Deus se dirigiu a Moisés dizendo-lhe que toda a Lei
se resumia num ato de obediência: "Amarás,
pois, o Senhor Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de
toda a tua força” Dt 6.5.
Deus não quer sacrifícios, mas obediência! Deus não deseja que
apresentemos a Ele o fruto do nosso esforço humano, mas que o amemos
acima de qualquer coisa. Deus não quer que façamos votos e
promessas que não cumpriremos, mas deseja encontrar em nós um
coração quebrantado e contrito em Sua presença. Consagrar-se
significa render-se e prostrar-se diante de Deus.
Segundo
ponto: Ser uma pessoa de fé
– A principal evidência da fé viva é a obediência irrestrita a
Deus. Sem obediência a Deus, à Sua Palavra, não vamos ter sucesso
nunca em nossa vida espiritual. Obedecer a Deus e à Sua Palavra é o
fundamental em nossa vida. Isto é relação com Ele. A desobediência
é uma coisa que Deus não gosta, abomina. O pecado da desobediência
é pior que o pecado de feitiçaria. Se nós cremos em Deus vamos
obedecer. Quando uma pessoa não obedece a Deus, vem uma pergunta:
será que esta pessoa realmente creu ou crê em Deus? Eu, com
experiência própria, sei que a resposta é não.
Fé
em Deus é aquela que quando oramos e buscamos Sua presença, toca o
coração de Deus. Quando estamos em plena comunhão
com o nosso Criador e cremos em Suas promessas, as coisas acontecem.
O Deus soberano e Eterno nunca deixa de responder um coração
entregue a Ele e cheio de fé verdadeira baseado em Sua Palavra. Se
uma pessoa quer fazer a obra de Deus mas não consegue colocar sua fé
em ação, dificilmente vai conseguir alguma coisa.
Os
grandes
heróis da fé, principalmente estes que estão relatados em Hebreus
tiveram um sucesso extraordinário, pois creram nas promessas e na
Palavra de Deus. Leia agora este texto bíblico em Hebreus
11:1-10.
O
QUE É FÉ? É
o firme fundamento das coisas que se esperam Hb.11:1a;
se cremos em Deus vamos colocar em prática a nossa fé
e podemos ter a plena certeza que vamos receber o que esperamos,
claro, dentro da vontade de Deus. Se estamos obedientes a Deus como
filhos amados, então
o Senhor nos dará de acordo com Sua vontade e o mais importante é
que não
será permissão,
mas sim vontade do Senhor, plano de um Deus que tudo sabe e tudo
pode. Fé
é a prova das coisas que não se vêem – Hb
11:1b; Jo 20:29, não
estou vendo o que quero, o que preciso, não
estou vendo minha benção,
mas creio que terei a prova das mesmas no temo certo. Não meu tempo,
mas no tempo de Deus.
Fé é a base do entendimento do poder de Deus Hb.11:3 “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”, preciso crer para entender o soberano Deus, entender como funcionam as coisas espirituais e como nós devemos esperar, nos comportar, numa devida situação que nos encontramos ou numa benção que estamos precisando.
Fé é a base do entendimento do poder de Deus Hb.11:3 “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”, preciso crer para entender o soberano Deus, entender como funcionam as coisas espirituais e como nós devemos esperar, nos comportar, numa devida situação que nos encontramos ou numa benção que estamos precisando.
O
Deus Eterno, somente Ele tem o poder de criar.
É o verbo [bârâ
– בּרא]
em hebraico. Somente Deus pode “bârâ”,
ou seja somente Ele pode criar algo onde não tem nada, trazer algo à
existência quando não há. Primeiro de tudo, e antes de qualquer
criatura, Deus fez o céu e a terra do nada. Você pensa que Deus não
pode criar (“bârâ”)
em tua vida algo que você precisa -
Gn 1.1.
Acredite no poder de Deus, é
para isto que Ele lhe chamou para que você creia no Seu Nome e no
Seu poder.
Através
da fé, que
é o único meio de agradar a Deus -
Hb.11:6
“Ora,
sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é
galardoador dos que o buscam”.
Quando não
cremos nas promessas, não cremos no que o Senhor nos diz através
da Palavra, não
satisfazemos a Ele, não
conseguimos agradá-lo, assim sendo não
teremos nada da parte dEle. A recompensa não é referido nossos
méritos, mas a promessa livre, como
Paulo ensina em Abraão, pai de todos os fiéis,
Rom 4:3-4 “Pois,
que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça. Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa
como dádiva, mas sim como dívida”.
A
confirmação da proposição,
Abraão foi justificado pela imputação
de fé e, portanto, livremente, sem qualquer consideração
se dar às suas obras. A primeira prova da confirmação,
tiradas de opostos, a quem merece nada pelo seu trabalho, o salário
não é considerado como favor, mas como a dívida, mas para aquele
que não fez nada, mas acreditou naquele que promete livremente, a fé
é imputada. Portanto trabalhe, faça
algo bom para o Reino de Deus, sendo que o seu galardão,
seu pagamento virá pelo motivo que você creu em Deus. É pela fé e
não
pelas obras.
A
ORIGEM DA FÉ! É
divina e não natural. Ef.2:8
“Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus”,
a nossa fé natural ela é quase que invisível, não
toca o coração
de Deus. A verdadeira fé é dada
pelo Senhor Jesus.
At.3:16
“E
pela fé em seu nome fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes
e conheceis; sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de
todos vós, esta perfeita saúde”. É
o Senhor Jesus
que abre a porta da fé At.14:27
“Quando
chegaram e reuniram a igreja, relataram tudo quanto Deus fizera por
meio deles, e
como abrira aos gentios a porta da fé”.
Também é Deus
que nos capacita na fé Rm
16:26 “mas
agora manifestou-se, por meio das Escrituras proféticas, segundo o
mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para
obediência da fé”,
é Deus que nos capacita para ser obedientes à fé, quando somos
obedientes, Deus será conhecido por todas as nações.
A
fé
vem pelo ouvir a palavra de Deus Rm
10:17 “Logo
a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”.
Temos que ler, meditar, entender, receber a praticar a Palavra de
Deus. Assim nossa fé vai aumentar cada vez mais e seremos vitoriosos
em Cristo. Poderemos dizer: sou mais que vencedor em Cristo Jesus.
Aleluias! Temos de crescer de fé em fé em nossa vocação, que veio
com o testemunho da nossa chamada, por mandamento de Deus vivo. Seja
abençoado(a) em Nome de Jesus.
Diferentes
manifestações
da fé na Bíblia
- A
visível e operadora - Gl.5:6
“Porque
em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale coisa
alguma; mas
sim a fé que opera pelo amor”.
A
fé que altera o curso da vida - Gn.12:1,
“Ora,
o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da
casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”.
Pela fé que Abraão foi abençoado sem limites, Deus simplesmente
mudou totalmente e de forma bem visível a vida de Abraão. A vida
deste tão grande homem de Deus foi mudada totalmente e para melhor.
Abraão foi uma benção e nosso pai na fé. A
manifestação
da fé
que perde algo por outro maior
Hb.11:26
“Tendo
por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do
Egito; porque tinha em vista a recompensa” Se
você realmente quer ser abençoado(a), então creia e abra mão das
coisas que Deus lhe pedir. Muitas vezes não queremos entregar pela
fé nosso coração, nossa vida, caminhada, família, etc., nas mãos
do Senhor, a conseqüência da nossa decisão virá com efeito. O
patriarca Abraão não preferiu ficar com os tesouros, riquezas do
Egito, mas preferiu Deus, preferiu o chamado do Deus em sua vida. E
você o que vai escolher?
A
manifestação
da fé
que propicia coisas impossíveis -
Hb.11:27
“Pela
fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme,
como quem vê aquele que é invisível”. Esta
fé verdadeira que devemos ter em nossos corações para receber
coisas impossíveis dada pelo Senhor dos senhores, pois nosso Deus é
Deus das causas impossíveis. Quando vem um ponto final em nossas
vidas, situações, se colocarmos a nossa fé em ação as coisas
impossíveis acontecem. Ter a fé
que derruba obstáculos.
Através da manifestação da fé, Deus levanta pessoas para ter um algo mais, para serem diferentes – Jó 1:5 “E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente”. Jó era diferente, fazia a diferença entre outros naquela época. Jó ordenou-lhes que deveriam ser santificados. Jó queria trazer os seus filhos e familiares a considerar as falhas que cometeram, e reconciliar-se com o Deus vivo. Ou seja, ele ofereceu para cada um de seus filhos uma oferta de reconciliação, que declarou a sua piedade para com Deus, e os cuidados que ele tinha para os seus filhos. Hb.11:30 “Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias”. Esta é a lógica da fé, o impossível se torna possível quando temos uma relação perfeita com Deus, quando estamos em condições espirituais para dizer ao problema, basta, pois creio num Deus dos impossíveis. A principal lição aqui é que precisamos estar atentos às promessas de Deus e na Palavra de Deus. Ficar atento, crer e agir de conformidade com a Palavra. Deus nunca se atrasa e nunca falha. Deus falou, com certeza acontece.
Através da manifestação da fé, Deus levanta pessoas para ter um algo mais, para serem diferentes – Jó 1:5 “E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente”. Jó era diferente, fazia a diferença entre outros naquela época. Jó ordenou-lhes que deveriam ser santificados. Jó queria trazer os seus filhos e familiares a considerar as falhas que cometeram, e reconciliar-se com o Deus vivo. Ou seja, ele ofereceu para cada um de seus filhos uma oferta de reconciliação, que declarou a sua piedade para com Deus, e os cuidados que ele tinha para os seus filhos. Hb.11:30 “Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias”. Esta é a lógica da fé, o impossível se torna possível quando temos uma relação perfeita com Deus, quando estamos em condições espirituais para dizer ao problema, basta, pois creio num Deus dos impossíveis. A principal lição aqui é que precisamos estar atentos às promessas de Deus e na Palavra de Deus. Ficar atento, crer e agir de conformidade com a Palavra. Deus nunca se atrasa e nunca falha. Deus falou, com certeza acontece.
Dimensões
de fé
– Fé Pequena
- esta
não
é
para quem quer fazer diferença.
Mt.6:30
“Pois,
se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é
lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?”.
Tanta
fé
- esta é
para aqueles que querem ser diferentes no Senhor.
Mt.8:10
“Jesus,
ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos
digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé”.
Grande
fé
- é para operar milagres e sinais de maravilhas. Mt.15:28
“Então
respondeu Jesus, e disse-lhe: ó mulher, grande é a tua fé! seja-te
feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã”.
Fé doente - fraca, esta não pode ser para aqueles que querem fazer diferença, ser usado por Deus. Rm.14:1 “Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos”.
Fé doente - fraca, esta não pode ser para aqueles que querem fazer diferença, ser usado por Deus. Rm.14:1 “Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos”.
Amados
irmãos,
somente por este pequeno texto deu
para vermos que só podemos ter uma vida Cristã abençoada se a fé
estiver em ação em nós. Portanto a obra missionária verdadeira e
bem sucedida somente será desta maneira. Não somente na vida de
missionários, mas na vida de qualquer cristão.
O
JUSTO VIVERÁ PELA FÉ - "E
é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus,
porque o justo viverá pela fé." Gl 3.11. A
fé é indispensável a todos que se doam ao Senhor, pois sem fé é
impossível agradar a Deus. O que é viver pela fé? É "Perder
a vida".
Nisto se resumem todas as demais definições. Jesus disse: "...
quem perder a sua vida por minha causa, achá-la-á." (Mt
16.25).
Este é o grande segredo de viver pela fé: perder a vida por Jesus!
Deixando o pecado, que afasta o homem do Senhor - Gl
5.16-21.
Para viver pela fé é necessário colocar-se em segundo plano,
oferecendo o primeiro lugar para Deus - Mt
6.33.
Esta forma de vida adquire-se no convívio diário com o Mestre
Jesus, observando os seus ensinamentos, desenvolvendo a comunhão, a
justiça, o amor, a santidade. É indispensável ser sensível ao
Espírito Santo e ouvi-Lo. O viver pela fé é uma realidade tão
necessária quanto se alimentar. E não é privilégio de alguns, é
dever de todos! Pastor Missinário Antero Kaczan.
7.4
QUEM DEVE SUSTENTAR E APOIAR O MISSIONÁRIO NO CAMPO.
COMPROMISSO
MISSIONÁRIO DA IGREJA
Todo
igreja deve estar ciente de seu compromisso missionário, pois missão
é a tarefa da igreja e missões é igreja pondo em prática sua
tarefa.
A
igreja deve saber que tem um tríplice compromisso com o missionário
que é:
1º)
Treiná-lo para o campo
2º)
Enviá-lo ao campo
3º)
Sustentá-lo no campo
Em
primeiro lugar a igreja deve treinar o missionário antes de enviar,
este treinamento deve ser feito teórico e pratico, e isto é feito
na escola de missões onde o candidato será treinado a fim de poder
se ter a certeza de sua vocação e chamada missionária, e ser
preparado para executar a obra de missões com sucesso.
Mas
o candidato deve ter vocação e chamada missionária e ser atuante
onde ele congrega, pois se ele não tem certeza de sua vocação e
chamada e não tem praticidade aqui onde congrega como terá sucesso
onde for enviado?
Em
segundo lugar a igreja deve enviar o missionário ao campo, depois de
a igreja através do Espírito Santo ter selecionado o candidato e
treiná-lo, agora é a vez de enviá-lo ao campo onde ele vai servir
na obra do Senhor onde quer que seja enviado ele irá seguro de sua
chamada disposto a trabalhar na obra missionária.
Ele
não vai como turista, mas como trabalhador executivo na obra de
missões, quer seja fundar igreja desbravando ou quer seja pastorear
uma igreja. Ele vai certo de sua chamada e estará disposto a sofrer
pela obra e não fazer a obra sofrer por causa dele.
Em
terceiro lugar a igreja além de treinar e enviar deve sustentar o
missionário no campo onde ele for enviado a fim de que ele tenha
tempo disponível para se empenhar na obra seguindo o exemplo da
igreja de Antioquia (At 13.1-4) esta era uma igreja que:
1º)
Servia a Deus ela não ficava na omissão, mas fazia missões.
2º)
Jejuava em prol do missionário que seria enviado ao campo, porque
ele ia precisar de poder ousadia para enfrentar as dificuldades que
surgiriam em seu caminho e certo das orações da igreja ele teria
confiança em Deus e sua ajuda.
3º)
Orava a favor do missionário e dos irmãos que seriam os
mantenedores, orando para que o projeto do envio deste missionário
tivesse sucessos e que ele fosse livre dos homens maus.
4º)
Impôs as mãos sobre os missionários que seriam enviados ao campo,
ao impor as mãos sobre os missionários, a igreja ao tomar esta
atitude estava declarando que seria responsável pelo sustento do
missionário.
5º)
Os despediram enviando-os ao campo para desbravarem e implantarem
igrejas.
Estas
cinco atitudes levaram a igreja a expandir-se:
1.
Geograficamente
2.
Numericamente
3.
Espiritualmente.
Se
a igreja seguir esta trilogia missionária o resultado será real e
tanto o missionário quanto a obra de missões terão sucessos, e o
reino de Deus crescerá expandindo suas fronteiras, e nós não
estaremos em dividas para com Deus, pois quando chegarmos ante o
tribunal de Cristo receberemos o nosso galardão.
O
treinamento, o envio, e o sustento do missionário são de suma
importância para o desempenho da obra de missões na igreja que
envia e na vida do missionário que foi enviado ao campo. A igreja
deve estar associada ao missionário que ela enviou ao campo. (Fp 4.
13-19)
Se
a igreja cumprir esta trilogia de missões; treinando, enviando e
sustentando o missionário no campo, com certeza o resultado será
patente e o reino de Deus só ganhará com isso, e os missionários
no campo terão mais tempo para se dedicarem na obra no estudo e na
pregação da palavra de Deus, tendo tempo suficiente para a
evangelização e discipulado na igreja onde ele trabalha formando
assim novos discípulos e treinando líderes.
O
treinamento o envio e o sustento do missionário ao campo têm a
finalidade de ele fundar novas igrejas e formar obreiros que estará
disposto a seguir o exemplo de seu líder pondo em prática aquilo
que aprendeu, pois líderes devem formar novos líderes.
IGREJA;
AGÊNCIA EXECUTIVA DE MISSÕES.
Deus
não escolheu nenhuma outra instituição por mais poderosa
financeiramente que seja para a execução da obra de missões, Ele
selecionou a sua Igreja que Ele próprio estabeleceu na terra com
este propósito e tarefa de expandir seu reino ás nações ao enviar
missionários aos campos que estão brancos para a ceifa.
Toda
Igreja deve saber que Deus tanto amou o mundo que deu o seu único
filho para salvá-lo, e assim ela deve ter uma visão mundial dando
tudo de si para alcançar o maior numero de perdidos com as boas
novas de salvação ao enviar o maior numero de missionários aos
países que estão clamando por salvação.
A
grande comissão nunca foi cancelada e a igreja de Cristo não pode
evitar a ordem penetrante de Jesus que é IDE! Ainda hoje em nossos
dias esta ordem soa como se fosse proferida agora, você está
escutando-a? Ouça o que o Espírito diz as Igrejas! (Ap 2.7,11,
17,29)
Como
agência de missões a Igreja deve ser responsável por todos os
projetos de missões que forem apresentados pelo Pastor da igreja, e
se comprometer com o sustento do missionário que foi enviado ao
campo, investindo suas ofertas no reino de Deus sabendo que resultará
em grandes benefícios que são almas salvas.
Como
agência a igreja não gasta suas finanças com coisa triviais e
passageiras, mas antes ela investe no reino de Deus sustentando os
missionários que foram e serão enviados ao campo de missões tanto
local como nacional e até transcultural.
Ela
não é uma agencia de turismo como pensam alguns, mas ela faz jus ao
seu nome e sua missão, comprometendo-se com seus compromissos e
tarefas de ganhar almas enviando missionários ao campo e
sustentando-os.
Como
agência executiva de missões ela está alicerçada em quatro
pilares:
1º)
Na doutrina dos Apóstolos
2º)
Na comunhão
3º)
Nas orações
4º)
No partir do pão (At 2.42)
Os
resultados são subseqüentes;
1º
Temor em cada alma
2º)
Sinais e maravilhas
3º)
Koinonia (comunhão) entre os irmãos
4º)
Salvação de almas (At 2.43-47)
5º)
Vive em constante oração (A t 3.1,2; 4. 29-31; 12. 5-13)
Para
a igreja executar sua tarefa missionária como agência, deve ter
quatro objetivos:
1.
Proclamar o Evangelho a todos os povos e nações. (Mt 28.19,20; Mc
16.15)
Não
resta duvida que esta seja sua tarefa suprema, levar o evangelho a
todos de todas as formas, e assim sendo a igreja deve levar a serio
esta tarefa, pois esta tarefa é muito mais que a pregação de um
sermão aos domingos dentro de uma igreja local, mas deve ser algo
mais profundo.
Deus
deseja dar a todos os homens e a todas as mulheres em todo lugar uma
grande noticia; a proclamação do evangelho, e isso só são
possíveis de ser realizado através da igreja ao enviar o
missionário para que pregue as boas novas de salvação em Cristo
Jesus o único salvador da humanidade.
A
Igreja foi estabelecida com esta tarefa; (Cl 1.28); Anunciar (v 28);
Advertir (v 28); Ensinar (v 28).
2.
Fazer discípulos ensinando-os e batizando-os (Mt 28.19,20)
A
tarefa da igreja é muito mais que proclamar o evangelho, ela deve
fazer discípulos que observem a palavra de Deus, assim surgirá o
crescimento numérico da igreja porque discípulos fazem discípulos.
(II Tm 2. 1-3)
Estes
discípulos devem ser transformados em pessoas que tenham compromisso
com a tarefa da igreja e assim venham a se dedicar na obra de
missões; indo, contribuindo ou orando, pondo em prática aquilo que
aprendeu.
3.
Enviar missionários aos campos brancos (Jo. 4.35; At 13.1-4)
Uma
igreja que evangeliza e faz discípulos, deve também enviar
discípulos a fim de que façam discípulos que ensinem e façam
novos discípulos, e assim à obra terá um crescimento visível e
notável que redundará em grandes bênçãos para o reino de Deus.
4.
Formar novas igrejas (At 14.21-23)
Semelhante
às pessoas que nascem crescem e se reproduzem, assim deve ser as
igrejas, toda igreja deve pretender ser mãe de outras igrejas, e
planejar sua vida e trabalhar com finalidade estabelecendo alvos e
metas.
Atentando
para os métodos de Cristo estabelecido para ela quando na terra
métodos estes que são apresentados pelo Evangelista Marcos em forma
de um esboço da grande comissão. (Mc 16.15)
4.1
A ordem é IR
4.2
O campo é o mundo
4.3
O método é pregar
4.4
A mensagem é o Evangelho
4.5
O alvo é toda criatura.
Uma
congregação local não é somente um grupo de pessoas reunidas, é
muito mais que isso, este grupo deve ser como uma família que se
desenvolve e cresce mantendo relacionamentos, assim fazendo
certamente é possível gerar uma nova igreja.
O
crescimento da igreja só acontecerá se ela sair das quatro paredes,
e for lá fora buscar aqueles que estão perdidos e sem salvação a
espera de alguém que lhes indique o caminho da salvação que é
Cristo, e você sabe disso, então vá e fale! Deus diz: E não te
cales porque eu sou contigo e ninguém te fará mal (At. 18.9,10)
Se
você não pode sair lá fora então envie alguém com suas ofertas
para que este tenha tempo disponível para sair em busca dos perdidos
lá fora onde eles estão à espera de um mensageiro que lhes fale de
Cristo, Jesus nunca disse vinde pecadores a minha igreja e sejam
salvo, mas disse a igreja ide e pregai o evangelho.
Invista
seu tempo e suas finanças para promover o reino de Deus na terra
enquanto há tempo, pois a vida passa e o tempo se esgota faça sua
parte antes que venha o Senhor e nos peça a prestação de contas,
ninguém deve se apresentar diante de Deus de mãos vazias.
Jesus
disse; eis que cedo venho, o meu galardão está comigo para dar a
cada um de vós conforme a vossa obra (Ap 22.12) e nós sabendo disso
devemos ser prudente e não ficarmos na omissão, mas fazer missão,
pois missões é a igreja em ação cumprindo assim sua tarefa.
E
você faz parte deste projeto de Deus que é a igreja e como parte
não deve ficar na omissão deve antes realizar sua parte; indo
orando ou ofertando. Na igreja não há lugar para desocupado cumpre
teu ministério realiza a obra de Deus faze a tua parte a tempo e
fora de tempo (II Tm 4.1-5)
As
almas clamam por salvação e a salvação delas depende de você
lhes falar do evangelho que é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê, e a fé é pelo ouvir e o ouvir é pala palavra
de Deus quando é pregada aos ouvintes. (Rm 10. 8-17)
Então
se a fé é pelo ouvir devemos pregar á todos, quer ouçam ou deixem
de ouvir, mas o certo é que devemos pregar, ou enviar alguém para
que pregue a palavra de Deus, a fim de que todos tenham a
oportunidade de ouvir e darem suas respostas e sejam salvos em Cristo
Jesus nosso Salvador.
Conclusão.
Agora
que o amado irmão (a) já passou os desafios da igreja e como
realizar a obra de missões, e passou a conhecer qual é a tarefa da
igreja, e como executá-la deve se comprometer cada vez mais com esta
obra magna da igreja da qual você faz parte, isso você pode fazer
da seguinte forma; orando ofertando ou indo, pois em missões só tem
duas opções; Ir ou enviar.
Com
qual das duas opções acima citadas você se identifica mais?
Analise e se comprometa fazendo sua parte, e juntos realizaremos com
sucesso a obra missionária que é tarefa de todo nós que fazemos
parte deste projeto de Deus que é a igreja da qual Ele é a cabeça.
A
igreja como um organismo que é deve se desenvolver e crescer, esta é
a lógica de todo organismo, cresce e se desenvolve multiplicando-se,
cada parte desse organismo deve cumprir sua função para o aumento
do corpo, neste caso a igreja de Cristo como organismo vivo que é
deve se desenvolver e crescer (I Co 12. 12-25; Ef 4. 12-16).
E
como parte que somos desse organismo vivo e atuante que é a igreja
que se desenvolve e cresce devemos fazer o que nos é devido para
podermos realizar a nossa suprema tarefa designada a nós, que
fazemos parte deste organismo o qual redundará em um crescimento
vertiginoso fazendo o seguinte:
Treinando
o missionário para o campo
Enviando
o missionário ao campo
E sustentando o
missionário no campo.
8.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EMPREGADA POR JESUS
A
EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EMPREGADA POR JESUS
"Quando
Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões
maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como que tem
autoridade e não como os escribas."
Mateus 7.28,29
Jesus foi Filho de Deus encarnado, e seu ensino, dado a Ele por seu Pai (Jô 7.16-18; 12.49,50), permanecerá para sempre (Mc 13.31), e por fim julgará seus ouvintes (Jô 12.48; Mt 7.24-27).
Jesus foi Filho de Deus encarnado, e seu ensino, dado a Ele por seu Pai (Jô 7.16-18; 12.49,50), permanecerá para sempre (Mc 13.31), e por fim julgará seus ouvintes (Jô 12.48; Mt 7.24-27).
A
importância de dar atenção a este ensino não pode, portanto,
deixar de ser enfatizada. Jesus ensinou como os rabinos judeus
geralmente faziam, aos poucos, em fragmentos, e não por meio de
discursos correntes, estando muitos de seus pronunciamentos vitais em
parábolas, provérbios e manifestações isoladas, respondendo a
perguntas e reagindo a situações.
Todo
o seu ensino público foi marcado por autoridade que causou assombro
(Mt 7.28,29; Mc 1.27; Jô 7.46), mas alguns de seus ensinos foram
expressos de forma enigmática, exigindo reflexão e discernimento
espiritual (“ouvidos” , Mt 11.15; 13.9,43; Lc 14.35) e
confundindo o ouvinte ocasional e cheio de si. A razão por que Jesus
apenas emitiu noções obscuras e parcas a respeito (por exemplo) de
seu papel messiânico, expiação, ressurreição e reino vindouro, é
dupla:
Primeiro,
de qualquer modo, somente os eventos poderiam tornar claras essas
coisas.
Segundo,
a preocupação de Jesus foi chamar as pessoas ao seu discipulado por
meio de seu impacto pessoal sobre elas, e a seguir ensiná-las a
respeito dele mesmo no contexto desse relacionamento, em vez de
oferecer instrução teológica detalhada ao não comprometido com a
fé. Entretanto, as afirmações de Jesus são freqüentemente
claras, e as numerosas apresentações ampliadas nas epístolas são
melhor lidas como muitas notas de rodapé do qual Jesus disse.
O
ensino de Jesus tinha três pontos regulares de referência.
O
primeiro era seu Pai divino, que o havia enviado e estava agora
dirigindo-o (Mt 11.25-27; 16.13-17, 27; 21.37; 26.29,53; Lc 2.49;
22.29; Jo 3.35; 5.18-23,26,27,36,37; 8.26-29; 10.25-30, 36-38), e a
quem seus discípulos devem referir-se como seu Pai celestial (Mt
5.43-6.14, 25-33; 7.11).
O
segundo era o povo, tanto indivíduos como multidões em sua condição
de perdidos (Mt 5.43-6.14,25-33; 7.11). O segundo era o povo, tanto
indivíduos como multidões em sua condição de perdidos (Mt 9.36;
Mc 10.21), os que eram objeto de seus constantes e variados apelos ao
arrependimento e a uma nova vida (Mt 4.17; 11.20-24; Mc 1.15; Lc
5.32; 13.3-5; 15.7; 24.47).
O
terceiro era Ele mesmo, o Filho do Homem, um título messiânico (Mt
16.13-16). “Um
como Filho do homem”
assume o reino em Daniel 7.13,14. Para confirmarmos o próprio uso
feito por Jesus deste título, ver Marcos 8.38; 13.26; 14.62 (fazendo
eco a Daniel); Mateus 12.40; Marcos 8.31; 9.31; 10.33,45; 14.21,4;
Lucas 18.31-33 (predizendo sua morte e ressurreição); João
3.13-15; 6.27 (declarando seu ministério salvífico).
Como decorrência do testemunho de Jesus a seu Pai, às necessidades do povo, e a seu próprio papel, três temas teológicos tomam forma:
Como decorrência do testemunho de Jesus a seu Pai, às necessidades do povo, e a seu próprio papel, três temas teológicos tomam forma:
1. O reino de Deus.
Esta é uma realidade relacional que veio com Jesus como cumprimento
do plano de Deus para a história, da qual os profetas do Velho
Testamento tinham constantemente falado (Is 2.14; 9.6,7; 11.1-12.6;
42.1-9; 49.1-7; Jr 23.5,6).
O
reino está presente com Jesus; seus milagres são sinais dele (Mt
11.12; 12.28; Lc 16.16; 17.10,21). O reino torna-se real e crucial na
vida de uma pessoa quando ela se submete com fé ao senhorio de
Cristo, um significativo compromisso que traz salvação e vida
eterna (Mt 10.17-27; Jô 5.24). O reino será pregado e crescerá (Mt
24.14; 13.31-33) até que o Filho do Homem, agora reinando no céu,
reapareça para julgamento e, no caso de seus fiéis servos, para
alegria (Mt 13.24-43,47-50).
2.
A obra salvadora de Jesus. Tendo descido do eu pela vontade do Pai
para resgatar pecadores escolhidos para a glória, Jesus morre por
eles, convida-os e atrai para si mesmo, perdoa seus pecados e
conserva-os seguros até o dia de sua ressurreição, glorificação
e introdução na bem-aventurança do céu (Lc 5.20,23; 7.48; Jô
6.37-40, 44, 45; 10.14-18, 27-29; 12.32; 17.1-26).
3.
A ética da família de Deus. A nova vida, que vem aos pecadores como
dádiva da livre graça de Deus, deve ser expressa em um novo estilo
de vida. Os que vivem pela graça devem praticar a gratidão; os que
têm sido intensamente amados devem mostrar em grande amor pelos
outros; os que vivem por terem sido perdoados devem perdoar; os que
conhecem a Deus como seu amoroso Pai celestial devem aceitar suas
providências sem amargor, honrando-o em todo o tempo pela crença em
seu cuidado protetor. Em uma palavra, os filhos de Deus devem ser
como se Pai e seu Salvador, o que significa ser totalmente distinto
do mundo (Mt 5.43-48; 6.12-15; 18.21-35; 20.26-28; 22.35-40).
“E
disse-lhe Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura”.(Mc 16.15).
Diz
a palavra do Senhor:
“As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;” (Lm 3.22).
Um
dos principais ensinamentos teologicos de Senhor Jesus é Missões.
A
misericórdia sem fim do Senhor, é a explicação das Missões. O
amor imerecido de Deus pelo homem caído. Pela restauração do
perdido. A vontade de Nosso Senhor é de que nenhuma alma se perca,
mas, antes, que todos se arrependam (II Pe 3.9). A mesma Palavra
levanta a necessidade das missões para o sucesso da Igreja, como
sendo sua tarefa Suprema e fundamental.
“Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”(Rm 10.14).
A
tarefa primordial da igreja de Jesus é pregar a Boa Nova da
Salvação. E pregá-la a todos os povos e nações. Quem é pai ou
mãe, sabe a dor horrenda que um simples corte no dedo de um filho
nos causa. Deus, contudo, amou o mundo de tal maneira, que deu o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
Ora,
se Deus, que é soberano e Senhor de todas as coisas, se sujeitou a
tal opróbrio pelos perdidos que deseja resgatar, quanto maior não
será nossa obrigação de anunciar o Evangelho a todas as criaturas?
A igreja que não investe em missões, é como a figueira estéril,
pois não produz o fruto agradável ao Senhor. Para que mais igreja,
que não para levar a salvação ao perdido? Aproveitando a lembrança
bem-vinda de que o segundo domingo de setembro é o dia de missões,
vale lembrar que todo
cristão
é um missionário. A primeira e melhor forma de o cristão agir como
missionário é através da oração:
“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (Mt. 9 36-38).
Nesse
ponto, é inaceitável que qualquer cristão seja negligente. Oramos
por tantas coisas, ora-se, acima de tudo para alcançar as tão
buscadas “bênçãos financeiras”, ora-se por um emprego melhor,
para que o ônibus não atrase, para que seu time de futebol seja
campeão, para que a próxima namorada seja mais bonita que a última,
ora-se para ganhar na loteria, para que a conta de telefone não
venha muito alta, para que o guarda de trânsito não perceba que se
está falando ao celular enquanto se dirige, mas esquecemo-nos do
mais importante. Precisamos, cada um de
nós e nossas igrejas, orar para que o Senhor da seara envie mais e
mais trabalhadores. Para que Ele fortaleça os braços dos que já
estão trabalhando em Sua obra. Para que o Espírito Santo do Senhor
abra os ouvido e quebrante o coração daqueles a quem são enviados
os missionários. Quantas vezes você já pediu ao Senhor, que nos
ajudasse a cumprir a obra que Ele espera que façamos?
Mesma
importância para a obra missionária, evidentemente, têm aqueles
que vão para os locais mais ermos, que sofrem, que expõem suas
famílias ao perigo levando a Palavra de Deus a locais onde a
pregação do Evangelho é proibida e punida com a morte, e que a
tudo renunciam para fazer a obra do Senhor da Seara. Se você tem
condições de ir, vá. Atenda ao chamado do Espírito. Se não tem
condições, pode ainda ser um missionário do primeiro time, dos que
oram, ou ainda dos que colaboram.
Se
você não pode ajudar de outra forma, ajude financeiramente a obra
missionária. Adote um missionário. Você não tem idéia de quanta
diferença pode fazer na vida de uma família missionária o dinheiro
que você facilmente gastaria em um passeio corriqueiro. Não deixe
de passear, mas não deixe também de contribuir. Justamente aqueles
que mais clamam pelas tais “bênçãos financeiras” são os que
menos contribuem para a causa missionária ou para qualquer outra.
Lembre-se de que não há nenhum tipo de utilização para seu
dinheiro que possa ser melhor do que aplicá-lo na salvação do
homem perdido, porque esta é a vontade soberana do Senhor.
Quão
maravilhoso não seria que tivéssemos, todos nós, igreja como a do
livro de Atos dos apóstolos?
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 1.42-47).
Essa
Igreja ideal constituída pelos apóstolos era a igreja missionária
por natureza, e, como tal, era irresistível e poderosa para anunciar
o Evangelho, para libertar o oprimido, para curar o enfermo, operar
maravilhas em nome do Senhor, e para ressuscitar aos mortos.
9.
CONCLUSÃO
Através
da análise deste trabalho ficam claras as definições de Educação
Teológica e Campo Missionário, a relação que desenvolvem entre
si, os princípios básicos defendidos por ambas, também sua
importância e a praticidade desta união para o bem estar do próprio
ser humano. O Brasil tem sido um grande gerador de idéias e
conceitos, apesar de nunca ter deixado de ser a famosa esponja, que
absorve tudo que nela é lançado, as distorções nos conceitos
cristãos referentes tanto ao campo intelectual quanto pragmático
são extremamente relevantes. A busca pela adaptação ao mundo
pós-moderno faz da Educação Teológica brasileira atual um alvo
fácil para o sucesso de tais distorções e adaptações que o puro
e simples “Evangelho” de Cristo tem sofrido. Definir bem os
papéis da Educação Teologia e do Missionário e a importância de
voltarmos aos conceitos e definições realmente bíblicas, são o
ápice da discussão deste trabalho.
Com
Carinho Pastor Antero Kaczan.
10.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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[4.4]-
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Pr. Ramon da Costa - Igreja Nazareno Araras, SP
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TOPICO: 5.1.
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