sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REAL NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO BRASILEIRO E MISSÕES TRASCULTURAIS


A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REAL NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO BRASILEIRO E MISSÕES TRASCULTURAIS


Por PASTOR MISSIONÁRIO ANTERO KACZAN


ZAMOŚĆ POLÔNIA
2012

Gostaria de agradecer a Deus por ter me chamado para o ministério pastoral e missionário, e por ter me ajudado e capacitado a alcançar esta meta, pela graça e amor de Jesus Cristo.

Esse trabalho é dedicado a todos aqueles que trabalham com pessoas de um modo geral, pastores, missionários, obreiros de um modo geral, pois sabemos o quanto são especiais esses ministérios, esses dons de Deus para os homens.

Muito obrigado Senhor Jesus por todas as bênçãos recebidas.

INTRODUÇÃO

Através deste estudo pretendo realizar uma análise reflexiva sobre a definição verdadeira da teologia realizando um paralelo com o que está sendo apresentado como teologia nos dias de atuais e apresentar os objetivos que a teologia bíblica deve defender, e sua relação com o a obra missionária local e transcultural, pois há alguns anos trabalhando nesta área por vários setores da nação brasileira e no exterior (Missões Trascultural), tenho observado muitos conceitos e diferença de um lugar para o outro, de uma denominação para outra, de uma igreja para outra (dentro da mesma denominação), enfim irei abordar tais assuntos e realizar este estudo que penso ser muito propício para os dias atuais. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REAL NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO BRASILEIRO E MISSÕES TRASCULTURAIS, devem proporcionar ao leitor ferramentas para que o mesmo tenha a oportunidade desenvolver pensamentos atuais sobre questões que supostamente são tão defendidas em nossas cadeiras teológicas. A Educação Teológica realmente não é este bicho de Sete Cabeças que muitos pensam por aí. Mas, sua utilidade a vida diária cristã é indispensável, porém, não como a mesma está sendo empregada na atualidade. Como missionário que sou, penso ser impossível separar a obra missionária da Educação Teológica e vice versa.


JUSTIFICATIVA

Atualmente existem vários livros e principalmente artigos que discutem esse assunto, porém a grande maioria aborda partes específicas em relação ao vasto campo que o próprio tema sugere. Pretendo neste trabalho alojar o máximo de variantes possíveis sem que o mesmo perca sua unidade e propósito.
Entendo que aquilo que conhecemos com fé evangélica no dias atuais tem oferecida aos teólogos uma grande oportunidade de análise, e, sabedor dessa importância, pretendo levantar alguns dos principais tópicos que estão inseridos neste assunto. Responder questões como: Qual a relação entre o campo missionário e a educação teológica e o que se tem feito com e através delas? É de fundamental importância.
Entender que a teologia e o campo missionário possuem definições específicas cada qual com suas implicações, por isso é inevitável responder a questão: qual a importância de uma para a outra. Alguns autores que escrevem artigos ou até mesmo livros que estão envoltos por este assunto, o fazem pura simplesmente baseados em outros que também tomaram a iniciativa de escrever. Poucos realmente conhecem e dominam o assunto em todos os seus campos, entre eles, científicos, filosóficos, religiosos ou empíricos.
Pretendo através da soma destes fatores, alcançar o equilíbrio necessário que penso dever existir quando se aborda tal tema. Somar os diversos campos de pesquisa e como resultado, produzir uma posição firme, racional e banhada de fé.


METODOLOGIA

Argumentos bíblicos, pois, a Bíblia Sagrada nos fornece um amplo e curioso material para análise sobre tal assunto, são a base, a pedra angular deste estudo. Também utilizarei relatos de alguns escritores, sejam eles livros ou artigos de revistas e sites, já que a comunicação global tem nos propiciado a oportunidade de abranger com facilidade uma diversificação intensa sobre qualquer área. Quero também fazer valer, minhas experiências práticas no campo missionário, pois, tenho experiências práticas com tribus indígenas brasileira e paraguaias, uma década atuo como missionari na Polonia, tambem em muitos países de 4 continetes. Com isto, pretendo confrontar algumas idéias com a prática missionária do dia a dia. Sei que o assunto é extenso, por isso me utilizo de uma bibliografia diversificada, mas não quero limitá-lo em uma análise dentro das linhas brasileiras, mas tambem em missões transculturais, através dos tópicos que estabeleci.


ESBOÇO DE SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.
2. JUSTIFICATIVA
3. METODOLOGIA
4. A RELAÇÃO ENTRE O CAMPO MISSIONÁRIO E EDUACAÇÃO TEOLÓGICA
4.1. O QUE SE ENTENDE POR EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
4.2. O QUE SE ENTENDE POR CAMPO MISSIONÁRIO.
4.3. A NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO PARA A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
4.4. A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA O CAMPO MISSIONÁRIO.
5. OBJETIVOS REAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA
5.1. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PELA HISTÓRIA.
5.2. A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS BÁSICO DA TEOLOGIA BÍBLICA.
5.3. O QUE A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA REALMENTE DEVE PROPORCIONAR A SEUS APRENDIZES.
6. REALIDADES ATUAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NO BRASIL
6.1 AS DISTORÇÕES E SUAS MOTIVAÇÕES.
6.2 O ALCANCE E DESEMPEMNHO DAS DISTORÇÕES.
6.3 O SEGREDO DO SUCESSO DAS DISTORÇÕES.
7. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA MISSÕES TRANSCULTURAIS
7.1 7.1 O QUE É MISSÕES TRANSCULTURAIS.
7.2 A IGREJA DE JESUS CRISTO NO BRASIL TEM FEITO MISSÇÕES TRANSCULTURAIS.
7.3 COMO DEVE SER A VIDA DO MISSIONÁRIO.
7.4 QUEM DEVE SUSTENTAR E APOIAR O MISSIONÁRIO NO CAMPO.
8. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EMPREGADA POR JESUS
9. CONCLUSÃO
10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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4. A RELAÇÃO ENTRE O CAMPO MISSIONÁRIO E EDUACAÇÃO TEOLÓGICA
4.1. O QUE SE ENTENDE POR EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
Os componentes básicos de uma boa Educação Teológica.
Tradicionalmente, a educação teológica pôs o foco em três dimensões básicas da preparação para o ministério cristão. Algumas escolas teológicas têm enfatizado um ou duas das três, mas um esforço especial é necessário para um bom equilíbrio entre todas elas, e um bom equilíbrio é nossa pretensão. Essas áreas são essencialmente as dimensões existenciais ou pessoais de nosso relacionamento com Deus que nos tratam como indivíduos diante Dele, nossos fundamentos bíblicos-teológicos para o ministério cristão, e os aspectos práticos, ou o “como fazer” do ministério cristão. Mais especificamente, existem dimensões pessoais, de princípios e práticas na educação teológica, mas existe também o papel da igreja local. Todas são essenciais para uma preparação para o ministério bem cercada.

A dimensão pessoal
Diferente de qualquer outra profissão, é essencial que aqueles que estão se preparando para o ministério cristão tenham um relacionamento significativo com Deus. Os ministros devem ser homens e mulheres íntegros que “praticam o que pregam”. Nosso trabalho não é simplesmente um serviço para a humanidade, mais ainda, é um papel de liderança no qual outros vêem Cristo em nós e sentem a presença e o poder de Deus em, e através de um mensageiro da Palavra. Por causa disso, é essencial que um ministro considere seu/sua caminhada pessoal com Deus como central a tudo o que ele/ela faz. Em levantamentos recentes, as igrejas também concordam que este é um dos mais importantes aspectos da responsabilidade ministerial para um servo de Cristo. Levantamentos publicados em informativos de orientação clerical têm há muito mostrado a importância destas três ênfases tradicionais na educação teológica, mas também mostram como três diferentes grupos dentro da igreja enxergam o que é mais importante. Há uma tendência entre os educadores em dizer que a maior necessidade do ministro é por mais educação teológica. Um conhecimento melhor da Bíblia e os fundamentos teológicos da Igreja Cristã são os ingredientes mais importantes no sucesso ministerial. Por outro lado, pastores têm freqüentemente concluído que sua maior necessidade é por ajuda prática na administração eclesiástica, crescimento da igreja, evangelismo, pregação ou outras tantas sortes de “como fazer”. Os membros das congregações (ou os leigos como freqüentemente os chamamos), diferentemente dos outros dois, tendem a alistar a integridade pessoal do ministro e seu caminhar com Deus como os traços mais importantes do ministério cristão.

Acreditamos que todas essas três áreas são essenciais para um ministério produtivo, mas se a dimensão pessoal não estiver em primeiro lugar, então tudo o mais que fizermos irá produzir pouco para o trabalho de Cristo. Freqüentemente, ministros são despedidos das igrejas por causa de assuntos de integridade. Se a congregação não perceber a devoção do ministro por Deus, não irão segui-lo/a por muito tempo. De formas similares, alguns ministros não passam tempo adequado com suas famílias, e como resultado muitas famílias sofrem por negligência. É essencial que um ministro tenha integridade, comunhão regular com Deus, e seja capaz de cuidar de seu/sua família e de si mesmo – e isso deve ser óbvio para as pessoas da igreja, ou não irão seguir. Os cristãos não irão seguir normalmente uma pessoa se não acreditarem que ele/ela caminha com Deus. Apesar do programa de culto de capela da Acadia Divinity College refletir nossa consideração por devoção pessoal a Cristo e por integridade moral, formação espiritual é mais amplo do que isso, e é vital na preparação para o ministério cristão. Acreditamos que formação espiritual também é feita em cooperação significativa com a igreja. Por esta razão, é essencial que os alunos estejam ativamente envolvidos com a igreja enquanto se preparam para uma vida de ministério cristão. Nestes termos, não escolhemos para cooperar com a igreja através de indicações ou exames pesados, devido a uma manhã de segunda, após termos encorajado os alunos a estarem envolvidos na igreja no domingo. Aqueles que negligenciam este aspecto da educação teológica não produzem seguidores devotos a Cristo.

Fundamentos bíblicos, teológicos e históricos
Também é essencial que os ministros cristãos conhecem a fé “uma vez entregue” à igreja. Sem um entendimento claro das tradições bíblicas, teológicas e históricas da igreja, acreditamos que um ministro não pode estar adequadamente pretendendo compartilhar o Evangelho de Cristo, nem as implicações deste Evangelho para o povo de Deus. A Bíblia é a fonte primária para se determinar o que é ser um cristão e conhecer a vontade de Deus. Superficialidade nesta área de preparação irá desmascarar a habilidade do ministro para comunicar o Evangelho e sua relevância para esta geração. Sem essa consciência, um pastor perde seu/sua identidade cristã, e tornar-se difícil para a igreja distinguir ela mesma do mundo. A Bíblia questiona os valores do mundo, mas com um conhecimento insuficiente da Bíblia, o ministro mais promove o sistema de valores mundanos do que os desafia quando estes se manifestam em seu/sua congregação ou comunidade. Os ministros cristãos devem ser capazes de entender e articular a mensagem da Bíblia bem como seu alicerce teológico e histórico se eles querem ter um ministério cristão eficiente.

Consciência prática e treinamento
O modelo mais antigo de educação teológica – o modelo da universidade que tem como paradigma a procura pelo conhecimento de Deus – mudou consideravelmente nos anos recentes. Nos primeiros estágios da educação teológica, os alunos recebiam principalmente cursos de Bíblia, teologia e história com algumas (freqüentemente muito poucas) matérias práticas. As coisas do tipo “como fazer” eram freqüentemente, aprender como estudar a Bíblia, como pregar e ensinar, bem como fazer casamentos, funeral, batizar, organizar, liderar, etc, mas eles eram sempre insuficientemente enfatizadas. Como resultado, os ministros freqüentemente sentiam uma falta de entendimento em como funciona a igreja e que papel deveriam desempenhar na mesma. Tantos modelos pobres de ministério surgiram que levaram a falhas significativas no ministério. Em anos recentes, como resultado de um número significativamente de ministros deixando o ministério, muitos seminários mudaram muito do currículo teológico, para incluir aspectos mais práticos do ministério. Por exemplo, muitos que examinam o ministério de uma perspectiva sociológica, observaram que os ministros geralmente não estão bem treinados em liderança, administração, e projeto ou estrutura organizacional da igreja. Observamos também as recentes mudanças pelos quais as pessoas estão se comunicando e respondendo aos tradicionais meios de comunicação. A importância do aprendizado de habilidades nestas áreas não pode ser super-estimado. Os custos pela falha em preparar adequadamente nessas áreas práticas do ministério cristão são enormes. Como resultado das muitas mudanças na sociedade de maneira geral e na construção da igreja, existem muitas outras áreas muito importantes que pertencem ao currículo teológico. Elas incluem liderança, evangelismo, discipulado, administração de conflitos, entendimento de adoração e o lidar com questões financeiras no ministério cristão.

O papel essencial da Igreja
Finalmente, como observamos acima, não há uma maneira para uma escola teológica treinar adequadamente pessoas para o ministério cristão sem uma contribuição significativa da igreja. Todos os seminários recebem seus alunos de igrejas, mas também acreditamos que as igrejas também devem abrir suas portas para a educação supervisionada dos estudantes de teologia, isto é, treinar no ministério enquanto estiverem estudando várias disciplinas na escola. Assim como médicos precisam de treinamento prático no hospital e trabalhar diretamente com pacientes enquanto estão recebendo sua educação formal, assim também deve ser com o treinamento para o ministério. Os alunos devem estar ligados à igreja todo o tempo durante sua preparação para o ministério. Simplesmente os alunos não são bem preparados para o ministério se houver pouca oportunidade para um ide supervisionado e treinamento na igreja local, ou em alguma área do ministério cristão, enquanto estão estudando no seminário. Por esta razão, os pastores que supervisionam bem nossos alunos e lhes dão tanto conselhos quanto oportunidades para o ministério com direção, estão produzindo um recurso inestimável na preparação de pessoas para o ministério cristão. Esses pastores-supervisores e leigos maduros na igreja, que levam a sério seus papéis, e não simplesmente procuram por ajuda adicional e barata em seus ministérios, cumprem um papel essencial na preparação da próxima geração de ministros para a igreja e seus vários ministérios.

4.2. O QUE SE ENTENDE POR CAMPO MISSIONÁRIO.
CAMPOS MISSIONÁRIOS
O campo para missões está sempre aberto. Afinal o mundo precisa conhecer o Cristo que veio a terra para salvar a humanidade. Para quem está interessado em missões queremos passar alguns ensinamentos importantes:
As missões nasceram primeiramente no coração de Deus, e Ele é o grande gerenciador dessa obra ousada e desafiadora. Em sua Palavra encontramos a resposta sobre o plano de Deus para o mundo. Jesus disse: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28, 19).
O Espírito Santo foi dado para fazer dos cristãos testemunhas eficientes no mundo todo. Sendo assim, qualquer um pode ser usado por Deus para levar as Boas Novas, fazendo missões urbanas, nacionais ou mundiais.

MISSÕES URBANAS
O primeiro campo missionário deve ser o local onde a igreja está localizada. Antes de atravessar o mundo, a igreja precisa atravessar a rua, ou deve fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mas não deve esquecer que na cidade há um farto campo para missões. Crianças, jovens, estudantes, adultos e idosos.
Existem missões que trabalham com grupos específicos: drogados, prostitutas, homossexuais, universitários ou profissionais liberais, por exemplo. Mas toda a cidade deve comover a equipe de missões. Este comover, quer dizer que o missionário deve sentir compaixão pelas almas perdidas.
É importante conhecer a cidade e seus problemas, tanto geograficamente com espiritualmente. Algumas cidades tem conotação religiosa, outras conotação esportiva e outras financeira. Quem nela habita conhece-a melhor, cabe a igreja aproveitar as oportunidades de grandes eventos, grandes aglomerações e realizar a tarefa de evangelização urbana.

MISSÕES NACIONAIS
O crescimento do evangelho geralmente se dá de maneira desigual dentro de um determinado território. Motivos históricos, culturais e até espirituais estão por trás desse fato. A verdade é que basta olhar o nosso país como exemplo e encontramos regiões onde o evangelho predomina de maneira incontestável, com uma densidade demográfica de evangélicos espantosa. Em outros lugares, no entanto, há um número pequeno, e é aí que devemos investir com maior amor nas missões.
A máxima de que o nativo é o melhor evangelista para os nativos é uma verdade. Ninguém entende melhor um povo do que alguém do próprio povo. Ninguém melhor para entender um marroquino do que outro marroquino. Ninguém mais apto para evangelizar africanos do que os africanos.
Um mapa religioso com estatísticas confiáveis é um instrumento essencial para qualquer grupo missionário. Quais regiões são mais carentes? Quais cidades, estados, regiões possuem o menor numero de crentes? Como chegar a esses lugares? O que fazer? A quem enviar?
De certo modo, nunca se deve alegar que outros já estão trabalhando. A demanda é grande, e se diversos grupos se concentrarem em uma mesma área e trabalharem juntos, sem proselitismo, sem placa de igreja, a tarefa se tornará mais fácil e será levada ao sucesso bem mais rápido.

MISSÕES MUNDIAIS
O campo é o mundo, já disso o próprio Senhor. Foi difícil para a igreja evangélica quebrar seus limites geográficos e assumir a responsabilidade mundial. Hoje, mais do que nunca, ela tem procurado cumprir essa tarefa. Talvez não na velocidade necessária nem na intensidade demandada, mas a evangelização mundial tem sido levada a efeito por muitas igrejas, denominações e agencias missionárias.
A chamada “janela 10/40”, que já tem sido reavaliada de muitas formas, denota claramente que a igreja está consciente do desafio de evangelização mundial. O mundo comunista sofreu um duro golpe e teve de abrir suas fronteiras. Alguns baluartes ainda se sustentam contra o evangelho e são motivos de constante intercessão e preocupação das igrejas. O mundo islâmico talvez seja o principal deles.

Independentemente de qual seja os desafios, a própria globalização tem de certo modo facilitado a visualização e a aplicação de estratégias. Já não é possível conviver com a abundância da Palavra de Deus, enquanto a maior parte do mundo perece com carência dela. O fato de muitos povos não terem sequer uma tradução das Escrituras Sagradas, tem trazido sensação de incomodo nos corações missionários.

APOIO AOS MISSIONARIOS
Colocar um missionário em determinado campo já é um desafio. Sustentá-lo ali é um desafio ainda maior. Pode ser traumático para um missionário ou sua família estar em um local distante de sua comunidade e familiares, sob pressões econômicas e espirituais para as quais não estavam preparados. Mesmo os chamados “fazedores de tendas”, isto é, profissionais que trabalham no país no qual foram enviados para se manterem e ao mesmo tempo pregar o evangelho, precisam de suporte continuo para desenvolver e concluir sua missão.
Esta sustentação envolve pelo menos três pontos principais, com os quais a agencia ou igreja precisa se preocupar:
Oração alguém já disse que só missionários oram pelos missionários. Talvez seja um exagero, mas a verdade é que nem todos conseguem sentir o peso que é estar em terra estranha, com cultura diferente, longe de familiares e entes queridos. Dificilmente o apoio de intercessão acontecerá naturalmente, sem a interferência de alguém que tenha a visão e conheça a necessidade do missionário. Dentro dos cultos deve ser separado um tempo para batalhar em oração a favor dos missionários. Muitas batalhas foram perdidas não pelas condições culturais ou econômicas, mas principalmente pela falta de intercessão.

Comunicação – telefone, radio, e-mail e mesmo cartas, são formas de manter a ligação entre a comunidade e o enviado. Em nossa era de alta tecnologia é incoerente um missionário permanecer sem contato com sua base.

Sustento financeiro - Ao enviar um missionário para o campo, a igreja deve organizar-se para um sustento financeiro permanente. Em alguns casos pode ser algo básico, mas que lhe dê condições de realizar seu trabalho sem desgastes desnecessários.

QUALIDADES DO MISSIONARIO
Embora seja difícil descrever quais devem ser as qualidades de um missionário, alguns pontos precisam ser destacados. Claro que a ausência de uma ou outra virtude pode ser compensada pelas demais.

Adaptabilidade – pessoas com dificuldades de se adaptar a climas, culturas, modos de vida diferentes não se sentirão bem caso tenham de ir a outros povos. Se essas dificuldades tiverem efeitos físicos, torna-se ainda mais complicado.

Coragem – coragem é necessária em qualquer lugar e para qualquer pessoa, não só para os que vão, mas também para os que ficam. A questão é que o missionário está indo ao encontro do inusitado, do diferente, do incomum. Não significa que todos os missionários terão de enfrentar índios antropófagos, homens-bomba e cobras cascavéis. Seu contexto porem é um ambiente desconhecido, e ele precisa estar psicologicamente preparado para isso.

Empreendedorismo - enquanto fora do campo muita coisa acontece naturalmente, dentro dele muitos caminhos terão de ser abertos a força. Pioneirismo foi à marca de muitos missionários. Tentar fazer as coisas acontecerem. Usar meios até então não empregados, exigem uma grande dose de criatividade e espírito empreendedor. Os missionários tiveram um papel ativo na historia do mundo.

Submissão – nem todos são chefes de missões. Embora saibamos que a insubmissão não é um privilegio de missionário em campo, a desobediência ao líder pode ser muito prejudicial, pois a vida de pessoas podem estar em jogo. O grupo se torna uma família de certo modo, e a ação de um terá sérios reflexos nos outros. Saber obedecer é uma virtude que não pode ser dispensada.

Liderança – saber liderar e ser liderado demonstra uma flexibilidade de caráter especial. Sabe-se que só sabe liderar quem já foi liderado. O missionário que aprendeu essa disciplina vai exercer o controle sobre situações difíceis. Tanto companheiros de missão como convertidos precisarão de uma voz de comendo firme para conduzi-los.

Visão – o missionário está abrindo caminhos. As oportunidades não podem ser perdidas sem que haja serias conseqüência para o trabalho. Ele precisa reconhecer o talento e a capacidade de cada pessoa e empregá-los no lugar certo. Necessita enxergar um problema que está se iniciando e cortar pela raiz.

Desprendimento – amar pessoas e lugares por amor ao Senhor e ao seu Reino é uma coisa, mas apegar-se de maneira a não conseguir deixá-los quando for necessário é outra totalmente diferente. O missionário não deve ser um insensível, mas deve ser alguém que tem amor suficiente a Deus e a seu Reino para colocá-lo acima de qualquer coisa.

Vida espiritual vigorosa – os missionários terminam por adquirir um grande vigor espiritual, pois as próprias circunstancias o exigem. Vida de oração e consagração e de disciplina cristã mais desenvolvida é algo sem a qual ele nada conseguirá.

Sem mim nada podereis fazer”, disse Jesus. E é no campo que esta verdade se torna mais evidente.
4.3. A NECESSIDADE DO CAMPO MISSIONÁRIO PARA A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA.
Missiologia e Educação Teológica
Precisamos sentir a necessidade do campo missionários, precisamos ter um campo missionário e atuar assim vamos aplicar a edução teológica.
No sentido de evangelização, todos são missionários (Atos 1:8). Em outro sentido todos são chamados para missões transculturais é a tarefa de todos na igreja (Ef. 1:18-23; 3:20).
No sentido tradicional o missionário é descendente do apóstolo no Novo Testamento: um enviado para o mundo ao fora (Atos 13:1-4). É sobre o preparo dessa pessoa que estamos preocupados nesse estudo. Deus é responsável pelo preparo dos Seus servos, e Ele utiliza métodos informais, não-formais e formais ao longo da vida.
A cultura - cada cultura tem sua contribuição na construção do mosáico da Igreja de Cristo (cada um tem vantagens e desvantagens culturais no desempenho de missões).
A família (modelo, ensino, experiências que moldam a vida [testemunho pessoal]).
As escolas, seculares e teológicas (dão informações, mas mais importante, formam modelos de discipulado e aprendizado).
A igreja (modelo de comunidade, estilos de liderança e vida cristã; meio de comunicação dos propósitos de Deus para o mundo; o principal instrumento para o discipulado; e o alvo de missões).
Exemplos bíblicos de preparo missionário - Paulo e Barnabé (profundamente preparados no conhecimento teológico, na comunidade da igreja, na comunicação transcultural).
Desde que o preparo missionário é de Deus, devemos com cuidado e humildade examinar como Ele quer faze-lo através de nós. Em nossas escolas de preparo missionário não podemos fazer tudo, mas, sim, fazer a nossa parte com zelo confome os padrões de Deus. Podemos compartilhar princípios e ferramentas e "apontar o caminho".

Teologia precisa de missões
Herman Ridderbos escreveu 586 páginas sobre a teologia Paulina, e nunca nehuma vez mencionou missões! (O teólogo não deve esquecer que a missão cristã primitiva foi a progenitora da teologia.)
Base bíblica - o centro da teologia e a razão da existência da Igreja é missões.
No A.T. Deus, que é digno do louvor das nações, demonstra o Seu amor e Sua autoridade sobre elas:
Na Criação (Gen. 3:15)
Na Escolha de Abraão (Gen 12:1-3)
Na Lei (Ex. 19:5-6)
No reino (o Templo; os Salmos)
Nos Profetas (Is. 42:6-12)
No N.T. O propósito central de Deus se cumpre através da Igreja.
Jesus veio como o Missionário por Excelência (Fl. 2:1-11). Jesus preparou os Seus discípulos para alcançar as nações, culminando no dia em que Ele deu-lhes a Grande Comissão (os Evangelhos).
A obra do Espírito Santo é levar a Igreja a fazer missões (At 1:8).
O livro de Atos é a história de como o Espírito Santo começou a fazer missões na prática.
As Epístolas em grande parte são escritas para as igrejas que foram o resultado de missões, exortando-as a continuar vivendo para a glória de Deus no mundo e trabalhando para a expansão da Sua Igreja (Rm. 16:25-6; 1 Cor. 9:19-27)).
O Apocalipse é uma visão do resultado final - pessoas de todas as tribos e nações diante do Trono de Deus, louvando-O e engrandecendo-O.

Não devemos deixar que os currículos tradicionais, ou a costumeira falta de visão missionária, nos tire a perseverança em seguir as ênfases bíblicas.
Enriquece o estudo de teologia quando aplicado em outras culturas e religiões. O princípio de educação que aprendizado não ocorreu se o aluno não pode aplicá-lo em outros contextos.
Os líderes eclesiásticas (os formandos das escolas de teologia) precisam aprender a importância de missões.

Objetivos e Métodos Didáticos
Que a comunidade seja o corpo de Cristo em ação. Que haja amor e respeito e compromisso à Palavra de Deus (exigências de conhecimento e compromisso com a Bíblia demonstrado em atitudes devocionais, estudos que leva a Bíblia a séria, capacidade de demonstrar a ligação entre vida e prática e princípios bíblicos, currículo com missiologia integrada com teologia constantmente [não apenas usando "textos-provas"])
Que o aluno seja motivado pelos grandes propósitos de Deus baseados nas Escrituras e demonstrados através de toda a história (o aluno deve ter fundamentos estacados nos estudos de teologia--bíblica, sistemática e histórica. Só é adquirido isso em anos de participação em igrejas que realmente ensinam toda a verdade da Bíblia, e em escolas teológicas onde a Palavra é a ênfase central.)
Que o aluno aprenda mais do que meros fatos; que os valores, atitudes e cosmovisão sejam desafiados e transformados. (Ele precisa livrar-se o máximo possível do seu etnocentrismo, respeitar e amar outros, e humildemente ajudar outros a crescerem.)
Que haja desenvolvimento de caráter, com a comunidade e os líderes acompanhando o aluno no seu crescimento espiritual, psicológico e social (contato intenso entre líderes e candidatos, desenvovimento de um "cuidar comunitario", atenção para problemas de relacionamentos, falta de humildade, falta de consideração para com o outro, falta de amor. Os líderes sendo modelos de acessibilidade, identificação e humildade em ouvir, compreender os outros, com coragem de corrigir e edificar com honestidade).
Que o aluno possa aprender a fazer teologia, não apenas conhecê-la. (Isto não é inventar teologia, mas descobrí-la e aplicá-la em uma prática relevante.) Verdades de Deus e da vida cristã precisam fazer parte da sua vida duma forma tão integral, que ele possa traduzir estas verdades em outras linguagens e formas, sem ferir ou sacrificar o que a Bíblia realmente está dizendo. (Missões cristãs sem a Bíblia é incoerente, pois o ensino da Palavra deve ser central àquilo que o missionário faz, e faz tão bem que o aprendiz pode levar o ensinamento para outros!).
Que haja verdadeira humildade e espírito de servo (tarefas de limpeza, cozinha, etc., ajudando uns aos outros e a igreja local, fazem parte da vida na comunidade).
Que o aluno desenvolva sua capacidade de fazer uma contextualização crítica, respeitando limites bíblicos, no meio de outras culturas (teologia, estratégia, história e ciências sociais visando aplicações e avaliações culturais e bíblicas).
Que a prática e a teoria sejam integradas, a prática coerente com a teologia. Que o aluno adquira ferramentos que o ajudarão desenvolver fundamentos que o ajudarão resolver problemas em outros contextos e sem a ajuda de respostas pré-fabricadas, mas baseadas no entendimento profundo das Escrituras.
Que a educação cristã missiológica seja mais crente! (Se o trabalho missionário depende de oração, fé, o poder e a direção do Espírito Santo, o conhecimento e ensino das Escrituras, o discipulado, a implantação de igrejas, o serviço e a vida cristã, então o treinamento missionário precisa de tudo isto também, demonstrado na comunidade e na sala de aula!)

Estrutura: Integração e cooperação entre igreja/escola teológica/missiologia/agência missionária. Cada um contribui e enriquece o outro em vez de cada um querer fazer tudo sozinho.
A igreja é a base de tudo; os alunos estudam e os professores ensinam na escola teológica (providenciando aquele fermento missionário para a escola teológica, e a base teológica para os missionários), a agência missionária e as igrejas ajudam com orientações específicas sobre suas filosofias, campos e estratégias, e providenciam oportunidades para estágios em outras culturas).
O ensino formal, não-formal e informal são incluídos numa comunidade de aulas, serviço, ministério, e vida em comunidade.
Para ser bem sucedido precisa de líderes com experiência e vida aprovada para estar intimamente ligadas à comunidade. Os alunos aceitos também devem ter chamado missionário, estar com processos de aceitação em andamento, serem aprovados pelas suas igrejas, e demonstraram certo nível de conhecimento bíblico.
Sem currículo copiado, mas feito levando em consideração o aluno, seus dons, sua cultura com suas vantagens de desvantagens e o trabalho que fará no campo missionário.
As igrejas tem que ser intimamente involvidas no preparo de missionários, pois são indispensáveis pelo processo de discipulado ao longo dos anos. O missionário tem que ter o seu praxis de implantação de igrejas baseado em modelos fortes de igrejas neo-testamentários que demonstram amor, a importância da oração, conceitos de poder espiritual e temporal, valores, como cumprir a responsabilidade social sem distinção entre pobres e ricos uma verdadeira comunidade heterogência com crianças, mulheres, velhos, homens, pobres, e ricos aprendendo a se respeitar e viver em amor, serviço, edificação e respeito mútuo, estilos de governo com líderes-servos não dominadores, processos bíblicos de decisão, edificação mútua, louvor e compromisso com Deus, obediência à Palavra de Deus, alegria e serví-lO e como a igreja deve se expandir (congregações novas) usando métodos bíblicos quanto financas, discipulado, etc. Roberto Ferris diz: "A escola de preparo missionário que submete à direção da sua igreja constituinte, convidando a igreja a participar em formar curriculo, serve como modelo alternativo. Formandos tem menos tendência de pensar que são independentes das igrejas. Sua prontidão em se colocar dentro da igreja emergente e submeter à sua direção, providencia um modelo mais Bíblico para líderes nacionais." (International Missionáry Training: A Global Perspective a ser publicado pelo IMTP)
Estágios e experiências práticas bem acompanhados e avaliados com auxílio das igrejas e agências missionárias.

4.4. A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA O CAMPO MISSIONÁRIO.
Missões precisa de Teologia
O mandato missionário vem da própria Bíblia. Não é uma idéia humana. O missionário precisa entender isto no contexto de todos os propósitos de Deus! Se não, é onda, moda, com motivos errados e não para a glória de Deus. (O missionário sem entendimento do propósito missionário de Deus terá dificuldade permanecer no campo por muito tempo.)
Os objetivos de missões dependem da teologia.
Pela teologia entendemos o que é evangelização e missões (o que é o Evangelho? Os próprios missionários são salvos? Entendem as implicações de salvação em Cristo? Os povos realmente precisam do Evangelho?).
Fazer discípulos é levar pessoas de todas as nações a "guardar tudo" que Jesus ensinou (Mt 28:19-20). Para tal, os missionários precisam primeiro conhecer e guardar aquilo que Jesus ensinou (que envolve o A.T. e N.T. - a Bíblia toda). É a Palavra que dé o conteúdo e direção para aquilo que o missionário vai fazer.
Os Evangelhos; Atos; as Epístolas; o exemplo de Israel; o estudo da glória de Deus; Deus e as nações, etc., são indispensáveis para a tarefa principal de missões a implantação de igrejas autócotones que refletem a imagem de Deus nas suas culturas e sociedades.
A teologia é o conteudo na bagagem missionária (as malas que transportam o conteúdo são antropologia missionária, comunicação transcultural, etc.). É essencial que o missionário tem bons ferramentos teológicos e hermeneûticos para poder fazer a Palavra relevante e transformadora em outras culturas.
O caráter do missionário e dos seus discípulos é moldado pela teologia. Fé em que? Obediência a que e por quê? Somos orientados pela Palavra o caráter de Deus e sua vontade para nossas vidas (progressivo crescimento nas características cristãs: humildade, amor, alegria no Senhor, confiança, submissão mútua, maturidade, estabilidade, perseverança, flexibilidade, simpatia). Teologia é a base da ação. Paulo sempre usa aquele poderoso "pois" (como em Ef. 4:1, depois de explicar em profundidade sobre a teologia da salvação, vida cristã, igreja, etc. em 1-3) porque as regras da vida cristã tem razão somente por causa de quem é Deus e o que Ele tem feito em nosso favor.
Nada é mais prática do que uma boa teoria (James Pleudemann)! (Nossa tendência como Americanos do Norte e do Sul é sermos pragmáticos e ativistas em excesso.)

Conclusões: Considerações Práticas
A escola de treinamento missionário deve ficar nas proximidades de uma(s) igreja(s) local(ais) que apresenta um bom modelo eclesiástica, amor por missões, compreensão e compromisso com o treinamento e discipulado de missionários e disposição de se involver com as vidas e o desenvolver dos dons dos candidatos à missões. Paulo e Barnabé ficaram um ano ensinando em Antioquia; a igreja local tem que providenciar oportunidades para que os candidatos possam aprender ensinar, sendo corrigidos, encorajados e apoiados nos seus passos de crescimento.
Uma(s) escola(s) teológica deve estar acessível para que os alunos sem preparo teológico adequado podem aproveitar de matérias e professores de valor. Se o seminário oferece matérias missiológicos, então a escola deve aproveitar estas matérias, em vez de dar separadamente. (Provavelmente alguns líderes da comunidade são professores no seminário.)
No programa da comunidade, haverá tempo para aulas formais (nos seminários fora, de professores visitantes, e da própria comunidade); oportunidades de por em prática aquilo aprendido em experiências práticas de evangelização, plantação de igrejas novas, e edificação pelo ensino nas igrejas involvidas no preparo; períodos de trabalho manual e serviço prestado; e, muito importante, horas cada semana de reflexão em grupo quando o aprendizado, a prática, os problemas, os alvos e as idéias podem ser discutidos num ambiente de amor, aceitação mútua e busca da vontade de Deus.
Em conclusão cito Robert Ferris:
. . . o conteúdo, ênfase e equilíbrio do currículo devem ser submetidos a apuração das Escrituras. É essencial quando programas são orientados pelos alvos a serem atingidos e são inovativos. É egualmente importante, portanto, quando o conteúdo e estratégia do treinmamento é tradicional. Em ambos os casos, o exame cuidadoso da Bíblia nos tráz atona questões cruciais e adverte quando falhas no programa. Que Deus nos ajude permanecer fieis à letra e o espírito da Sua Palavra!
5. OBJETIVOS REAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA
5.1. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PELA HISTÓRIA.
OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DE 1517 A 1979
Vamos rever alguns aspectos da história da educação teológia tmbém no pentecostalismo, marcada por grandes lutas, desafios e conquistas.
Tal tarefa contribuirá para superarmos com algumas de nossas limitações na relação entre pentecostalismo e história. A crítica de Freston é pertinente, quando declara que:
O pentecostalismo toma o nome do incidente que está na origem da Igreja cristã, a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, e se vê como um retorno às origens. Não é por acaso que as histórias domésticas se concentram nas origens (épicas) da denominação. Eventos posteriores se reduzem virtualmente à expansão geográfica, ou seja, às origens em outras cidades. Não há muita ideia de desenvolvimento, pois tudo já está contido no evento paradigmático original. Assim, o pentecostalismo tem uma relação difícil com a história. Esta é reduzida a apenas três momentos – a Igreja primitiva, o momento da recuperação da visão (quando nosso grupo começou) e hoje – e cada um desses momentos repete o anterior e descobre nessa repetição a sua única legitimidade.

A prova desta realidade se revela, por exemplo, na falta de ligação do pentecostalismo com a Reforma Protestante e com os demais eventos e movimentos que a mesma desencadeou.
Uma das áreas que merece uma atenção especial nesse resgate histórico, diz respeito ao desenvolvimento da educação teológica formal, marcada por muita resistência em seus primórdios, e com alguns focos ainda nos dias de hoje.

É importante nessa empreitada, analisar alguns fatores que contribuíram para que somente após 47 anos de fundação das Assembleias de Deus no Brasil, o primeiro Instituto Bíblico fosse criado, e mesmo assim, sem a aprovação da maior parte da liderança nacional da denominação.
Iniciarei com uma exposição sobre a Reforma e a Educação Teológica, para em seguida tratar sobre dois movimentos que surgiram após a Reforma, o pietismo e o metodismo wesleyano, cujas ideias e características encontram-se presentes no movimento pentecostal. Em seguida, passaremos a descrever a mentalidade anti-intelectual e contrária à educação teológica formal dos principais líderes do Segundo Despertamento, período que precedeu o movimento pentecostal, e também a postura dos pioneiros do pentecostalismo, Charles Parham e William Seymour, sobre o tema em questão.
Será feita também uma análise sobre os motivos da resistência dos missionários suecos em relação à abertura de institutos bíblicos vinculados a Assembleia de Deus no Brasil, e sobre a luta dos missionários americanos contra esta decisão. Concluíremos, apresentando os eventos que culminaram no reconhecimento e na oficialização das primeiras instituições assembleianas de ensino teológico formal.

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA E A REFORMA PROTESTANTE
A educação teológica está diretamente associada com a Reforma Protestante, quer em razão da formação acadêmica dos reformadores, como também pelas ações que eles realizaram em pró da mesma.
- Martinho Lutero (1483-1546)
No verão de 1507 Lutero começou seus estudos de teologia, estudando as Sentenças de Pedro Lombardo com o auxílio de um comentário de Gabriel Biel, o Collectaneum, e das Questiones de Guilherme de Occam e de Pedro d’Ailly. Serviu-se da Glossa ordináriapara a interpretação da Escritura Sagrada, que se tratava de uma compilação de textos de pais da Igreja estabelecida no século XII. Em março de 1509, tornou-se bacharel em Bíblia na Faculdade de Wittenberg.
No mesmo ano retornou para Erfurt, onde ministrava cursos acerca das Sentenças de Pedro Lombardo, para no verão de 1511 retornar de forma definitiva para Wittenberg, onde relutante iniciou seu doutorado em teologia, obtendo esse grau em 1512, passando a comentar a Bíblia para os estudantes da Faculdade de Teologia de Wittenberg.
Quando viajava pela Saxônia Eleitoral e por Meissen, entre 22/10/1528 e 09/01/1529, Lutero resolveu escrever um Catecismo. Explicou a razão de sua decisão da seguinte forma:
Meu Deus, quanta miséria não vi! O homem comum simplesmente não sabe nada da doutrina cristã, especialmente nas aldeias. E infelizmente, muitos pastores são de todo incompetentes e incapazes para a obra do ensino. Não obstante, todos pretendem o nome de cristãos, estão batizados e fazem uso dos santos sacramentos. Não sabem nem o Pai-nosso, nem o Credo, nem os Dez mandamentos [...].
Havia em Lutero um claro interesse pelo estudo e pela formação teológica dos ministros da Palavra.

- João Calvino (1509-1564)
Seus primeiros anos escolares foram no Colégio dos Capetos, em Noyon, França, assim conhecido por causa do capuz usado pelos alunos. Nessa escola Calvino tomaria as primeiras lições de latim e preparar-se-ia para os estudos em níveis mais elevados na Universidade, em Paris.
Em Paris, foi aluno de Marthurin Cordier, mestre do latim e do francês, elegante estilista e pedagogo. Do Colégio de La Marche, Calvino foi para Montaigu, com o objetivo de atender aos desejos de seu pai, de vê-lo seguir a carreira eclesiástica. Nesse mesmo colégio estudo Erasmo de Roterdan. Em Montaigu ele se tornou versado na Teologia de Tomás de Aquino, de Agostinho, de Jerônimo e outros grandes nomes do passado.
Em 1528, aos 19 anos de idade, ao terminar o seu curso de Artes, Calvino deixou o Colégio de Montaigu para iniciar os estudos de Direito em Orleans e Bourges. Mesmo deixando Orleans sem completar o curso, por voto unânime lhe é conferido o grau de doutor. Na ânsia de dominar conhecimentos esotéricos e teorias fascinantes, lia até altas horas da noite. De retorno para Paris, no colégio Real, dedica-se aos estudos dos clássicos, amplia os seus conhecimentos de grego e inicia o aprendizado do hebraico.
Entendendo que “[...] as escolas teológicas [são] berçários de pastores”, Calvino criou uma Academia em Genebra (5/6/1559), com cerca de 600 alunos, ampliando esse número para 900 em seu primeiro ano de atividades. Quando Calvino morreu em 1564, havia 1.200 alunos nos cursos superiores.
Alunos estrangeiros vindos da França, Holanda, Inglaterra, da Alemanha, da Itália e de outras cidades da Suíça por lá passaram. Genebra transformou-se num grande centro acadêmico e missionário. Os protestantes foragidos que lá se instalaram e estudaram, puderam, posteriormente, levar para os seus países e cidades o Evangelho ali aprendido.
Calvino, apesar de fundador, não quis dirigir a Academia. Serviu nela como professor de teologia (ibidem).
Fundamentada numa concepção racionalista e metódica do Cristianismo, a Reforma não demorou a sucumbir a uma teologia retórica após a morte de Lutero e Calvino. O surgimento de uma teologia escolástica no século XVII, mais inclinada à explicação racional dos dogmas do que aos valores emotivos da religiosidade humana, é relatada por Gomes. Foi contra essa intelectualização, que vários movimentos surgiram no sentido de resgatar os valores experienciais, emocionais e piedosos da fé.

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO PIETISMO
O pietismo foi um movimento de renovação que surgiu no século XVI a XVIII, primeiramente entre os luteranos da Alemanha. Tinha como proposta a complementação da Reforma protestante iniciada por Martinho Lutero. Segundo os pietistas, a reforma doutrinária iniciada por Lutero precisava ser complementada por uma reforma de vida.
Os luteranos foram responsáveis pela fundação das Universidades de Marburg (1527), Königsberg (1544), Jena (1558) e Helmstedt (1575). Segundo Olson, várias foram as questões levantadas pelos pietistas em relação aos efeitos da Reforma, entre elas:
- A ênfase de Lutero nos aspectos objetivos da obra de Deus, ressaltando a justificação pela graça mediante a fé, o perdão e a imputação da justiça de Cristo ao pecador;
- Achavam que Lutero teria rejeitado a ideia da doutrina da conversão pessoal como aspecto indispensável da iniciação cristã;
- A ortodoxia luterana e seu enrijecimento geral das categorias doutrinárias, mediante a sistematização racional e formulações doutrinárias extremamente detalhistas, construídas e elaboradas a partir da lógica aristotélica. A ortodoxia luterana era chamada pelos pietistas de “ortodoxia morta”. Chegou-se a criar o seguinte lema: “melhor uma heresia viva do que uma ortodoxia morta”;
- A aridez espiritual nos principais centros acadêmicos e universidades luteranas;
- A ênfase nos debates acadêmicos e discussões doutrinárias e teológicas que em nada agregavam valor à fé cristã;
- O desperdício de energia e tempo com críticas a outras formulações doutrinárias e sistemas teológicos, promovendo um infrutífero intelectualismo;
- O crescimento de uma letargia espiritual, moral e teológica.

Os Principais Nomes do Pietismo
Quatro foram os principais idealizadores, organizadores e propagadores do pietismo:
- Johann Arndt (1555-1621). O precursor do pietismo, que escreveu um livro de grande influência, considerado por muitos historiadores como a “Bíblia” do pietismo, intitulado: Quatro livros sobre o cristianismo verdadeiro.
- Philipp Jakob Spener (1635-1705). Considerado o patriarca do pietismo, escreveu a obra Pia desideria (desejos piedosos), em 1675, que contém uma crítica contundente sobre as condições existentes na igreja estatal luterana na Alemanha de sua época.
- Auguste Hermann Francke (1663-1727). É considerado o gênio organizador do pietismo. Ajudou a fundar a Universidade Pietista de Halle, criou várias instituições de caridade, escolas para ricos e pobres, um orfanato, uma editora e um centro missionário. Tornou-se o educador mais respeitado da Alemanha. Foi homem das letras e das obras.
- Nikolaus Ludwig Von Zinzendorf (1700-1760). Foi considerado excêntrico, levando o pietismo ao extremo, ainda que permanecesse dentro dos parâmetros da teologia ortodoxa luterana, sem abri mão de criticá-la. Combateu veementemente a teologia formal e sistemática. Colocou a experiência cristã e os sentimentos piedosos no âmago do cristianismo autêntico e deixou a teologia e doutrinas formais em segundo plano. O legado de Zinzendorf se encontra em todos os seguimentos do cristianismo posterior que se deleita em emoção e sentimentos espirituais.

Os Principais Temas do Pietismo
Os principais temas do pietismo foram:
- A prática de um cristianismo interior e experimental. A vida piedosa cristã é proveniente da experiência da conversão, e não de atos sacramentais. Justificação (aspecto objetivo da salvação) e regeneração (aspecto subjetivo da salvação) são verdades que se complementam.
- A prática de um cristianismo tolerante e irênico. As polêmicas em torno das questões teológicas, a caça aos hereges da ortodoxia luterana deveriam dar lugar a uma maior tolerância nas questões teológicas e doutrinárias secundárias. Seguiam o lema: “Nas coisas essenciais, unidade; nas coisas não essenciais, liberdade; em todas as coisas, amor.” (Rupertus Meldenius – Peter Meiderlin, 1582-1651). Primavam por um cristianismo apaziguador. A ortopatia e a ortopraxia precedem a ortodoxia, sem excluí-la.
- A prática de um cristianismo visível. Diferente da ortodoxia morta e do cristianismo nominal vinculado exclusivamente à filiação à igreja, o verdadeiro cristianismo deveria ser manifesto nas atitudes e condutas e dos crentes. Mudança de vida e não apenas de mentalidade e entendimento deveria acontecer.
- A prática de um cristianismo que ativo e realizador. Fazeres e não apenas saberes deveriam nortear a vida cristã autêntica. Longe de propagar o quietismo, ou seja, a alienação às questões deste mundo, o pietismo promovia o engajamento, a militância, a presença e influência da igreja em questões sociais e culturais.
Olson afirma ainda que: “Os grupos de reavivamento, incluindo os pentecostais e igrejas de santidade, como os nazarenos e as Assembleias de Deus, podem ser vistos como extensões radicais do pietismo cristão”. Ainda para Olson (ibidem): “O pietismo foi mal-sucedido em disseminar o individualismo religioso, o emocionalismo e o antiintelectualismo”.

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DO METODISMO WESLEYANO
O metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão que surgiu na Inglaterra do século XVIII que enfatizou a relação íntima do indivíduo com Deus, iniciando-se com uma conversão pessoal e seguindo uma vida de ética e moral cristã. O metodismo foi liderado por John Wesley (1703-1791), ministro da Igreja Anglicana, e seu irmão Carlos Wesley, considerado um dos maiores expoentes da música sacra protestante.

Os Antecedentes Históricos do Metodismo
Conforme Noll, na Inglaterra do século XVIII imperava um controle rígido da igreja estatal sobre as práticas eclesiásticas. Os batistas, congregacionais e presbiterianos, oriundos do puritanismo, movimento que tentou purificar a Igreja Anglicana dos “muitos trapos do papado”, precisavam de autorizações especiais para a realização de seus cultos.
Em 1730 João e Carlos Wesley, juntamente com outros amigos começaram a reunir-se em Oxford para estudar juntos, organizando uma pequena sociedade, que recebeu de seus críticos e observadores o nome de “clube santo”, “devoradores de Bíblia” e “metodistas”:
Os membros dessa sociedade se comprometiam a levar uma vida santa e sóbria, a receber a comunhão uma vez por semana, a cumprir fielmente suas devocionais particulares, a passar três horas reunidos cada tarde, estudando as Escrituras e outros livros religiosos, e a visitar os cárceres regularmente.
Os críticos usaram o termo “metodistas” porque, segundo entendiam, queriam encontrar e praticar um método de espiritualidade.
João Wesley não se propôs a fundar uma nova Igreja ou denominação, mas grupos de renovação na Igreja da Inglaterra (Igreja Anglicana).
Uma das práticas revolucionárias de Wesley foi a pregação ao ar livre. Em seu diário registrou que em 02/04/1733:
Às quatro da tarde, eu me sujeitei a ser o mais desprezível e proclamei nos caminhos as boas novas da salvação, falando de uma pequena elevação numa área próxima da cidade a cerca de 3.000 pessoas [...].
Em 24 de maio de 1738, uma experiência marcou profundamente a vida de Wesley:
À noite, fui de muita má vontade a uma sociedade na rua Aldersgate, onde alguém lia o prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos. Quando faltava um quarto para as nove, enquanto ele descrevia a mudança que Deus opera no coração mediante a fé em Cristo, senti em meu coração um ardor estranho. Senti que confiava em Cristo, e somente nele, para minha salvação e me foi dada a certeza de que ele havia resgatado os meus pecados, e me havia salvo da lei do pecado e da morte.
Após essa experiência, num período onde as estradas não ajudavam em termos de boas condições, John Wesley percorreu cerca de 380 mil km (a maior parte a cavalo), pregou cerca de 40.000 sermões (uma média de mais de dois por dia).

A Teologia de John Wesley
Collins, um importante pesquisador e intérprete de Wesley, comentando o perfil teológico do mesmo, afirma que ele não foi um teólogo sistemático, alguém que tentou sintetizar todo conhecimento humano e demonstrar, de forma minuciosa, a unidade desse conhecimento em Cristo. Ao contrário, a teologia de Wesley era praticada em sermões, liturgia, orações, credos, ocasionais obras, artigos de jornal e cartas, tinha uma orientação firmemente soteriológica, em vez de epistemológica. Ela era um teólogo prático, e não especulativo.
Olson, entende que Wesley não intentou em escrever uma teologia sistemática por acreditar que já havia compêndios suficientes de doutrinas e especulações teológicas entre os protestantes. Pode-se perceber nesta análise de Olson, que todas as vezes que a teologia partiu para o nível das especulações infrutíferas, improdutivas e áridas, sofreu resistência da parte daqueles que entendiam a urgência e a necessidade de uma teologia que considerasse as realizações no Reino de Deus, e não apenas as reflexões sobre o Reino de Deus.
Wesley contribuiu significativamente com a história da teologia protestante, incluindo as Escrituras, a razão, a tradição e a experiência (quadrilátero) como ferramentas essenciais para o exercício da teologia. Além disso, difundiu a crença na perfeição cristã ainda nesta vida ou no momento da morte, mediante uma “segunda bênção” que promoveria um estado de santificação plena. Sua teologia era arminiana, sendo mais uma forma de sinergismo evangélico, ou seja, a salvação é obra da graça de Deus, mas pode ser aceita ou rejeitada pelo livre arbítrio do homem.
Assim como os pietistas, Wesley afirmava que a mera declaração verbal, a adequação a um conjunto de doutrinas, não transforma ninguém de imediato num cristão autêntico. É necessário vivenciar uma experiência transformadora com Deus.
Para Noll, as práticas do metodismo continuaram a moldar a vida e a doutrina protestante, influenciando denominações inteiras, entre elas as Assembleias de Deus.

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS PRECUSSORES DO SEGUNDO GRANDE DESPERTAMENTO
A obra de revitalização promovida pelos irmãos Wesley deu origem ao evangelicalismo moderno (NOLL, ibidem, 238). Entre os anos de 1800 e 1900, período onde se vivenciou o Segundo Grande Despertamento, e que se desenvolveu o Movimento Holiness, a educação teológica formal sofreu os seus mais sérios ataques dentro do protestantismo.
Os principais nomes que sequenciaram o Grande Avivamento promovido pelo metodismo wesleyano não conseguiram captar os ideias de John Wesley, na busca por um cristianismo pensante. Nañez (2007, p. 166-184), descreve a postura antiintelectual e antiteteológica que norteou os pensamentos e discursos de quatro ícones deste período que antecedeu o pentecostalismo clássico:

Peter Cartwright (1785-1872)
Cartwright desenvolveu seu ministério entre os anos de 1803-1871, e foi o maior pregador de seu tempo. Ele pregou não menos de 25 mil vezes, e dirigiu encontros em acampamentos por 52 anos para cerca de 10.000 pessoas por encontro. Durante o tempo em que esteve atuando, o movimento metodista passou de 65.000 para dois milhões de seguidores.
Em relação à educação e formação teológica, foi um duro crítico. Observemos algumas de suas posturas:
- Censurou o treinamento teológico;
- Repudiou os seminários;
- Desprezou a aprendizagem nos livros;
- Zombou dos pregadores que falavam o inglês correto;
- Creditou o fracasso de algumas denominações ao treinamento teológico erudito;
- Criticou os pastores que pregavam lendo os sermões;
Mesmo estando envolvido no movimento iniciado por Wesley, Cartwright parecia não lembrar que um dos seus grandes referenciais foi aluno e se formou na Universidade de Oxford.

Charles Finney (1792-1875)
Entre muitas de suas declarações contra a educação teológica formal, Nañez cita que Finney:
- Declarou várias vezes que não precisava de mais nada além da Bíblia e de sua própria e pessoal filosofia;
- Desprezou, assim como Cartwright o sermão escrito, do qual faziam uso, dentre tantos, Lutero e Edwards, que escreviam e liam suas mensagens do púlpito;
- Detestou a maioria das obras literárias clássicas da época;
- Admitiu que apesar de receber sua ordenação na igreja presbiteriana, nunca leu a Confissão de Westminster;
- Promoveu um estilo de pregação altamente emotiva, sem comprometimento doutrinário e reflexivo.
Foi Finney que introduziu o “apelo” nas pregações evangelísticas.
O resultado deste tipo de postura e pregação foi descrito posteriormente por Finney, como algo que produziu nas massas uma fé tão superficial que não conseguia resistir ao tempo.

Dwight L. Moody (1837-1899)
Moody cresceu num contexto que foi influenciado grandemente pelo pensamento de Peter Catwright e de Charles Finney. Apesar de sua grande contribuição no advento do pentecostalismo clássico, assim como Catwright e Finney, também de opôs de várias maneiras à educação teológica formal. Conforme Nañez:
- Evitava e fazia pouco caso das discussões em torno da autoria dos livros da Bíblia;
- Quando era confrontado com passagens difíceis das Escrituras, orientava que simplesmente fossem ignoradas, alegando que a Bíblia não foi feita para ser entendida;
- Aconselhava os cristãos a desconsiderarem o conhecimento acadêmico e os insípidos catecismos;
- Se vangloriava em não ter “uma teologia”;
- Não lia nada além da Bíblia;
- Afirmava que a inteligência era desnecessária, e que a única necessidade do cristão era o poder de Deus.
Apesar desta postura antiintelectual e antiteológica, estes homens apoiavam um treinamento básico para os ministros. Eles apoiaram e fundaram escolas: “À semelhança de Cartwrigth, que colaborou com o crescimento do McKendree College, e de Finney, que dirigiu Oberlin, Moody também fundou o Moody Bible Institute (Instituto Bíblico Moody)”.
É importante ressalvar, que as escolas de treinamento para ministros, apoiadas ou fundadas por Cartwrigth, Finney e Moody não tinham conteúdos, objetivos, grade curricular e metodologia semelhante aos centros acadêmicos e teológicos da época.

Billy Sunday (1862-1935)
Sunday, considerado um dos homens mais importantes dos Estados Unidos, combinou o desinteresse de Moody em questões teológicas com o pragmatismo evangelístico de Finney. Entre outras coisas:
- Demonstrou desconsideração pela vida intelectual;
- Afirmou que a Igreja nos EUA morreria apodrecida e desceria ao fundo do inferno se todos os membros fossem milionários ou tivessem formação acadêmica;
- Pregou que a estrada para o Reino de Deus não passava pela universidade;
- Disse à uma fascina audiência que milhares de diplomados caminhavam em direção ao inferno;
- Declarou que se tivesse 1 milhão de dólares, daria 999.999 para a igreja e apenas 1 dólar para a educação;
- Combateu também os sermões escritos;
Nañez calcula que cerca de um bilhão de pessoas sentaram-se para ouvir esses quatro homens. A contribuição deles para o avanço e crescimento do evangelho é indiscutível. A posição extrema que adotaram em relação à educação teológica formal, e os prejuízos advindos desta postura para o pentecostalismo clássico, e consequentemente para a educação teológica nas Assembleias de Deus no Brasil, são também indiscutíveis.

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS PIONEIROS DO MOVIMENTO PENTECOSTAL
A origem do movimento pentecostal se relaciona diretamente com o movimento de santidade (Holiness), nascido e difundido entre os metodistas e as igrejas independentes nos EUA, no século XIX, durante o período do segundo despertamento.
Os dois nomes de maior relevância entre os pioneiros do movimento pentecostal são Charles Parham e William Seymour. Ambos estiveram envolvidos diretamente com os movimentos e pensamentos que estiveram presentes na origem do pentecostalismo.
Charles Fox Parham (1873-1929)
Parham formulou a teologia do pentecostalismo clássico, com destaque às línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo (com ênfase na xenolalia). Em 1890 ingressou no Southwest Kansas College e, por três anos lutou com seus estudos e sua chamada para pregar.
Em 1893 abandonou os estudos para assumir o pastorado temporário de uma igreja metodista. Em 1895 deixou a igreja metodista para iniciar um ministério independente. No ano de 1898 fundou com sua esposa Sarah Thistlethwaite em Topeka, o Bethel Healing Home (Casa de Cura Betel), onde oferecia ensino sobre a fé para pessoas que buscavam a cura divina.
Em 1900 fundou o Bethel Bíble School, com o propósito de preparar missionários. Antes de sair par uma de suas viagens, instruiu os seus 34 alunos para pesquisarem no livro de Atos sobre qual seria a evidência do batismo com o Espírito Santo, onde chegaram a conclusão que seria o falar em outras línguas. Em 1º de janeiro de 1901, uma de suas alunas, Agnes Ozman, experienciou a tão desejada e aguardada bênção.
Sua posição contrária ao estudo teológico acadêmico se manifesta:
- Na contraposição que fazia entre “a educação pelo Espírito” e o estudo formal;
- Desejou estudar medicina, e ao abandonar a ideia alegou ter recebido a revelação de que a educação impede o serviço sincero a Deus no ministério;
- Declarou que a educação teológica formal era um prejuízo para o ministério;
- O Bethel Bíble School, tinha o currículo basicamente constituído de leitura da Bíblia e da apresentação de comentários pessoais sobre os textos estudados;
- Desprezou o sistema teológico e doutrinário construído após a Reforma;
Esse posicionamento de Parham o levou a difundir algumas doutrinas e interpretações bíblicas de difícil fundamentação, como por exemplo:
- Chegar a afirmar que o batismo em águas não era necessário;
- Os anglo-saxões eram as dez tribos perdidas de Israel;
- Os hindus eram descendentes de Abraão, enquanto que as raças negra, vermelha e amarela pertenciam aos “bárbaros”;
- Entendia que as línguas oriundas do batismo com o Espírito Santo sempre estavam associadas a um idioma deste mundo (xenolalia), que capacitava o indivíduo a pregar o evangelho no país onde o idioma era falado.
Sempre que confrontado acerca de suas doutrinas, as enfatizava mais ainda, fundamentado na ideia de serem revelações especiais.

William Seymour (1870-1922)
Seymour foi o filho mais velho de escravos libertos, conforme o Censo de 1880 da região de Luisiana, onde nasceu, Seymour frequentou uma escola onde aprendeu a ler. Converteu-se na “negra Methodist Episcopal Church” em Indianápolis, e em seguida frequentou também aEvening Light Saints, a atual Church of God.
Entre o final de 1899 e início de 1900, mudou-se para Cincinnati (Ohio), onde parece ter frequentado a God´s Bible School, dirigida por Martim Wells Knapp. A escola dedicava-se basicamente ao estudo da Bíblia e ao treinamento dos seus alunos para serem trabalhadores nos “grandes campos brancos, prontos para a colheita”. Mudou-se para Houston (Texas) entre 1902 e 1903, onde começou a realizar reuniões evangelísticas. Baseado numa “revelação especial”, Seymour foi para Jackson (Mississipi), onde ficou sob a liderança de Charles Price Jones, líder da Santidade Wesleyana no Sul dos EUA e co-fundador da Church of God in Christ, ao lado de Charles Harrison Manson (Ibidem, p. 780).
Em 1905 voltou para Houston, onde recebeu a liderança de uma pequena igreja fundada por Lucy Farrow, uma viúva afro-americana. Com o retorno de Charles Fox Parham para Houston, Seymour foi logo incentivado por Lucy Farrow a estudar em sua escola bíblica, e aprender sobre o batismo com o Espírito Santo. Por causa da segregação racial imposta pelas leis na região, Seymour ouvia as aulas do lado de fora da sala, através da porta entreaberta (Ibidem; ANDERSON, ibidem, p. 55).
Seymour ficou ligado ao trabalho de Parham até o início de fevereiro de 1906, quando já tinha ajustado o sistema teológico da Santidade Wesleyana com o ensino de Parham sobre o batismo com o Espírito Santo evidenciado pelo falar em outras línguas. Aceitando o convite da comunidade negra de Los Angeles para pastorear uma igreja da Santidade, que havia sido fundada por Julia W. Hutchins, a contragosto de Parham, para lá partiu, chegando em 22 de fevereiro de 1906.
Os ensinos de Seymour acerca do batismo com o Espírito Santo foram rejeitados por Julia Hutchins, e ele acabou impedido de entrar no prédio da igreja. Pediu socorro a um dos membros da igreja, Edward Lee, que lhe acolheu em casa. Foi convidado então por Lee a ministrar num pequeno grupo de estudo bíblico que se reunia na Rua Bonnie Brae, 214, em casa de Richard e Ruth Asberry, onde continuou a ensinar sobre o batismo com o Espírito Santo com a evidência do falar em outras línguas, apesar de ainda não o ter recebido. Em 9 de abril de 1906, vários membros daquele grupo de estudo começaram a falar em outras línguas. Como muitos foram atraídos pelo fenômeno, Seymour foi obrigado, por volta de 15 de abril, a buscar um local mais adequado para as reuniões. Foi alugado então um prédio vazio, onde funcionara a Stevens African Methodist Episcopal Church, na Rua Azusa, 312 (ARAÚJO, ibidem).
O pentecostalismo difundido a partir da Rua Azusa enfatizou a obra do Espírito, ao mesmo tempo em que desvalorizou a instrução formal. No jornal mensal do movimento, que recebeu o nome de Fé Apostólica (Apostolic Faith), encontramos as seguintes informações e exortações:
o Senhor concedeu línguas para os sem instrução acadêmica, como grego, latim e hebraico. [...] Não sejam confundidos pela teorização, mas permaneçam em Jerusalém [...] Ele revelará toda a Palavra, de Gênesis a Apocalipse”. (SEYMOUR, Apostolic Faith, setembro de 1906, p. 1-4).
Durante os primórdios do movimento em Azusa se disseminou ideias do tipo:
- A revelação, e não a revelação por meio do estudo equilibrado da Escritura era destacada;
- As grandes obras espirituais estavam acontecendo nas pessoas, e por meio de pessoas sem instrução;
- A atividade médica é carnal;
- Os livros e sermões escritos deviam ser condenados ao fogo do juízo;
- A teologia e os credos eram inimigos do reavivamento;
- A interpretação das Escrituras era uma obra exclusivamente do Espírito;
- O uso de instrumentos musicais foi desestimulado, pois o espírito santo tocava piano em todos os corações;
- Quando os instrumentos eram utilizados, se afirmava que a música não vinha do homem, mas que era dada sobrenaturalmente pelo Espírito;
- A maior parte dos líderes do início do movimento pentecostal considerava as igreja não pertencentes ao movimento como inimigas de Deus e anticristãs.
A grande contribuição de Seymour, e a importância do pentecostalismo vivenciado na Rua Azusa para a igreja cristã são notórios. Não é propósito aqui diminuir o seu valor. Acontece, que não teríamos condições de entender o antagonismo, a resistência, o preconceito e a desconfiança para com a educação teológica formal nas assembleias de Deus no Brasil, sem o conhecimento dos fatos até aqui apresentados, oriundos de pesquisa bibliográfica. O entendimento do presente não pode ser pleno sem o conhecimento do passado.
Analisando a postura destes homens, fica uma pergunta no ar. Por quais motivos pensaram e agiram desta maneira? A resposta pode estar relacionada com as mesmas causas do início do movimento pietista entre os luteranos na Alemanha, ou seja, a perda dos reais propósitos da educação teológica formal. No século XIX, as universidades protestantes abandonaram gradativamente o seu principal objetivo de preparar ministros, se secularizaram, desvalorizaram o curso de teologia e sob a influência do advento do iluminismo adotaram uma postura teológica liberal.
Matos, nos informa que até meados do século XIX, nos EUA, no mesmo período que acontecia os Despertamentos, os presbiterianos criaram 49 “colleges” (faculdades), os congregacionais 21, os reformados alemães 4 e os reformados holandeses 1. Entre essas instituições estavam as universidades de Harvard (1636), Yale (1701) e Princeton (1746).

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS MISSIONÁRIOS SUECOS NOS PRIMEIROS ANOS DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL
Os primeiros anos da Assembleia de Deus no Brasil foram marcados pelo forte trabalho e presença dos missionários de origem sueca.
Os pioneiros do trabalho no Brasil foram os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, que aportaram em terras brasileiras em 19 de novembro de 1910. Eles vieram dos Estados Unidos. Conforme Freston:
A Suécia da época não era a próspera sociedade do bem-estar em que se transformou posteriormente. Era um país estagnado com pouca diferenciação social., forçado a exportar grande parte da população. Mais de um milha de suecos emigram para os Estados Unidos entre 1870 e 1920.
Berg chegou aos Estados Unidos em 25 de março de 1902, e Vingren em novembro de 1903.
Vingren e Berg tinham o propósito de pregar a mensagem pentecostal. Não intencionavam abrir igrejas ou fundar uma nova denominação. O desejo dos missionários era que a mensagem pentecostal, com ênfase no batismo com Espírito Santo evidenciado pela manifestação do falar em outras línguas, fosse recebida pelas igrejas no Brasil, proporcionando dessa forma um grande despertamento espiritual.
O projeto dos missionários enfrentou uma tão grande resistência, que acabou promovendo uma divisão na Primeira Igreja Batista do Pará, vindo este fato a contribuir para o surgimento daquela que se tornaria a maior denominação evangélica pentecostal do Brasil na atualidade, a Assembleia de Deus.

A data de 18 de junho de 1911 é tida como a data oficial da fundação da igreja, que inicialmente foi chamada de "Missão da Fé Apostólica". Em 11 de janeiro de 1918, Gunnar Vingren registrou em cartório a "Sociedade Evangélica Assembléia de Deus".
Vingren e Berg não tiveram por ocasião da partida dos Estados Unidos nenhum suporte ministerial ou financeiro de igreja ou de alguma organização missionária americana ou sueca. O relato de Gunnar Vingren em seu diário deixa isso evidente:
Tanto eu com Daniel já tínhamos recebido todas as confirmações de nossa chamada divina. Agora só restava nos ocupar dos preparativos, e ver o que tínhamos de levar conosco. Porém, em vez de receber alguma coisa, tivemos de dar tudo. Eu havia sacrificado o privilégio de ter cursado durante quatro anos no seminário batista, e renunciado a chance de ser enviado como missionário deles à Índia. E o Daniel também não tinha nada. Ali estávamos os dois sem nenhum recurso, sem pertencer a nenhuma denominação. Porém pertencíamos à denominação do Céu.
O apoio que os missionários receberam da missão sueca, principalmente através da Igreja Filadélfia de Estocolmo, presidida pelo pastor Lewi Pethrus foi algo que aconteceu posteriormente. Em 10 de outubro de 1914 chegou ao Brasil o primeiro casal de missionários ligado à missão sueca, Otto e Adina Nelson, oriundos da cidade de Chicago, EUA. Em 05 de junho de 1916, na Igreja Filadélfia de Estocolmo, o casal Samuel e Lina Nyström foram separados para o trabalho missionário no Brasil, aonde chegaram no dia 18 de agosto de 1916, na cidade de Belém do Pará.
Lewi Pethrus e Daniel Berg foram grandes amigos durante a juventude na Suécia. Desceram às águas batismais no mesmo dia, em 12 de fevereiro de 1899. Certamente, a amizade entre Petrus e Berg foi decisiva para o apoio da missão sueca ao trabalho dos pioneiros no Brasil. Daniel Berg viajou para a Suécia em 1914, ocasião esta onde manteve contato com Lewi Pethrus, e foi convidado para pregar, dar um relatório do trabalho no Brasil, e levantar uma oferta na Igreja Filadélfia de Estocolmo.
Dos dois missionários pioneiros, apenas Gunnar Vingren tinha formação teológica. Ele realizou seus estudos na Faculty of the Divinity School, de 1904 a 1909, sendo diplomado pela Swedish Theological Seminary, da University of Chicago (USA).
Com o passar dos anos, outros missionários suecos vieram para o Brasil, no sentido de cooperar com a evangelização da nação.
O preparo teológico dos missionários suecos acontecia em escolas bíblicas informais, que duravam três meses, num curso intensivo que objetivava a formação de pregadores pentecostais, onde recebiam ao final um certificado de participação, e o título de "evangelistas". O curso era de caráter informal, mais servia de pré-requisito para a ordenação ao ministério ou para o envio ao campo missionário, como era o caso dos obreiros filiados à Igreja Filadélfia, liderada pelo pastor Lewi Pethrus. Na Suécia, eram também realizadas conferências anuais, tidas como importantes para a formação dos obreiros, que duravam uma semana.
Duas questões são no mínimo curiosas, quando se trata da questão teológica nas Assembleias de Deus no Brasil. A primeira se refere ao fato de que o grande patrocinador da missão sueca no Brasil, Lewi Pethrus, teve formação teológica. Em seu diário ele faz o seguinte relato:
Durante o meu primeiro período no campo, tinha pensado em não procurar nenhuma escola de teologia. Eu sabia que naquele tempo os pregadores que mais se destacaram no meio evangélico, Charles Spurgeon e Dwight Moody, não tinha nenhuma formação teológica. Amigos e conhecidos falaram comigo, mas como isso deveria se feito, a minha vontade de ler me influenciou muito, como também o pensamento de que talvez somente grandes e talentosos podiam conseguir sozinhos. Então decidi entrar no Seminário Betel, em Estocolmo. [...] Eu tinha facilidade de aprender. [...] eu passava a maior parte do tempo na biblioteca.
Dessa forma, em 1904, Pethrus iniciou seus estudos teológicos numa instituição formal, concluindo-os em 1906. Em seus escritos, pode-se perceber alguns fatores que vieram a contribuir para o antagonismo acadêmico que norteou o pensamento dos missionários suecos no Brasil. Tais fatores foram:
- O tempo demasiadamente gasto com matérias profanas (seria por acaso uma referência, por exemplo, ao estudo da filosofia?);
- A grande ênfase no aprendizado teórico de disciplinas como exegese, dogmática, história da igreja e idiomas bíblicos;
- O declínio de sua vida espiritual face ao seu envolvimento com brincadeiras frívolas e piadas nas relações diárias no seminário. Ele tornou-se um dos brincalhões mais avançados;
- O envolvimento com bebidas alcoólicas durante o curso, influenciado por colegas de pensamento “livre”, que o fizeram desistir de sua atitude puritana;
- Os conflitos espirituais que resultaram desta nova e mundana conduta.
Outro fator pode ter sido a teologia liberal que norteava o pensamento do clero luterano da Igreja Estatal na Suécia. A atitude negativa de Pethrus para com as instituições formais de ensino teológico é expressa na declaração abaixo:
Apesar de nossas atitudes negativas em relação a uma escola de pregadores (Seminário), a questão vinha à tona de vez em quando. Nunca fui contra a educação através dos livros; considero isso de grande valor. Todavia, isso causou grandes danos quando o trabalho cristão foi colocado no lugar errado, e chegaram a empurrar isso para fora que é muito mais significativo para o Reino de Deus.
Pethrus resistia a ideia de uma educação teológica desassociada e fora do ambiente da igreja local.
A segunda questão que nos chama a atenção é sobre o silêncio de Gunnar Vingren sobre a educação teológica. Sobre isso, Alencar comenta:
Interessante, porém, é seu silêncio sobre a educação teológica apesar de ele ser um aluno formado em seminário, pois, em seus textos para os jornais nunca se pronunciou contra ou a favor – quando outros suecos escreviam contra.
Teria Vingren silenciado para não ter problemas ou para não provocar algum mal estar com a missão sueca, e fazendo assim, não ir de encontro ao pensamento de Pethrus sobre o assunto? Teria sido influenciado pelas ideias antiintelectuais que nortearam o início do movimento pentecostal? Por alguma experiência passada, ou uma nova visão e expectativa em torno da obra no Brasil teria mudado a sua mentalidade acerca da importância e do valor do preparo teológico formal? Talvez um dia tenhamos a resposta precisa para o silêncio de Vingren.
Uma análise crítica apresentada por Nañez, de pessoas de fora, e outras de dentro do movimento pentecostal, identifica alguns males que o posicionamento extremado, contrário e resistente a uma educação teológica formal causou no movimento pentecostal, e consequentemente nas Assembleias de Deus no Brasil. São eles:
- Falta de profundidade teológica;
- Tendência em elaborar doutrinas baseadas em experiências;
- Nossa vulnerabilidade diante das ondas e dos modismos teológicos;
- A subjetividade na interpretação das Escrituras, resultando numa eisegese (o que eu quero que o texto diga, e não o que o texto de fato diz);
- O abuso nas alegorias e na espiritualização do texto na pregação e no ensino, em vez da aplicação dos princípios presentes no texto;
- A disseminação da ideia de que espiritualidade e intelectualidade, Espírito e estudo, simplicidade de vida e profundidade teológica não se combinam.
Como pode-se perceber, toda posição extremada, por algum benefício que possa produzir, sempre promoverá também os seus males. O equilíbrio, a temperança e o fervor pensante sempre serão o melhor caminho a seguir.

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NA PERSPECTIVA DOS MISSIONÁRIOS NORTE-AMERICANOS NAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL

Felizmente, nem todos que foram alcançados pelo movimento pentecostal adotaram uma postura anti-intelectual e contrária a educação teológica formal.
Com a perspectiva escandinava de formação de obreiros, a ideia da criação de institutos bíblicos para a educação teológica formal nas Assembleias de Deus só começou a ser discutida após a chegada dos primeiros missionários norte-americanos, entre os anos 30 e 40. Dentre eles, podemos destacar John Peter Kolenda, formado pelo Instituto Bíblico em Pasedena, Califórnia, que chegou ao Brasil em outubro de 1930, e Lawrence Olson, formado pelo Central Bible College, Springfield, Missouri, que aportou em terra brasileiras em 07 de setembro de 1938.

Os missionários norte-americanos, diferentemente dos escandinavos, optavam pela criação de institutos bíblicos, caracterizados pelo ensino formal das Escrituras, através de cursos de longa duração. Nos EUA, era comum o fato de um obreiro precisar se submeter, antes da sua ordenação, a um preparo médio de quatro anos em um instituto bíblico. Sobre isso escreveu Brenda:
A influência americana se faz sentir principalmente na área de educação teológica. Os suecos admitiam apenas o modelo de Pethrus, de escolas bíblicas de poucas semanas, sem diplomas. Acima de tudo, resistiam a ideia de vincular o pastorado com a formação teológica. A tentativa de um missionário americano de implantar um seminário em 1948 naufragou na resistência dos suecos e da maioria dos brasileiros.
As primeiras tentativas de iniciar um treinamento bíblico sistematizado para os ministros das Assembleias de Deus e para os demais irmãos chamados à obra do Senhor, aconteceram na década de 40, idealizado pelos missionários americanos J. P. Kolenda e Lawrence Olson, “que não foi muito bem recebido por causa de certa oposição que havia naquele tempo ao treinamento teológico”

A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NAS ASSEMBLEIAS DE DEUS ENTRE OS ANOS DE 1935 e 1979
Segue abaixo um resumo em ordem cronológica dos fatos que desencadearam a introdução e o desenvolvimento da educação teológica formal nas Assembleias de Deus no Brasil:
1935 (Convenção Geral em J. Pessoa-PB) - Foi decidido que a partir de 1936 haveria anualmente três grandes Escolas Bíblicas de Obreiros das Assembleias de Deus no Brasil, sendo uma no Norte, outra no Nordeste e outra no Sul (Sul-Sudeste). A decisão não foi levada adiante, voltando a ser discutida em 1937.
1937 (Convenção Geral em São Paulo-SP) - O missionário Gustav Bergström pediu a criação de uma Escola Bíblica anual, com duração mínima de dois meses, para todos os obreiros do Brasil e aspirantes ao ministério. Foi resolvido diante do pedido, que a Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, liderada por Nils Kastberg, realizaria essa primeira Escola Bíblica especial, que deveria durar um mês ou, no mínimo, 15 dias. As igrejas custeariam as passagens despesas dos alunos, que deveriam ser irmãos vocacionados e desejosos de aprender. A proposta foi aprovada por unanimidade.

1943 (4ª Semana Bíblica das Assembleias de Deus no Brasil em São Cristovão-RJ) - Surge os primeiros debates convencionais sobre o ensino teológico formal nas Assembleias de Deus no Brasil, tendo como apresentador do assunto o pastor John Peter Kolenda. Na discussão sobre o assunto, o pastor Paulo Leivas Macalão falou da possibilidade de se criar uma escola bíblica noturna para obreiros, com aulas semanais fixas nos dias em que os obreiros tivessem as noites livres dos cultos principais. Um plano de estudo por correspondência foi também apresentado. O missionário norte-americano Lawrence Olson foi mais além, propondo que as Assembleias de Deus no Brasil abrissem institutos bíblicos, escolas teológicas e seminários pelo país. O pastor Paulo Leivas Macalão discordou da proposta do missionário Lawrence Olson, alegando que um investimento desse nível na formação teológica do obreiro poderia causar certa arrogância intelectual e esfriamento espiritual. Um meio termo foi sugerido pelo presidente da mesa, o pastor Samuel Nyström. O pastor John Peter Kolenda, diante do impasse, propôs que a sugestão do pastor Macalão fosse aprovada, e um curso teológico por correspondência fosse implementado, acompanhado de uma lista de livros devidamente selecionados. Na resolução sobre o assunto, o referido curso seria feito por intermédio do jornal Mensageiro da Paz, onde o irmão Samuel Nyström ficaria responsável pelo curso e pelos cooperadores neste novo empreendimento.
1946 (Convenção Geral em Recife-PE) - O pastor John Peter Kolenda defende a proposta feita pelo missionário Lawrence Olson na Semana Bíblica de 1946, sobre a abertura de institutos bíblicos das Assembleias de Deus no Brasil. O primeiro deveria ser erguido na zona central do Brasil. O pastor Samuel Nyström falou da possibilidade destes espaços não serem propriamente formadores de obreiros, mas, que iniciassem os irmãos no desenvolvimento ministerial. O missionário Virgil Smith fez uma proposta onde, com base na grande necessidade de institutos bíblicos no Brasil, e pelo interesse demonstrado pelo assunto, a Convenção autorizasse o irmão Kolenda a solicitar ofertas nos Estados Unidos para esse projeto, e também a procurar um terreno ou prédio, onde a aquisição da propriedade contasse com a colaboração dos pastores da região. A proposta foi cuidadosamente considerada e aprovada por grande maioria dos votos.
1948 (Convenção Geral em Natal-RN) - Os debates sobre a necessidade do ensino teológico formal e da criação de institutos bíblicos foi novamente levantado pelo pastor John Peter Kolenda. Leonard Pettersen citou na ocasião Efésios 4.11-16, e resistindo a idéia do ensino teológico formal, aconselhou a não se afastar dos princípios bíblicos na preparação dos obreiros. John Peter Kolenda, na sequência, discordou da interpretação que Pettersen dera ao texto de Efésios citado, e reafirmou a necessidade de se fundar institutos bíblicos no Brasil. Do lado de Pettersen ficou o pastor Eugênio Pires, que afirmou termos uma escola, a de Jesus, que não deveria ser orientada por determinada pessoa. O missionário Gustav Nordlund também foi contrário a proposta de Kolenda, alegando que tal iniciativa poderia comprometer o despertamento e afastar os obreiros dos princípios bíblicos. O pastor Francisco Pereira Lemos se uniu aos opositores, criticando o já existente curso por correspondência e alertando quanto ao perigo do formalismo, já presente em outras denominações. O irmão Kolenda retomou a palavra afirmando que embora "o curso por correspondência não tenha aproveitado alguns, não devemos fazer-lhe injustiça, pois a outros aproveitou". O irmão Kolenda perguntou ainda que perigos haveria na criação de um instituto bíblico. Um das respostas dadas partiu de Leonard Pettersen, explicando que se o instituto fosse criado apartado da igreja, quebraria com isso princípios bíblicos. O pastor José Bezerra defendeu a posição de Kolenda, afirmando "não haver perigo em receber instruções, se o instituto souber aproveitá-las". Teixeira Rego foi outro contrário a criação de institutos bíblicos, advertindo contra o formalismo, aconselhando a permanecer nos moldes antigos. Francisco Pereira reafirmou sua posição, acrescentando que considerava os institutos bíblicos uma fábrica de pregadores. O missionário Nels Nelson também falou, temendo que os institutos promovessem o impedimento do despertamento. Uma posição conciliadora foi mais uma vez apresentada por Samuel Nyström, que entendendo a necessidade de um maior preparo teológico para os obreiros, sugeriu um melhor investimento nas escolas bíblicas de obreiros regionais. Sobre esse episódio, na biografia de J. P. Kolenda, Brenda escreve:
Tio João se encontrava na Convenção Geral das Assembleias de Deus em Natal, Brasil. Infelizmente, ele era o único missionário norte-americano presente. Naquela ocasião sentiu muito a falta do irmão Lawrence Olson. Por outro lado, ali estavam nove missionários suecos. [...] Tio João propôs na Convenção que institutos bíblicos fossem iniciados, mas cada vez que se levantava e falava, havia nove discursos dos seus irmãos suecos, manifestando-se contra a iniciativa proposta. Citavam Yale, Harvard e Oberlin, que começaram com zelo e objetivo cristão, mas que acabaram adotando o modernismo.
A implantação de institutos teológicos vinculados às Assembleias de Deus no Brasil começou a ser concretizado em 15 de outubro de 1958, com a fundação do IBAD – Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, na cidade de Pindamonhangaba-SP, pelo casal de missionários americanos João Kolenda Lemos e sua esposa, Ruth Doris Lemos. Em 1961, através da iniciativa do missionário N. Lawrence Olson, foi fundado no Rio de Janeiro o IBP - Instituto Bíblico Pentecostal. A fundação desses institutos bíblicos de educação teológica formal não foi iniciativa da liderança nacional das Assembleias de Deus. Seus fundadores, verdadeiros “heróis da resistência”, sofreram forte resistência da maioria dos missionários suecos e de vários obreiros nacionais.
No dia 26 de janeiro de 1973, após oito reuniões realizadas entre 1971 e o ano em curso, por ocasião da Convenção Geral realizada na cidade de Natal-RN, a Comissão de Educação Religiosa da CGADB apresentou o seu relatório, reconhecendo o IBAD - Instituto Bíblico das Assembleias de Deus. No dia 22 de janeiro de 1975, durante a Convenção Geral realizada em Santo André-SP, foi a vez do IBP – Instituto Bíblico Pentecostal ser reconhecido. Em 22 de janeiro de 1979, durante a Convenção Geralem Porto Alegre-RS, a Comissão de Educação Religiosa da CGADB apresentou a proposta, que foi aprovada por unanimidade, sobre a criação da EETAD - Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus no Brasil, com sede em Campinas-SP. A EETAD ofereceria formação bíblico-teológica, favorecendo os obreiros e leigos das regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, que não tinham a oportunidade de frequentar cursos com aulas presenciais. Foi adotado um sistema de educação teológica por extensão. A EETAD foi fundada pelo missionário norte-americano Bernhard Johnson.
A partir destes fatos, a educação teológica formal nas Assembleias de Deus no Brasil, mesmo enfrentando focos de resistência, avançou através de outras grandes iniciativas e ações por parte daqueles que entenderam o seu valor, e que perceberam a grande contribuição que poderia dar ao pentecostalismo clássico assembleiano.

5.2. A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS BÁSICO DA TEOLOGIA BÍBLICA.

Hemenêutica e Exegese - Princípios Básicos.

Hermenêutica é um ramo da filosofia que se debate com a compreensão humana e a interpretação de textos escritos. A palavra deriva do nome do deus grego Hermes, o mensageiro dos deuses, a quem os gregos atribuiam a origem da linguagem e da escrita e consideravam o patrono da comunicação e do entendimento humano.

O termo "hermenêutica" provém do verbo grego "hermēneuein" e significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão".

Encontra-se desde os séculos XVII e XVIII o uso do termo no sentido de uma interpretação correta e objetiva da Bíblia. Spinoza é um dos precursores da hermenêutica bíblica.

Exegese é a interpretação profunda de um texto bíblico, jurídico ou literário. A exegese como todo saber, tem práticas implícitas e intuitivas. A tarefa da exegese dos textos sagrados da Bíblia tem uma prioridade e anterioridade em relação a outros textos. Isto é, os textos sagrados são os primeiros dos quais se ocuparam os exegetas na tarefa de interpretar e dar seu significado. A palavra exegese deriva do grego exegeomai, exegesis; ex tem o sentido de ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por; quer dizer, no caso, conduzir, guiar.

A exegese é distribuída em 5 bases:
a) Exegese Estrutural - Doutrina que sustenta que o significado do texto bíblico está além do processo de composição e das intenções do autor.
b) Exegese Gramático-histórica - princípio de interpretação bíblica que leva em conta apenas a sintaxe e o contexto histórico no qual foi composta a Bíblia.
c) Exegese Teológica - Princípio de interpretação bíblica que toma por parâmetro as doutrinas sistematizadas pelos estudiosos da Igreja.
d) Texto e Contexto - O texto bíblico é a passagem focalizada como um todo significado dependente do contexto para interpretação. O contexto é o que vem antes e depois do texto .
e) Contexto Bíblico e Histórico - O contexto bíblico realiza-se na própria Bíblia. O Contexto histórico leva em consideração a época em o autor escreveu. Alguns casos a própria Bíblia oferece o contexto histórico, mas noutros, é preciso recorrer a livros que abordem questões culturais e históricas.

Exegese é dividida em 2 tipos:
a) Exegese Rabínica - Os judeus interpretavam a Escritura letra a letra, por causa da noção de inspiração que tinham. Se uma palavra não tinha sentido perceptível imediatamente, eles usavam artifícios intelectuais, para lhe dar um sentido, porque todas as palavras da Bíblia tinham que ter uma explicação.
A Igreja primitiva herdou muito do rabinismo.
Eles encontraram nela vários sentidos, a saber: literal, pleno e acomodatício Literal: Sentido inerente às palavras, expressão pura e simples da ideia do autor. Pleno: fundado no literal, mas que tem um aprofundamento não revelado pelo autor. Deus. A palavra do profeta refere uma situação histórica; a apalavra de Deus refere o futuro. Acomodatício: é a acomodação a um sentido à parte que combina com as palavras. É a Bíblia aplicada à realidade apenas pela coincidência dos textos. Por exemplo, em Mateus se lê “do Egito chamei meu filho” ...para que se cumprisse a Escritura. Mas o sentido, ou seja, a aplicação original deste trecho não se referia ao Filho de Deus, mas à saída do Povo do Egito. Outro exemplo de acomodação é a aplicação a Maria dos textos do livro da Sabedoria. Estes são mais literatura que Escritura. Todavia, crendo-se na inspiração, aceita-se que as palavras do autor podem Ter uma significação mais profundo que a original.
b) Exegese Católica
Na exegese católica, partia-se dos escritos dos pais da Igreja para a Bíblia. Para a cristandade defensora dessa exegese, a Bíblia dizia aquilo que os pais da Igreja já haviam dito. Hugo de São Vítor chegou a dizer: “aprende primeiro o que deves crer e então vai à Bíblia para encontrares a confirmação”. Principalmente na idade média, a exegese esteve de mãos atadas pelas tradições e pela autoridade dos concílios. A regra era apegar-se ao máximo aos métodos tradicionais de interpretação valorizando mais a tradição e menos a Bíblia.

A Exegese Protestante
Surgiu do protesto de alguns cristãos contra a autoridade da Igreja como intérprete fiel da Bíblia. Lutero instituiu o princípio da “sola scriptura” (só a Escritura), sem tradição, sem autoridade, sem outra prova que não a própria Bíblia. A partir daquele instante, os Protestantes dedicaram-se ao estudo mais profundo da Bíblia, antecipando-se mesmo aos Católicos. Mas o princípio posto por Lutero possibilitou um desastre hermenêutico, pois ele mesmo disse que cada um interpretasse a Bíblia como entendesse, isto é, como o Espírito Santo o iluminasse.

Por causa deste entendimento de Lutero surgiram várias correntes de interpretação, que podem se resumir em Três: a conservadora, a racionalista e a Hegeliana.
A conservadora parte daquele princípio da inspiração como ditado, em que se consideram até os pontos massoréticos como inspirados. Não se deve aplicar qualquer método científico para entender o que está escrito. É só ler e, do modo que Deus quiser, se compreende.
A racionalista foi influenciada pelo iluminismo e começou a negar os milagres. Daí passou-se à negação de certos fatos, como os referentes a Abraão. Afirmam que as narrações descritas, como prova o vocabulário, os costumes, são coisas de uma época posterior, atribuído àquela por ignorância. Esta teoria teve muito sucesso e começaram a surgir várias ‘vidas’ de Jesus em que ele era apresentado como um pregador popular, frustrado, fracassado.
Hegeliana. Nessa perspectiva, o apóstolo Paulo, entusiasmado, teria feito uma doutrina, que a atribuiu a Cristo (tese). Depois, João, com seu Evangelho constituiu a antítese. Finalmente Marcos fez a síntese.

Essa pequena definição de hemenêutica e exegese no contexto teológico é no mínimo considerada básica, mas muitissmo importante. Só isso não basta para a interpretação de um texto. Para um aprofundamento maior e mais exato seria necessário o conhecimento das formas e gêneros literários, que têm um papel determinante na interpretação de textos, conhecimento da história da filosofia e conhecimento do contexto histórico abordado.

E se isso tudo é apenas considerado como básico e introdutório, fica então praticamente impossível alguém com uma leitura superficial de um texto bíblico se considerar um profundo conhecedor do "assunto sugerido" A Palavra de Deus.

Claro que no conceito de poder de Deus e seus milagres essas observações não são aplicadas. Aquilo que não foi revelado por Deus não pode ser debatido e não tem nenhuma relevância a sua cogitação como disputa de superioridade de conhecimento.

O verdadeiro sábio não perde tempo tentando explicar o que não tem explicação.

Um pouco mais sobre - Teologia Bíblica
No entanto, você vai notar que a Bíblia não foi escrita em tópicos, ou organizada de forma temática. Esta observação levou os teólogos nos últimos dois séculos a olhar para a forma como a própria Bíblia apresenta a teologia. Uma dessas abordagens tem sido chamada de "Teologia Bíblica".

Agora, temos de ter cuidado aqui, porque o "teologia bíblica" pode ser entendida em sentido amplo e restrito. Em um sentido geral, amplo, a teologia bíblica é a "teologia que é fiel ao conteúdo da Bíblia." Em outras palavras, é qualquer teologia que reflete com precisão o ensino da Escritura, incluindo a teologia sistemática. Certamente, para os evangélicos certificar-se que toda a teologia é bíblica, nesse sentido, é muito importante.

Mas, observando além das questões de conteúdo, em sentido mais técnico e restrito, a "teologia bíblica" é a teologia que está em conformidade com as prioridades das Escrituras. Nessa perspectiva, a teologia bíblica não adere apenas ao que a Bíblia ensina, mas também como a Bíblia organiza sua teologia. É neste sentido, técnicos estreito, que a teologia bíblica tornou-se um disciplina formal no século 20.

Como é que a teologia bíblica faz a diferença? Então, como funciona a teologia bíblica, exatamente? E esta abordagem faz qualquer diferença em nossa compreensão da Bíblia?

No que se refere à primeira questão, entre os evangélicos a teologia bíblica "funciona" através de um processo que chamaremos de análise histórica. Para os nossos propósitos, podemos resumir essa abordagem, desta forma: "A teologia bíblica é a reflexão teológica elaborada a partir da análise histórica dos atos de Deus relatados na Bíblia." Ao invés de olhar para as formas como a Bíblia aborda tópicos ou temas específicos que podem ser do seu interesse, nós teólogos bíblicos procuram compreender como Deus se revela, sua vontade para nós nos acontecimentos históricos registrados na Bíblia.

Quanto à segunda pergunta: "Será que isso faz alguma diferença?" A resposta é um enfático "Sim!". Em um nível muito básico, ela nos lembra que a nossa fé cristã é baseada em fatos que realmente aconteceram no mundo. Por exemplo, os leitores modernos são freqüentemente tentados a ler os relatos da criação e da queda como relatos fantasiosos da origem e que não acarretam muito peso em relação ao que realmente aconteceu nas primeiras fases da história humana.

Mas, um estudo dessas histórias a partir de uma perspectiva histórica nos lembra que Moisés ensinou à Israel informando o que realmente aconteceu naqueles dias. O mesmo acontece com as histórias da ressurreição de Cristo e do seu futuro retorno na glória. Apesar de muitas pessoas tratarem esses e relatórios similares do Novo Testamento como antigas fantasias, a teologia bíblica nos ajuda a ver que eles relatam o que Deus tem feito no passado e fará no futuro. A teologia cristã não é com base na fantasia, mas no fato.
Por Richard Pratt.

5.3. O QUE A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA REALMENTE DEVE PROPORCIONAR A SEUS APRENDIZES.
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DEVE PROPORCIONAR UMA MATURIDADE NA VIDA DO VERDADEIRO CRISTÃO, CRESCIMENTO ESPIRITUAL, SANTIDADE, DAR CONHECIMENTOS PROFUNDOS SOBRE OS ENCINAMENTOS DAS DOUTRINAS DA PALAVRA DE DEUS. TEOLOGIA, UMA NECESSIDADE PARA CADA CRISTÃO VERDADEIRO.
Teologia, Uma Necessidade para a Maturidade Cristã.
Introdução:
Ainda existem grupos isolados, e individuais, que condenam o estudo da Teologia, argumentando que isso é perca de tempo, de pessoas vaidosas, movidas pela “carne”. Argumentam que para se ser um verdadeiro cristão ninguém necessita conhecer teologia mas ter uma vida cheia do Espírito Santo. A maioria dos argumentos contrários ao estudo da teologia é baseada na ignorância total do assunto, começando pelo próprio significado da palavra e de alguns textos bíblicos; como “a letra mata e o espírito vivifica” – II Co 3:6. I. Definições e conceitos sobre a teologia.
A. Definições:
1. A palavra deriva dos vocábulos “teos” (deus) e logia (conhecimento). Portanto, teologia é o conhecimento acerca de Deus.
2. Tecnicamente é “o estudo organizado e lógico de toda verdade revelada acerca de Deus e de Sua relação para com o homem e as demais coisas criadas.
B. Conceitos:
1. A teologia é a exposição teórica da religião, que são os atos da relação do homem com Deus.
2. Teologia bíblica é o sentido ou significado das Escrituras aplicado ao homem.
3. Modernamente, usa-se o termo teologia para indicar certo número de disciplinas (ou assuntos) inter-relacionadas; como a teologia dogmática, sistemática, bíblica, moral etc. São os vários tipos de teologias.
4. O termo teologia é técnico e não se encontra na Bíblia, mas corresponde a palavra bíblica “doutrina”. Lc 4:32; Rm 6:17.

II. Os benéficos da teologia na maturidade cristã.
A. Evita o extremismo e o mau uso da Bíblia – II Jo 1:9; II Pd 3:15-18.
B. Proporciona embasamento seguro da fé professada – II Tm 1:12.
C. Garante a certeza do que se prega – Rm 10:8.
D. Proporciona melhores condições de defesa da fé diante dos incrédulos e falsos cristãos – I Pd 3:15,16.
E. Proporciona uma relação segura com Deus – Os 6:3.
F. Proporciona habilidade no manejo das Escrituras – II Tm 2:15 (Cl 4:5,6).
G. Melhora a auto-estima pessoal, porque o conhecimento é libertador – I Co 9:18-20.

III. Fundamentos da Teologia que necessitamos conhecer. Não basta termos uma teologia, precisamos da boa teologia, segundo a Bíblia.
(Cuidados com a Teologia).
A. “Teologias” que devemos evitar.
1. A teologia humanista. É baseada no pensamento, na razão, na justiça e nos princípios humanos. Fala de Deus de uma visão antropológica.
2. A teologia do medo. Seu fundamento é o medo de Deus e da vida. E ensina o escapismo como forma de religião. Teologia de Adão, de Caim, de Judas e outros.
3. A teologia da ciência. Seu fundamento são as afirmações e teses científicas.
4. A teologia racional. É fundamentada no que a razão aceita como possível. É, muitas vezes, travestida de filosofia.
5. A teologia da conveniência. De acordo com as conveniências pessoais, grupais ou organizacionais, se defende um pensamento. Ex: Quem dá ao pobre empresta a Deus.
6. A teologia eventual – Reflete as tendências e modas de um determinado momento histórico, eclesiástico, político e social, sem consistência bíblica permanente. Exemplos disso: teologia da prosperidade, teologia da libertação, teologia da adoração, teologia da família, teologia do amor etc.
B. Fundamentos da Teologia que devemos defender.
1. Sua revelação suprema é Cristo e a doutrina dos apóstolos os seus fundamentos – Mc 1:27; Ef 3:3-6 (At 2:42).
2. É concentrada em Cristo e na sua obra em favor da igreja – Rm 16:25,26.
3. Seu elemento fundamental é a fé e não a razão – I Co 1:19-25 (I Co 3:19,20).
4. Sua verdade é aplicada em todos os tempos e lugares e não se altera com as mudanças e circunstâncias – Tg 1:17.
5. Sua verdade é atual e escatológica ou profética. Não se aplica a um só momento ou circunstância mas ultrapassa o véu do tempo – I Jo 5:20.
6. Sua inspiração e base é a Bíblia Sagrada, corretamente traduzida e
interpretada – II Pd 1:20,21.
C. Cuidados que necessitamos ter no manuseio da teologia.
1. Pensar com moderação – Rm 12:3.
2. Não ultrapassar a doutrina de Cristo – I Jo 5.
3. Limitar-se ao que foi revelado – I Co 2:11 (Rm 16:25,26).
4. Não ensoberbecer pelo conhecimento adquirido – I Co 4:6,7; 8:1,2.
5. Tornar o conhecimento útil ao corpo de Cristo – II Co 3:14-17 (Ef 4:11-15).
6. Não apoiar-se no conhecimento pessoal, que será sempre parcial, como se fosse o Senhor do saber – I Co 13:12.
Conclusão:
A verdadeira teologia é originada no coração de Deus; revelada através de Cristo e registrada na Bíblia por homens piedosos. Sua finalidade é a restauração da comunhão do homem com Deus e a edificação do corpo de Cristo – a igreja.

6. REALIDADES ATUAIS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA NO BRASIL
6.1 AS DISTORÇÕES E SUAS MOTIVAÇÕES.
Na realidade a teologia no Brasil esta entrando por um caminho bastante não biblico. Claro que nem todos os teologos, professores e igrejas, mas hoje temos muitas heresias na teologia brasileira. Uma deslas tem abordado e combatido nos últimos tempos o reverendo Augustus Nicodemus.
O reverendo presbiteriano Augustus Nicodemus abordou a teologia da prosperidade em um artigo publicado no blog “O tempora, O mores”, e fez comparativos entre erros e acertos da mensagem baseada nos princípios da busca pelo enriquecimento através da Bíblia.

Segundo Nicodemus, a teologia da prosperidade erra na ênfase que aplica aos textos bíblicos, e que ela passa por verdadeira pois não comete “heresias” em relação à pessoa de Jesus Cristo.

-Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz – afirma o chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Augustus Nicodemus afirma que a teologia da prosperidade “está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele”.

O reverendo ressalta que a pregação teológica que enfatiza o enriquecimento acerta ao “identificar os poderes malignos e demoníacos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico”.

Falando sobre a influência que a teologia da prosperidade recebe da teologia de confissões positivas, Augustus Nicodemus afirma que estas “não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente”.

Para o reverendo presbiteriano, “a teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam”.

Nicodemus encerra seu artigo afirmando que o resultado disso é a distorção da religião cristã em sua essência: “Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia”, referindo-se às seitas Mórmon e Testemunhas de Jeová, que são consideradas heréticas.

Confira abaixo a íntegra do artigo “Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade”, do reverendo presbiteriano Augustus Nicodemus:

Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.

Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.

- Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele.

- Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.

- Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.

- Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.

- Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.

- Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.

- Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo.

- Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco.

- Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.

- Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.

- Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.

- Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde.

A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia…

6.2 O ALCANCE E DESEMPEMNHO DAS DISTORÇÕES.
O alcance e desempenho das DISTORÇÕES das teologias não biblicas tem sido assuntador no Brasil. Mas isto tem um motivo, existem RAÍZES destas DISTORÇÕES, é o que vamos abordar agora. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: RAÍZES DA DISTORÇÃO!

Para satisfação de alguns e espanto da maioria, o movimento da "confissão positiva" tem se alastrado na comunidade evangélica brasileira nos últimos anos. Conhecido popularmente como a "teologia da prosperidade", esta corrente doutrinária ensina que qualquer sofrimento do cristão indica falta de fé. Assim, a marca do cristão cheio de fé e bem-sucedido é a plena saúde física, emocional e espiritual, além da prosperidade material. Pobreza e doença são resultados visíveis do fracasso do cristão que vive em pecado ou que possui fé insuficiente.

Outros ensinos pouco ortodoxos caracterizam a confissão positiva, conhecida também como "evangelho da saúde e da prosperidade'', ' 'palavra da fé'' ou ainda como "movimento da fé". Seus líderes apregoam que os humanos possuem a natureza divina, que consultar médicos ou tomar remédios é pouco recomendável para o cristão, que Jesus foi milionário e que a soberania de Deus é limitada pela vontade humana.

A confissão positiva tem causado muita controvérsia e deixado um rastro de tragédias, desapontamentos e confusão em muitas igrejas de diferentes denominações. Para surpresa de muitos, as igrejas evangélicas tradicionais estão entre as mais vulneráveis a este movimento.

Não se pode negar que o movimento de confissão positiva tem várias coisas a nos ensinar, tais como orar com fé, orar crendo nas promessas de Deus e ter uma mente positiva, evitando, assim, atitudes pessimistas, tão comuns em muitas pessoas que se dizem cristãs. Nestes aspectos, precisamos reconhecer que a confissão positiva tem algo a nos transmitir e devemos ser humildes o suficiente para receber tais ensinos.

Nossa preocupação é com outros aspectos do movimento abertamente contrários às Escrituras, com respeito à soberania de Deus, à pessoa e obra de Jesus Cristo, à natureza do homem, bem como ao resultado, na prática, ao se abraçar tal ensino.

Antes de prosseguir, cremos que seria necessário definir o que é este movimento conhecido como confissão positiva. De acordo com o Dictionary Of Pentecostal And Charismatic Movements (Dicionário dos Movimentos Pentecostal e Carismático),
Confissão positiva é um título alternativo para a teologia da fórmula da fé ou doutrina da prosperidade promulgada por vários televangelistas contemporâneos, sob a liderança e a inspiração de Essek William Kenyon.

A expressão "confissão positiva" pode ser legitimamente interpretada de várias maneiras. O mais significativo de tudo é que a expressão "confissão positiva" se refere literalmente a trazer à existência o que declaramos com nossa boca, uma vez que a fé é uma confissão.

A confissão positiva tem suas origens numa antiga heresia conhecida como gnosticismo. Esta palavra vem do vocábulo grego gnosis, que significa "conhecimento". Tal heresia data do primeiro e segundo séculos da era cristã e ensinava que havia uma verdade especial, mais elevada, acessível somente aos iluminados por Deus.

Os gnósticos acreditavam que na natureza humana há o princípio do dualismo, isto é, que o espírito e o corpo - duas entidades separadas - são opostos. Para eles, o pecado habitava somente na carne, tornando-a totalmente má. O corpo podia fazer tudo o que lhe agradasse, vivendo nos prazeres da carne. O espírito era totalmente bom. Assim, alguém poderia ter uma vida impura fisicamente e ao mesmo tempo ser espiritualmente puro.

Judith A. Mata declara:
Na virada do século, as seitas gnósticas têm se tornado uma parte da história religiosa no nosso próprio país. O mormonismo, tornando homens em deuses, e a Ciência Cristã, com seus métodos de unidade com a Mente Divina, foram ambos estabelecidos no século passado. A mitologia do mormonismo e as "leis" da Ciência Cristã são reflexos diretos do pensamento gnóstico.
Mata acrescenta ainda:
Há seitas gnósticas na nossa sociedade hoje, e o movimento Palavra da Fé é a mais nova e disfarçada de todas as seitas gnósticas que apareceram nos últimos dois séculos.

Muitas pessoas no movimento da confissão positiva consideram Kenneth Hagin como o pai deste ensino. Paul Crouch, presidente da maior rede evangélica de TV do mundo, conhecida como Trinity Broadcasting Network (TBN), com sede na Califórnia, E.U.A., refere-se a Hagin como "papai Hagin". Outros proeminentes pregadores do evangelho da prosperidade consideram-se de fato discípulos de Kenneth Hagin. Entretanto, quando se investiga o desenvolvimento histórico do movimento, chega-se à conclusão de que o verdadeiro pai da confissão positiva é Essek William Kenyon.

Kenyon nasceu no condado de Saratoga, Nova York, Estados Unidos, em 1867. Sua conversão deve ter acontecido quando ele tinha entre 15 e 19 anos de idade. Aos 19 anos, pregou o seu primeiro sermão numa igreja metodista. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias escolas, entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por Charles Emerson.

É importante saber quem foi Charles Emerson para se compreender a hermenêutica (ciência que trata da interpretação bíblica) de Kenyon. Em seu livro A Different Gospel, McConnell comenta que Charles Emerson foi um colecionador de religiões, um eclético, no sentido mais verdadeiro da palavra:
Em seus 40 anos de ministério, a teologia de Emerson evoluiu do congregacionalismo para o universalismo, para o unitarismo, para o transcendentalismo, para o Novo Pensamento (Nova Idéia), e terminou, finalmente, nas mais rígidas e dogmáticas de todas as seitas metafísicas, a Ciência Cristã. Emerson uniu-se à Ciência Cristã em 1903 e nela permaneceu envolvido até sua morte, em 1908. Sua conversão à Ciência Cristã foi a última progressão lógica na sua evolução metafísica do ortodoxo para o sectário.

McConnell cita em seu livro uma declaração de Ern Baxter, que torna patente a influência da Ciência Cristã sobre Kenyon.
Conheci Ern Baxtet pessoalmente nos Estados Unidos e estudei a Bíblia com ele no primeiro semestre de 1979, em San Diego, Califórnia. Confesso que fiquei bem impressionado com ele e com seus ensinos e tive a impressão de que ele realmente amava o Senhor. Não sabia, entretanto, de seu envolvimento com uma prática nada recomendável sobre o discipulado.
Baxter estava engajado no Shepherding Movement, movimento que ensinava a necessidade de cada novo membro no grupo ter um líder espiritual, um discipulador, a quem contaria todos os seus pecados, fantasias ou qualquer outro problema do passado e do presente. Chegava-se ao cúmulo de o discipulador poder decidir sobre a carreira, o curso na faculdade e até sobre com quem o discípulo deveria se casar, tolhendo, assim, a liberdade cristã do novo membro e assumindo o papel do Espírito Santo em sua vida.
Ern Baxter, que conheceu e conviveu com Kenyon, declara que ele sem dúvida foi influenciado por Mary Baker Eddy, fundadora da seita norte-americana Ciência Cristã”.

Veja o que Baxter tem a dizer sobre isto:
Minha razão principal para afirmar isto não se baseia apenas no que apanhei das coisas metafísicas que ele dizia em nome do cristianismo, mas também de uma certa tarde em que me fez uma visita, como já fizera em várias ocasiões. Ele estava sentado lendo, num canto da sala onde eu tinha uma prateleira com alguns livros, um dos quais era Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, que eu tinha para fins de referência, sendo estritamente contra quase todos os seus pontos de vista. Mas eu o encontrei lendo o livro e sorri enquanto passava, não querendo interrompê-lo. Voltei uns 30 ou 40 minutos depois e ele ainda o estava lendo. Então fiz um comentário e ele respondeu, positivamente, que havia muito que se poderia aproveitar de Mary Baker Eddy. Aquilo me despertou. Não posso dizer que me surpreendeu, mas me alertou para o fato de que ele provavelmente não estava formulando suas posições de fé inteiramente baseado em sola Scriptura, mas foi influenciado pelos metafísicos.

Torna-se necessário abrir aqui um parêntese para um interessante comentário de Charles Capps, outro proeminente pregador da Confissão Positiva do Estado de Arkansas. Num de seus livros ele comenta:
Às vezes, quando começo a ensinar sobre isso, as pessoas dizem que parece doutrina da Ciência Cristã. Uma senhora cutucou o marido numa reunião no Texas (minha esposa ouviu) e disse: ' 'Isto parece Ciência Cristã''

E certo que Kenyon esteve envolvido com uma variedade de ministérios e atividades durante a sua vida. Fez reuniões evangelísticas em San José, Oakland e em muitas outras cidades da Califórnia. Era sempre convidado por Aimee Semple McPherson para pregar no Angelus Temple, em Los Angeles, sede da denominação da Igreja do Evangelho Quadrangular. Em 1926, assumiu o pastorado de uma igreja batista independente em Pasadena, também na Califórnia. Fundou a Igreja Batista Nova Aliança, na cidade de Seattle, em 1931. Logo em seguida, começou um programa de rádio, tornando-se, assim, um dos pioneiros deste novo método de evangelização.

Kenyon faleceu no dia 19 de março de 1948 com a idade de 80 anos. Antes de sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde, alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos dentro do corpo de Cristo da atualidade.
Esta pessoa é Kenneth Erwin Hagin.

6.3 O SEGREDO DO SUCESSO DAS DISTORÇÕES.
O segredo do sucesso das distorções teológica no brasil e também no mundo todo é o motivo que os cristãos não levam as coisas de Deus a sério, substimam o inimigo e a Palavra de Deus. O Diabo por sua vez fica aplicando sua estratégia, fazendo o povo de Deus cair em suas ciladas diabolica. O Diabo aplica é exatamente o erro religioso dentro da Igreja.

As Astutas Ciladas do Diabo

Talvez a arma mais poderosa de satanás na sua guerra contra a Igreja seja exatamente o erro religioso (Efésios 6:10-20). Talvez não haja uma arma mais eficaz do que esta: difundir o erro de tal forma que as pessoas fiquem confusas e, assim, a verdade do Evangelho e o progresso da Igreja seja obstaculado.
Vemos no texto de Efésios que o apóstolo Paulo nos adverte a estarmos prontos porque nós temos de lidar com um adversário astuto, muito mais poderoso do que nós e que emprega ciladas sutis, armadilhas espertas, disfarçadas. Creio que uma das mais eficazes ciladas que ele usa neste combate contra a Igreja é exatamente difundir o erro religioso em meio à Igreja para confundir as pessoas e para afastá-las da verdade de Deus. As heresias, o erro teológico têm sido usados pelo diabo contra a Igreja de Cristo desde que a Igreja nasceu. Ele tem afetado a Igreja e os crentes através da história.
O apóstolo João nos diz no livro de Apocalipse 12:9, na sua visão, que viu na ilha de Patmos uns espíritos que ele classifica como espíritos enganadores:
"E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, o sedutor de todo o mundo...". Apocalipse 12.9

E ainda no capítulo 13:11-15 ele diz que viu outra besta emergir da terra, descreve esta besta e diz no versículo 12 que ela exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. No versículo 13 diz que ela opera grandes sinais que faz com que os que habitam na terra façam imagens à besta, aquela que foi ferida a espada e sobreviveu. Então, João quando está narrando o conflito do diabo com a Igreja, ele menciona esta capacidade e este poder do diabo em produzir sinais, prodígios e ensinos de mentira com o propósito de desviar a Igreja da presença de Deus ou da verdade de Deus. Por isso, precisamos estar alerta.
Nosso texto nos adverte contra estas coisas. Muitas pessoas têm caído, na igreja, vítimas das ciladas do erro religioso. Não somente das seitas que estão lá fora, mas do erro religioso que brota dentro da igreja. Creio que faz parte de tomar a armadura de Deus prepararmo-nos conhecendo as estratégias de satanás sobre este assunto. Hoje tem sido muito pouco enfatizado no moderno Movimento de Batalha Espiritual este aspecto que eu considero importante. Embora estejamos gratos porque o movimento tem despertado a igreja para o conflito em que ela se encontra, por outro lado observamos uma fraqueza neste movimento que é identificar a obra maligna em apenas questões como a doença, problemas físicos e ocasionais, esquecendo-se que a maior arma do diabo, que sua maior estratégia é exatamente o erro religioso; a difusão da mentira e que contra isso não existe uma solução fácil como amarrar esse ou aquele demônio de mentira. Não existe uma solução fácil de determinar que o demônio pare com isso. A única solução é que a Igreja se vista da verdade. Veja que esta é a primeira peça que Paulo nomeia na armadura - a verdade. Isto é muito importante! Ele começa exatamente com a verdade, pois só quando a Igreja professa e crê na verdade é que ela tem condições de resistir ao erro religioso. Ela pode "amarrar" quantos demônios queira e possa, determinar e declarar a queda de quantas fortalezas existam, pode fazer tudo isso, mas se ela não se revestir da VERDADE da Escritura, de nada valerão estas declarações.
Portanto, creio que faz parte do equipamento da Igreja, na sua luta contra as hostes das trevas, conhecer as astutas ciladas do diabo à medida que ele prossegue difundindo o erro, quer sejam difundidos através das seitas conhecidas, como também dentro da própria igreja.
Para que vejam a situação difícil que enfrentamos, conto um fato vivido no Rio de Janeiro, junto com outros colegas, quando fazíamos uma série de palestras e eu interpretava um pastor e professor americano que estava falando exatamente sobre esta questão toda de erros doutrinários. Antes da palestra começar, aproximou-se de mim uma senhora muito crente e dedicada e me disse: "Pastor, eu quero lhe mostrar um livro excelente, que me tem trazido edificação e inclusive o estou usando para evangelizar uma pessoa". Nesse momento me mostra um livro de Benny Hinn, chamado Bom Dia Espírito Santo e repetiu as palavras que colocavam o livro como um grande alimento para sua vida espiritual. Eu ainda não havia lido o livro e por isso não disse nada. Por "coincidência", a palestra do professor americano, naquela manhã, mencionou exatamente aquele livro dizendo que o autor, nos Estados Unidos, após a publicação do livro, foi "encostado na parede" pelos evangélicos ortodoxos exigindo que ele se retratasse de uma heresia histórica que está no livro. Benny Hinn cedeu em parte, e a outra edição do mesmo livro já vem um pouco alterada. Quando terminou a palestra a senhora me procurou e disse: "Pastor, esse livro eu não vou ler mais pois eu não sabia destes erros todos". Benny Hinn tem ensinado uma heresia histórica sobre o Espírito Santo, declarada como heresia pela Igreja há séculos. Só que desta vez ela vem num "envelope" muito bonito misturada com verdades a que nosso coração e mente dizem "sim". Muitas vezes absorvemos tudo isso inocentemente, sem crítica, sem preparo doutrinário nenhum. Muitos outros exemplos poderiam ser citados de como o ensino religioso errado, que sempre vem camuflado com um "envelope" de verdade, pode induzir pessoas a cair no erro. Não estou dizendo que ele fez isso debaixo da influência do demônio, mas estou dizendo que toda mentira procede do diabo. Na hora em que estamos escrevendo alguma coisa errada, em que estamos propagando o erro, em certo sentido, estamos nos aliando ao pai da mentira, como diz a Escritura. Portanto, como parte da nossa luta que estamos travando devemos estar alerta para este tipo de coisa.
Hoje em dia essa coisa não é bem aceita na Igreja porque o espírito atual é de indefinição. As pessoas não querem saber de precisão doutrinária, de exatidão e formulações doutrinárias. Preferem um evangelicalismo vago e sem muita definição. Estão sob um "guarda-chuva", debaixo do qual, estão pessoas com as mais diferentes convicções, algumas delas até heréticas, vivendo harmoniosamente. Mas posso lhes assegurar que não foi assim na fundação da nossa igreja e quando ela recebeu sua formatação teológica através da Confissão de Fé de Westminster. As pessoas que estavam presentes àquela assembléia e escreveram os documentos da nossa Igreja foram chamados de os Puritanos ou mais precisamente preciosistas. Sabe por que colocaram este apelido pejorativo (preciosistas) nos Puritanos, que também foi um apelido colocado pejorativamente? Porque eles faziam questão de definir a doutrina. Faziam questão de chegar a uma formulação doutrinária o tanto quanto possível exata com a Palavra de Deus. E faziam questão de que a unidade da Igreja fosse feita em cima destas verdades auferidas da Palavra, através da exegese correta. Os tempos mudaram e o que vemos hoje é uma falta de definição, uma falta de precisão e profundidade teológica. Digo isso por amor à Igreja, e não estou querendo generalizar, pois existem exceções, pelas quais damos graças a Deus, mas creio que concordarão comigo que esse é o "espírito da época". Um espírito que foge de definição, de uma aferição exata dos posicionamentos doutrinários.
Creio que o diabo se aproveita disso na sua luta contra a Igreja. Por isso, não é à toa que o apóstolo Paulo nos diz que quando vamos vestir a armadura de Deus, a primeira coisa pela qual começamos é pela verdade. No texto Paulo não se refere à verdade ética, não é o crente falando sempre a verdade e não mentir, ou o oposto da mentira. Mas, ali verdade é a verdade de Deus, um outro nome para a sã doutrina, para o Evangelho entendido como um corpo doutrinário revelado e que tem de ser crido pela Igreja.
Vamos olhar para esta astuta cilada do diabo que nós cremos que é mais eficaz para ele. O que o diabo quer com tudo isso? O que ele deseja, o que as hostes malignas querem é impedir que os homens venham a conhecer a verdade pura. Toda obra de Cristo, tudo que Ele fez na cruz do Calvário, e o grande plano de Deus de redenção serão absolutamente inúteis para a salvação, se em primeiro lugar os pecadores não tomarem conhecimento dele e em segundo lugar, se eles tomarem um conhecimento deturpado. Nos dois casos se torna inútil em termos de efeito. O diabo sabe disso. Em Romanos 10:13-15, Paulo pergunta: "...como ouvirão, se não há quem pregue?". Ele começa dizendo como serão salvos se não podem clamar àquele de quem ouviram? Ali, Paulo está dizendo que a salvação, em termos práticos, em termos do seu efeito, depende da pregação. A isso acrescentamos, com base em outras passagens da Escritura, que quando Satanás não pode impedir que o Evangelho seja anunciado, sem dúvida nenhuma, ele vai tentar deturpar a mensagem do evangelho porque no fim o efeito será o mesmo. As pessoas não ouvirão a pura verdade de Deus mas uma mentira e ficarão confusos. O resultado é que não vão querer ouvir mais nada. Isso o diabo tentará fazer.
Dessa forma Satanás concentra-se em primeiro lugar em impedir que o Evangelho se alastre e que os pecadores creiam. Primeiro Satanás oferece resistência aos verdadeiros pregadores, aos verdadeiros evangelistas, aos verdadeiros pastores e missionários que através do mundo todo tentam levar aos pecadores, aos perdidos, a mensagem de redenção que há em Cristo Jesus. Isso o apóstolo Paulo afirma em I Ts 2:18, onde ele escrevendo àquela igreja e explicando por que ele não havia ainda voltado ali, diz o seguinte:

"Por isto quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas), contudo Satanás nos barrou o caminho". I Ts 2:18

Paulo reconheceu que o impedimento de ir a Tessalônica foi uma oposição satânica. Ele não conseguiu voltar a Tessalônica e por isso escreve a sua segunda carta antes de voltar a esta cidade mais tarde. Mas, o ponto é que, à medida que Paulo quer desenvolver o seu trabalho, ele encontra oposição satânica. "Satanás me barrou o caminho...".
Isto o diabo faz e não somente isto, ele, em segundo lugar, ataca a pessoa do pregador querendo colocar obstáculos no seu caminho, porém ele cega o entendimento das pessoas. Paulo diz na sua segunda carta aos Corintos no capítulo 4:3-4:

"Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus". 2 Corintos 4.3-4

Por que tantas pessoas inteligentes ouvem a mensagem do evangelho mais de uma vez e não conseguem compreender e aceitar ou se mover ou se decidir? A resposta é uma só: que os poderes malignos e tenebrosos que ocupam nosso mundo e o dominam, cegam os entendimentos dos incrédulos; fecham os olhos e não permitem ver o que é óbvio, o que é claro. O diabo faz isso.
Em terceiro lugar, outra coisa que ele faz para impedir a propagação do evangelho é desfazer a obra da Palavra de Deus. Em Lucas 8, Jesus conta na parábola do semeador que algumas sementes caem à beira do caminho e os pássaros as levam. Isso significa que as pessoas que crêem no evangelho, pelo menos no interesse inicial, são roubadas pelo diabo na Palavra. O diabo rouba-lhes a Palavra. Jesus compara a atividade daqueles pássaros, tirando a semente e impedindo que ela germine, à obra do maligno, do diabo, tirando o que é plantado no coração das pessoas para que elas não venham a crer na verdade do evangelho. Isso o diabo faz de várias formas. Distrai a atenção do ouvinte que escuta a mensagem evangelística; ou quando a pessoa sai, o efeito é anulado, pois logo em seguida se encontra com alguém que o desencaminha e o que ouviu é "arrebatado" do seu coração, dos seus ouvidos e a Palavra não faz efeito.
Quando o diabo não consegue que isso ocorra, quando ele não consegue impedir que o evangelho seja divulgado, usa outra estratégia que é difundir o erro religioso para causar confusão. Já que não pode impedir que o evangelho puro avance, pelo menos causa confusão na mente das pessoas, dentro e fora da Igreja. Por isso, como pai da mentira, é também o pai do erro religioso. Em Mateus 13 Jesus nos conta a parábola do joio. Esta parábola é importante, pois nela temos uma descrição da obra do maligno em difundir o erro religioso e perturbar a vida da igreja.

"outra parábola lhes propôs dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no campo; mas enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso." (Mt 13:24-28)

Ele dá a explicação a partir do versículo 36:
"Então, despedindo as multidões, foi Jesus para casa. E chegando-se a Ele os seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo. E Ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino (os que seguem a Jesus); o joio são os filhos do maligno; o inimigo que semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, os ceifeiros são os anjos" (36-39).

Jesus está dizendo que é dentro do reino de Deus, no progresso do reino de Deus, na Igreja, que o diabo tem colocado seus agentes difusores da mentira, que aqui Jesus chama de filhos do maligno, o joio, que é uma erva daninha amargosa, distinta do trigo apenas quando ambas chegam a certa idade. Isso se fazia quando alguém tinha ódio a outro, no oriente, naquela época e, em lugar de colocar fogo na plantação do inimigo, tinha uma vingança maior: semeava joio no meio do trigal pois no início não se percebia tanto. O joio quando começa a crescer é muito semelhante ao trigo, mas depois, quando cresce, vê-se a diferença, mas é quase impossível fazer a distinção apropriada e só se percebia a desgraça na hora da ceifa, quando não se tinha mais o que fazer. Essa era a vingança: semear o joio no meio do trigo. Exatamente isso o diabo faz ao semear no reino de Deus, a mentira e o erro religioso e colocando pessoas que lhe pertencem. O desejo é confundir, contaminar, para que não se possa fazer a colheita correta. Esta é estratégia do diabo. Ele confunde as pessoas com uma variedade de ensinos. Corrompe a verdade bíblica em cada geração e divulga o erro na Igreja. Estas são suas astutas ciladas.
Pensemos mais nestas ciladas do diabo. Quais os instrumentos que Satanás usa? Paulo em I Timóteo capítulo 4, menciona os agentes diretos do diabo nesse propósito.

"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência..." I Timóteo 4

Paulo fala aqui de espíritos enganadores e de demônios que são capazes de produzir doutrina. Não pensem que o diabo não conhece teologia, conhece muito mais do que nós, mesmo que tenhamos Ph. D. em teologia. A verdade é que ele a tudo supera. Sabe muito bem tudo, melhor do que qualquer teólogo na face da terra porque ele testemunha desde a criação do mundo todo o processo e evolução da verdade. O diabo como pai do erro religioso usa através de espíritos enganadores o engano religioso. O maior laboratório teológico de todo mundo são as portas do inferno, lá no gabinete de Satanás, são produzidos o erro religioso, a heresia religiosa, o engano e confusão religiosa. Produzem falsos sinais e prodígios porque o diabo sabe que o homem facilmente se impressiona com isso e para dar autoridade à mentira que ele deseja difundir, ele a autentica através de coisas extraordinárias, de sinais e prodígios. Ele faz assim e até mesmo dá uma falsa sensação de paz e alegria. Eu ainda não encontrei um membro de qualquer seita religiosa que seja claramente herética, que não diga que tem paz, pelo contrário, todos afirmam que têm paz profunda, alegria e senso de realização profundos. Se você conversar com estas pessoas ouvirá que é assim. Lembro-me de um rapaz, em um acampamento e que era de uma seita. Conversei com ele e o abordei sobre o assunto, começando erradamente e perguntado se ele tinha paz. Eu esperava que ele dissesse que não tinha, mas sua resposta foi oposta, pois afirmou que tinha muita paz e que estava feliz na sua seita, nos seus ensinos; que antes não tinha paz, mas agora tinha. Então, minha abordagem caiu por terra porque eu não estava ciente de que estas seitas ensinam e fornecem às pessoas uma certa sensação de bem-estar, de paz e alegria.
O que quero dizer primeiramente é que a Bíblia nos ensina que o diabo age diretamente na Igreja através desses espíritos enganadores que produzem doutrina; espíritos de mentira que difundem o erro religioso. Como eles fazem isso? Demônio não escreve livro de teologia. Ele age através de homens e mulheres que se prestam a esse tipo de coisa. Há dois tipos de pessoas que são usadas para difusão do erro na Igreja.
Primeiro há o tipo sincero. São pessoas absolutamente sinceras mas que vieram a cair vítimas do erro dentro da própria Igreja. Em segundo lugar há aquele que de certa forma caiu nesta rede do erro religioso. Isso aconteceu no século passado com um pastor que viveu logo após o grande pastor batista Charles Spurgeon da Inglaterra. Ele praticamente sucedeu Spurgeon, e era pastor da Igreja Presbiteriana. Seu nome era Edward Irving. Começou como assistente do grande teólogo Chalmers e quando Chalmers morreu Irving assumiu o púlpito da Igreja e, em menos de um ano, triplicou o número dos que assistiam à Igreja, porque Irving tinha tudo para ser um sucesso a nível de Inglaterra, até mais do que Spurgeon. Era bonito, tinha dons de eloqüência extraordinários, um grande pregador, tinha uma mensagem apaixonada, viril, definida e pregava o que se precisava pregar. Ele era calvinista e pregava como toda ênfase. No início do seu ministério atraia multidões, até de pessoas de outras localidades iam a Londres para ouvir Irving. Mas ele foi depois chamado de o precursor do movimento carismático quando este movimento nem ainda existia, pois só veio a existir em 1906. Edward Irving começou uma associação com os Irmãos de Plymouth que era um grupo que tinha umas idéias estranhas sobre escatologia (volta secreta de Cristo). Ele defendia que a volta de Cristo estava totalmente "as portas", que era iminente e que Cristo estava para voltar em um ano ou dois e antes seriam restaurados à Igreja todos os dons apostólicos como estavam narrados no N. T., inclusive o dom de apóstolo e de profeta. Dessa forma Irving abriu as portas de sua Igreja para que se formasse um grupo que ficou conhecido como os doze apóstolos; abriu também as portas para um grupo que se tornou conhecido como "os profetas", que à semelhança dos antigos profetas do A. T. se levantavam e vaticinavam sobre a vida das pessoas. Irving não se considerava propriamente um apóstolo nem um profeta, embora permitisse o falar em línguas em sua congregação apesar de ele mesmo não falar. Ao mesmo tempo que isso acontecia, Irving começou a mudar a sua pregação e ensinava que Cristo quando encarnou assumiu uma natureza pecaminosa, que Cristo tinha de fato uma natureza pecaminosa e que Ele não só tinha assumido a fraqueza da natureza humana, mas também o próprio pecado da natureza humana. Os problemas surgiram para Irving e o presbitério o disciplinou por heresia. Dessa forma ele saiu e fundou a Igreja Apostólica, por causa desses apóstolos e finalmente esses apóstolos tomaram conta da Igreja e expulsaram o próprio Irving da igreja que ele tinha começado. Irving morreu antes dos 40 anos de idade doente de pneumonia orando para que Deus o curasse e sem saber por que Deus não o estava curando.
Irving era sincero. Mas não basta ser sincero, é necessário estar firmado na Escritura, na Palavra de Deus. Infelizmente nosso povo é tão impressionável. Basta que alguém conte seu testemunho, que teve esta ou aquela revelação e as pessoas logo lhe dão crédito. Mas tudo isso não é prova da verdade. Uma pessoa pode se sentir muito bem e mesmo assim estar errada.
Mas há, em segundo lugar, aqueles que têm a mente cauterizada, que sabem que estão dizendo mentiras, mas não se importam, e que têm fins lucrativos. Paulo disse que estes pensam que piedade é fonte de lucro, homens apóstatas dentro da Igreja e que sabem que estão dizendo a mentira.
Nós vemos que no V. T. os falsos profetas e profetisas surgidos de dentro do povo de Deus, foram usados pelo diabo para tentar destruir o povo de Deus. Jeremias se levantou contra os falsos profetas que diziam falar da parte de Deus quando profetizavam paz para o povo. Jeremias sozinho dizia que não havia paz, nenhuma paz, mas que Deus estava irado com o povo. Os falsos profetas levavam o povo cada vez mais para baixo da ira santa de Deus. Balaão foi um exemplo disso. A história da Igreja nos revela homens com a mente cauterizada, com fins e propósitos de lucro pessoal, sem se importarem com a verdade, com Deus e a Igreja. Eles querem popularidade, querem ter o seu lucro. Jesus nos alertou contra esse tipo de gente em Mateus 24:24:
"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos". Mateus 24.24

Jesus antecipou que isso aconteceria na Igreja.
Hoje, se perguntarmos as pessoas onde isso está acontecendo nas igrejas históricas, receberemos a resposta de que nada disso está acontecendo. Elas não vêem nada de errado e que tudo está bem. Mas a verdade é bem diferente. Penso que, quando Jesus disse que haveria falsos mestres e falsos profetas fazendo sinais e prodígios que, se possível, enganaria os próprios eleitos, ele não estava querendo brincar com nosso sentimentos, mas estava querendo dar-nos um alerta genuíno e verdadeiro e que esse tipo de coisa deveria acontecer na história da Igreja. Às vezes a palavra de Jesus não tem sido levada tão a sério como nós pensamos. Em atos 20:29-30, o apóstolo Paulo exorta aos presbíteros da Igreja de Éfeso a se cuidarem dos falsos ensinos que certamente haveriam de entrar. Ele diz:
"Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles". Atos 20.29-30

Eles têm um propósito: arrastar os discípulos atrás deles. Querem formar seguidores, arrastar os discípulos falando coisas pervertidas.
As cartas de Paulo e as dos demais apóstolos foram escritas exatamente para combater o erro religioso do primeiro século. Se não houvesse preocupação, nós não teríamos as cartas pastorais. Muitas vezes estamos esquecidos disto e que os apóstolos, quando sentaram para escrever, se dirigiam a problemas específicos das igrejas e na maioria dos casos a questão era o erro religioso. Na maioria das vezes estavam preocupados com mentiras que surgiam. A carta aos colossenses, por exemplo, foi escrita pelo apóstolo Paulo para combater a entrada do gnosticismo naquela região de Colossos. Uma heresia que danificou a Igreja até o terceiro século. O apóstolo João escreve as suas três cartas com este mesmo propósito para combater o gnosticismo incipiente no primeiro século. Judas escreve a sua carta para exortar a Igreja a combater pela "fé que uma vez foi dada aos santos". A segunda carta de Pedro tem o mesmo propósito. Paulo, quando escreve a Epístola aos Gálatas, tem um objetivo que é mostrar à Igreja que, na hora em que a Igreja deixa de crer na graça do Evangelho, a Igreja deixa de ser Igreja. Paulo escreve aos Gálatas para combater o legalismo religioso. Hoje toleramos práticas legalistas dentro da Igreja, mas Paulo achou tão importante a são doutrina que ele escreve Gálatas com esse propósito. O mesmo acontece com II Coríntios, tem este mesmo propósito pois havia falsos apóstolos na igreja de Corinto que ensinavam coisas estranhas. Vejam a preocupação dos apóstolos com a sã doutrina, sabendo que o diabo pode corromper a mente dos crentes e afastá-los da simplicidade do Evangelho (II Coríntios).
O diabo sempre usa pessoas que estiveram ativas. Em cada geração a Igreja tem enfrentado falsos profetas e falsos ensinos. Foi o que aconteceu com o Unitarianismo, o liberalismo teológico, o modernismo, evangelho social, evangelho da cura e prosperidade etc., para não dizer das heresias que a igreja enfrenta desde o período patrístico. Este tem sido sempre o embate da Igreja.
O erro religioso é muito sutil. Qual a maneira como o diabo age na vida das pessoas, qual sua tática sutil nessa área?
Primeiro: É fazer com que o erro venha disfarçado de verdade.

Segundo:
O diabo torce a verdade de Deus como fez lá no Jardim do Éden (Gn 3:1-6). Nós vemos como ele distorceu a Palavra de Deus para levar a mulher a se desviar do mandamento de Deus. Esta é a característica de todo falso mestre. Têm sempre uma interpretação distorcida da Escritura.
O diabo se manifesta como anjo de luz. Paulo nos diz em I Co 11:13-15 exatamente dessa transfiguração de anjo de trevas em anjo de luz. No nascimento de cada seita sempre existe uma revelação. Cada um dos fundadores de seitas, hoje, reivindica que teve uma revelação de Deus. Foi o que fez Joseph Smith, fundador do mormonismo.

Que faremos com tudo isso? Como devemos lidar com estas coisas? Até mesmo operação de curas, de milagres e de prodígios são efetuadas pors estes demônios para dar autoridade à mentira, para dar credibilidade, porque esta foi a arma que a Igreja Católica usou para dar credibilidade ao seu ensino na idade medieval. Assim surgiram os milagres dos santos, de determinada santa, que estes eram mediadores entre o homem e Deus. Dessa forma o prodígio era apresentado como autenticação do ensino propagado. Da mesma forma vemos isso hoje. Muitos, para provar seu ensino, fazem sinais e maravilhas. Assim o espiritismo tem ganho muitos adeptos. No espiritismo se vêem coisas sobrenaturais e isso é como prova de que tudo é verdade, e de fato coisas extraordinárias acontecem. Concluímos que há demônios operadores de sinais, capazes de produzir esses tipos de fenômenos. Em II Ts 2:9:
"Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira". II Ts 2:9

Esses sinais e prodígios da mentira são chamados assim, não porque eles não sejam verdadeiros, pois de fato são, mas porque têm o propósito de levar as pessoas a crerem na mentira. O alvo é levar as pessoas a crerem no erro que está por trás, no erro que está junto a estas manifestações.

"...com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" (II Ts 2.10).
É por isso que no V. T. o teste do profeta não era somente se a profecia se cumpria (Dt. 18), mas o teste do verdadeiro profeta (Dt. 13), era se a profecia deles se cumpria e após isso ele dizia "vamos e sirvamos ao Senhor". Era o teste da ortodoxia do profeta, não apenas se a profecia se cumpria, pois a Bíblia está cheia de casos de homens malignos que faziam coisas maravilhosas (Balaão, Judas, etc.). Através da história eclesiásticas nós temos visto como esses demônios têm tido parte em todo misticismo que tem aparecido.
Não percamos de vista que há uma batalha dos espíritos malignos contra a Igreja e queremos ficar alerta contra as armas do diabo. Uma arma dele é fazer pessoas bem intencionadas perderem o equilíbrio teológico. Isso ele faz com que as pessoas tomem certos pontos secundários e façam deles os pontos centrais produzindo um desequilíbrio. Como exemplo temos expulsão de demônios, curas, que são coisas que Deus pode fazer, e o diabo toma estas coisas, tira-as do seu lugar, que é um lugar secundário no N. T., e as traz como ponto central de várias movimentos, produzindo um desequilíbrio com que faz aquilo que é central seja obscurecido ou seja completamente ignorado, pois seu lugar foi tomado por algo secundário. Um exemplo disso é a questão social que é uma questão boa, necessária e legítima. O que acontece? Pessoas pegam esta questão que não é a central da Igreja, embora faça parte da sua atuação, e a trazem para linha de frente dando tanta ênfase que a função principal da Igreja fica obscurecida e até negligenciada. Aí está estabelecido um desequilíbrio que leva ao erro, porque são poucos os que são capazes de dizer: "Bem, isto está sendo enfatizado, mas não quer dizer que as outras verdades também não sejam necessárias". Poucos dizem isso e geralmente as pessoas vão pelo que está na frente, concentrando-se naquilo e esquecendo o resto. Ou até mesmo, e, digo isso com muito temor, é possível tomar coisas boas e legítimas como os dons do Espírito Santo e trazê-los como o centro de determinado movimento, ao ponto de que as doutrinas centrais, como a pessoa e obra de Cristo, Sua redenção, Sua glória, Seus atributos, Sua obra de salvação no mundo, sejam ignorados ou recebam uma atenção mínima, produzindo igrejas desequilibradas teologicamente e produzindo crentes que vivem em torno disso. Isso é erro religioso da mesma forma, pois existe um desequilíbrio onde a verdade não é apresentada em todas as suas formas harmônicas. Creio que o diabo usa pessoas absolutamente sinceras para trazer desequilíbrio para dentro da Igreja e confusão. O diabo faz esse tipo de coisa! Nós precisamos de discernimento.
Pergunta final: O que tudo isso tem a ver conosco? Que devemos fazer? O erro religioso é tremendamente perigoso, mesmo que líderes achem que não há nenhum perigo. A evidência da Bíblia nos mostra o contrário, diz-nos que o erro religioso, o ensino desequilibrado é prejudicial para as almas da Igreja pois afasta o povo da verdade, corrompe a fé e as consciências. A verdade doutrinária deve ser buscada, perseguida, zelada pelo povo de Deus e defendida com as armas legítimas. O erro religioso conduz à prática religiosa errada e desequilibrada. Se você acredita no erro, sua prática será errada e no final vai oprimi-lo, atormentar e afligir. Só a verdade liberta, só ela traz paz verdadeira e crescimento. O Espírito Santo não abençoa o erro. O Espírito Santo é chamado na Bíblia de o Espírito da Verdade. Por isso só abençoará a verdade. Como resistir à queda no erro? Não há um caminho fácil e digo isso com clamor. Com todo respeito aos irmãos que estão bem intencionados e desejam declarar que o erro religioso está banido, declarar que os espíritos enganadores, de mentira e de heresias sejam amarrados. Àqueles que dizem amarrar o diabo eu digo que não há substituto para se tomar a armadura de Deus especialmente o cinto da verdade. Você pode "amarrar" quantos demônios queira, mas se você não estiver amarrado à verdade e comprometido com ela de nada vai adiantar, só vai iludir-se.
A Igreja só tem uma defesa contra o erro religioso. É tomar toda a armadura de Deus, vestir-se da verdade, tomar a couraça da justiça, que vem da pare de Deus, empunhar a Palavra a a espada do Espírito. Não há outras armas. Isso significa estudo profundo da Palavra, meditação nela. Que a Igreja tome uma posição contra o erro religioso e resista a esta tendência moderna re reunir tudo debaixo dessa "salada", desse evangelicalismo disforme que temos nos nossos dias. A Igreja tem de zelar por isso, e cada crente faz parte desta luta. Exija do seu pastor que pregue sermões firmes fundamentados na Escritura, que exija do seu presbitério, do seu professor, que seja criterioso nas suas leituras escolhendo bons livros, que participe de bons congressos e não daqueles que nada têm a ver com a Escritura; exija critério, trabalho e sacrifício. Não há outro caminho. É isso que diz a Escritura: tomar a couraça da justiça e o cinto da verdade para poder resistir às astutas ciladas do diabo.
Só existe uma maneira de não se cair vítima de uma mentira e ser enganado por ela. É você se voltar para o estudo da Escritura debaixo da orientação de alguém que conheça a Palavra, que tenha o propósito de iluminá-lo (1), de ajudá-lo (2). Minha súplica a você: hoje comece um estudo sério da Escritura, leia a Bíblia com atenção, com devoção; peça ajuda de alguém capacitado para isso. Mas não pense que você é capaz de discernir por você mesmo. O inimigo é muito mais poderoso do que você, muito mais sutil. Você precisa de ajuda, peça a Deus.

7. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PARA MISSÇÕES TRANSCULTURAIS
7.1 O QUE É MISSÕES TRANSCULTURAIS.
INTRODUÇÃO:
1. A palavra missão vem do latim "missione", que por sua vez, vem do verbo latino "mittere", que significa "enviar".
2. Jo 20.21, "Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós". O verbo "enviar" no original grego é "apostellô", de onde vem a palavra apóstolo. O verbo na versão latina desta palavra, como já vimos, é "mittere" (missione). Portanto, a palavra "missão", significa o ato de "enviar" alguém para uma determinada tarefa.
3. Missão é tudo aquilo que fazemos na qualidade de enviados por Jesus, e que reproduz exatamente aquilo que Ele fez, enquanto esteve entre nós. Queremos falar sobre "Missões Transculturais", que nada mais é do que fazermos missões para além das fronteiras de nossa nação.

I - MISSÕES TRANSCULTURAIS NO V.T.
1. O chamado de Abraão, foi um chamado transcultural, já que ele deveria deixar seu país e peregrinar num país estrangeiro, Gn 12.1-3, "Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra".
- Abraão deveria deixar a terra de seus pais e partir para outra terra. Por meio dele todos os povos seriam abençoados. Foi neste aspecto que Abrão, teve seu nome mudado para Abraão (Pai de muitas nações), Gn 17.4-5, "Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações; e não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto".
2. A obra de Cristo na cruz, que atingiu não somente os judeus, mas todos os povos, é chamada de "benção de Abraão", Gl 3.13-14, "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito".
- Todos os que abraçam a fé, são filhos de Abraão, Gl 3.6-7, "Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão".
3. Porém no transcorrer da História, quando Israel teve que transportar a fé para outras nações, guardou-a para si e como acontece com toda benção guardada, ela apodreceu como o maná, guardado para o dia seguinte. Ainda foi pior; Israel importou de outras nações as suas maldições na forma de ídolos, sistemas legais e modelo de organização social.
4. Um dos exemplos clássicos de "missões transculturais" é chamado de Jonas, Jn 1.1-3, "E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor".
a. Israel desenvolveu uma postura de exclusividade em relação a Yavé, como se fosse propriedade sua. Jonas se constitui no exemplo mais claro desta postura. Convocado por Deus para levar a mensagem de arrependimento aos ninivitas, preferiu fugir em direção oposta.
b. Depois de terríveis desventuras, ele cumpre a ordem divina, porém, em seu coração, ele acalentava o desejo de que Deus não deveria usar de misericórdia com aqueles pagãos. Pois, quando Deus perdoa o povo de Nínive, Jonas fica frustrado:
b.1. Jn 3.10, "E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez".
b.2. Jn 4.1-5, "Mas isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. E orou ao Senhor, e disse: Ah! Senhor! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver. E disse o Senhor: Fazes bem que assim te ires? Então Jonas saiu da cidade, e sentou-se ao oriente dela; e ali fez uma cabana, e sentou-se debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade".
c. Jonas representa um quadro exato da história do povo de Deus no A.T., que interpretava as bênçãos divinas como se fosse exclusivamente suas. Isto é um exemplo de egocentrismo, que anula qualquer empreendimento transcultural.

II - MISSÕES TRANSCULTURAIS NO N.T.
1. A Grande Comissão, Mt 28.18-20, "E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém".
2. Quando Jesus veio ao mundo, seu povo estava mergulhado no etnocentrismo (tendência para considerar a cultura de seu próprio povo como a medida de todas as demais). Um exemplo disto, está claro, quando Ele pregou na Sinagoga de Nazaré, onde viveu. Quando mencionou algumas bênçãos de Deus a certos gentios no V.T., houve uma grande revolta de seu povo,
- Lc 4.21-29, "Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos e todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José? E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum. E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio e todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem".
3. Por esta razão, Jesus insistiu na Grande Comissão dada aos seus seguidores, todos judeus (os discípulos). Através desta Grande Comissão, o evangelho deveria ser anunciado a todas as nações, conforme vimos em Mt 28.18-20. O termo "nação", vem de "étnê", que pode ser traduzido por "culturas".
4. Porém o etnocentrismo, era tão forte que nem mesmo os discípulos entenderam o mensagem de At 1.8, "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra".
- Entenderam que a mensagem era somente para os judeus que viviam espalhados na face da terra, At 11.19, "E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus".
5. A Questão dos Gentios.
a. Foi preciso que Deus desse um empurrão em Pedro, para que fosse à casa de Cornélio pregar o evangelho, At 10. Após o fato, Pedro foi chamado pela Igreja a fim de dar explicações, At 11.
b. O mesmo aconteceu com a primeira Igreja que se desenvolveu entre os gentios, a Igreja de Antioquia. Havia uma pressão tão forte sobre aqueles irmãos, sobre o fato de que antes de se tornarem cristãos, eram obrigados a se tornarem judeus, o que motivou o Concílio de Jerusalém, At 15.
6. Finalmente eles obedeceram a orientação do Espírito Santo, e o evangelho se desenvolveu livremente.

CONCLUSÃO:
1. O risco que corremos hoje, é o mesmo risco do etnocentrismo, ou seja guardar somente para nós a Palavra da Vida.
2. At 1.8, deve ser aplicado em todas as regiões ao mesmo tempo.
3. É preciso orar, enviar e contribuir.

O que é missão?
Missão é tarefa da Igreja! Podemos dizer que missão é arte, arte de amar, amar como Jesus Cristo amou (Mateus 28.19-20; Marcos 16.15-20; Atos 1.8).
Arte de se entregar, se entregar como nosso Senhor Jesus se entregou, à morte de cruz, derramou seu sangue para nos lavar e curar, “pois isto é o meu sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mateus 26.28).
Missão é tarefa, tarefa de toda Igreja de Cristo! Se uma Igreja c faz missão pode ser que Jesus Cristo não seja a cabeça desta Igreja, ou seja, a Igreja não e o corpo de Cristo, “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.19-20).
Missão é entrar em guerra e falar de paz, entrar em guerra contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas, contra as hostes espirituais da maldade, contra todo o inferno, que é o próprio satanas, para falar de paz para os que não a tem, resgatar vidas do inferno, da morte eterna, para glória deu Deus, “pois não é contra carne e sangue a nossa luta, mas contra os principados, contra as autoridades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes” (Efésios 6.12).
Missão é chorar para trazer alegria! Muitas vezes o choro, pode durar toda a noite, mas a alegria vem pela manhã. É a certeza de colher o que plantamos, tambem sabemos que tudo o que plantamos colheremos! “Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão. Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos” (Salmos 126.5-6).
Lembre-se, se plantarmos na carne colheremos para a condenação, mas se plantarmos no Espírito colheremos para vida eterna, “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6.7-8).
Missão é morrer para trazer vida! Jesus morreu para nos dar o direito de viver. Jesus morreu na carne para nos dar vida espiritual. Portanto não esqueça que sem a morte do nosso eu não teremos vida, “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2.20).
Missão é morrer para o mundo e ressuscitar em Cristo! Jesus morreu e ressuscitou, para que nós pudéssemos viver nEle e com Ele ressuscitar e viver eternamente, desfrutando de toda eternidade em Sua prezença, “nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus” (Efésios 2.6); “sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos ressuscitará com Jesus, e nos apresentará convosco. Pois tudo é por vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus” (2 Coríntios 4.14-15).
Missão é deixar marcas por onde passar, é mudar a história do mundo, assim como Jesus mudou [...] É mudar a história do país, país que recebemos por herança do Senhor [...] É mudar a história de uma vida, ou melhor dizendo, de muitas vidas, igual a Jesus mudou a história de multidoes [...] “Caída a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele com a sua palavra expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças” (Mateus 8.16-17).
Missão é estar ferido e mesmo assim levar remédio! O Senhor Jesus foi ferido, para nos trazer remédio e pelas suas feridas fomos sarados, “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5).
Missão é estar cansado para trazer descanso! Muitas vezes Jesus estava cansado por levar o descanso para cada um que estava cansado e oprimido, “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mateus 11.28-30).
Missão é encontrar forças na fraqueza, é estar sangrando e não deixar a cruz! Jesus sangrou, sangrou até a morte, mas não deixou a cruz, “Então, depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando sortes. E, sentados, ali o guardavam. Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS” (Mateus 27.35-37).
Missão é amor, simplesmente amor!!! Pois Deus amou o mundo dessa maneira: que deu o seu Filho único para que possa ter vida eterna aquele que nEle crer, “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
Missão é tão profundo amor, que Deus do Seu Filho único fez dEle um Missionário. Missão não é poesia, é realidade, realidade que muitas Igrejas não querem ver. Querido leitor, ore agora para que o Senhor levante missionários, e para que o Senhor abra os olhos e corações de pastores para que façam missões [...] Lembre-se que a “...oração de um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16b). Justo” no original grego (gr. δίκαιοςdikaios ), quer dizer: (íntegro, reto, justo, correto, honesto). Portanto você é um justo, já justificado por Jesus Cristo. A sua culpa já foi entregue para Jesus na cruz. Você é virtuoso(a), precioso(a), portanto pode orar com confiança e Deus ouvirá a sua oração e responderá.
Missão é a tarefa de testemunhar de Jesus Cristo aos perdidos. Missão é a tarefa de levar homens a Jesus Cristo. Missão é alistar soldados ao Exército de Jesus Cristo. Missão é obedecer e proclamar as “Boas Novas” de salvação até os confins da terra.
Agradeço ao Senhor pelo chamado, pois posso alcançar o objetivo da Igreja que é anunciar a Jesus Cristo, Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos e, olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Aqueles dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.” (João 1.34-37).
Através deste tão lindo chamado de Deus, que é fazer missões, posso levar homens a Jesus Cristo, André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e que seguiram a Jesus. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo)”(Jo. 1.40-41).
Cada pessoa que faz a vontade de Deus poderá alistar soldados para o Exército de Jesus Cristo, Partiu, pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo-o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos” (At. 11.25,26).
Como é maravilhoso ser usado por Deus para proporcionar o crescimento da Igreja de Jesus Cristo, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos... e cada vez mais se agregavam crentes ao Senhor em grande número tanto de homens como de mulheres... Assim, pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicava.” (At. 2.47;5.14;9.31). Que o Deus Eterno e Soberano lhe abençoe em Nome de Jesus Cristo nosso Salvador. Pastor Antero Kaczan.

7.2 A IGREJA DE JESUS CRISTO NO BRASIL TEM FEITO MISSÕES TRANSCULTURAIS.
Brasil – O Gigante Adormecido
‘’…Deitado eternamente em berço esplêndido…’’ – frase do hino nacional brasileiro
PENSAMENTO
Hoje em dia muitas pessoas dizem amar Jesus e o seu reino celestial, mas poucos carregam sua cruz. Muitos anseiam pelo conforto que Ele traz, mas poucos estão dispostos a enfrentar as provações que seu nome pode trazer. Jesus encontra muitas pessoas que desejam partilhar do seu banquete, mas poucas dispostas a jejuar com Ele. Todos querem desfrutar da alegria que Ele traz, maspoucos estão dispostos a enfrentar algum sofrimento por causa dEle. Muitas pessoas seguem Jesus até o momento de partir o pão, mas poucos chegam a tomarde seu cálice do sofrimento. Muitos admiram os seus milagres, mas poucos seguem-no na indignidade de sua cruz”. Tomas á Kempis.

INTRODUÇÃO
Em dezembro de 2004, vários líderes de organizações missionárias latinas reuniram-se na Costa Rica. O encontro foi promovido pela Wycliffe, missãoes pecializada no trabalho de tradução da Bíblia. Naquela ocasião pude participar do Fórum de Colaboração para o Impacto das Escrituras. Foi quando percebi a necessidade de escrever uma reflexão, a partir de uma perspectiva latina, que mostrasse a todos os presentes porque o Brasil, que tem um grande potencial missionário, ainda não “decolou”. Minha conclusão é que esse potencial jamais será totalmente alcançado sem que exista uma parceria mais efetiva com a Igreja do hemisfério Norte. Afinal, precisamos enfrentar muitos obstáculos naturais, considerar o tamanho dos desafios e também nossa realidade espiritual.

O especialista em missões Peter Wagner declarou, no começo da década de 1990, que o Brasil seria a maior força missionária mundial em 2010 e que 2025 seria a vez da China. Isto ainda não ocorreu e realmente creio que não existem sinais evidentes de que tal previsão se cumpra. Em parte, o problema é a falta de parcerias eficazes entre a Igreja do hemisfério Norte e a Igreja brasileira. Mesmo assim, segundo Patrick Johnstone, o Brasil é terceira nação que mais envia missionários neste momento.
Pensando sobre a situação da China, a previsão de Peter poderá se concretizar, pois a China já vem explorando seu potencial missionário hoje de forma mais ampla e eficaz que o Brasil. Basta lembrar que somente o Movimento Back to Jerusalem pretende levantar 100.000 missionários chineses. O plano é que eles saiam da China percorrendo o trajeto conhecido como “rota da seda”, hoje também chamado de “Janela 35-45” ou Janela Túrquica, até chegar a Jerusalém. Muitas reuniões estão sendo feitas sobre o assunto e o Irmão Yan, um pastor chinês que esteve preso durante mais de 20 anos por pregar o evangelho, está sendo tremendamente usado por Deus para divulgar a visão. O movimento conta com o apoio do escritor Paul Hattaway, que colocou o assunto, de forma jornalística, em evidência nasvárias reuniões de parcerias realizadas no mundo para tratar do assunto. Esse tipo de proposta de união no trabalho missionário é algo vital para ajudar no treinamento, na logística e na estratégia daqueles que serão convocados para essa empreitada tão importante e perigosa.
Parece que há mais interesse e generosidade da Igreja do hemisfério Norte em relação à Igreja chinesa. Creio que o principal motivo seja o sofrimento que osirmãos chineses enfrentaram por causa da perseguição; algo que, de certa forma, serviu para purificá-la. Além disso, a comunidade chinesa cristã espalhada pelo mundo é rica e pode, certamente, investir no financiamento deste contingente tão corajoso que ainda está passando por um duro treinamento. A perseguição fez deles militantes persistentes da causa de Cristo e, acima de tudo, muito bem-sucedidos na evangelização. Prova disso é a estimativa de que ocorram 27.000 mil conversões na China a cada dia. É importante destacar ainda que, segundo o pesquisador Patrick Johnstone, a maioria desses evangelistas são mulheres, muitas delas ainda adolescentes.

Ao longo dos anos vários escritores fizeram análises sobre a Igreja brasileira partindo da perspectiva do hemisfério do Norte. Alguns deles trabalham no Brasil ou são obreiros nacionais educados dentro de uma filosofia de trabalho típica da Igreja do Norte. Entendo a importância desses escritos, mas sinto que é preciso fazer uma nova leitura do que está acontecendo sob uma perspectivamais latina.

Mudanças no mundo.
Nos últimos anos, quase da noite para o dia, a América do Sul viu o mundo passar por uma mudança histórica na produção de alimentos, que está transformando o interior quase inexplorado do continente no “novo celeiro” do mundo. Isso não era algo previsto e muito menos aceitável, pois no passado se enfatizava que o bom da exportação era o material processado e não a matéria-primaem si.
Um dos últimos locais do planeta onde ainda existem grandes áreas disponíveis para agricultura, a América Latina (sobretudo o Brasil) tem visto uma verdadeira explosão na exportação de produtos agrícolas na última década. Tal crescimento é alimentado por uma combinação de políticas econômicas pró-mercado e avanços na agronomia. Assim, terras tropicais inutilizáveis foram transformadas em terras produtivas, aumentando os níveis de produtividade aponto de ultrapassar os Estados Unidos e Europa, o que acabou desafiando odomínio tradicional deles no mercado global de produtos agrícolas.

Assim como o profeta Jeremias , não posso me calar diante de tantas razões que atestam a possibilidade de vermos este gigante chamado Brasil “decolar”
Os missiólogos concordam que o século XXI está testemunhando um grande deslocamento no “centro de gravidade” do mundo cristão, indo do norte e oeste em direção ao sul e leste. A realidade incontestável é que em 1960 o hemisfério Norte possuía 75% da membresia da igreja do mundo e o Sul, somente 25%. No ano 2000, esse quadro já estava invertido, pois estima-se que 75% dos cristãos vivem na porção sul do planeta e 25%, no Norte . Os números relativos ao envio de missionários também mudaram nas últimas quatro décadas, mas não na mesma proporção.
Anteriormente, quando se falava de um missionário a idéia mais comum era de umamericano ou europeu de pele branca. Este quadro hoje mudou e percebe-se que a área de treinamento melhorou sensivelmente no hemisfério Sul. Em grande parte, isso aconteceu como conseqüência do investimento da Igreja do Norte nesta área, bem como da adaptação do treinamento ao contexto latino em muitas escolas.
Para os escritores e estudiosos do hemisfério Norte essa idéia parece algo totalmente novo. Até mesmo os latinos podem duvidar da viabilidade desse tipode parceira, mas é preciso que a Igreja absorva novas idéias e quebre paradigmas. A verdade é que ainda existe muito a ser feito e o mundo não é mais o mesmo. É preciso identificar o sinal dos tempos e seguir em frente sem estar preso a tradições humanas. O mover de Deus nesse novo tempo é inegável. Politicamente, o Brasil busca estar no centro dessas mudanças, pleiteando uma posição de liderança. Será este um sinal profético para a Igreja Brasileira?

A realidade do Brasil em Missões Transculturais na atualidade
O Brasil foi chamado de “cadinho de nações” por causa de seus muitos casamentos inter-raciais. Aqui existe liberdade religiosa e temos um pouco mais de 3.000 missionários transculturais. Pode parecer muito, mas considerando a existênciade aproximadamente 54 milhões de cristãos evangélicos, espalhados por 300.000 igrejas, é um número quase irrelevante. Basta lembrar que menos de 500 dessas igrejas têm um missionário trabalhando na região da Janela 10-40 e Além, onde vivem 95% dos povos menos alcançados da Terra e menos de 300 mantêm missionários trabalhando entre os povos indígenas do Brasil.

Calcula-se que a cada dia ocorrem em média 7.500 conversões no país, num totalde mais de 2.7 milhões por ano. Contudo, a negligência da Igreja Brasileira pode ser vista em próprio solo nacional, pois ainda existem mais de 152 tribos indígenas sem a presença de missionários.

Opotencial não explorado. A conclusão lógica é que existe um potencial muito grande ainda inexplorado.
Existem pouquíssimas igrejas fazendo muito por missões transculturais, mas a maioria não tem feito nada (ou quase nada) para a evangelização mundial. As pessoas só podem sedispor a fazer algo em prol de missões quando são informadas e desafiadas.Quando isso acontece, surgem milhares de candidatos, inclusive com nível universitário concluído, mestrados e até doutorados, interessados em ser treinados para levar o evangelho aos não alcançados.
Todos esses fatores devem ser levados em conta ao refletirmos sobre o potencial missionário inexploradoda Igreja brasileira, assim como o perfil da nossa cultura, que influencia o modo de ser e pensar de cada crente brasileiro.

As razões porque o Brasilainda não “decolou”:
1 – Cultura individualista:

Existe um adágio brasileiro bastante conhecido que diz: “Cada um por si e Deuspor todos”. Este ditado popular revela uma realidade da situação do país, mostrando que cada um quer fazer suas próprias coisas e tem uma grande dificuldade para realizar um trabalho em equipe.
Isso pode ser fonte de problemas, pois infelizmente há pouca unidade nomovimento missionário brasileiro e muito se deve a essa cultura individualista. As organizações missionárias poderiam unir os esforços e fazer muitas atividades juntas. Um bom exemplo é que por mais de dois anos fala-se em produzir uma revista que una todas as agências missionárias do país. O custo seria menor e conseguiríamos uma expressão maior para as necessidades missionárias. As missões que já possuem algum tipo de publicação não conseguem aumentar a tiragem, e acabam produzindo uma tiragem pequena que aumenta oscustos. O resultado é que a falta de unidade acaba sendo um grande impedimento para a popularização do material de missões, pois as organizações missionárias e igrejas não trabalham juntas para um objetivo comum.
As diferenças denominacionais, principalmente as diferenças existentes entre aforma de trabalhar dos chamados “pentecostais”, “renovados” e “tradicionais”, comprometem o trabalho missionário brasileiro. Se de um lado os membros de Igrejas pentecostais valorizam pouco a necessidade de treinamento transcultural e o trabalho de longo prazo, como a tradução da Bíblia para povos não alcançados, por outro lado, os chamados “tradicionais” dão pouca importância a questões como oração e batalha espiritual. Seria maravilhoso se ambos unissemas forças e fizessem um trabalho conjunto para alcançar todas as tribos brasileiras e as regiões do mundo que ainda não têm testemunho efetivo doevangelho.

2 – Cultura Nacionalista ou Etnocentrista.

Várias missões latinas têm se vangloriado de ser totalmente nativas. O pensamento brasileiro, incentivado por norte-americanos e europeus é que esta é “a hora do Brasil”. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que a hora da América do Norte e Europa já passou. Isso reflete um orgulho ufanista e totalmente descabido. Seria mais sensato pensar que esta é a hora da Igreja como um todo. Precisamos unir as forças do hemisfério Norte e Sul para terminarmos a tarefada evangelização mundial. A Grande Comissão não foi entregue a uma nação ou continente específicos, mas à Igreja toda, e deve ser estabelecida na face detodo o planeta.

O mundo só vai crer quando formos um. Estas palavras foram pronunciadas na oração sacerdotal de nosso Senhor Jesus Cristo. Creio que esta oração vai ser respondida, mas espero que isso ocorra ainda em nossa geração. O pesquisador Daniel Rickett afirma que nenhuma missão ou igreja pode sobreviver sozinha neste novo milênio. Para as mega-missões, mega-igrejas e as organizações cristãs que ainda estão nascendo, as parcerias interculturais tornaram-se um elemento vital para o sucesso ministerial, principalmente para alcançar regiões“fechadas”, como China, Índia, Norte da África e Oriente Médio. Creio que, mais do que nunca, a força missionária para a evangelização mundial não está apenas nas mãos da Igreja do chamado “mundo dos dois terços”, que inclui África, Ásia e América Latina, mas sim no conjunto total, ou seja, contando com a parceriada igreja do Norte.

3 – Falta de projetosdentro da realidade brasileira
O pesquisador e especialista em estatística George Barna diz que o mundo mudoue que quem não mudar, morrerá. Lembro também de um provérbio africano que diz: “Os cachorros de ontem não caçam os coelhos de hoje”. A lição mais importanteque aprendemos com essas declarações é que os métodos do passado não servem para os dias de hoje. Isso também é verdade em relação aos métodos, estratégias, fórmulas e logística da Igreja do hemisfério Norte, que não servem para o hemisfério Sul.
A Bíblia também ensina uma lição semelhante quando relata a indignação do jovem Davi ao ver o gigante Golias desafiando o povo de Israel. O desafio do guerreiro filisteu chegou ao conhecimento do rei Saul e do exército israelense. A primeira providência do rei foi colocar sua armadura pesada no jovem Davi. Isso simboliza a imposição de paradigmas dos poderosos e do uso de métodos pré-estabelecidos. Davi colocou a armadura imediatamente, mas percebeu que eramuito pesada e desconfortável para ele. O jovem pastor israelense estava acostumado a lutar e não tinha problemas de auto-estima, por isso disse: “Não posso andar com isto, pois não estou acostumado a fazer as coisas deste modo”. Davi enfrentou o gigante sem usar as armas convencionais do rei Saul e mesmo assim alcançou uma grande vitória, livrando o povo de Israel do exército inimigo ou de uma grande vergonha.
As Escrituras também mostram Davi usando a espada de Golias para cortar acabeça do gigante. Posteriormente ele voltou a usar a mesma espada em algumas de suas batalhas. A experiência que adquiriu nas guerras fez dele um dos maiores especialistas em batalhas da história de Israel e ele chegou a treinar um dos melhores exércitos que seu povo conheceu.
Em resumo, o modelo bíblico indica que para iniciar um ministério não é precis ousar tantos aparatos, mas a necessidade de uso destes vem com o passar do tempo. As organizações baseadas no hemisfério Norte só enviam seus candidatos com o valor total ideal para irem ao campo. Hoje os missionários latinos podem viver bem com cerca de um quinto do sustento requerido pelos missionários vindos do hemisfério Norte.

4 – A barreira do idioma.
Esta é uma grande desvantagem para a Igreja brasileira, que hoje é a terceira maior igreja do mundo em número de membros, atrás somente dos Estados Unidos e China. Poucos líderes nacionais falam inglês fluentemente para se comunicar com líderes internacionais. Em parte, esse é um dos motivos que impede o surgimentode parcerias internacionais mais eficazes, algo vital para o projeto missionário transcultural de levar o evangelho aos povos não alcançados. Porfalta de preparo adequado e da fluência em outras línguas, o grande potencial dos missionários brasileiros acaba não encontrando liberdade suficiente para sedesenvolver e cumprir o propósito eterno de realizar as boas obras reservadasde antemão a cada um de nós.

Hoje em dia existem cerca de 3.000 brasileiros trabalhando em tempo integralcomo missionários transculturais. Na média, existe um missionário para mais de 150 mil evangélicos do país. Enquanto isso, a Igreja Indiana, que é muito menor e possui menos recursos financeiros, conta com mais de 27.000 missionários transculturais, nove vezes mais que o Brasil.

Deve-se considerar ainda a situação daquela nação, que tem o grande desafio de alcançar os diversos povos e línguas que vivem em seu próprio território, principalmente no norte do país. São mais de 600.000 vilas e cidades, das quais apenas 100.000 possuem ao menos um obreiro cristão. Uma das vantagens nas parcerias feitas pelas missões indianas é que, por causa da colonização inglesa, a grande maioria dos líderes cristãos fala inglês. Além disso, amaioria dos missionários indianos que deseja trabalhar com etnias não alcançadas pode permanecer em sua própria nação. Porém, a lingual geral (inglês) continua sendo um benefício inegável para aqueles irmãos.
O sistema educacional da América Latina não contribui para um bom aprendizadoda língua inglesa nas escolas. Muitas vezes o missionário é mal compreendido quando diz que precisa de recursos para estudar inglês fora do país, o que acelera o aprendizado. É preciso mudar essa idéia equivocada de que omissionário não pode considerar o aprendizado do inglês como parte da suapreparação para a obra missionária.

5 – Cultura Egoísta.
Infelizmente, a cultura predominante na liderança evangélica brasileira é egoísta. Somente pensam nos que estão próximos e nas necessidades de suas própria igrejas e/ou denominações. Pesquisas indicam que somente o vergonhoso índice de 1% dos recursos da Igreja no mundo é investido em missões transculturais aos não alcançados. Contra fatos não há argumentos.
Esta realidade é perpetuada na igreja brasileira. As igrejas pentecostais e renovadas, embora sejam conhecidas pelo seu zelo evangelístico, são as que menos contribuem para alcançar pessoas fora do Brasil. A média de contribuição individual para missões transculturais é de apenas R$ 1,30 por ano. Ou seja, cada evangélico brasileiro contribui com menos de um dólar.

O Brasil não é um país tão pobre quanto se pensa. Trata-se de uma das 10 maiores economias do mundo. O problema é uma grande discrepância na distribuição da renda nacional. Merece atenção o fato de que a maioria das igrejas que apóia a obra missionária é pequena. A discrepância na distribuição de renda é refletida nas grandes igrejas, que dividem muito mal a sua arrecadação quando se trata de missões. Centenas de igrejas grandes não têm um programa de investimento mensal na obra missionária, estando mais preocupadas com novas construções e o conforto apenas de seus membros. Para ajudar na avaliaçãode nível de comprometimento, elaboramos uma escala para medir o envolvimento deuma igreja com missões transculturais. Essa escala não se baseia em valores absolutos, mas sim na proporção do investimento em missões comparado ao total de arrecadação mensal. Com ela pretendemos identificar a distribuição de rendadentro das igrejas brasileiras. O patamar mais baixo é o das igrejas omissas (que investem de 0 a 4% de suas entradas em missões transculturais); o seguinte é o das igrejas passivas (com investimento de 5 a 9%); em seguida vêm as igrejas interessadas (que contribuem com 10 a 19%); chegando até a categoria de envolvidas (20 a 29%). A partir daí, pode-se atingir níveis mais positivos: ser amiga de missões (contribuindo com 30 a 39% de seus recursos), apaixonada pormissões (investimento de 40 a 49%), culminando com as verdadeiramente comprometidas com missões (que investem mais de 50%). Até agora só encontramos somente duas igrejas que se enquadrariam nesse último nível. Para os que criticam a necessidade de finanças vindas de fora do país, é bom lembrar que a maioria das igrejas pesquisadas não poderia ser chamada nem mesmo de envolvida com missões.

6 – Medo desmedido da igreja do Norte.
As organizações missionárias do hemisfério Norte demonstram um medo desmedido de associar-se com as organizações do Sul. O argumento usado é que se trata de paternalismo. O canadense Oswald Smith percebeu isso e chegou a dizer que: “O nacionalismo se manifesta em quase todos os países, e está dificultando crescentemente a obra missionária. O seu lema é: África para os africanos, Índia para os indianos, e China para os chineses”. Alguns missiólogos baseiam-se em investimentos mal feitos no passado para argumentar que não se deve enviar recursos a nações pobres. Isso vai contra o relato bíblico.
O apóstolo Paulo não era natural da Antioquia, foi para lá a convite de Barnabé e recebeu parte do seusustento de Filipos. Ele menciona isto de uma maneira especial, dizendo que Filipos foi a única igreja que investiu no seu ministério após ter saído para a Macedônia.
Quando penso nisto, vejo a lição extraordinária que os líderes muçulmanos estão nos dando. Eles enviam obreiros avançados de diversas nações, inclusive de países pobres, que são financiados por países muçulmanos ricos, como Arábia Saudita, Líbia, Catar, Emirados Árabes Unidos e outros.
Podemos imaginar um exemplo baseado no que eles estão fazendo. Levantar 4.500 equipes multinacionais com pessoas do hemisfério Sul (que tem abundância de obreiros interessados) e treiná-las para a tradução da Bíblia nas línguas faltantes. Estas equipes seriam compostas de tradutores, alfabetizadores, evangelistas e enfermeiros financiados majoritariamente por nações ricas. Este trabalho seria feito através de uma parceria em que cada país contribuiria proporcionalmente com o salário mínimo vigente em território nacional. Isto seria uma revolução que ajudaria a concluir uma das tarefas mais difíceis da obra hoje, que é atradução da Bíblia para todas as línguas. Se algo parecido não for feito urgentemente, o alvo proposto pela Visão 2025, de ter um tradutor da Bíblia em cada língua até o ano 2025 será apenas mais um sonho lindo das organizações missionárias.
Creio que já chegou a hora de superarmos os modelos vigentes e nossos medos, pois a Igreja do Senhor é feita de muitas partes. Deus distribui dons especiais para a edificação do corpo. A natureza da Igreja é que cada parte distinta deve fazer o seu trabalho de maneira única. Portanto, para que ocorra a expansão da Igreja precisamos de mais obreiros, mais oração, mais contribuições financeiras e mais cuidado pastoral realizados em parceria. Somente assim faremos com que a dinâmica do reino se estabeleça. Um bom livro que aborda essa maneira detrabalhar conjuntamente foi escrito por Daniel Rickett e tem o sugestivo título “Building Strategic Relationships – A Practical Guide to Partnering WithNon-Westerner Missions” (Construindo Relacionamentos Estratégicos – Um guia prático para as parcerias com as missões não ocidentais). Infelizmente não dispomos desse material em português, mas ele traz contribuições valiosas, segundo a perspectiva de um membro da Igreja do hemisfério Norte.
K. P. Yohannan, um líderde missões indiano que mora nos Estados Unidos, faz algumas observações importantes sobre essa questão:
Cristãos norte-americanos sozinhos, sem muito sacrifício, podem suprir financeiramente todas as necessidades das igrejas no terceiro mundo. Por que nós não podemos gastar pelo menos um décimo do que usamos para nós mesmos na causa da evangelização mundial? Se as Igrejas dos Estados Unidos sozinhas tivessem feito este comprometimento em 1986, haveria 4.8 bilhões de dólares disponíveis para aevangelização mundial. Se a abundância dos americanos me influenciou, a abundância dos cristãos me influenciou mais ainda! Nos Estados Unidos existem 5.000 livrarias evangélicas que vendem artigos religiosos que ultrapassam minha capacidade de imaginação. Tudo isso enquanto mais de 4.000 das 7.148 línguas domundo ainda estão sem uma única porção da Bíblia na sua própria língua. 80% das pessoas do mundo nunca possuíram uma Bíblia, enquanto os americanos têm em média quatro Bíblias por residência.

Se a igreja do Senhor que está no Norte não fizer a sua parte neste processo de parceria, estará omitindo os dons que o Senhor lhe tem dado para contribuir para a expansão do Reino.
Spencer Johnson, autor do best-seller Quem Mexeu No Meu Queijo?, enfatiza a necessidade de mudança de paradigmas em várias áreas da vida. Ele reforça a afirmação categórica do pesquisador cristão George Barna: “Quem não mudar, morrerá”. Vemos a necessidade de mudança de pensamento da Igreja do hemisfério Norte em relação a parcerias com a igreja do Sul, principalmente com as igrejas do Brasil e América Latina. O fato de brasileiros receberem apoio financeiro não os torna dependentes de um país, mas sim da providência de Deus, concretizada pela sua Igreja espalhada pela Terra.
Poderia citar como exemplo, entre vários na América Latina, um casal que investiu dez anos de sua vida no preparo para se tornar tradutor da Bíblia. Eles foram aprovados por sua denominação para ser missionários, mas o maior desafio que têm enfrentado é levantar o sustento integral. Chegaram a pensar que desenvolvendo um ministério local facilmente teriam o sustento depois de algum tempo, o que não aconteceu. No entanto, o ministério vital a que eles se propuseram continua com falta de obreiros única e exclusivamente por não termos estrategistas na área de missõesque apresentem propostas concretas para uma mudança de atitude. Se houvesse uma parceria com a Igreja do Norte, exemplos como estes deixariam de existir e aforça missionária aos não-alcançados poderia ser multiplicada facilmente em mais de 100 vezes.
Edison Queiroz, um experiente pastor e mobilizador de missões transculturais, que pastoreou a 1ªIgreja Batista em Santo André – SP (que foi um modelo em missões nos anos 80), baseado em sua experiência nos EUA, nos traz as seguintes observações:
A Igreja Americana está muito voltada para si mesma. Há um movimento de formar mega-igrejas, onde os ministérios são voltados e especializados para as pessoas que vivem ao redor da igreja e o enfoque é somente alcançar a cidade.
2. Os americanos não crêem no potencial dos estrangeiros. Eles não consideram que as pessoas alcançadas no campo pode tornar-se missionários.
3. Eles têm muito dinheiro, e quando investem no campo querem controlar excessivamente as ofertas.
4. Alguns têm muitas tradições quanto à obra missionária que precisam ser quebradas. Por exemplo, a necessidade de ter doutorado para poder ir ao campo, excesso de benefícios para os missionários, etc.
5. O denominacionalismo aqui também é exacerbado. Poucas denominações fazem parcerias com outras e também com agencias missionárias.
6. Existe também o problema cultural, com uma forte tendência a olharem outras culturas como inferiores.
7. Tudo isto sem contar todo o background político que tem sido um grande impedimento também.

Tradicionalismo.
O tradicionalismo tem feito que os trabalhos realizados à maneira latina sejam criticados por lideranças conservadoras. Isto tem prejudicado o aparecimento de trabalhos genuinamente latinos. Se quisermos ver latinos chegando aos não-alcançados em grande quantidade, precisamos apoiá-los. A maioria das escolas de treinamento ainda copia currículos de instituições do Norte e procuram impor essa “fórmula” aos latinos.
Aqui, uma vez mais, somos remetidos ao relato bíblico referente a Davi, filhode Jessé, no campo de batalha. Todos viram sua coragem e desejo de enfrentar o incircunciso Golias. Assim, a primeira coisa que fizeram foi oferecer-lhe uma armadura pesada que impedia seus movimentos. Sua reação natural foi rejeitá-la. Quando agiu do modo como estava acostumado, sem a armadura, o resultado foi avitória do povo de Israel num momento crucial de sua história. Davi não ficou preso à tradição e guardou a espada do gigante morto. Posteriormente, usou outras vezes a espada que conquistara até ficar tão acostumado com o manejo dela que chegou a treinar outros soldados. Os homens de Davi formaram o melhor exército da história de Israel. Do mesmo modo, precisamos dar liberdade para os latinos desenvolverem-se aprendendo com seus próprios erros e acertos. Antigamente, missionários estrangeiros acabavam assumindo todas as funções e treinavam poucas pessoas para substituí-los. A proposta agora é acabarmos com esse tipo de tradição humana que não desenvolve todo o potencial dos candidatos. Vemos, então, que a questão financeira é apenas um aspecto da cooperação, que inclui ainda treinamento de qualidade e trabalho conjunto.

8 – Diferenças culturais.
A forma de atuar dos brasileiros é bem diferente da dos povos do Norte. Os brasileiros são mais orientados para o trabalho com pessoas do que com tarefas. Isso já está mudando nas grandes cidades. Mesmo assim, essa característica é muito importante, pois esse é justamente o perfil da maioria dos povos não-alcançados da Terra.
Creio que, com um bom treinamento, poderemos ver equipes mistas, compostas de latinos, europeus e norte-americanos trabalhando juntos para expansão do Reino na face da Terra. Creio que é hora de as organizações investirem não só nos missionários que já estão no campo, mas também no treinamento daqueles que um dia servirão à causado Senhor.

9 – Cultura da Infidelidade.
Infelizmente, a cultura normal do brasileiro é não cumprir com os compromissos assumidos, o que não implica numa punição visível. Os missionários que dependem de promessas de crentes têm ficado frustrados, decepcionados e muitos deles até mesmo amargurados. O quadro não é muito diferente com as igrejas. Muitas delas enviam seus candidatos com um compromisso assinado, algumas vezes registrado e matas, e o resultado acaba sendo desanimador, pois não raro as promessas não saem do papel.
A mudança de pastor, construção de um templo, método de trabalho da igreja ou uma crise financeira pode ser um argumento forte o suficiente para cortar osustento do missionário. Assim, o missionário acaba sendo visto como algo descartável ou até mesmo supérfluo. Na maioria das vezes essas mudanças ocorrem sem tempo hábil para um planejamento ou comunicação prévia com o missionário, que pode acabar forçado a abandonar o campo.

Fizemos uma pesquisa com um cadastro de 20.000 pesssoas que assinaram um cartão de compromisso de sustento. Os números mostram que a média dos mantenedores fiéis a seu compromisso é de apenas 5%. Vale lembrar que esses compromissos são assinados. Este não é um quadro verificado apenas por nós, mas podemos dizer sem medo de errar que, de uma forma ou de outra, todas as agências sofrem com essa falta de fidelidade. Conversei sobre isso com um líder de outra organização missionária e ele me disse que eles têm trabalhado arduamente na área de fidelização, no entanto somente o mesmo percentual de 5% na fidelidadedos compromissos assumidos é alcançado.

10 – Denominacionalismo exagerado.
Quando se pensa em missões transculturais aos povos não alcançados, é preciso deixar o denominacionalismo exagerado de lado. O trabalho missionário deve serfeito em conjunto em várias frentes.
Somente o trabalho missionário pode unir a Igreja, pois é uma das poucas questões que não gera polêmicas teológicas. Jesus nos alertou que o mundo somente vai crer quando formos um. Muitos líderes preocupam-se em colocar uma placa denominacional acima de tudo. Contudo, eles nem imaginam que em alguns lugares é impossível exibir publicamente o nome da igreja evangélica. Isso sem falar no escândalo que é para algumas culturas verem dois ou mais grupos criticando abertamente um ao outro.

Como seriam nossas igrejas se os missionários que aqui chegaram tivessem amesma visão? Hoje seríamos meras congregações das igrejas do hemisfério Norte. Há muitas igrejas interessadas em ver suas “extensões” nos países do hemisfério Norte, especialmente entre a comunidade de brasileiros que vivem como imigrantes nos países ricos. Infelizmente, poucas igrejas rompem com esse pensamento e trabalham juntas pela extensão do Reino e não por uma expansão denominacional. Por causa disso, os números mostram que menos de 0,2 % dasigrejas brasileiras tem um missionário trabalhando entre os povos não alcançados.

Olhando para as Escrituras, não há indícios de que os apóstolos deveriam ficar permanentemente em Jerusalém e governar a Igreja. Tampouco havia o conceito difundido hoje em dia por certos grupos de que “apóstolo” é o líder principal de um grupo de igrejas. Paulo nunca manteve um controle dominador “apostólico” das igrejas implantadas por ele.

11 – Cultura do retorno financeiro.
Por que investir num tradutor da Bíblia para uma língua que ainda não dispõe dela e cujos falantes não conhecem a escrita? Isso não traz retorno financeiroe implica em grande investimento a longo prazo. Essa é a idéia mais comum no contexto brasileiro. Dificilmente lembramos que João Ferreira de Almeida começou a tradução da Bíblia para o português aos 16 anos de idade e morreu sem vê-la concluída.
É impressionante ver o relato de como a Bíblia foi traduzida para a língua tibetana. Foram 90 anos de trabalho árduo e os missionários morávios que começaram o trabalho não o viram ser concluído. A determinação daqueles que sedispõem a ser pioneiros é admirável.

Quando se investe em um obreiro nacional para implantar uma igreja onde já existem muitas outras, o resultado geralmente é rápido. Logo se estabelece uma congregação que muitas vezes envia todos os recursos para a sede. Manter um missionário em campos não-alcançados é caro e dá muito trabalho. Esquecemos daquelesque pagaram o preço para trabalhar em nossa pátria, deixando sua família, cultura e igreja para que nós tivéssemos acesso ao evangelho.

Há missionários sendo enviados para lugares onde a comunidade brasileira é forte, principalmente onde há um retorno financeiro rápido, pois almejam alcançar os imigrantes que buscam melhores oportunidades de ganho financeiro. Aquestão é: por que não existe um investimento proporcional para se alcançar os confins da Terra, principalmente aqueles que nunca ouviram uma vez sequer a mensagem do evangelho? Acaba existindo uma confusão na cabeça de muitas pessoas sobre o que realmente é um trabalho missionário transcultural.

Todos os obreiros no reino de Deus são levitas e por isso deveríamos ver oprincípio bíblico ser aplicado. A tribo dos levitas recebia 110% de ofertas. Acontribuição era 10% de cada uma das outras 11 tribos, que retinham 90%. Este quadro foi mudado e quando foi instituído o dízimo dos dízimos os levitas passaram a ficar com 99%. Mesmo assim recebiam 10% a mais do que as demais tribos. A questão é: “Até que ponto os levitas de hoje são somente os músicos, como pregam muitas igrejas?”

É impressionante ver que os salários dos missionários transculturais parecem ser cortados e diminuídos por qualquer motivo, enquanto o mesmo não acontece com os salários pastorais. No conceito da maioria das igrejas brasileiras, o missionário é visto como uma pessoa de segunda categoria ou um extraterrestre. Essa atitude precisa ser mudada, e para isso é necessário eliminarmos essa cultura do retorno financeiro.

O “normal” para muitas igrejas brasileiras é fazer campanhas para ajudar os missionários. Geralmente elas só conseguem arrecadar artigos que não têm mais nenhuma utilidade, coisas já desgastadas e que dificilmente podem ser usadas pelos missionários. A idéia predominante é de que os missionários são pessoas que não “deram certo” na igreja e por isso são vistos como uma espécie de“cidadãos de segunda classe”

12 – Barreira Financeira.
A distância geográfica entre o Brasil e os povos não-alcançados da Ásia, Oriente Médio, Norte da África e Sahel é muito grande, o que gera maiores necessidades financeiras. Vejamos um exemplo prático: o custo de uma passagem aérea para um britânico visitar um país africano como o Níger corresponde a menos de um salário mínimo da Inglaterra. Enquanto isso, para um brasileiro voar até o Níger o custo é de aproximadamente oito salários mínimos do Brasil. Ou seja, um britânico precisaria trabalhar menos de um mês para viajar, enquanto o missionário brasileiro necessitaria dedicar-se a quase oito meses!
O salário mínimo mensal no Brasil é de aproximadamente 340 dólares americanos. A metade da população brasileira recebe menos de dois salários mínimos por mês. A logística e estratégia para manter um missionário na região dos povos menos alcançados domundo é caríssima. O líder de uma missão brasileira foi desafiado para otrabalho da China, que tem 490 etnias não alcançadas e cerca de 320 milhões de pessoas que nunca ouviram do evangelho. Ele apenas disse: “Não temos interesse na China porque fica distante e não temos estrutura para dar o cuidado missionário”. Eu disse isso ao líder de uma missão da China e sua resposta foi: “Será que Deus continuará distante dos chineses por causa disso?”
Sem pessoas como o apóstolo Paulo, Hudson Taylor, David Linvigstone, William Carey, Adoniran Judson, Daniel Berg, Gunnar Vingren, William Bagby, AshbelSimonton, Nájua Dib e Ronaldo Lidório, o que seria de nós e de tantos outros povos? Mas quando lemos sobre a vida desses e de outros homens de Deus, jamais vemos que dinheiro foi uma barreira intransponível, pois o Senhor sem prelevantava pessoas para ajudá-los na questão financeira. Dinheiro não pode serum impedimento para a continuação da obra.

13 – Concentração de Poder.
O sistema das igrejas evangélicas prioriza a entrada de recursos econômicos e não os feligresses. Prova disso é que onde existe retorno financeiro abundante e rápido há uma concentração de igrejas em detrimento dos lugares onde a população é mais pobre.

O Movimento Brasil 2010 tem trabalhado para ver este quadro mudado. Eles realizam pesquisas sobre a realidade religiosa do país com o objetivo de mostrar aos pastores a desproporção na distribuição das igrejas, visando, assim, uma alocação mais eqüitativa de obreiros até o ano 2010. O alvo é ver uma igreja implantada para cada 1.000 habitantes da nação brasileira.
Uma estatística publicada pelo movimento mostra o exemplo de São Caetano do Sul, no estado de São Paulo. Essa cidade briga com Brasília pelo primeiro lugarem renda per capital da nação brasileira. Existem mais de 60 igrejas em somente15 quilômetros quadrados. Como resultado dessa pesquisa, um pastor deixou uma cidade do interior paranaense para se mudar para São Caetano do Sul!
Quando olho para fatos como este, me admira a pouca atenção dada os desafios daTurquia, por exemplo, país com 70 milhões de pessoas e menos de 2.000 crentes. Em metade dos estados daquela nação não há nenhum obreiro. O que motiva um crente a ir morar onde já existem muitos outros cristãos? O certo não seria as pessoas desejarem levar o evangelho para as regiões onde existem poucos ou mesmo nenhum crente?

14 – Liderança centralizadora.
Na América Latina, principalmente no Brasil, a maioria das igrejas segue o modelo de uma igreja-sede com várias congregações. Isso parece ser herança do sistema católico, onde uma diocese controla várias paróquias.

A maioria da liderança das igrejas no Brasil não é participativa, mas sim dominante, seguindo o modelo dos caudilhos. O quadro é o mesmo em toda a América Latina, África e muitos países asiáticos. Infelizmente, a maioria desses líderes não tem demonstrado amor e compaixão pelos povos não alcançados.

Pedi a uma missionária para fazer uma pesquisa com os missionários da Horizontes para ver quantos deles foram influenciados por seus pastores parairem aos povos não alcançados. Chegamos à impressionante estatística de que 95% deles não foram incentivados, orientados ou desafiados por seus pastores. O mais estarrecedor de tudo é que vários destes pastores na verdade tentaram dissuadi-los a não aceitarem os desafios dos povos não-alcançados enegligenciados pela igreja. A Horizontes somente recebe os candidatos com o apoio de suas igrejas, por meio de uma carta de apresentação. Portanto, é possível imaginar que a primeira batalha do candidato começa com quem deveria apoiá-lo.

Os líderes principais das sedes não dão nenhuma autonomia às congregações. Então, se tais congregações têm um candidato a missões, ele não pode ter apoio financeiro, pois estará desviando o dinheiro da sede. A realidade é que o investimento per capita do Brasil em missões transculturais é o irrisório valorde apenas R$ 1,30 por ano. Como brasileiro, tenho orado para que os pastores presidentes tenham visão, revelação, sonhos, teofanias ou uma palavra do Senhor para que invistam em missões transculturais.

Também tenho orado e incentivado outros a orar para que o Senhor chame os filhos destes pastores presidentes e empresários para missões transculturais, pois sei que se eles forem aos campos não-alcançados não lhes faltará sustento e poderão influenciar seus pais a mudarem a atitude com relação a missões. Se cada uma destas igrejas investisse somente 10% de suas entradas em missões, ocorreria uma revolução extraordinária jamais vista na história da Igreja.

15 – Cultura espiritual.
Os discípulos conviveram com o Mestre por mais de três anos aqui na Terra.Todos os dias ouviam Jesus lhes ensinando as Escrituras e mesmo assim não as entendiam. Finalmente, o Senhor abriu o entendimento deles para que pudessem compreender as Escrituras, como vemos em Lucas 24: 45-48. O objetivo da ida de Jesus para a cruz era resgatar todos os pecadores para a glória de Deus. Ele cumpriu a sua parte, completou cabalmente a sua missão, e depois passou a tocha aos discípulos, dizendo: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20: 21b). Essa tarefa deveria começar por Jerusalém. Muitos têm ensinado que a Jerusalém simboliza a nossa cidade. É preciso lembrar que os discípulos remanescentes não eram naturais de Jerusalém. Eles eram da Galiléia. O único cidadão da região de Jerusalém foi Judas, o traidor.
O ensino do Senhor era que as pessoas, quando se convertiam, deveriam ir primeiro aos seus. Após receberem a preparação do Mestre sobre a Grande Comissão, a visão passada a eles era alcançar todos os povos, tribos línguas enações. A conclusão óbvia é que deviam ir a Jerusalém porque lá todas as naçõesdo mundo estariam representadas. Isso sempre ocorria na festa de Pentecostes, que naquele ano foi marcada pela descida do Espírito Santo.
Os renomados pastores e escritores Andrew Murray e Oswald Smith enfatizavam em seus dias que o maior obstáculo para missões são os próprios pastores. Isso não é diferente em nossos dias.

Posso relatar casos que envolvem vários missionários. Eles constantemente visitam igrejas com o objetivo de levantar os recursos para as passagens ou sustento. Vários pastores aproveitam para levantar ofertas fazendo um apelo dramático para que os crentes dêem tudo o que puderem para a obra missionária e o missionário presente ali. Ao final do culto, alguns desses pastores nem procuram o missionário, enquanto outros dão apenas o dízimo da oferta recolhida. São raros os pastores que demonstram fidelidade quando se trata de ofertas. Conforme afirmavam Andrew Murray e Oswald Smith trata-se de um problema espiritual.
Se queremos ver um avivamento missionário nesta nação, devemos orar para que o Senhor abra o entendimento da liderança da Igreja brasileira e eles possam veralém da sua própria região ou paróquia. Que eles possam ter a mesma visão de John Wesley, que disse: “A minha paróquia é o mundo”.

Conclusão
Muitos líderes nacionais e estrangeiros têm profetizado que o Brasil é um“celeiro de missões”. Isso é verdade, pois trata-se de um celeiro cheio. Mas ele não terá serventia se não for usado para alimentar os povos menos alcançados pelo evangelho. Uma frase do hino nacional brasileiro afirma que opaís está “deitado eternamente em berço esplêndido”. Isso também poderia ser aplicado a este país “gigante pela própria natureza” quando se trata de missões transculturais. É preciso despertar o “gigante” de seu “berço esplêndido” e mostrar que ele é também “belo, forte, impávido colosso”.
Para que isso aconteça será preciso empregar uma força descomunal. Esta força terá que vir de um cordão de três dobras , formado pela parceria entre a igreja estabelecida no Norte, a igreja do Sul e o Senhor Jesus. Somente trabalhandojuntos, em espírito de oração, poderemos ver o potencial missionário do Brasil ser plenamente desenvolvido.

O pastor e líder político Martin Luther King Jr afirmava que: “Esperar que Deus faça tudo enquanto não fazemos nada não é fé, é superstição”. Este esforço tem que ser urgente, pois esta é a época de colheita, em que os adolescentes e jovens estão interessadíssimos em entregar sua vida para a propagação do evangelho entre os não alcançados. Estes jovens brasileiros e latinos que estão sendo recrutados, treinados e enviados aos povos não-alcançados podem viver comum valor 20% menor do que um norte-americano gastaria. Isso sem falar na maior facilidade que os latinos têm de ser aceitos pelo povo local.
Creio que se não houver um grande esforço de recrutar, treinar e enviar este contingente o quanto antes, a colheita pode ser perdida. Este esforço tem queser gigantesco, proporcional ao tamanho do Brasil, que tem dimensões continentais. Para efeitos de comparação, constata-se que o Brasil é maior que toda a Europa e o Leste Europeu juntos. Assim, o planejamento de investimentotem que ser pensado dentro de uma perspectiva continental.
Gostaria de concluir este artigo apresentando alguns passos práticos para que ocorra uma mudança verdadeira neste quadro.

1 – Devemos criar um movimento nacional de oração para que o Senhor abra osolhos e corações da liderança brasileira para os povos não alcançados. Uma boa maneira de divulgar isso seria produzindo bons vídeos, DVD’s, CDs e livros para despertar pessoas para a realidade de missões. Eles deveriam ser baratos e defácil acesso, talvez com custo subsidiado. No Brasil alguns livros de missões têm uma tiragem de apenas 1.000 exemplares. Precisaríamos que fossem dezenas de milhares. Essa tiragem pequena encarece os livros e torna seu acesso restrito auma elite com bom poder aquisitivo. O ideal seria popularizar livros, vídeos eCDs como fez o alemão Martinho Lutero durante a Reforma, que espalhou a Bíbliae seus escritos em seus dias. Levando em conta a experiência que temos com nossa editora, é possível dizer que sem apoio do exterior, muitos bons livros de missões nunca serão publicados em português.

2 – Há uma necessidade premente de que líderes brasileiros aprendam o inglês, assim como também seria oportuno que os líderes de organizações internacionais aprendessem o português. Além disso, ambos poderiam procurar aprender a culturaum do outro. Isto pode ajudar no relacionamento que multiplicará a força brasileira e latina em direção aos não alcançados. Parceria é, acima de tudo, relacionamento.

3 – As organizações que têm mais recursos poderiam destinar uma boa percentagem deles para sustentar os que desejam ser treinados e enviados aos não alcançados. O maior obstáculo para os candidatos brasileiros em missões transculturais ainda é levantar os recursos para o treinamento e depois levantar o sustento completo para se manterem no campo. Esse problema poderá, creio eu, ser solucionado com parcerias fortes. A cada real ou dólar levantado por um candidato brasileiro, a organização parceira do Norte poderá levantar um valor correspondente, o que dobraria o sustento do candidato.

Para citar um bom exemplo, Waldemiro Tymchak, ex-diretor executivo da Junta de Missões Mundiais dos batistas brasileiros, disse que tinha mais de 300 candidatos para serem treinados e enviados. Porém, os recursos da JMM não são suficientes para atender à grande demanda de candidatos. Imagine se uma convenção estrangeira aceitasse o desafio de fazer uma parceria e levantar ametade dos recursos de 100 candidatos. Depois, se esse exemplo fosse imitadopor países como Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Suécia ou Alemanha, o resultado seria 300 novos obreiros treinados e enviados para missões transculturais.
Outro projeto que devemos investir em missões é formar tradutores da Bíblia. É impressionante e vergonhoso constatarmos que em pleno século XXI ainda existam mais de 2.000 línguas sem nenhuma porção da Bíblia. Enquanto isso, existem muitos candidatos interessados, aprovados e cadstrados, mas que não possuem o sustento mínimo adequado para o treinamento.

Se conseguirmos fazer isso, alcançaremos o alvo proposto pela Visão 2025, que visa ter um projeto de tradução da Bíblia em andamento em todas as línguas queainda não o possuem até o ano 2025.

4 – As organizações interdenominacionais enxutas, que não sobrevivem das taxasde administração cobradas de seus missionários, têm um grande desafio: levantar recursos para construir estruturas para Centros de Treinamento Transcultural. As igrejas brasileiras não têm a visão de investir em Centros de Treinamento interdenominacionais. Isso tem impedido o aparecimento de mais organizações dedicadas ao treinamento de missionários. As organizações brasileiras já existentes precisam ser apoiadas por outras organizações do Norte que compreendem melhor que investimentos como esse são vitais para a expansão doreino de Deus.

Tudo o que foi feito até o momento por organizações interdenominacionais brasileiras é fruto de um esforço descomunal dos obreiros e muita criatividadedas lideranças para dar conta do recado. Isso tem consumido muito esforço demobilização e treinamento e drenado muito da energia dos obreiros. Dividindonossas forças, ficamos impossibilitados de dedicar-nos à conscientização missionária da igreja brasileira e desenvolvermos as áreas de logística, estratégia, recrutamento, treinamento e cuidado do missionário no campo.

Se tivermos um bom planejamento, estratégia, logística, um investimento maciço e um trabalho bem feito nas áreas emblemáticas, poderemos inverter o quadro atual. Reiteramos que nas atuais circunstâncias isso só poderá ser feito em parceria com os irmãos do hemisfério Norte. Esta é a hora de parcerias. Somente juntos poderemos mudar a história de missões.

Termino lembrando a experiência de Oswald Smith, que foi pastor da Igreja dos Povos em Toronto, no Canadá, que chegou a sustentar 800 missionários em seus tempos áureos. Em um de seus livros ele narra a seguinte história:
Aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. A França havia se rendido aos alemães. Os Estados Unidos ainda não haviam entrado na guerra. A Grã-Bretanha estava resistindo sozinha, de costas contra a parede, esperando a invasão iminente. Sir Winston Churchill, o primeiro-ministro inglês, resolveu falar diretamente ao povo norte-americano. Eu guiava numa auto-estrada, tendo ao lado minha esposa. Encostei o carro no acostamento e desliguei o motor, a fim de não perder nemuma só palavra de Churchill. O rádio do carro estava sintonizado na BBC de Londres. O primeiro-ministro inglês falou apenas dois ou três minutos, porém declarou algo de que eu jamais me esqueceria, desde aqueles dias até hoje. Sir Winston Churchill, dirigindo-se ao povo norte-americano disse: “Dê-nos as ferramentas, e nós terminaremos o trabalho”.

Parafraseando as palavras de Sir Winston Churchill, afirmo que sem parcerias será impossível alavancar as missões transculturais na igreja brasileira e aproveitar o potencial existente. Em contrapartida, se tivermos as ferramentas, junto com a igreja do Norte, poderemos despertar este gigante e tirá-lo do berço esplêndido onde se encontra e assim terminaremos a tarefa a nós encomendada de fazer discípulos de todas as nações.
David Botelho: Brasil – O Gigante Adormecido. David Botelho.

7.3 COMO DEVE SER A VIDA DO MISSIONÁRIO(A).
PARA QUEM TEM CHAMADO PARA SER MISSIONÁRIO
Para cada pessoa que quer ser missionário, ou tem chamada para o ser, precisa cuidadosamente fazer um exame próprio e ver como se encontra sua vida espiritual. Como está na fé, a santidade, o conhecimento de Jesus Cristo em sua vida e a relação com Deus. O melhor jeito de fazer isto é começar a examinar a vida, através da Palavra de Deus. Comparando a sua vida com a de um dos maiores missionários encontrado na Bíblia Sagrada. O maior missionário foi o Senhor Jesus Cristo. Mas gostaria que você estudasse e examinasse sua vida com a do apóstolo Paulo.
Primeiro podemos citar para lhe ajudar alguns versículos do capitulo 9 do livro Atos dos Apóstolos, que fala sobre a conversão do então Saulo de Tarso. Leia com muita atenção Atos 9.1-18. Lembre-se que você está em fase de exame próprio, estará examinando sua vida comparando com a do apóstolo Paulo. Como já observou que entre os versículos 3-6 Saulo teve um encontro com o Senhor Jesus Cristo. Isto significa conversão. A partir deste momento, Saulo deixa de ser Saulo e passa a ser Paulo, o apóstolo, por chamado de Jesus Cristo. Paulo não pensava que era convertido, ele simplesmente foi! E você é convertido? Responda a você mesmo. Eu quando identifiquei o chamado de Deus na minha vida, no começo também pensei que era convertido. Mas Deus como é misericordioso mostrou-me muitas raposinhas na minha vida. Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas; pois as nossas vinhas estão em flor.” Cantares 2.15. Como são numerosas as raposinhas! Aparentemente pequenas concessões ao mundo: se o mundo faz, eu também posso; desobediência à consciência nas pequenas coisas; pequenas indulgências para com a carnalidade às custas das obrigações; pequenos lances de esperteza, - copiar um CD sem autorização – pirataria, atos maus nas pequenas coisas, para que resulte em bem; não entregar a Deus o dízimo em totalidade; tocar no dinheiro que pertence à Igreja, por mais que seja um centavo e assim por diante. E os frutos da vinha são destruídos! Tudo isso são como imperceptíveis "raposinhas", que às vezes nem nos damos conta de sua existência em nossas vidas. Mas uma coisa é certa, o resultado é sempre destruidor. Não há como ser santificado, ter sucesso na vida espiritual, manter o vinhedo bonito se, por outro lado, ele estiver sendo destruído pelas raposinhas. Poderemos derrotar inimigos fortíssimos, mas se não destruirmos as pequenininhas raposinhas, depois seremos vencidos porque permitimos a ação destruidora de uma delas em nossas vidas. Satanás é astuto, ele começa a atacar a nossa vida com coisas bem pequenininhas que aparentemente não causam danos.
Mas a Palavra de Deus nos adverte ao contrário, sabemos que podem causar grandes estragos e nos destruir.
Existem muitas coisas que acabam invadindo as nossas vidas, situações que às vezes não damos muita importância por serem pequeninas. Portanto Deus quer que cada um de nós indentifique as raposinhas. Deus tem nos dado todas as advertências e armas espirituais poderosas para vencermos todas as investidas do nosso arquiinimigo.
Conversão é mudar a nossa vida 180 graus, isto significa que agora não posso mais viver como eu quero, um pé no mundo e o outro querendo servir o Senhor Jesus. Procure com a ajuda do Espírito Santo, da Palavra de Deus, identificar todas as raposinhas na sua vida e as entregue ao Senhor Jesus. O apóstolo Paulo estava morto, ou seja morreu para o seu eu e para o mundo, para viver para Cristo, ou seja para Cristo viver nele através do Espírito Santo. Palavras de Deus, através de Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gálatas 2.20. E você já esta crucificado para as coisas deste mundo, para viver para Cristo? Se não estiver, não adianta querer ser missionário!
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Agora vamos prestar bem a atenção no versículo de número 6 do capítulo 9. Paulo dá uma pergunta ao Senhor Jesus: “...Senhor, que queres que faça...? Isto significa obediência ao Senhor. Paulo fez exatamente de acordo com as ordens do Salvador Jesus. Você deve ter plena obediência ao Senhor Jesus. Deve ser completamente submisso à vontade do Mestre. Agora lemos os versículos: 15-16 “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, e os reis, e os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer pelo meu nome.” Podemos observar que Paulo passaria por sofrimentos e provações pelo Nome de Jesus Cristo. Portanto continua a examinar sua vida também de acordo com este versículo. Você está disposto a pagar o preço? Você está disposto a sofrer pelo Nome de Jesus? Isto tudo não é algum desenho animado ou alguma história de super herói de filme. Isto é realidade, é a sua vida que estará em jogo, pelo amor ao Mestre. Paulo além de estar disposto a sofrer também estava disposto a morrer pelo Nome de Jesus Cristo: “mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. Atos 20.24” “Então Paulo respondeu:.. Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.” Atos 21.13. Dependendo do país que O Senhor Jesus lhe enviar como missionário, poderá acontecer com você uma destas provações. Uma prova de entregar a vida pelo Nome do Mestre. Hoje em dia tem muitos missionários e missionárias sendo mortos pelo amor ao evangelho. Em quase todos os países Muçulmanos, na China, na Ásia, e outros. "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou…. Tenho-vos dito estas coisas para que vos não escandalizeis. Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim" João 15:18-21; 16:1-3; "Mas antes de todas estas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do meu nome. E vos acontecerá isto para testemunho. Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem. E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome. Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça. Com a vossa perseverança ganhareis as vossas almas" Lucas 21:12-19. Leia também em 2 Cor. 11:24,27, e veras como o apóstolo Paulo sofreu pelo nome de Jesus Cristo. Cada um de nós que somos crentes em Cristo sabemos o quanto é difícil sofrer, seja por pequenas provações ou grandes. Mas nós precisamos ser fortes na fé. Muitos não sabem como lidar com as provações e em vez de aprenderem e adquirirem sabedoria, experiências através das provações que sofrem, acabam blasfemando contra Deus. Em vez de sermos crentes revoltados por grandes ou pequenos sofrimentos ou provações, deveríamos nos alegrar neles. Se formos verdadeiros crentes em Cristo e Seus servos, com Ele seremos participantes de seus sofrimentos. Mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus” 1 Pedro 4:13-14.
Agora lemos os versículos 17-18 de Atos 9, “Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. Logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista: então, levantando-se, foi batizado.” Como podemos observar Paulo foi batizado com O Espírito Santo, Paulo era cheio do Espírito. E você é cheio do Espírito? Se não for, procure ser cheio do Espírito Santo, para ter a autoridade para fazer a obra do Senhor, pois sem Ele na sua vida não adianta se enganar, não conseguirá. O que faz o crente ter poder e autoridade é o Espírito Santo. O próprio apóstolo Paulo disse: “A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder”; 1 Coríntios 2.4. “E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito,” Efésios 5.18. Aquele que já recebeu a Cristo de todo o coração e quer ser cheio e ungido pelo Espírito, certamente será dirigido pelo Espírito de Deus. Portanto é espiritual, discerne todas as coisas. Desejar sinceramente ser controlado e fortalecido pelo Espírito nos dará autoridade e poder para sermos: “retos e obedientes no proceder”. A luz do Espírito Santo ilumina a vida dos honestos, sinceros e fiéis, e com isto vem a alegria e a alegria ilumina o caminho dos que obedecem e servem a Deus de todo o coração. Nos capacita para sermos: “puros nas ações”. Na verdade, Deus é bom para o Seu povo, ele é bom para aqueles que têm um coração puro. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” Mt 5.8. Capacita-nos para sermos: “honestos e bondosos”. Cada crente com o coração que foi transformado e purificado pelo sangue de Jesus Cristo, cresce continuamente para ser semelhante ao Senhor. Nos capacita para sermos: “perseverantes nas dificuldades”. Quem é correto e perseverante nunca fracassará e será lembrado pelo Senhor para sempre. Não precisa ter medo de nada; a sua fé é forte, pois ele confia no Senhor. Ele não fica preocupado, simplesmente confia; ele tem certeza de que os seus inimigos, serão todos derrotados, e terá soluções para todos os problemas. Capacita-nos para: “buscarmos o Senhor em orações”. Quando temos situações difíceis também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Pois muitas vezes não sabemos como devemos orar, mas o Espírito Santo, com grande amor que não pode ser explicado por palavras, intercede a Deus por nós. E Deus, sendo Todo-Poderoso, Onisciente, que vê o que está dentro do coração, sabe qual é o desejo e pensamento do Espírito Santo. O Espírito Santo intercede em favor dos filhos de Deus.
Também nunca deve esquecer que a sua mensagem sempre deve ser Jesus Cristo. Repare o que Paulo fazia após a conversão. “E, tendo tomado alimento, ficou fortalecido. Depois demorou- se alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco; e logo nas sinagogas pregava a Jesus, que este era o filho de Deus.” Atos 9.19-20. “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” Atos 4.12. O apóstolo Paulo não falava de outra coisa a não ser Jesus Cristo, o crucificado. O campo que você estiver precisa escutar que somente em Cristo o ser humano tem: o caminho para Deus; a salvação; o perdão dos pecados; a santificação; a verdade; a vida eterna; direito de ser filho de Deus, etc. E sempre que fizer alguma coisa para o Reino de Deus, sempre faça para honra e glória de Jesus Cristo. Sempre diminua para que Cristo cresça na Sua vida. Lembre-se que você foi chamado para servir, para ser servo de Jesus Cristo e dos irmãos. Quem se humilha Deus exalta, quem se exalta Deus humilha. Ser humilde diante de Deus e dos homens, pois Deus dá graça para os humildes. Pois Paulo também pode ser exemplo de humildade para nossas vidas. “Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês mesmos” Fp 2.3; “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” Tg 4.10; “Pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” Lc 22.26. A humildade é muito preciosa aos olhos de Deus e revela que quem a possuir será mais e mais abençoado e agraciado com os Seus cuidados. Quando temos humildade, ela conserva a alma na tranqüilidade e contentamento, mesmo em meio de provas diárias e gera em nós a paciência, e a paciência a fé. E pela fé recebemos as bênçãos de Deus nos momentos mais difíceis que possivelmente poderemos nos encontrar. É importante observar, nas cartas de Paulo, o uso de palavras como servo, submissão, sacrifício. Ele mostra uma atitude de humildade e serviço, que cada um de nós deve ter. O apóstolo Paulo andava em humildade de vida, que lhe deu motivação a ser agradável a Deus.
Como podemos observar, o apóstolo Paulo era um homem normal, sujeito às mesmas paixões que nós, sujeito às mesmas tentações que todos os grandes heróis da fé, mas ele foi o que foi. Um grande instrumento nas mãos de Deus. Por este motivo devemos pegar o apóstolo Paulo como exemplo para comparar as nossas vidas com a dele. O Senhor Jesus Cristo chamou Paulo para fazer esta obra para o Reino de Deu, e o capacitou com dons do Espírito, autoridade e poder. Portanto se o Senhor Jesus chamou você, na sua vida não será diferente. Sendo que o apóstolo pegou o Senhor Jesus Cristo como exemplo a ser seguido, e isto foi o motivo do sucesso em seu ministério. Paulo foi um grande seguidor de Cristo. Seguiu os passos do Mestre em tudo que fazia. “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo. 1 Cor 11.1”. Paulo sabia o que estava falando neste versículo, tinha plena certeza que estava imitando a Cristo. E você, também tem certeza que está imitando a Cristo?
Pastor Missinário Antero Kaczan.

PARA QUANDO JÁ ESTIVER NO CAMPO MISSIONÁRIO.
Quando você se encontrar no campo, certamente porque foi enviado por uma Igreja ou por uma agência missionária. Esta por sua vez vai lhe sustentar com o sustento básico financeiramente. Vai segurar as cordas, no sustento financeiro, nas orações, jejuns pela vida do missionário(a) no campo. Pois isto será normal para esta Igreja agir assim, e isto lhe ajudará muito. Ter a cobertura de orações sempre é muito bom. Mas o mais importante é o missionário ter a plena consciência de que, se ele não orar, certamente morrerá espiritualmente. E é isto que o diabo quer. Proporcionar a morte do obreiro no campo. Ele vai lhe atacar diretamente e de várias maneiras para que você não ore, e assim será alvo fácil para ele. Tem muitos missionários que não oram no campo e por este motivo não acontece nada na vida deste obreiro. Sem milagres, sem sinais de maravilhas, sem conversões de almas, sem força para desempenhar um bom trabalho. Tudo porque não ora, não busca Deus em sua vida, pensando que a Igreja de sua origem, a qual o enviou, orando por ele já está muito bom. Errado!!! Contar com as orações de outros irmãos e Igrejas é bíblico, mas totalmente errado o próprio missionário não orar. Escrevo assim por experiências próprias, não estou inventando ou pegando exemplos de outros. O diabo, como já disse, ataca o tempo todo. Certa vez, no campo, não tinha vontade para orar, e não demorou muito já estava enfraquecendo espiritualmente. Mas graças às misericórdias de Deus, Ele me alertou através de Sua Palavra. Eu recebi o alerta de Deus no coração, e novamente retornei para as orações. E tudo mudou novamente, o diabo foi derrotado mais uma vez na minha vida. Saber teoria no que diz respeito à teologia bíblica é de muito valor, mas se não aplicar este conhecimento na prática certamente virão as derrotas. Mas se colocar em prática o conhecimento de Deus que tens, com toda a certeza as vitórias virão. O maior dos problemas dos missionários, e não somente deles, mas de cada crente, é conhecer a Bíblia mas não viver a mesma. Se agir assim no campo missionário será perda de tempo, não terá sucesso.
Vamos examinar as Escrituras e receber no coração e viver esta Palavra para que possamos ter sucesso no nosso ministério. Para que o Reino de Deus cresça. Para que a obra de Deus seja feita da melhor maneira possível e não de qualquer maneira igual a um servo relaxado e preguiçoso, mas como valente, corajoso, verdadeiro trabalhador da vinha.
Deus nos fala através da Bíblia. Nós falamos com Deus através da oração. Assim como a Bíblia foi escrita por inspiração do Espírito Santo, e Jesus Cristo foi o tema e o ponto central, a oração aceitável e adequada deve ser pelo Espírito Santo e em Nome de Jesus Cristo.
Aprenda uma coisa: a ação nada vale sem a oração! A oração valoriza-se com o trabalho. A oração é uma das armas mais poderosas na vida do cristão. A oração torna-nos produtivos e fortes. Quando oramos falamos com Deus e entregamos tudo em Suas mãos, tudo aquilo que não somos capazes de fazer nas nossas limitações. A oração dá-nos toda a força necessária para cumprir as ordens de Deus. E o diabo não resistirá, com quem age assim.
Não andeis ansiosos de coisa alguma. Em tudo, porém sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições pela oração e pela súplica com ações de graças” Filipenses 4:6. A oração é o estabelecimento de um diálogo do homem com Deus, sendo que, devemos estar atentos à resposta de Deus, que vem através de nosso espírito ou através de outras circunstâncias. É através da oração que nós colocamos nossas ansiedades nas mãos de Deus, crendo que Ele é poderoso para nos dar as vitórias que precisamos, e resolver nossos problemas da melhor maneira possível, para nos abençoar espiritualmente. Quando recebemos revelação de Deus, em nossa consciência, de nossos pecados, nós devemos imediatamente confessar e pedir perdão a Deus, através da oração, pedindo para Ele nos lavar através de Seu sangue, e nossos pecados serão perdoados.
Podemos observar o valor da oração, observando os heróis da fé em Hebreus 11, que exercitaram sua fé através da oração. Não somente eles, mas inúmeros outros personagens da Bíblia tiveram igual experiência de receber vitórias através de orações.
O Senhor Jesus sendo cem por cento Deus e cem por cento homem, dependeu tanto da oração como qualquer outra pessoa que se proponha a servir fielmente a Deus. O Senhor nos deixou um lindo e grande exemplo, que para vencer o inimigo, suportar as afrontas, não dar lugar ao pecado, precisamos orar. Mt 26:36-46 "Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima”. Seria muita falta de interesse pela obra de Deus ou pelo Reino de Deus se deixarmos de orar. Para refletir: se você já não tem vontade de orar é porque alguma coisa está errada na sua vida espiritual. Caia no joelho agora mesmo, e receberás as vitórias. Que Deus lhe abençoe em Nome de Jesus Cristo.
Porque orar? Veremos alguns motivos de orações pegando a vida de Paulo como exemplo. As orações de Paulo para ser dirigido e ajudado em seu ministério. Atos 13.2-3, totalmente empenhados em orações - “Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram”. Agora veremos que na vida de Paulo por um pequeno momento faltou orações e o resultado foi uma contenda entre eles. Para que sirva de exemplo. Tudo deve ser entregue na presença de Deus e ter a resposta pelo Espírito Santo. Atos 15.36-41, “Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas”. Mas em Atos 22.17-18 Paulo orou e Deus o guiava, pelo poder do Espírito Santo, “Aconteceu que, tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, achei-me em êxtase, e vi aquele que me dizia: Apressa-te e sai logo de Jerusalém; porque não receberão o teu testemunho acerca de mim”. Em 1 Tessalônicenses 3.9-10 Paulo orava, pois seu ministério teve um bom resultado, os frutos de seu trabalho eram visíveis, “Pois, que ação de graças podemos render a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, rogando incessantemente, de noite e de dia, para que possamos ver o vosso rosto e suprir o que falta à vossa fé?. Em Romanos 10.1, Paulo orava por aqueles que ele tinha pregado e ensinado, Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha oração a Deus por Israel é para sua salvação”. O apóstolo Paulo orava pelos crentes, leia Efésios 1.15-19; 3.14-19; Colossenses 1.9-12; Filipenses 1.9-11. Paulo orava para que Deus lhes desse o Espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle. E também para Deus iluminar os olhos do coração deles, para que saibam qual seja a esperança da sua vocação. E a oração de Paulo continua para Deus lhes conceder, que sejam robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior. Para que eles pudessem ficar fundados em amor, e conhecer o amor de Cristo, para que pudessem ser cheios de plenitude de Deus. Paulo também pedia para que eles sejam cheios do pleno conhecimento da sua vontade, e com sabedoria e entendimento espiritual. Para que os crentes pudessem perseverar com plena alegria. Orava para que eles pudessem ter conhecimento de tudo e com discernimento. Para que eles pudessem ser sinceros e cheios do fruto de justiça.
Como o apóstolo Paulo era acostumado a orar? Paulo orava continuamente: Romanos 1.9; Colossenses 1.3; 1 Tessalonicenses 3.9-10; 2 Tessalonicenses 1.11; 2 Timóteo 1.3. Paulo orava de acordo com a vontade de Deus: Romanos 1.10; 15.30,32. Paulo orava com grande gratidão a Deus: Romanos 1.8; 1 Coríntios 1.4-5; Efésios 1.15-16; Filipenses 1.1-3.
O apóstolo Paulo apreciava e gostava de oração. Exortava os crentes a orar: Filipenses 4.6; Colossenses 4.2; 1 Tessalonicenses 5.17; 1 Timóteo 1.1,3. Paulo sempre pedia para que orassem por ele: Romanos 15.30; 2 Coríntios1.11; Efésios 6.18-19; 1 Tessalonicenses 5.25.
Veremos também um pouco sobre a oração na vida de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Nos atos que O Senhor Jesus Cristo ora, não quer dizer que Cristo não é verdadeiramente Deus, mas mostra a Sua perfeita humanidade. Cem por cento Deus e cem por cento humano. A oração durante Sua vida na terra: Orações e Seus discípulos: O Senhor Jesus orou antes de chamar os discípulos, Lucas 6.12-1; orou pelos Seus discípulos, para que não faltasse fé em suas vidas, Lucas 22.31-32; orou para que eles fossem guardados do maligno, João 17.11,15,17; para viverem em harmonia, João 17.13; para que o gozo deles fosse completo, João 17.13; para que eles participarem de Sua glória, João 17.24.
O Senhor Jesus ensinou os Seus discípulos como deveriam orar: instruindo-os, Lucas 11.1-2,9; e dando-os exemplo, Marcos 14.37-41.
A oração no Seu ministério: O Senhor Jesus orava antes de trabalhar, Marcos 1.35-38; João 11.41-44, e também orava após o Seu trabalho, Marcos 6.44-46; em certo momento deu a oração mais importância do que ao trabalho, Lucas 5.15-16.
A oração e Sua paixão: O Senhor Jesus orou antes de ir a cruz, Lucas 22.39-44; João 12.27-28. Oração é o nosso recurso na angústia. O Senhor também orou lá na cruz, Lucas 23.46; Mateus 27.46.
A oração do Senhor em favor de nosso ministério: Cristo ora por nós hoje, Hebreus 7.25. A obra de Jesus Cristo em nossas vidas como Sumo Sacerdote hoje, é nos guardar do pecado, Hebreus 4.15-16. Ele é nosso mediador e “advogado” 1 João 2.1, Ele nos purifica e nos limpa quando pecamos.
Citei alguns exemplos de orações na vida de Paulo e também na vida de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, para que possamos realmente ser homens e mulheres de orações. Sem orações em nossa vida não acontecerá nada e ainda seremos alvo fácil para o diabo.
E ainda mais uma advertência a respeito de oração. O diabo gosta muito e até bate palmas, “aplaudindo” o crente que fala muito de oração, mas não ora. Não esqueça disto nunca! O diabo não tem medo de quem somente fala de orações, mas corre de quem realmente ora.
Pastor Missinário Antero Kaczan.

A OBRA MISSIONÁRIA VERDADEIRA E BEM SUCEDIDA
A obra missionária verdadeira e bem sucedida, somente pode ser feita por homens que tenham fé, homens que são verdadeiramente convertidos, que conhecem Deus.
Missões realmente exigem sacrifícios de muitas maneiras. Não é “fácil”. Vamos avaliar dois pontos para que possamos ter uma obra missionária bem sucedida. Quem faz a obra, precisa ser uma pessoa, verdadeiramente convertida, que conhece Deus, uma pessoa de fé.
Primeiro ponto: verdadeiramente convertido - é a pessoa que é crente. Crente significa “fiel”. O crente é uma pessoa que vive pela fé em Jesus Cristo e no qual habita o Espírito Santo. O crente experimenta um novo nascimento através da regeneração operada pelo Espírito Santo e começa a ter uma relação correta em tudo com Deus e com o próximo por intermédio da graça divina. A vida do crente é caracterizada por amor e serviço, ou seja, pelos frutos do Espírito Santo, Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Romanos 8:9; Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas” 1 Pedro 2:21; “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou” 1 João 2:4-6; Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” . Gálatas 5:22-25.
Agora vamos avaliar um pouquinho a nossa vida, para vermos se somos convertidos ou não. Sabemos que a conversão é um processo operado por Deus nas nossas vidas. Mas como missões é arrancar almas das garras de satanás, precisamos ser convertidos. Portanto este processo deve estar num nível bem alto, para que eu possa fazer a obra de Deus.
No campo missionário se você não viver a Bíblia literalmente, com entendimento é claro, você será pego na situação de quem não vive o que prega. No campo missionário você leva novidade, “boas novas” de salvação para aquele povo no qual Deus enviou você. As pessoas que escutaram o evangelho de sua pessoa lhe farão perguntas. Eles vão prestar a atenção em tudo o que você fala e em todos os seus atos e comportamento. Quando eles passarem a conhecer a verdade, Deus vai libertá-los da escravidão, na qual eles toda vida são escravos do diabo. Após a conversão eles vão quer servir a Deus com toda sinceridade. E é nesta situação que eles vão ver contradições na sua vida de crente, se você não viver a Bíblia. Você para ele é o pai na fé, mas ele repara que você não vive a Bíblia. Esse seu comportamento com certeza vai dar para ele mau testemunho. Esta alma estará correndo o risco de ter uma crise na vida espiritual. Ou vai lhe perguntar por que você não vive o que prega. Pode perguntar por que não respeita as leis do país que está vivendo, por exemplo? Em Romanos 13.1-7 esta escrito: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal. Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo. Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra”. Embora a obediência à autoridade terrena seja regra geral, um evidente princípio bíblico é que podemos precisar desobedecer a autoridade se ordenados a pecar, pois a lealdade a Deus é sempre prioritária sobre toda autoridade humana. Você, caro leitor, pode estar pensando que estou “maluco”. Pode perguntar: “respeitar todas as leis e preciso?” SIM, É PRECISO! E não estou maluco, e sim sou crente, o qual ama a Jesus Cristo e vive o que prega, através da infinita graça de Deus. Você também poderá ser um crente que quer ser convertido. A graça é para cada um de nós!
Atualmente uma grande confusão tem tomado conta dos crentes. E em muitos casos o que era errado foi promovido a certo e o certo perdeu seu valor. Esta inversão tem o patrocínio do maligno, diretamente do diabo, que deseja a desgraça da humanidade. Destruir tudo o que é bom, tudo o que é perfeito e criado por Deus.
Algumas pessoas querem desenhar seu próprio mapa moral. Eles pensam que moralidade é um projeto auto executável. Para eles é simplesmente um problema individual, particular, de opinião pessoal. Negando que existe um fazedor de leis, ao qual eles devem dar crédito, preferem criar suas próprias regras. Eles dizem coisas como: "Eu acho que dirigir sem a carteira de motorista é errado, mas mesmo assim dirige. Eu acho que não entregar o dízimo é errado, mas nem tanto, entrega somente 5%, e acha que está certo, pois o mais importante é a intenção. Eu acho... eu acho... eu acho...". Seus padrões morais são seus “eu acho”. Dizer eu acho é mais importante do que o que a Bíblia diz. Se você encontra-se nesta situação ou em outra semelhante, converta-se meu amigo. Jesus te ama e quer realizar uma grande obra em sua vida.
Prestamos a atenção no que O Senhor Jesus disse: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.” Mateus 5.17. O apóstolo Paulo pergunta: “Anulamos pois a lei pela fé?” E ele mesmo responde: "De maneira nenhuma! Antes confirmamos a lei" Romanos 3.31. Depois ele diz: "A lei por si é santa, e o mandamento santo, justo e bom" Romanos 7.12. "Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e entendimento espiritual. E oramos para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus". Colossenses 1:9-10.
O Senhor Deus mostra bem claramente que quer que nós façamos a diferença. Tenho experimentado seguir essa orientação do Senhor, através de Sua poderosa Palavra. Você também pode fazer a diferença! Isto é possível, só depende de sua decisão.
Mais um pequeno exemplo para ver se somos convertidos. Desta vez pegarei o dízimo como exemplo. Não vou escrever sobre dízimo, somente um pouquinho para que sirva como ponto de partida para o exame próprio. “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” 1 Coríntios 13.5.
O dízimo é a prática Bíblica de entregar, devolver a Deus uma décima parte dos ganhos. Os dízimos e as ofertas são ordenanças do antigo pacto, contudo, debaixo do novo pacto, são uma expressão voluntária de adoraçăo e submissăo. A Igreja usa os dízimos e as ofertas para cumprir a missão que lhe foi ordenada por Deus, ou seja, pregar o evangelho e apascentar o rebanho composto pelos crentes. Os dízimos e as ofertas são uma demonstração de adoração, fé e amor por Deus, o qual é o Doador da salvação e Abençoador de todas as coisas boas e de todo o dom perfeito.
Para que você entenda melhor em poucas palavras a questão do dízimo vamos usar o exemplo do adultério na Bíblia. Na lei para não adulterar o meio utilizado foi o apedrejamento da pessoa que foi pega em adultério. “O homem que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o adúltero, como a adúltera” Levítico 20.10. Mas na graça o meio para não adulterar foi o amor a Jesus Cristo. “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram” 2 Coríntios 5.14. Para dizimar na lei foi utilizado o meio do medo e ameaça do devorador na vida da pessoa que não dizimasse, “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança. Também por amor de vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos” Malaquias 3.10-11. Para dizimar na graça o meio utilizado é o amor a Cristo. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria”, 2 Coríntios 9.7. No adultério e no dízimo, entre a lei e a graça somente mudou o meio, mas o objetivo foi o mesmo: nunca adulterar e sempre contribuir com amor. Portanto querido amigo e irmão, se você não entrega os dízimos, automaticamente você não ama, não adora e não é submisso ao Senhor Jesus Cristo. E se você não ama, não adora e não é submisso ao Senhor, você não é convertido. Mas pode ser que você respeite as leis do país e entrega os dízimos. Estes dois exemplos são somente para dirigir a sua pessoa para o “exame próprio” e examinar a sua vida com a Palavra de Deus e ver se há alguma coisa que pode servir como impedimento na sua vida espiritual e conseqüentemente a libertação da mesma. Como já escrevi no início, para a obra missionária ser verdadeira e bem sucedida, somente pode ser feita por uma pessoa convertida. Portanto seja uma!!! Jesus Te ama!!!
Então, “vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve” Mq 3.18. Consagrar-se a Deus é ter a marca da obediência em nosso caráter. Certa ocasião Deus se dirigiu a Moisés dizendo-lhe que toda a Lei se resumia num ato de obediência: "Amarás, pois, o Senhor Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” Dt 6.5. Deus não quer sacrifícios, mas obediência! Deus não deseja que apresentemos a Ele o fruto do nosso esforço humano, mas que o amemos acima de qualquer coisa. Deus não quer que façamos votos e promessas que não cumpriremos, mas deseja encontrar em nós um coração quebrantado e contrito em Sua presença. Consagrar-se significa render-se e prostrar-se diante de Deus.

Segundo ponto: Ser uma pessoa de fé – A principal evidência da fé viva é a obediência irrestrita a Deus. Sem obediência a Deus, à Sua Palavra, não vamos ter sucesso nunca em nossa vida espiritual. Obedecer a Deus e à Sua Palavra é o fundamental em nossa vida. Isto é relação com Ele. A desobediência é uma coisa que Deus não gosta, abomina. O pecado da desobediência é pior que o pecado de feitiçaria. Se nós cremos em Deus vamos obedecer. Quando uma pessoa não obedece a Deus, vem uma pergunta: será que esta pessoa realmente creu ou crê em Deus? Eu, com experiência própria, sei que a resposta é não.
Fé em Deus é aquela que quando oramos e buscamos Sua presença, toca o coração de Deus. Quando estamos em plena comunhão com o nosso Criador e cremos em Suas promessas, as coisas acontecem. O Deus soberano e Eterno nunca deixa de responder um coração entregue a Ele e cheio de fé verdadeira baseado em Sua Palavra. Se uma pessoa quer fazer a obra de Deus mas não consegue colocar sua fé em ação, dificilmente vai conseguir alguma coisa.
Os grandes heróis da fé, principalmente estes que estão relatados em Hebreus tiveram um sucesso extraordinário, pois creram nas promessas e na Palavra de Deus. Leia agora este texto bíblico em Hebreus 11:1-10.
O QUE É FÉ? É o firme fundamento das coisas que se esperam Hb.11:1a; se cremos em Deus vamos colocar em prática a nossa fé e podemos ter a plena certeza que vamos receber o que esperamos, claro, dentro da vontade de Deus. Se estamos obedientes a Deus como filhos amados, então o Senhor nos dará de acordo com Sua vontade e o mais importante é que não será permissão, mas sim vontade do Senhor, plano de um Deus que tudo sabe e tudo pode. Fé é a prova das coisas que não se vêem – Hb 11:1b; Jo 20:29, não estou vendo o que quero, o que preciso, não estou vendo minha benção, mas creio que terei a prova das mesmas no temo certo. Não meu tempo, mas no tempo de Deus.
Fé é a base do entendimento do poder de Deus
Hb.11:3 “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”, preciso crer para entender o soberano Deus, entender como funcionam as coisas espirituais e como nós devemos esperar, nos comportar, numa devida situação que nos encontramos ou numa benção que estamos precisando.
O Deus Eterno, somente Ele tem o poder de criar. É o verbo [bârâבּרא] em hebraico. Somente Deus pode “bârâ”, ou seja somente Ele pode criar algo onde não tem nada, trazer algo à existência quando não há. Primeiro de tudo, e antes de qualquer criatura, Deus fez o céu e a terra do nada. Você pensa que Deus não pode criar (“bârâ”) em tua vida algo que você precisa - Gn 1.1. Acredite no poder de Deus, é para isto que Ele lhe chamou para que você creia no Seu Nome e no Seu poder.
Através da fé, que é o único meio de agradar a Deus - Hb.11:6 “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”. Quando não cremos nas promessas, não cremos no que o Senhor nos diz através da Palavra, não satisfazemos a Ele, não conseguimos agradá-lo, assim sendo não teremos nada da parte dEle. A recompensa não é referido nossos méritos, mas a promessa livre, como Paulo ensina em Abraão, pai de todos os fiéis, Rom 4:3-4 “Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida”. A confirmação da proposição, Abraão foi justificado pela imputação de fé e, portanto, livremente, sem qualquer consideração se dar às suas obras. A primeira prova da confirmação, tiradas de opostos, a quem merece nada pelo seu trabalho, o salário não é considerado como favor, mas como a dívida, mas para aquele que não fez nada, mas acreditou naquele que promete livremente, a fé é imputada. Portanto trabalhe, faça algo bom para o Reino de Deus, sendo que o seu galardão, seu pagamento virá pelo motivo que você creu em Deus. É pela fé e não pelas obras.
A ORIGEM DA FÉ! É divina e não natural. Ef.2:8 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”, a nossa fé natural ela é quase que invisível, não toca o coração de Deus. A verdadeira fé é dada pelo Senhor Jesus. At.3:16 “E pela fé em seu nome fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes e conheceis; sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde”. É o Senhor Jesus que abre a porta da fé At.14:27 “Quando chegaram e reuniram a igreja, relataram tudo quanto Deus fizera por meio deles, e como abrira aos gentios a porta da fé”. Também é Deus que nos capacita na fé Rm 16:26 “mas agora manifestou-se, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé”, é Deus que nos capacita para ser obedientes à fé, quando somos obedientes, Deus será conhecido por todas as nações.
A fé vem pelo ouvir a palavra de Deus Rm 10:17 “Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”. Temos que ler, meditar, entender, receber a praticar a Palavra de Deus. Assim nossa fé vai aumentar cada vez mais e seremos vitoriosos em Cristo. Poderemos dizer: sou mais que vencedor em Cristo Jesus. Aleluias! Temos de crescer de fé em fé em nossa vocação, que veio com o testemunho da nossa chamada, por mandamento de Deus vivo. Seja abençoado(a) em Nome de Jesus.

Diferentes manifestações da fé na Bíblia - A visível e operadora - Gl.5:6 “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale coisa alguma; mas sim a fé que opera pelo amor. A fé que altera o curso da vida - Gn.12:1, “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. Pela fé que Abraão foi abençoado sem limites, Deus simplesmente mudou totalmente e de forma bem visível a vida de Abraão. A vida deste tão grande homem de Deus foi mudada totalmente e para melhor. Abraão foi uma benção e nosso pai na fé. A manifestação da fé que perde algo por outro maior Hb.11:26 “Tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” Se você realmente quer ser abençoado(a), então creia e abra mão das coisas que Deus lhe pedir. Muitas vezes não queremos entregar pela fé nosso coração, nossa vida, caminhada, família, etc., nas mãos do Senhor, a conseqüência da nossa decisão virá com efeito. O patriarca Abraão não preferiu ficar com os tesouros, riquezas do Egito, mas preferiu Deus, preferiu o chamado do Deus em sua vida. E você o que vai escolher?
A manifestação da fé que propicia coisas impossíveis - Hb.11:27 “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como quem vê aquele que é invisível”. Esta fé verdadeira que devemos ter em nossos corações para receber coisas impossíveis dada pelo Senhor dos senhores, pois nosso Deus é Deus das causas impossíveis. Quando vem um ponto final em nossas vidas, situações, se colocarmos a nossa fé em ação as coisas impossíveis acontecem. Ter a fé que derruba obstáculos.
Atrav
és da manifestação da fé, Deus levanta pessoas para ter um algo mais, para serem diferentes – Jó 1:5 “E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente”. Jó era diferente, fazia a diferença entre outros naquela época. Jó ordenou-lhes que deveriam ser santificados. Jó queria trazer os seus filhos e familiares a considerar as falhas que cometeram, e reconciliar-se com o Deus vivo. Ou seja, ele ofereceu para cada um de seus filhos uma oferta de reconciliação, que declarou a sua piedade para com Deus, e os cuidados que ele tinha para os seus filhos. Hb.11:30 “Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias”. Esta é a lógica da fé, o impossível se torna possível quando temos uma relação perfeita com Deus, quando estamos em condições espirituais para dizer ao problema, basta, pois creio num Deus dos impossíveis. A principal lição aqui é que precisamos estar atentos às promessas de Deus e na Palavra de Deus. Ficar atento, crer e agir de conformidade com a Palavra. Deus nunca se atrasa e nunca falha. Deus falou, com certeza acontece.
Dimensões de fé – Fé Pequena - esta não é para quem quer fazer diferença. Mt.6:30 “Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?”.
Tanta fé - esta é para aqueles que querem ser diferentes no Senhor. Mt.8:10 “Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé”.
Grande fé - é para operar milagres e sinais de maravilhas. Mt.15:28 “Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã”.
Fé doente - fraca, esta n
ão pode ser para aqueles que querem fazer diferença, ser usado por Deus. Rm.14:1 “Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos”.
Amados irmãos, somente por este pequeno texto deu para vermos que só podemos ter uma vida Cristã abençoada se a fé estiver em ação em nós. Portanto a obra missionária verdadeira e bem sucedida somente será desta maneira. Não somente na vida de missionários, mas na vida de qualquer cristão.
O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ - "E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé." Gl 3.11. A fé é indispensável a todos que se doam ao Senhor, pois sem fé é impossível agradar a Deus. O que é viver pela fé? É "Perder a vida". Nisto se resumem todas as demais definições. Jesus disse: "... quem perder a sua vida por minha causa, achá-la-á." (Mt 16.25). Este é o grande segredo de viver pela fé: perder a vida por Jesus! Deixando o pecado, que afasta o homem do Senhor - Gl 5.16-21. Para viver pela fé é necessário colocar-se em segundo plano, oferecendo o primeiro lugar para Deus - Mt 6.33. Esta forma de vida adquire-se no convívio diário com o Mestre Jesus, observando os seus ensinamentos, desenvolvendo a comunhão, a justiça, o amor, a santidade. É indispensável ser sensível ao Espírito Santo e ouvi-Lo. O viver pela fé é uma realidade tão necessária quanto se alimentar. E não é privilégio de alguns, é dever de todos! Pastor Missinário Antero Kaczan.


7.4 QUEM DEVE SUSTENTAR E APOIAR O MISSIONÁRIO NO CAMPO.
COMPROMISSO MISSIONÁRIO DA IGREJA
Todo igreja deve estar ciente de seu compromisso missionário, pois missão é a tarefa da igreja e missões é igreja pondo em prática sua tarefa.
A igreja deve saber que tem um tríplice compromisso com o missionário que é:
1º) Treiná-lo para o campo
2º) Enviá-lo ao campo
3º) Sustentá-lo no campo

Em primeiro lugar a igreja deve treinar o missionário antes de enviar, este treinamento deve ser feito teórico e pratico, e isto é feito na escola de missões onde o candidato será treinado a fim de poder se ter a certeza de sua vocação e chamada missionária, e ser preparado para executar a obra de missões com sucesso.
Mas o candidato deve ter vocação e chamada missionária e ser atuante onde ele congrega, pois se ele não tem certeza de sua vocação e chamada e não tem praticidade aqui onde congrega como terá sucesso onde for enviado?

Em segundo lugar a igreja deve enviar o missionário ao campo, depois de a igreja através do Espírito Santo ter selecionado o candidato e treiná-lo, agora é a vez de enviá-lo ao campo onde ele vai servir na obra do Senhor onde quer que seja enviado ele irá seguro de sua chamada disposto a trabalhar na obra missionária.

Ele não vai como turista, mas como trabalhador executivo na obra de missões, quer seja fundar igreja desbravando ou quer seja pastorear uma igreja. Ele vai certo de sua chamada e estará disposto a sofrer pela obra e não fazer a obra sofrer por causa dele.
Em terceiro lugar a igreja além de treinar e enviar deve sustentar o missionário no campo onde ele for enviado a fim de que ele tenha tempo disponível para se empenhar na obra seguindo o exemplo da igreja de Antioquia (At 13.1-4) esta era uma igreja que:
1º) Servia a Deus ela não ficava na omissão, mas fazia missões.

2º) Jejuava em prol do missionário que seria enviado ao campo, porque ele ia precisar de poder ousadia para enfrentar as dificuldades que surgiriam em seu caminho e certo das orações da igreja ele teria confiança em Deus e sua ajuda.
3º) Orava a favor do missionário e dos irmãos que seriam os mantenedores, orando para que o projeto do envio deste missionário tivesse sucessos e que ele fosse livre dos homens maus.

4º) Impôs as mãos sobre os missionários que seriam enviados ao campo, ao impor as mãos sobre os missionários, a igreja ao tomar esta atitude estava declarando que seria responsável pelo sustento do missionário.

5º) Os despediram enviando-os ao campo para desbravarem e implantarem igrejas.
Estas cinco atitudes levaram a igreja a expandir-se:
1. Geograficamente
2. Numericamente
3. Espiritualmente.
Se a igreja seguir esta trilogia missionária o resultado será real e tanto o missionário quanto a obra de missões terão sucessos, e o reino de Deus crescerá expandindo suas fronteiras, e nós não estaremos em dividas para com Deus, pois quando chegarmos ante o tribunal de Cristo receberemos o nosso galardão.

O treinamento, o envio, e o sustento do missionário são de suma importância para o desempenho da obra de missões na igreja que envia e na vida do missionário que foi enviado ao campo. A igreja deve estar associada ao missionário que ela enviou ao campo. (Fp 4. 13-19)

Se a igreja cumprir esta trilogia de missões; treinando, enviando e sustentando o missionário no campo, com certeza o resultado será patente e o reino de Deus só ganhará com isso, e os missionários no campo terão mais tempo para se dedicarem na obra no estudo e na pregação da palavra de Deus, tendo tempo suficiente para a evangelização e discipulado na igreja onde ele trabalha formando assim novos discípulos e treinando líderes.

O treinamento o envio e o sustento do missionário ao campo têm a finalidade de ele fundar novas igrejas e formar obreiros que estará disposto a seguir o exemplo de seu líder pondo em prática aquilo que aprendeu, pois líderes devem formar novos líderes.

IGREJA; AGÊNCIA EXECUTIVA DE MISSÕES.

Deus não escolheu nenhuma outra instituição por mais poderosa financeiramente que seja para a execução da obra de missões, Ele selecionou a sua Igreja que Ele próprio estabeleceu na terra com este propósito e tarefa de expandir seu reino ás nações ao enviar missionários aos campos que estão brancos para a ceifa.

Toda Igreja deve saber que Deus tanto amou o mundo que deu o seu único filho para salvá-lo, e assim ela deve ter uma visão mundial dando tudo de si para alcançar o maior numero de perdidos com as boas novas de salvação ao enviar o maior numero de missionários aos países que estão clamando por salvação.

A grande comissão nunca foi cancelada e a igreja de Cristo não pode evitar a ordem penetrante de Jesus que é IDE! Ainda hoje em nossos dias esta ordem soa como se fosse proferida agora, você está escutando-a? Ouça o que o Espírito diz as Igrejas! (Ap 2.7,11, 17,29)

Como agência de missões a Igreja deve ser responsável por todos os projetos de missões que forem apresentados pelo Pastor da igreja, e se comprometer com o sustento do missionário que foi enviado ao campo, investindo suas ofertas no reino de Deus sabendo que resultará em grandes benefícios que são almas salvas.

Como agência a igreja não gasta suas finanças com coisa triviais e passageiras, mas antes ela investe no reino de Deus sustentando os missionários que foram e serão enviados ao campo de missões tanto local como nacional e até transcultural.
Ela não é uma agencia de turismo como pensam alguns, mas ela faz jus ao seu nome e sua missão, comprometendo-se com seus compromissos e tarefas de ganhar almas enviando missionários ao campo e sustentando-os.

Como agência executiva de missões ela está alicerçada em quatro pilares:
1º) Na doutrina dos Apóstolos
2º) Na comunhão
3º) Nas orações
4º) No partir do pão (At 2.42)

Os resultados são subseqüentes;
1º Temor em cada alma
2º) Sinais e maravilhas
3º) Koinonia (comunhão) entre os irmãos
4º) Salvação de almas (At 2.43-47)
5º) Vive em constante oração (A t 3.1,2; 4. 29-31; 12. 5-13)

Para a igreja executar sua tarefa missionária como agência, deve ter quatro objetivos:

1. Proclamar o Evangelho a todos os povos e nações. (Mt 28.19,20; Mc 16.15)
Não resta duvida que esta seja sua tarefa suprema, levar o evangelho a todos de todas as formas, e assim sendo a igreja deve levar a serio esta tarefa, pois esta tarefa é muito mais que a pregação de um sermão aos domingos dentro de uma igreja local, mas deve ser algo mais profundo.
Deus deseja dar a todos os homens e a todas as mulheres em todo lugar uma grande noticia; a proclamação do evangelho, e isso só são possíveis de ser realizado através da igreja ao enviar o missionário para que pregue as boas novas de salvação em Cristo Jesus o único salvador da humanidade.
A Igreja foi estabelecida com esta tarefa; (Cl 1.28); Anunciar (v 28); Advertir (v 28); Ensinar (v 28).

2. Fazer discípulos ensinando-os e batizando-os (Mt 28.19,20)
A tarefa da igreja é muito mais que proclamar o evangelho, ela deve fazer discípulos que observem a palavra de Deus, assim surgirá o crescimento numérico da igreja porque discípulos fazem discípulos. (II Tm 2. 1-3)
Estes discípulos devem ser transformados em pessoas que tenham compromisso com a tarefa da igreja e assim venham a se dedicar na obra de missões; indo, contribuindo ou orando, pondo em prática aquilo que aprendeu.

3. Enviar missionários aos campos brancos (Jo. 4.35; At 13.1-4)
Uma igreja que evangeliza e faz discípulos, deve também enviar discípulos a fim de que façam discípulos que ensinem e façam novos discípulos, e assim à obra terá um crescimento visível e notável que redundará em grandes bênçãos para o reino de Deus.

4. Formar novas igrejas (At 14.21-23)
Semelhante às pessoas que nascem crescem e se reproduzem, assim deve ser as igrejas, toda igreja deve pretender ser mãe de outras igrejas, e planejar sua vida e trabalhar com finalidade estabelecendo alvos e metas.
Atentando para os métodos de Cristo estabelecido para ela quando na terra métodos estes que são apresentados pelo Evangelista Marcos em forma de um esboço da grande comissão. (Mc 16.15)
4.1 A ordem é IR
4.2 O campo é o mundo
4.3 O método é pregar
4.4 A mensagem é o Evangelho
4.5 O alvo é toda criatura.

Uma congregação local não é somente um grupo de pessoas reunidas, é muito mais que isso, este grupo deve ser como uma família que se desenvolve e cresce mantendo relacionamentos, assim fazendo certamente é possível gerar uma nova igreja.

O crescimento da igreja só acontecerá se ela sair das quatro paredes, e for lá fora buscar aqueles que estão perdidos e sem salvação a espera de alguém que lhes indique o caminho da salvação que é Cristo, e você sabe disso, então vá e fale! Deus diz: E não te cales porque eu sou contigo e ninguém te fará mal (At. 18.9,10)

Se você não pode sair lá fora então envie alguém com suas ofertas para que este tenha tempo disponível para sair em busca dos perdidos lá fora onde eles estão à espera de um mensageiro que lhes fale de Cristo, Jesus nunca disse vinde pecadores a minha igreja e sejam salvo, mas disse a igreja ide e pregai o evangelho.

Invista seu tempo e suas finanças para promover o reino de Deus na terra enquanto há tempo, pois a vida passa e o tempo se esgota faça sua parte antes que venha o Senhor e nos peça a prestação de contas, ninguém deve se apresentar diante de Deus de mãos vazias.

Jesus disse; eis que cedo venho, o meu galardão está comigo para dar a cada um de vós conforme a vossa obra (Ap 22.12) e nós sabendo disso devemos ser prudente e não ficarmos na omissão, mas fazer missão, pois missões é a igreja em ação cumprindo assim sua tarefa.

E você faz parte deste projeto de Deus que é a igreja e como parte não deve ficar na omissão deve antes realizar sua parte; indo orando ou ofertando. Na igreja não há lugar para desocupado cumpre teu ministério realiza a obra de Deus faze a tua parte a tempo e fora de tempo (II Tm 4.1-5)

As almas clamam por salvação e a salvação delas depende de você lhes falar do evangelho que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, e a fé é pelo ouvir e o ouvir é pala palavra de Deus quando é pregada aos ouvintes. (Rm 10. 8-17)
Então se a fé é pelo ouvir devemos pregar á todos, quer ouçam ou deixem de ouvir, mas o certo é que devemos pregar, ou enviar alguém para que pregue a palavra de Deus, a fim de que todos tenham a oportunidade de ouvir e darem suas respostas e sejam salvos em Cristo Jesus nosso Salvador.

Conclusão.
Agora que o amado irmão (a) já passou os desafios da igreja e como realizar a obra de missões, e passou a conhecer qual é a tarefa da igreja, e como executá-la deve se comprometer cada vez mais com esta obra magna da igreja da qual você faz parte, isso você pode fazer da seguinte forma; orando ofertando ou indo, pois em missões só tem duas opções; Ir ou enviar.
Com qual das duas opções acima citadas você se identifica mais? Analise e se comprometa fazendo sua parte, e juntos realizaremos com sucesso a obra missionária que é tarefa de todo nós que fazemos parte deste projeto de Deus que é a igreja da qual Ele é a cabeça.
A igreja como um organismo que é deve se desenvolver e crescer, esta é a lógica de todo organismo, cresce e se desenvolve multiplicando-se, cada parte desse organismo deve cumprir sua função para o aumento do corpo, neste caso a igreja de Cristo como organismo vivo que é deve se desenvolver e crescer (I Co 12. 12-25; Ef 4. 12-16).

E como parte que somos desse organismo vivo e atuante que é a igreja que se desenvolve e cresce devemos fazer o que nos é devido para podermos realizar a nossa suprema tarefa designada a nós, que fazemos parte deste organismo o qual redundará em um crescimento vertiginoso fazendo o seguinte:
Treinando o missionário para o campo
Enviando o missionário ao campo
E sustentando o missionário no campo.


8. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EMPREGADA POR JESUS
A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EMPREGADA POR JESUS
"Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como que tem autoridade e não como os escribas." Mateus 7.28,29
Jesus foi Filho de Deus encarnado, e seu ensino, dado a Ele por seu Pai (Jô 7.16-18; 12.49,50), permanecerá para sempre (Mc 13.31), e por fim julgará seus ouvintes (Jô 12.48; Mt 7.24-27).
A importância de dar atenção a este ensino não pode, portanto, deixar de ser enfatizada. Jesus ensinou como os rabinos judeus geralmente faziam, aos poucos, em fragmentos, e não por meio de discursos correntes, estando muitos de seus pronunciamentos vitais em parábolas, provérbios e manifestações isoladas, respondendo a perguntas e reagindo a situações.
Todo o seu ensino público foi marcado por autoridade que causou assombro (Mt 7.28,29; Mc 1.27; Jô 7.46), mas alguns de seus ensinos foram expressos de forma enigmática, exigindo reflexão e discernimento espiritual (“ouvidos” , Mt 11.15; 13.9,43; Lc 14.35) e confundindo o ouvinte ocasional e cheio de si. A razão por que Jesus apenas emitiu noções obscuras e parcas a respeito (por exemplo) de seu papel messiânico, expiação, ressurreição e reino vindouro, é dupla:
Primeiro, de qualquer modo, somente os eventos poderiam tornar claras essas coisas.
Segundo, a preocupação de Jesus foi chamar as pessoas ao seu discipulado por meio de seu impacto pessoal sobre elas, e a seguir ensiná-las a respeito dele mesmo no contexto desse relacionamento, em vez de oferecer instrução teológica detalhada ao não comprometido com a fé. Entretanto, as afirmações de Jesus são freqüentemente claras, e as numerosas apresentações ampliadas nas epístolas são melhor lidas como muitas notas de rodapé do qual Jesus disse.
O ensino de Jesus tinha três pontos regulares de referência.
O primeiro era seu Pai divino, que o havia enviado e estava agora dirigindo-o (Mt 11.25-27; 16.13-17, 27; 21.37; 26.29,53; Lc 2.49; 22.29; Jo 3.35; 5.18-23,26,27,36,37; 8.26-29; 10.25-30, 36-38), e a quem seus discípulos devem referir-se como seu Pai celestial (Mt 5.43-6.14, 25-33; 7.11).
O segundo era o povo, tanto indivíduos como multidões em sua condição de perdidos (Mt 5.43-6.14,25-33; 7.11). O segundo era o povo, tanto indivíduos como multidões em sua condição de perdidos (Mt 9.36; Mc 10.21), os que eram objeto de seus constantes e variados apelos ao arrependimento e a uma nova vida (Mt 4.17; 11.20-24; Mc 1.15; Lc 5.32; 13.3-5; 15.7; 24.47).
O terceiro era Ele mesmo, o Filho do Homem, um título messiânico (Mt 16.13-16). “Um como Filho do homem” assume o reino em Daniel 7.13,14. Para confirmarmos o próprio uso feito por Jesus deste título, ver Marcos 8.38; 13.26; 14.62 (fazendo eco a Daniel); Mateus 12.40; Marcos 8.31; 9.31; 10.33,45; 14.21,4; Lucas 18.31-33 (predizendo sua morte e ressurreição); João 3.13-15; 6.27 (declarando seu ministério salvífico).
Como decorrência do testemunho de Jesus a seu Pai, às necessidades do povo, e a seu próprio papel, três temas teológicos tomam forma:
1. O reino de Deus. Esta é uma realidade relacional que veio com Jesus como cumprimento do plano de Deus para a história, da qual os profetas do Velho Testamento tinham constantemente falado (Is 2.14; 9.6,7; 11.1-12.6; 42.1-9; 49.1-7; Jr 23.5,6).
O reino está presente com Jesus; seus milagres são sinais dele (Mt 11.12; 12.28; Lc 16.16; 17.10,21). O reino torna-se real e crucial na vida de uma pessoa quando ela se submete com fé ao senhorio de Cristo, um significativo compromisso que traz salvação e vida eterna (Mt 10.17-27; Jô 5.24). O reino será pregado e crescerá (Mt 24.14; 13.31-33) até que o Filho do Homem, agora reinando no céu, reapareça para julgamento e, no caso de seus fiéis servos, para alegria (Mt 13.24-43,47-50).
2. A obra salvadora de Jesus. Tendo descido do eu pela vontade do Pai para resgatar pecadores escolhidos para a glória, Jesus morre por eles, convida-os e atrai para si mesmo, perdoa seus pecados e conserva-os seguros até o dia de sua ressurreição, glorificação e introdução na bem-aventurança do céu (Lc 5.20,23; 7.48; Jô 6.37-40, 44, 45; 10.14-18, 27-29; 12.32; 17.1-26).
3. A ética da família de Deus. A nova vida, que vem aos pecadores como dádiva da livre graça de Deus, deve ser expressa em um novo estilo de vida. Os que vivem pela graça devem praticar a gratidão; os que têm sido intensamente amados devem mostrar em grande amor pelos outros; os que vivem por terem sido perdoados devem perdoar; os que conhecem a Deus como seu amoroso Pai celestial devem aceitar suas providências sem amargor, honrando-o em todo o tempo pela crença em seu cuidado protetor. Em uma palavra, os filhos de Deus devem ser como se Pai e seu Salvador, o que significa ser totalmente distinto do mundo (Mt 5.43-48; 6.12-15; 18.21-35; 20.26-28; 22.35-40).
E disse-lhe Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.(Mc 16.15).
Diz a palavra do Senhor:
As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;” (Lm 3.22).
Um dos principais ensinamentos teologicos de Senhor Jesus é Missões.
A misericórdia sem fim do Senhor, é a explicação das Missões. O amor imerecido de Deus pelo homem caído. Pela restauração do perdido. A vontade de Nosso Senhor é de que nenhuma alma se perca, mas, antes, que todos se arrependam (II Pe 3.9). A mesma Palavra levanta a necessidade das missões para o sucesso da Igreja, como sendo sua tarefa Suprema e fundamental.
Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”(Rm 10.14).
A tarefa primordial da igreja de Jesus é pregar a Boa Nova da Salvação. E pregá-la a todos os povos e nações. Quem é pai ou mãe, sabe a dor horrenda que um simples corte no dedo de um filho nos causa. Deus, contudo, amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Ora, se Deus, que é soberano e Senhor de todas as coisas, se sujeitou a tal opróbrio pelos perdidos que deseja resgatar, quanto maior não será nossa obrigação de anunciar o Evangelho a todas as criaturas? A igreja que não investe em missões, é como a figueira estéril, pois não produz o fruto agradável ao Senhor. Para que mais igreja, que não para levar a salvação ao perdido? Aproveitando a lembrança bem-vinda de que o segundo domingo de setembro é o dia de missões, vale lembrar que todo cristão é um missionário. A primeira e melhor forma de o cristão agir como missionário é através da oração:
Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (Mt. 9 36-38).

Nesse ponto, é inaceitável que qualquer cristão seja negligente. Oramos por tantas coisas, ora-se, acima de tudo para alcançar as tão buscadas “bênçãos financeiras”, ora-se por um emprego melhor, para que o ônibus não atrase, para que seu time de futebol seja campeão, para que a próxima namorada seja mais bonita que a última, ora-se para ganhar na loteria, para que a conta de telefone não venha muito alta, para que o guarda de trânsito não perceba que se está falando ao celular enquanto se dirige, mas esquecemo-nos do mais importante. Precisamos, cada um de nós e nossas igrejas, orar para que o Senhor da seara envie mais e mais trabalhadores. Para que Ele fortaleça os braços dos que já estão trabalhando em Sua obra. Para que o Espírito Santo do Senhor abra os ouvido e quebrante o coração daqueles a quem são enviados os missionários. Quantas vezes você já pediu ao Senhor, que nos ajudasse a cumprir a obra que Ele espera que façamos?
Mesma importância para a obra missionária, evidentemente, têm aqueles que vão para os locais mais ermos, que sofrem, que expõem suas famílias ao perigo levando a Palavra de Deus a locais onde a pregação do Evangelho é proibida e punida com a morte, e que a tudo renunciam para fazer a obra do Senhor da Seara. Se você tem condições de ir, vá. Atenda ao chamado do Espírito. Se não tem condições, pode ainda ser um missionário do primeiro time, dos que oram, ou ainda dos que colaboram.
Se você não pode ajudar de outra forma, ajude financeiramente a obra missionária. Adote um missionário. Você não tem idéia de quanta diferença pode fazer na vida de uma família missionária o dinheiro que você facilmente gastaria em um passeio corriqueiro. Não deixe de passear, mas não deixe também de contribuir. Justamente aqueles que mais clamam pelas tais “bênçãos financeiras” são os que menos contribuem para a causa missionária ou para qualquer outra. Lembre-se de que não há nenhum tipo de utilização para seu dinheiro que possa ser melhor do que aplicá-lo na salvação do homem perdido, porque esta é a vontade soberana do Senhor.

Quão maravilhoso não seria que tivéssemos, todos nós, igreja como a do livro de Atos dos apóstolos?
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 1.42-47).
Essa Igreja ideal constituída pelos apóstolos era a igreja missionária por natureza, e, como tal, era irresistível e poderosa para anunciar o Evangelho, para libertar o oprimido, para curar o enfermo, operar maravilhas em nome do Senhor, e para ressuscitar aos mortos.


9. CONCLUSÃO
Através da análise deste trabalho ficam claras as definições de Educação Teológica e Campo Missionário, a relação que desenvolvem entre si, os princípios básicos defendidos por ambas, também sua importância e a praticidade desta união para o bem estar do próprio ser humano. O Brasil tem sido um grande gerador de idéias e conceitos, apesar de nunca ter deixado de ser a famosa esponja, que absorve tudo que nela é lançado, as distorções nos conceitos cristãos referentes tanto ao campo intelectual quanto pragmático são extremamente relevantes. A busca pela adaptação ao mundo pós-moderno faz da Educação Teológica brasileira atual um alvo fácil para o sucesso de tais distorções e adaptações que o puro e simples “Evangelho” de Cristo tem sofrido. Definir bem os papéis da Educação Teologia e do Missionário e a importância de voltarmos aos conceitos e definições realmente bíblicas, são o ápice da discussão deste trabalho.
Com Carinho Pastor Antero Kaczan.


10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

[4.1] - Acadia Divinity College, Lee McDonald, Reitor Acadia Divinity University
Tradução: Pr. Ramon da Costa - Igreja Nazareno Araras, SP

[4.2]- Curso de Teologia da FTB, Módulo 5 (Missões)

[4.3]- Escolas Teológicas em Cooperação com Missões
Missiologia e Educação Teológica - III Conferencia sobre a Missão da Igreja, 22-26 de abril de 1991. Barbara Helen Burns.

[4.4]- Acadia Divinity College, Lee McDonald, Reitor Acadia Divinity University
Tradução: Pr. Ramon da Costa - Igreja Nazareno Araras, SP

[5.1]- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO TOPICO: 5.1. A EDUCAÇÃO TEOLÓGICA PELA HISTÓRIA.
OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DE 1517 A 1979 – PENTECOSTALISMO.
ANDERSON, Allan. El pentecostalismo: El cristianismo carismático mundial. Móstoles, Madri: Akal, 2007.
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VINGREN, Ivar. Diário do pioneiro: Gunnar Vingren, fundador das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

[5.2]- Por Claudia Lucia - Hemenêutica e Exegese - Princípios Básicos.

[5.2] Por Richard Pratt
Teologia Bíblica

[5.3]- Teologia, Uma Necessidade para a Maturidade Cristã
Por David Rodrigues da Silva

[6.1]-Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?
Postado por Augustus Nicodemus Lopes

[6.2]- TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: RAÍZES DA DISTORÇÃO!
Pr. Paulo Romeiro, da Igreja Presbiteriana Renovada

[6.3]- As Astutas Ciladas do Diabo
Autor: Augustus Nicodemus Lopes

[7.1]- MISSÕES TRANSCULTURAIS
Por Pastor José Antônio Corrêa

[7.1]- Pastor Missionário Antero Kaczan
Missões é a tarefa Sublime da Igreja
O QUE É MISSÃO?

[7.2]- David Botelho
David Botelho: Brasil – O Gigante Adormecido

[7.3]- Pastor Missionário Antero Kaczan
Missões é a tarefa Sublime da Igreja

[7.4]- Autor Pr. Josias Cavalcante - SEMIADERB - SECRETARIA DE MISSÕES DA IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS EM RIO BRANCO AC. www.adriobranco.com.br

[8]- J. I. Packer. Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista - Jesus Cristo proclamou o Reino e a Família de Deus.

[8]- POR GEORGES NOGUEIRA. A missão soberana de pregar o Evangelho

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