quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O ACONTECIMENTO MAIS TERRÍVEL DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE (AUSCHWITZ E BIRKENAU)


O ACONTECIMENTO MAIS TERRÍVEL DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE (AUSCHWITZ E BIRKENAU)

Na Segunda Guerra Mundial, morreram mais ou menos 50 milhões de pessoas. Mas o que foi feito pelos nazistas, através do comando de Hitler, no campo de concentração Auschwitz e Birkenau, não dá para entender ou sequer tentar entender, o que um homem pode ser capaz através do espírito imundo. Pobre alma...

Estive algumas vezes na cidade de Oswiecim Polônia onde ainda se encontra o histórico campo de concentração Auschwitz e Birkenau. É preciso ter um coração muito forte para conseguir olhar todo este lugar e o Museu que lá se encontra, onde foram mortos milhões de seres humanos, por simplesmente existir o racismo no coração de um homem usado pelo diabo.

Existem muitos dados de números diferentes de pessoas mortas no território da Polônia. Exemplo: Data 31/12/1945 – Fonte – Investigação Francesa sobre crimes Nazistas de guerra – Número = 8.000.000; Data 19/08/1998 – Fonte – Rabino chefe da Polônia (Suddeut Zeitung) – Número = 6.000.000; Data 20/04/1978 – Fonte – Le Mode (jornal diário Francês) – Número = 5.000.000. Como podemos ver o número é assustadoramente grande. Diz a história que a grande maioria destas pessoas eram judeus e o restante poloneses, ciganos e outros.

Sessenta e seis anos passaram desde a libertação de Auschwitz. É uma história que custa a escrever. Custa pelo significado simbólico que acarreta. Custa pelo passado i história que carrega. Custa pelo que foi. Custa porque quase foi a morte da esperança.

O ano de 2005 ficou marcado pelo 63º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz por parte das tropas russas. A descoberta dos efeitos da "Solução Final" não poderia ter sido mais impactante, tendo revelado ao mundo o que a humanidade poderia fazer a si mesmo. Mais do que nunca, a recordação dos milhões de vítimas da barbárie nazista - judeus, ciganos, homossexuais ou quaisquer outros grupos rotulados de "raça inferior" - não deverá resumir-se a uma mera lembrança, passiva e indiferente aos acontecimentos de hoje. “Ainda estou para encontrar alguém que tenha feito alguma coisa em Auschwitz” disse o juiz Hofmeyer. “O comandante não estava presente, o oficial de serviço só estava por acaso, o representante da Secção Política foi apenas levar umas listas e outro qualquer foi levar umas chaves.” Hofmeyer, o autor deste comentário, era juiz-presidente do que ficou conhecido como “Julgamento de Auschwitz”, processo que teve início em Frankfurt em Dezembro de 1963 e só terminou a 20 de Agosto de 1965. Sentados no banco dos réus havia mais de 20 ex-comandantes, embora o mais proeminente dos acusados, Richard Baer, último comandante do mortífero campo de concentração nazista, preso em 1960, tivesse morrido de doença circulatória.

Dos três comandantes, Baer seria o único a escapar ao veredicto dos tribunais: Rudolf Höss e Arthur Liebehenschel foram ambos executados em 1947. Nas notas autobiográficas escritas na prisão, Höss (que foi responsável por Auschwitz desde a sua abertura, em Maio de 1940, até Novembro de 1943) deixou registrado: “Por vontade do Reichsführer, Auschwitz converteu-se na maior instalação de extermínio de seres humanos de todos os tempos. Que esse extermínio em massa dos judeus fosse necessário ou não, não me cabia a mim julgá-lo, estava fora das minhas atribuições. Se o mesmíssimo Führer havia ordenado a solução final do problema judaico, não competia a um nacional-socialista de toda a vida como eu pô-lo em causa”.

Auschwitz começou por ser um campo de concentração igual aos outros. Erguendo-se a cerca de 60 quilômetros de Cracóvia, na Polônia, seguia o modelo de Dachau, perto de Munique, criado em Março de 1933, três meses após a nomeação de Hitler para chanceler. Mas se a política concentracionária está presente desde o início do regime (com os campos a servirem de depósito e de local de trabalho escravo para os perseguidos do nazismo), só com a radicalização da política anti-semita surgem os primeiros campos de extermínio, aqueles onde será levado a cabo o assassinato em massa dos judeus (além de outros grupos de prisioneiros: ciganos, homossexuais, comunistas, etc.), pela exclusiva razão de o serem.

Seis dos cerca de 20 campos que funcionavam em 1944 dedicavam-se com afinco à “solução final”: Treblinka, 750 mil vítimas; Belzec, 550 mil; Sobibor, 200 mil; Chelmno, 150 mil; Majdanek, 50 mil; e, rebentando com a escala desta contabilidade diabólica, Auschwitz, mais de um milhão! Como Majdanek, Auschwitz era um campo misto. As suas instalações iniciais (Auschwitz I) foram pensadas para 7 mil prisioneiros, mas antes de estarem concluídas já alojavam 18 mil. O campo continuaria a alargar-se, dando origem a Auschwitz II (Birkenau) e Auschwitz III (Monowitz, onde foi erguida a gigantesca IG Farben, então a maior empresa química do mundo, que produzia, entre outros, as pastilhas de cianeto usadas nas câmaras de gás).

Os primeiros detidos, majoritariamente poloneses, chegam em Junho de 1940. Em Dezembro de 41 terão início as execuções com gás: no Bloco XI de Auschwitz I são assassinados prisioneiros russos e doentes terminais. Em Birkenau, as primeiras câmaras de gás situavam-se a norte, rodeadas por um bosque, e eram conhecidas por Bunker I e II (no total, albergavam seis câmaras). Funcionam de Março de 1942 até a Primavera de 43, quando mais quatro instalações abrem em Birkenau, cada uma comportando uma ou mais câmaras de gás. Era em Birkenau que, à saída dos comboios, se realizava a seleção dos que seguiam imediatamente para o matadouro e daqueles a quem ainda seria permitido sobreviver mais algum tempo (as mulheres e as crianças eram quase sempre assassinadas de imediato). Números aproximados somam 1,3 milhões de pessoas deportadas para Auschwitz, das quais 1,1 milhões morreram. Destes, 960 mil eram judeus, 70 a 75 mil poloneses, 21 mil ciganos, 15 mil prisioneiros soviéticos e 10 a 15 mil de outras nacionalidades. Em Novembro de 1944, comesaram a destruir as câmaras de gás, e os presos começam a ser evacuados para outros campos de morte. No mês anterior, os membros do Sonderkommando, comando especial constituído por presos que trabalhavam nos crematórios, haviam se revoltado e o crematório IV, onde se alojava a maior parte, foi incendiado. Ao abandonar Auschwitz, no início de 1945, soldados levam consigo cerca de 60 mil pessoas, o que ficará para a história como “marchas da morte”. Quando as tropas soviéticas chegam, por acaso, em 27 de Janeiro de 1945, encontram os destroços recentes do crematório V cobertos de neve e cerca de 7 mil sobreviventes que, demasiado fracos para seguirem, tinham ficado para trás. Muitos morrerão nos dias seguintes. Tardarão mais de 20 anos até que o genocídio dos judeus perpetrado em Auschwitz seja levado a sério. Em 1965, ainda se ouvia no tribunal de Frankfurt que “a maioria do povo alemão não deseja que se façam mais julgamentos de criminosos nazistas”. Wydawnictwo Państwowego Muzeum Oświęcim-Brzezinka.

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